O que faremos?

2253 Words
Ruby correu em direção de onde estava MB, mas acabou escorregando no sangue, fazendo ela cair de b***a no chão e melando toda sua roupa com sangue, mas ela não se importou. No chão, tentou obter alguma resposta de MB. — Matteo! Matteo! Droga. Ele está completamente inconsciente. Quando tempo será que ele está aqui? O que eu deveria fazer? — Ruby se perguntou olhando ao redor. Não tinha certeza de como aquilo teria acontecido e se era seguro levar ao médico. Afinal, estava lidando com o filho de um mafioso. — Será que tentaram te matar também? Ah! Não importa saber como aconteceu, mas temos que fazer algo sobre isso. Ruby sabia que não podia fazer nada. Aquela situação ia além das suas habilidades de primeiros socorros, ao mesmo tempo não sabia se poderia ir em um hospital. Era necessário um meio termo, pensando nisso, decidiu ligar para Muriel para pedir ajuda. * CHAMADA ON * — Oi, aconteceu alguma coisa? — Muriel perguntou assim que atendeu, antes mesmo de chamar uma segunda vez. — Muriel, é a Ruby. Fiquei preocupada com o desaparecimento de MB e vim vir como ele estava. Encontro ele desmaiado, jogado no chão com bastante sangue ao seu redor. Tentei chamar ele e não consigo acordar. — Ruby explicou tudo de uma vez bem rápido. Esquecendo até de respirar. — Primeira, veja se ele tem pulso e pode sentir a respiração dele. — Muriel disse sem questionar a situação. Ruby colocou dois dedos no pescoço de Muriel, gelou ao não sentir o pulso de primeira, mas logo sentiu uma pulsação bem fraca. — Sim. Eu quase não senti, está bem fraca, mas ainda tem. — Ruby respirou aliviada, por um segundo, achou que MB estaria morto. — O que eu faço agora? Mesmo que esteja vivo, parece morto. Não responde. E para piorar, ele está muito quente. A febre deve está bem alta. — Precisa ficar calma se quiser ajudar. Se você se deixar levar pelas emoções, não vai se concentrar no que realmente precisa. Ruby, você precisa focar apenas no que eu vou dizer. Okay? Antes disso, me mande a localização de vocês. — Muriel já havia notado pelo tom de voz se Ruby que ela estava ao passo de surtar. — Mandei. Você está vindo para cá? — Ruby perguntou fechando os olhos. Respirando fundo para acalmar seu coração que estava querendo fugir pela boca. — Sim, enquanto eu não chego, preciso que você vá fazendo algumas coisas. Não são complicadas. Só precisa focar no que eu vou dizer, certo? Então, se ele está sangrando, jogado no chão, há chances de que o ponto feito em sua ferida ontem tenha aberto. Preciso que encontre de onde está vindo o sangramento. Comece procurar por sua barriga. Eu suspeito que seja lá o problema. — Muriel explicou enquanto pegava algumas medicações e instrumentos que iria usar. Ruby teve dificuldade de virar MB, que estava deitado de barriga para baixar, impedindo que ela tivesse uma boa visão de onde havia sido seu corte. Usando toda sua força e a pouco noção de física que ela ainda lembrava da escola. Ruby usou seu próprio corpo peso para conseguir virar MB, deixando ele agora de barriga para acima. — Tem muito sangue. Não tem como ver de onde está vindo. — Ruby disse olhando ao redor procurando onde conseguiria um pano para limpar — Preciso encontrar um tecido limpo para passar na área. — Tente pegar toalhas ou camisetas limpas. Você também vai precisar de pano para estancar o sangue. — Muriel sugeriu aproveitando que ela sairia em busca de um pano. Ruby abriu as portas, entrou no banheiro, buscou nos armários por toalhas, mas eles estavam completamente vazios. Até parecia que ninguém morava ali. No quarto, ela encontrou uma toalha, mas parecia já ter usado. O guarda-roupa tinha poucas camisetas, como não sabia quantas iria precisar, ela pegou todas. Jogando as camisetas recolhidas na busca no sofá, ela pegou uma delas, passando na barriga de MB, na tentativa de tirar o excesso de sangue e conseguir visualizar de onde estava vindo ele. Por sorte, assim que passou o pano, pode encontrar de onde estava vindo. — Achei! — Ruby gritou animada. — Perfeito! Use um pano limpo ou gaze para aplicar