Tão simples quanto respirar

2188 Words
Até Bruno admitiu gostar de Rebeca. — ela é demais até para dividir um pedaço de burrito com você, apenas desista — Bruno diz e ele dá de ombros — não me diga o óbvio, mas gosto de conversar com ela, ela é basicamente a nossa Branca de Neve e somos os quatro anões de mais de 1 80 — ele diz e todos sorriem — depois da sopa que ela fez eu a amo até o último dia da minha vida — Mateus diz e todos reviram os olhos pelo crush que ele tem na primeira mulher que vê entre eles. Mateus não tinha costume de conviver com prostitutas e qualquer mulher que dava bom dia a ele virava seu grande amor da semana. — vou me lembrar disso caso tenha que fazer uma ocultação de cadáver do marido i****a dela — ele diz e ele dá de ombros já saindo como sendo tivesse vomitado a primeira vez que viu um corpo. Do outro lado da cidade Rebeca sentia paz pela primeira vez pois seu marido não estava em casa e ela não sentia medo, porém sentia falta de Dead que estava arrumando as coisas para o próximo esconderijo que eles têm. O padrão é se esconder durante os três primeiros meses da investigação pelo que ele lhe disse. Ela participou do coral da Igreja e de todos os clubes possíveis, porém ela se sentia mais parte de algo com ele do que já se sentiu. Quando tudo estava pronto ele foi lhe buscar pela primeira vez de moto, e ela receosa, e ele dá de ombros. — eu ando de moto desde antes de ter barba no rosto, e nunca cai — ela olhou para ele e confiava de certa forma por isso subiu um tanto receosa. As únicas pessoas que confiaram nele durante toda a sua vida foram seus colegas. Rebeca descobriu algo que ainda não tinha experimentado que se chamava a liberdade do vento no cabelo e a sensação de estar voando. Ela não sabia se estava mais apaixonada por essa sensação ou por aquele homem que nada cobrava, que só a via sorrir e sorria junto. Era em um sítio que ela não tinha noção da onde era, mas ela podia viver ali para sempre. — esse lugar é de vocês? — ela pergunta quase encantada — na verdade, é meu. — você não parece um homem do campo — ela diz — e eu não sou. Eu morava em um barraco de madeira no fundo dessa fazenda e minha avó adorava esse lugar, mesmo que parar morar aqui e plantar a gente ficava quase sem nada tirando quando a dona da casa estava grávida e isso acontecia muito porque essas pessoas ricas se reproduzem como coelhos pelo prazer de delegar a alguém. — a minha mãe é provavelmente mais rica que essas pessoas e me criou — ela diz e ele o olha surpreso — você acha que esse anel de noivado de diamantes é coisa de um filho de pastor? — ela pergunta e ele fica pensativo — igreja é um antro de lavagem de dinheiro não seria nem um pouco surpreendente. — olha, isso foi c***l — ele a puxa pela estrada com o capim mediano para que as vacas pudessem se alimentar e uma pequena passagem de asfalto que ele gosta de caminhar para sentir o ar puro enquanto esconde sua moto não muito longe da saída caso haja uma necessidade de fuga. — não mais do que a sua mãe te dando lição de moral porque viu a trilha sonora de orgulho e preconceito no seu celular — ela dá risada pensando no que a mãe dela pensaria se soubesse que ela tem sonhos eróticos com um ladrão procurado que não é seu marido. — parece pensativa. Não é aquele tipo de rica que tem nojo de esterco de vaca — eu fui criada em um local assim, então não — ela diz já indo na frente e vendo o local de tiro ao alvo. — você me ensinaria a atirar? — ela pergunta e ele mais do que depressa — te ensino se você me ensinar a fazer aquela sopa de cogumelos. Minhas crianças não param de falar daquela sopa, daqui a pouco eles me demitem e te colocam no meu lugar. — imagina eu falando: parado! Isso é um assalto! — ele dá de ombros — o máximo que vai conseguir é roubar o coração deles. — eu posso ser brava se quiser — ele sorri — como aquele Coelho de pets — ele diz e ela não entende nada porque não assiste televisão. Dead apresenta a casa toda incluso seu quarto e ela já deita em sua cama demonstrando cansaço e ele sorri. — estava doida para deitar na minha cama — ele diz maliciosamente e ela fica um tanto sem graça, e ele percebe que aquilo de certa forma é verdade, não que ele esperasse que ela fosse trair o lixo do marido. — eu só estava cansada — ela diz e ele dá de ombros — pois eu estava louco para deitar na minha cama. — eu tenho pavor de um dia meu marido querer tocar em mim novamente — ela admite e ele olha para o teto para não ver sua vergonha — só uma facada na jugular e esse receio some. Deus fala sobre perdão, porém não acho que faça sentido quando alguém só pede desculpas quando é pego. — eu acho adorável que se importe tanto comigo, porém eu não vou m***r ninguém — ela diz e ele olha para ela — se ele te machucar de novo e você me pedir eu não penso duas vezes em acabar com ele. — Ninguém nunca me protegeu como você. Por que faz isso? — ela pergunta confusa e ele deita ao lado dela — homens só fazem as coisas por dois motivos caso não tenha percebido. — e quais são? — ela pergunta inocentemente — amor ou t***o — ele diz e ela tenta disfarçar — então me ajudou porque estava com t***o? — de primeira era um extremo você estava sendo agredida não tinha como ignorar, mas depois se tornou outra coisa — ele diz e ela chega mais perto não resistindo — e o que se tornou? Ele chega mais perto e a beija e a consciência dela pesa por cinco segundos, porém depois ela só o ataca como ele a atacou, ela queria aquilo, ela nunca tinha se sentido