Uma nova aliada

1845 Words
Maitê sentou ao lado de Ruby, de alguma forma, ela se viu em seu passado. Uma vez, assim como aquela jovem menina, ela perdeu toda sua família para pessoas cruéis que fizeram de tudo para destrui-la. Quando apareceu uma chance de virar a mesa, Maitê não pensou duas vezes, mesmo que tivesse que se envolver com o mundo do crime e nunca se arrependeu daquela escolha. — Isis me contou que você é a herdeira da máfia e de tudo que está acontecendo com você. Eu soube que tem um valor astronômico por sua cabeça depois de fazer algumas ligações. Alguns dizem que você já está morta faz muito tempo, outros dizem que está escondida e outras até acreditam que você nunca existiu. Para ser sincera, achei que estava morta, por isso a confusão foi tão grande, por não ter ninguém para assumir a máfia e as facções estão lutando para ver quem pode tomar o poder. — Maitê explicou tomando cuidado com as suas palavras, Ruby olhou surpresa se perguntando como mãe de Isis sabia de tudo aquilo. — Eu acho que não estou entendendo. — Ruby não sabia como lidar com aquilo. Não podia confiar em alguém que acabou de conhecer. E saber que Maitê sabia do seu segredo, deixava ela ainda mais desconfiada sobre ela. Achou melhor se fazer de desentendida. — Não se preocupe. Temos mais em comum do que você imagina. Meu marido já comandou por um tempo a máfia e eu estive ao seu lado. No fundo, ele odiava fazer parte daquilo. Fiquei no lugar dele por um tempo. Assumi algumas responsabilidades. Eu até eu gostava, mas havia algo que eu amava muito mais que o poder que a máfia me dava. A minha família. No início, quando aceitei e quis fazer parte, eu não tinha mais nada. Eu não tinha o que perder. Com o tempo, eu tinha muito a perder. E por isso, conseguimos nos afastar repassando o poder para alguém de confiança. — Maitê não entrou em detalhes, mas a pessoa que recebeu aquele poder foi o pai de MB. — Veio me dizer que é loucura me envolver com isso? Que eu posso acabar ferida ou perdendo alguém que amo? Depois que entrar não seja fácil sair? Ainda mais por ser uma mulher. Estarei em risco constante e não poderei assumir completamente a liderança porque ninguém vai me respeitar por eu ser uma mulher? — Ruby esperava ouvir aquela opinião de todos. Afinal, era óbvio. — Na verdade, não. Eu estaria sendo hipócrita. Acredito e sempre acreditei que o lugar da mulher é onde ela quiser. Se você acredita que pode assumir, faça isso. Não é o seu órgão reprodutor que vai definir se você pode ou não, mas seu cérebro. O poder você já tem por ser quem é. Use a sua cabeça e poderá ir além do que se imagina. Se não te respeitam, faça que temam a você. Nós mulheres podemos ser absurdamente assustadora quando queremos. E eu tenho certeza que sabe disso. Você não parece ser uma menina fraca, mas é insegura, indecisa e tem muito medo em você. Alguém que está querendo a posição que você quer, tem que ter completa confiança nos seus atos e escolhas ou fingir bem. — Maitê acreditava que Ruby tinha potencial para ser tudo aquilo, mas ainda não estava pronta. — E se eu decidir que quero isso. Não posso viver sem ter a minha vingança. Não posso deixar as coisas como estão. Sinto que vou surtar de eu apenas deixar tudo assim. — Ruby sentia uma necessidade imensa de fazer quem acabou com a vida do seu pai, sofrer na mesma moeda. — Simples. Faça acontecer. Tenha a sua vingança.. Só não se deixe ser consumida por ela. E não esqueça, jamais de quem você é e o que quer proteger ou acabará se tornando alguém igual ou pior do que aqueles que você quer se vingar. Se manter isso em mente. Tenho certeza que vai alcançar o que deseja. — Maitê uma vez quase se perdeu para vingança, foi seu marido, que relembrou quem era ela e não deixou que tivesse um arrependimento. — E se eu disser que quero acabar com a máfia, com todas as facções. Quero herdar o poder para destruir tudo completamente para que mais ninguém tenha que passar pelo que passei? Que nenhuma criança tenha que viver sem os seus pais por conta de toda essa merdas? — Ruby não desejava poder, mas sim a liberdade não apenas para ela, mas para todos os envolvidos e justiça por aqueles que tiveram suas vidas ceifadas. — Ruby respondeu para Maitê que gargalhou alto. Fazendo as outras despertarem. — Se for isso, vou adorar ser sua aliada. Já não tenho mais a mesma força ou influência que um dia tive, mas ajudarei. Aqui o meu número. Me ligue se precisar de algo. Um conselho, informação ou uma arma, mas peço como mãe que deixe Isis fora disso. Ela já sofreu muito na sua vida. Quero que ela tenha uma vida normal. Espero que entenda. — Maitê comentou entregando um cartão antes de levantar. — E Ruby, não será fácil o que você quer fazer, mas fará uma grande mudança na vida de todos. Espero que seja forte o suficiente e consiga alcançar os seus objetivos. Eu realmente desejo que isso aconteça. Ruby olhou para aquele cartão com um pouco mais de confiança, ela sabia mais do que ninguém que assim que aquele avião pousasse tudo seria diferente. Afinal, foi o que