pressão direta sobre o local que o sangue está vindo. Pressione firmemente, mas não tão forte a ponto de causar desconforto excessivo. — Muriel não sabia como explicar a força que deveria se usar. — Pense como fosse em você mesmo, acho que saberá a força. — Acho que consegui, mas ainda está saindo sangue. Será que estou pressionando pouco? — Ruby perguntou vendo o sangue saindo com menos intensidade. — Pode acontecer. Precisa eleve a área ferida. Com cuidado. Sugiro que coloque uma das camisa nas costas dele. Tem que ter cuidado para não ficar alto demais e forçar ainda mais. Isso ajuda a reduzir o fluxo sanguíneo para a área afetada. — Muriel explicou preocupado que a acabasse piorando se ela fizesse errado — Espera! Não faz isso. Melhor não correr o risco. Em vez disso, aplique uma atadura firme sobre a área já comprimida. Mantenha a pressão enquanto eu chego. Se mantenha assim. Evite fazer qualquer movimento. — Você já está chegando? — Ruby perguntou preocupada se havia feito algo de errado. — Sim. Estou entrando na esquina. Vou desligar. Ah! Qual o apartamento? — Muriel respondeu entrando na rua. — 201. — Ruby sentia um alívio por saber que Muriel estava se aproximando. — Ok. Chego já — Muriel disse antes de desligar. * CHAMADA OFF* Não demorou muito, Ruby ouviu o interfone tocando. Naquele momento, teve uma crise de riso ao se perguntar como Muriel entraria no apartamento, mas antes que ela pudesse ouvir controlar sua risada, foi surpreendida com a porta do apartamento sempre arrombada. — p**a que pariu! — Ruby gritou com o susto, vendo Muriel entrando porta a dentro. — Graças a Deus. Fiquei com medo de você se mover. — Muriel escorou a porta que estava com a tranca quebrada depois do chute recebido no lugar. — Você deixou claro que eu não poderia mover. — Ruby mesmo depois do susto, continuou com seu braço pressionando o ferimento. Muriel se aproximou, na mesma hora, notou que MB havia perdido muito mais sangue do que ele havia imaginado. A quantidade de sangue ao seu redor, a palidez dele e o suor era uma suspeita imensa de choque. — Ruby, vou mexer nele. Você não pode mover seu braço. Mantenha ele parado. — Muriel disse com calma, evitando movimentos bruscos, elevou as pernas pernas de MB, mantendo a cabeça ligeiramente mais baixa para ajudar no fluxo sanguíneo para o cérebro. Para ter certeza de manter as pernas naquela posição, puxou o sofá com um dos braços, fazendo o móvel manter as pernas na posição. — Ele precisa de um hospital, não é? — Ruby perguntou vendo MB ainda desacordado. — Ele parece ainda mais pálido de quando eu cheguei. — Não tem tempo para isso mais. Para mover ele precisamos estabilizar. Trouxe uma bolsa de sangue, mas acho que não será o suficiente. Vou tentar conseguir mais. Vamos fazer isso e vou monitorar sinais vitais dele. Quando estiver um pouco melhor, ligo para um socorrista amigo meu que trabalha na ambulância do Campus. — Muriel explicou tirando algumas os instrumentos da maleta, colando em uma manta que trouxe. — Enquanto isso, mantenha firme aí. — Não se preocupe. Sabe quanto tempo Verônica já me deixou segurando um espelho para se maquiar dentro do carro? São anos de experiência aqui. O braço está fortalecido. — Ruby brincou tentando manter o clima leve. O coração dela estava prestes a voar do seu peito. — Não sei se podemos considerar a mesma coisa, mas vou confiar que você consegue. Lisa costuma dizer que não há nada que você não consiga fazer quando coloca na cabeça. Se ela diz, irei acreditar. — Muriel concordou enquanto passava um algodão banhado no local que iria furar para fazer a transfusão, sua atenção estava voltada para o procedimento, afinal, ele ia havia feito, mas sempre sob supervisão de um professor. — Sim. Ela diz o mesmo de você. Que você é um gênio e não há nada que não possa fazer. Se tem alguém que Lisa confia nesse mundo, para tudo em sua vida é você. Sabe disso, não é? — Ruby não pode deixar de aproveitar a situação para ajudar a amiga. — Sim. A Lisa acredita em mim. Não posso decepcionar ela. — Muriel pensou alto, organizando