querida e amada por ninguém daquela forma. Dead quase acreditou em deus quando viu ela nua e obviamente teve que comentar. — deveria ter parado de falar sobre a bondade de deus e ter tirado a roupa logo — ele diz enquanto a beija loucamente. Quando ela sentiu pela primeira vez o prazer de um s**o o**l ela quase virou os olhos, ela nunca soube nada sobre amor e era praticamente uma virgem sobre s**o mesmo com anos de casamento. Foi incrível passar o tempo com sua querida e estranha família, porém ela logo voltou para o que ela diz ser seu inferno, ela já tinha perdido quase toda a sua fé naquele momento vendo seu marido sendo adorado pela sociedade enquanto ela sofre eventualmente pelo luto ao seu filho. Ela queria olhar para o seu marido e dizer que estava traindo ele, e que se soubesse que seria tão bom teria feito antes, porém ela tinha medo dele de certa forma. — eu juro que eu mudei, nosso casamento agora vai ser feliz como no começo — ele diz e ela confirma — eu vou dormir no sofá e voce fica na cama — ela diz apenas isso e sai de perto dele usando maquiagem que ela aprendeu com o cara que a comia perto de sua estante enquanto explicava, ninguém nunca tinha a visto de maquiagem. — eu espero que a gente possa se resolver logo, e voltarmos a um casamento feliz e abençoado por Deus — ele diz e ela revira os olhos — que seja — ela responde enquanto sua mãe a puxa pelo braço. — o que pensa que está fazendo? — ela pergunta irritada — esse seu jeito vai colocar seu marido no colo de outra — ela pensa um deus te ouça, porém responde outra — não seria a pior coisa que ele fez, eu me lembro do dia que você pegou o papai no meio das pernas daquela mulher trans, e você não sofreu a metade do que eu sofri quando ele me bateu — ela diz e a mãe bate em seu rosto irritada — nunca mais fale sobre isso — a mãe dela nunca tinha ouvido a filha falar sobre alguma daquelas cenas medonhas. — é só mais um me batendo, eu não estou nem aí porque eu já percebi que vocês são uma fraude — ela diz e sai para fora enquanto tenta ligar para alguém real. Sua mãe só vê que é um carro caro e nada mais. — seu rosto está vermelho o que houve? — ele pergunta preocupado e ela fica envergonhada — a minha mãe me bateu — ela diz e ele confirma. — eu tenho um loft que nunca usamos como esconderijo é mais um lugar caso eu seja pego e tenho que vender quase tudo para pagar advogados. Você pode viver lá se quiser — ele diz e ela sorri. — eles são as minhas cruzes e eu devo carregar — ela diz e ele revira os olhos — eu faço qualquer coisa para ter uma vida mais fácil, por isso eu sou um ladrão inclusive. — não sei se concordo como você. O trabalho que você tem para roubar coisas, depois se esconder e lavar dinheiro, sem contar que pelo que o Bruno me disse estão monitorando um carro forte faz 6 meses — ele a olha rindo — o cara falava antigamente de te m***r agora conta planos confidenciais para você. — nem toda a amizade começa tão bem quanto a nossa — ela diz e ele olha com uma cara de rejeição — não somos amigos, no mínimo somos amantes — ele diz já chegando agora a seu próximo e último esconderijo que é um apartamento em um condomínio de classe média alta — não acha que chama muita atenção? — ela pergunta — uma mansão chamaria atenção, ser classe média alta hoje em dia é mais comum do que parece. Dead pegou em sua mão e não teve vergonha de nada e Rebeca faz careta. — alguém conhecido pode ver — ele gargalha — é o meu sonho que seu marido fique com fama de corno — ela dá risada — eu teria fama de v***a. — a v***a mais gostosa do universo — ele diz a apertando no elevador e ela sorri timidamente. Não muito longe dali uma colega os vía se abraçando, mas ela não diria nada porque ela era amante do marido de Rebeca e era quase como se aquela ideia fosse o normal. Mateus corre para passar perfume quando percebe que Rebeca está chegando e todos na sala fazem cara de deboche sabendo que nunca vai acontecer. — só de ver o barulho que eles fazem transando já percebe que isso no mínimo vai durar o bastante para a gente ter que se mudar daqui para fugir da polícia — Romeu diz e ele se faz de bobo enquanto os dois entram como um casal de bobos apaixonados. — é bom ver vocês — ela diz e abraça todos até o momento em que Dead o arrasta para o seu quarto. — você nunca me disse o seu nome de verdade — ela diz e ele inspira fundo — me diga um segredo primeiro e se eu achar ele revelador o bastante eu te conto. — eu nunca soube o que é um o*****o antes de você — ele dá de ombros — isso não é nem de longe um segredo — ele diz dando um selinho — eu durmo no sofá porque eu odeio meu marido — ele beija seu pescoço — eu só não me caso com você porque a única coisa que posso te oferecer é piroca e dinheiro sujo, mas eu queria algo mais íntimo ainda. — eu comecei a ter desconfianças da existência de deus — ele dá risada — meu nome é Hong Yun-seok — ela olha chocada — olha para a minha aparência achou que eu me chamava Felipe? — ela começa a rir — me julgue, mas eu não sabia se era japonês ou chinês, sem contar que é filho de uma brasileira e você tem cara de Davi — ele faz careta — sou filho de um coreano, e por mais que eu seja Caprichoso eu ficaria feliz em comer 100 mulheres ao invés da casada — ela ergue as sobrancelhas e ele percebe o que estava dizendo — olha, é diferente, seu marido não é um cara na guerra, ele é um arrombado preguiçoso e inútil que você e sua família carregam nas costas.
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