combinou com MB antes de viajar para Las Vegas. — Eu espero que tenha feito a escolha correta. — Ruby suspirou ao ver o avião encostando na pista. — Eu não posso mais voltar atrás... Ao pousar, todas se despediram de Maitê, que prosseguiria viagem. Isis ficou para trás, se despedindo da mãe com um grande abraço, mas acabou recebendo um conselho valioso. — Tem brigas que você compra e não pode sair facilmente delas. Então saiba exatamente onde está colocando o pé. Eu e o seu pai te amamos demais. Queremos uma boa vida para você. Tome cuidado. Ah! E o seu pai disse que não se preocupasse com aquele professor. Ele nunca mais vai incomodar. Allan resolveu do jeitinho dele. Por mim, virava churrasco, mas... — Maitê brincou com a filha que sabia exatamente o que o seu pai tinha aprontando sem precisar perguntar. — Mãe, se eu quiser comprar a briga de alguém. Você vai ficar chateada? — Isis perguntou a sua mãe. — Ficarei preocupada. E não vou mentir que preferia que não fizesse isso. Talvez a ideia da torre não seja tão r**m quanto eu pensei. — Maitê brincou, mas no fundo, estava preocupada com aquela situação. A universidade não era mais um lugar seguro. — Filha, a faculdade não seria mais um lugar tão calmo como antes. Você comprando a briga ou não. Peço que dobre sua atenção com todos. Tenho a sensação que há muita gente infiltrada na universidade de olhou se Ruby. E se forma alguma deixe alguém saber que quem você é filha. Antes de proteger qualquer pessoa, deve se manter protegida. E se acreditar que precisa de ajuda. Sempre me ligue. Eu virei na mesma hora por você. — Até se eu tiver querendo um açaí? — Isis lembrou que estava sem os privilégios. Queria tentar aproveitar o momento comovente, mas Maitê não era fácil se ser dobrada. — Boa sorte para procurar uma emprego — Maitê respondeu empurrando a filha para escada e fechando a porta. — Acho que vou arrumar um velho rico para me manter nos próximos seis meses — Isis sussurou descendo as escadas, quando estava no final, a sua pelúcia prendeu em um pequeno gancho, fazendo ela se rasgar. Inesperadamente, junto com o algodão que tinha dentro da pelúcia, outras coisas saíram, como um pequeno saco preto de tecido, algumas sacolas transparentes com comprimidos e outras com um pó branco. — O que é isso? — Isis perguntou enquanto se abaixava para recolher o que havia caído. Chamando atenção das suas amigas que falavam no celular, mas desligaram assim que viram a cena e correram na direção de Isis, formando uma roda para evitar que algo em visse aquela cena. — Espera! Não me diga que isso são drogas? — Lisa de perguntou completamente em choque. — Acabamos de traficar drogas para dentro do país? — Isso explica porque as prostitutas estavam correndo atrás da gente com tanta energia. O que tem nesse saco preto? — Ruby perguntou olhando ao redor para ver se vinha mais alguém. — Pega logo tudo, coloca na pelúcia e enrola no seu casaco, estão vindo recolher a escada para o avião decolar. Isis rapidamente jogou tudo que estava no chão dentro da pelúcia novamente e colocou o seu casaco como uma espécie de fralda. — Essa camisinha está meio diferente — Isis riu vendo um p***o de fralda em seus braços com um bebê. — Vamos sair daqui logo. — Ruby chamou levando para o banheiro. Era mais fácil conversar lá. — Vamos para o banheiro e descobrir o que diabos é tudo isso. As três correram para o banheiro, na mesma hora, alguém se aproximou da escada para o avião taxiar antes de decolar. Maitê assistia tudo da janela desconfiada, não conseguiu ver o que havia caído e muito menos a razão da agitação das meninas, mas tinha certeza que coisa boa não deveria ser. — Vou trancar a porta para não ter risco de ninguém entrar, mas por segurança, falem baixo e evitem falar nomes. Se isso for o que estou pensando é problemático demais. — Ruby não era especialista em leis, mas assistiu séries de polícias suficiente para saber que tráfico internacional é um crime grave e ela já estavA minhavia tido problemas em Las Vegas. — Como a gente vai saber se é ou não? — Lisa perguntou olhando para Isis. Como se tivesse total certeza que ela saberia a resposta. — Quê? Eu nunca vi isso na minha vida. Tenho amor a vida. A minha mãe me mataria se soubesse que eu estava usando isso. Uma coisa é tomar uma bala na balada, outra é usar essas coisas. — Isis se defendeu, mas Lisa ideia da diferença, para ela, tudo era droga. — É uma dúvida bem b***a. Tem um saco cheio de remédios de um lado e do outro esse negócio branco. Não precisa nem conhecer para saber o que é. Agora o que diabos tem no saco preto pequeno? — Ruby perguntou para Isis. — Deixa eu ver — Isis colocou a pelúcia em cima da pia, tirou a fralda improvisada, para ter acesso à sacola preta que cabia na palma de sua mão. Ao abrir se surpreendeu com o conteúdo que derrubou agora a sua mão. — Tá de brincadeira! — Acho que estamos enrascadas. Quem perdeu isso com toda certeza vai vir atrás da gente. — Lisa disse vendo a mão de Isis. — O que faremos agora?
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