Deve ser dito com todas as palavras

1846 Words
Lisa e Isis passam o dia procurando por Ruby, o quarto foi encontrado vazio, apenas com a janela aberta, o seu celular havia sido deixado em cima da cama e o carro não estava no estacionamento. Nas câmeras de redondezas só pode ver o carro saindo do estacionamento. Por conta das películas escuras, não puderam ver quem estava do lado. Na tentava de encontrar qualquer pista do seu paradeiro, as duas fizeram uma busca no campus, perguntando se alguém havia visto a Ruby. Lisa pediu para Muriel verificar o hospital, enquanto ela iria nas delegacia, afinal, seria a primeira vez. Enquanto isso, Isis pedia para um amigo hackear todas as câmeras da redondeza em busca de alguma pista da direção que ela havia ido. — Não encontramos nada. Parece que ela simplesmente evaporou. Eu sabia que era pequena, mas não pensei que a ponto de se esconder tão bem. — Lisa olhava para o seu telefone com o número de Verônica na tela, enquanto digitava a senha do apartamento. — Eu estava pensando, não tinha marcadas de arrombamento ou de nada quebrado. Talvez ela tenha saído por vontade própria. Queria tomar um ar. Ficar sozinha. Não sei. — Isis tinha a impressão que Ruby foi para um lugar que precisava ir sozinha. E de alguma forma, ela pediu para alguém apagar as câmeras para que não soubessem para onde estava indo. — Ela vai fica bem. Ruby é mais desenrolada. — Quem vai ficar bem? — MB surgiu subindo as escadas. — Tanto faz. Onde está a Ruby, liguei para ela o dia inteiro, mas ela não me atende. — Boa pergunta. Passamos o dia inteiro procurando por ela. Ontem ela ficou muito m*l e não quis sair do quarto. Hoje também não. Fiquei preocupada que ela tivesse passando m*l e arrombei a porta. O campo estava mais limpo. Você não colocou vigia atrás dela? — Lisa perguntou confusa. Achou que MB saberia ou estaria com Ruby. — Todos foram mortos. Qualquer pessoa que se aproxima da Ruby está sendo morta por alguém. E como estou me fingindo de morto, não posso chamar mais pessoas. Vou procurar por ela. Se ela aparecer me avise. — MB disse mandando uma mensagem no celular. — Boa noite! Está rolando festinha? Queria falar com a Ruby. Faz tempão que tento encontrar com ela e não consigo, mas acho que encontro algo bem melhor. — Beatriz disse olhando para MB. — Eu me chamo Beatriz, sou estudante de medicina veterinária. E qual é o nome do futuro genro do meu pai? — Se você não sabe. Quem vai saber? — Isis disse olhando para Beatriz. — Eu te conheço de algum lugar? — Pode me passar seu número de telefone, você parece ocupado. Assim podemos conversar depois. — Beatriz insistiu com MB, ignorando totalmente Isis. — Se eu quiser uma v***a, p**o por ela. Não gosto de comer nada de procedência duvidosa. — MB disse irritado caminhando em direção da escada. Já estava sem paciência com o desaparecimento de Ruby. Aguentar Beatriz não estava na sua lista de prioridades. — Espera. Você sequer conversou comigo. Como pode me julgar tão fácil?? — Beatriz perguntou tentando parar MB, segurando seu braço, mãe ele desviou, não deixando sequer ela encostar o dedo nele, como se tivesse nojo dela. — Das duas uma, ou você é sonsa ou burra? — Lisa perguntou vendo MB parado na escada olhando fixamente algo subir. — Eu não sou sonsa. — Beatriz respondeu desconfortável. Nunca pensou que um homem ignoraria ela de tal forma. Isso deixou ela ainda mais irritada. — Ótimo, então é burra. — Lisa disse suspeitando que apenas uma pessoa faria MB parar e esperar na escada. — Qual é o seu problema? Pensa que todos os machos dessa faculdade são seus. Mulher, se tu não pega ninguém, não atrapalha quem... — Beatriz estava se virando para ir em direção de MB, quando notou Ruby surgindo nas escadas. — Onde você estava? — MB perguntou parecendo bravo, mas na realidade, estava preocupado, afinal, haviam muitas pessoas querendo a cabeça de Ruby. — Tive que conhecer uma pessoa. — Ruby ouviu a conversa entre Lisa e Beatriz de escada. — É assim que você recebe a sua noiva? — Noiva? — Beatriz repetiu completamente em choque. MB não respondeu com palavras, passou a mão na nuca de Ruby, aproximando eles dois, colando não apenas os seus corpos, mas as suas bocas. Enquanto se beijavam, sentiram algo empurrando os dois. Beatriz havia passado por eles correndo descendo as escadas. — Aliás, quem é aquela? — MB havia percebido que Ruby tinha feito só para irritar. — Não faço ideia, mas tenho um péssimo pressentimento sobre ela. Sempre que esbarro com ela, algo r**m acontece. — Ruby queria descobrir mais sobre Beatriz, mas não sabia como conseguir informações. — Onde você está? Sabe como ficamos preocupadas? Não sabia se você tinha surtado e ido parar no Egito, se podia ter sido sequestrada ou feito uma besteira. Fui até procurar em hospitais, delegacia e no ITEP. Você quer me matar do coração tu diz. — Lisa interrompeu o casal. Ela havia passado o dia inteiro correndo de um lado a outro. — Hey... Não queria atrapalhar, mas você está na páginas de fofocas. — Isis mostrou a tela do celular para Lisa, haviam várias postagens com fotos dela e Muriel.— Aqui diz que você e Muriel estão juntos, como uma cortina de fumaça para lidar com o déficit que as empresas da sua família passaram. Basicamente, que você está usando ele e algumas dizem que seus pais te venderam para superar a crise. Baixaria! — Como é? — Lisa estava tão preocupada com Ruby, que não conseguiu conversar com Muriel sobre eles, mas o fato daquela matéria ir ao ar, com uma foto deles dois saindo do restaurante no dia anterior acabava com todos os planos de Lisa de viver um relacionamento comum e fora da mídia. E causaria um grande problema para ambas as famílias. — Deixe eu ver. — Ruby deu um passo para frente, MB segurou a mão dela, ela se virou para responder ele. — Eu não vou mais fugir. Eu encontrei a minha resposta. — Lisa! — Muriel subiu as escadas ofegante, pingando de suor, havia corrido a pé do hospital até o apartamento assim que viu as notícias. — Gente, a vida de vocês é mais agitada que novela mexicana. Adorei. — Isis gargalhou vendo Muriel pálido, parecia desesperado para falar com Lisa. — Eu corri aqui assim que soube da notícia. Você está bem? — Muriel perguntou ofegante parecendo realmente preocupado. — Estou bem. Vou pedir para meus pais lançarem uma nota esclarecendo todo esse m*l-entendido. Me desculpa. — Lisa se sentia culpada. Muriel e sua família não se envolviam em polêmica e eram bem respeitados pela sociedade. Uma fofoca dessa iria comprometer a credibilidade deles. — Que? Não faça isso. Eu passei a noite inteira pensando no que você me disse. E eu realmente cometi um equívoco. Não vão se repetir. — Muriel não gostou nenhum pouco de ter deixado Lisa chateada. — Tudo bem. — Lisa, no entanto, não sentia mais que estava à altura de ter qualquer relacionamento com Muriel. Entrar na vida dele iria bagunçar tudo. — Então, me deixe falar agora. Tudo que eu não falei por tantos anos. Talvez não seja tão bom em me expressa. Nem sabia como reagir. Eu nunca tive uma namorada. Senti sempre uma conexão enorme, você sempre me entendia sem eu precisar falar nada. Só que algumas coisas devem ser ditas com todas as letras Muriel disse puxando uma bolsa com um violão das suas costas. — E eu tenho uma música perfeita para te explicar como me sinto nos últimos anos. — Desde quando você toca? E de onde veio esse violão? — Lisa perguntou confusa com a situação. Não conhecia aquele lado de Muriel. — Aprendi ontem a noite depois de conversar com a minha mãe. Ela me mostrou o quão eu estava errado. Amar é muito mais que sentir, mas fazer o outro se sentir amado também. — Muriel repetiu a mesma frase que a sua mãe disse, tirando a parte que chamou ele de lesado e ameaçou o deserdar, se perdesse a Lisa depois de tanto tempo apaixonado por ela. Muriel colocou um dos seus joelhos no chão, apoiou o vilão em sua perna antes de fixar seus olhos nos de Lisa e começar a tocar. — "Tava satisfeito em te ter como amigo Mas o que será que aconteceu comigo? Aonde foi que eu errei? Às vezes me pergunto se eu não entendi errado Grande amizade com estar apaixonado Se for só isso logo vai passar Mas quando toca o telefone será você? O que eu estiver fazendo eu paro de fazer E se fica muito tempo sem me ligar Arranjo uma desculpa pra te procurar Que t**o mas eu não consigo evitar Porque eu só vivo pensando em você E é sem querer, você não sai da minha cabeça mais Eu só vivo acordado a sonhar Imaginar Às vezes penso ser um sonho impossível Uma ilusão terrível será? Hoje eu pedi tanto em oração Que as portas do seu coração Se abrissem pra eu te conquistar Mas que seja feita a vontade de Deus Se Ele quiser então, não importa quando, onde Como eu vou ter o seu coração. — Muriel cantou para Lisa que chorava sem parar. Quando terminou a música, colocou o violão no chão, puxando do seu caso uma caixa com um solitário dentro. — Você está falando sério? — Lisa não podia acreditar. Parecia um sonho ou delirio dela. Nunca pensou que seu sonho se tornaria realidade. — Eu quero passar o resto da minha vida com você. Não quero que tenha nunca mais qualquer dúvida que estamos juntos. Só de pensar em te perder o meu coração dói. Quero esperar até terminar a sua graduação para gente se casar, mas enquanto esperamos, achei melhor deixar claro tudo que sinto e o que penso para nós dois. Quero que você seja a primeira em tudo na minha vida e também a única. — Muriel disse tirando o solitário da caixinha e colocando no dedo da Lisa. — Lisa, você precisa responder. — Ruby sussurou para amiga que estava completamente em choque. Segundos atrás pensava que nunca mais poderia ficar perto de Muriel e agora estava sendo pedida em casamento. — Você não quer? Precisa de um tempo para pensar? Fala algo. Sinto que vou derreter de tanto que estou suando. — Muriel ficou nervoso. Só na noite anterior percebeu nunca soube como Lisa se sentia em relação a ele. Acreditou tanto já conexão que sentiam um pelo outro, que não havia pensado na possibilidade dela apenas ver ele como um amigo. Todos olhavam para o casal apreensivos. Afinal, havia sido um pedido que pulou etapas básicas, como um namoro ou um noivado. Muriel já deixava claro que o casamento estava completamente em seus planos.
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