todos seus pensamentos e expulsando a insegurança que ameaçava a sua confiança naquele momento. Sem mais hesitação, Muriel fez o procedimento em questão de segundos. Quando Ruby se deu conta, MB já estava recebendo sangue, enquanto era ligado a uma pequena máquina que monitorava seus sinais. — A pressão dele está baixa. Vou tentar conseguir mais umas duas bolsas de sangue. Talvez seja perigoso real ele sair daqui. Ruby, farei algumas ligações, você fica de olho na máquina, se essa luz vermelha acender, me chame. — Muriel sabia que a situação de MB era crítica demais. O ideal era fechar ele ali mesmo e esperar uma pequena melhora que fosse. Usando todas as influências e contatos que tinha dentro da universidade, Muriel conseguiu não apenas três bolsas de sangue, mas um médico para fechar o ponto que havia quebrado. Cerca de trinta minutos depois, o médico estava entrando no apartamento carregando o cooler de um lado e uma maleta com os instrumentos do outros. — Cara, você disse que era r**m, mas eu não pensei que era tanto. Isso aqui está parecendo um cenário de assassinato, tá doido. — O médico disse ao ver a quantidade de sangue que estava por baixo de MB. — Troca a bola de sangue. — Deixa eu te contar um segredo. Se algo acontecer com ele, senhor piadista, realmente vai ser um cenário de um assassinato, mas será noticiado como o homicídio de um jovem médico com um futuro brilhante. Entendeu? — Ruby ameaçou irritada com o humor questionável do médico. — Meu nome é Varela. Tenho 28 anos. Não acreditava em amor a primeira vista, mas quando te vi, acabei questionando tudo que eu acreditava. Se eu conseguir salvar esse homem, você aceita sair comigo? — Varela perguntou se agachando ao lado de Ruby. — Se eu disser não, vai deixar ele morrer? — Ruby perguntou irritada. — Por acaso enfiou o juramento de Hipócrates no r**o? Que tipo de médico faz uma sugestão dessa enquanto tem uma pessoa morrendo na sua frente? — Não tenho culpa. Te ver me fez perder toda a razão e bom senso. Se você disse não, farei o meu melhor. Se disser assim, apenas me sentirei ainda mais motivado para fazer dar certo. Óbvio que não tenho intenção de deixar nada acontecer com ele. — Varela explicou vendo que foi m*l compreendido por Ruby. — Pronto. Coloquei uma nova bolsa. A pressão dele continuou a mesma, mesmo tomando a primeira bolsa. Ele havia perdido sangue demais. Quando acabar essas, talvez a gente consiga levar ele para o hospital. Varela, tu paquera mais tarde. Agora faz sua mágica aí. Em vez de fazer ela te odiar com suas cantadas horríveis, melhor fazer ela se encantar com sua utilidade, não acha? — Muriel sugeriu para Varela que fez sinal positivo concordando com o amigo. — Ele é mesmo de confiança? — Ruby sussurrou colocando a mão na boca para tentar evitar que Varela ouvisse. — Estou ouvindo, tá? Vou te mostrar que eu posso ser muito mais que um rostinho bonito. — Varela jogou uma manta enorme ao lado de MB. — Muriel, vamos passar ele para cá assim que refizer os pontos, para não ter risco de uma infecção deitado nesse chão imundo. — Você vai limpar ele todo ou apenas o local? — Muriel questinou. — Não. Será local, mas colocarei algo para não ter contato. Tenho que fazer os pontos rápidos, para evitar que ele perca o mínimo de sangue. Depois faço toda a limpeza antes de colocar ele lá. — Varela explicou abrindo a maleta ao lado de Ruby — Querida futura mãe dos meus filhos, você terá que tirar a sua mão agora e confiar em mim. Ruby olhou hesitante para Muriel, que acenou com a cabeça confirmando que Varela estava certo. Ruby tirou a mão e se virou com medo do que poderia acontecer. Podia ouvir os murmúrios deles dois enquanto faziam o procedimento, mas não teve coragem de olhar em momento algum. — A pressão dele já está subindo aos poucos. Ele deve ser bem forte. Coloca outra bolsa. Se continuar subindo nesse ritmo, talvez seja melhor ir ao médico só amanhã. Os pontos já estão feitos e bem colados. Não vão se abrir. Por sorte, ele não abriu todos os pontos, seus órgãos poderiam ter saído. De toda forma, eu já dei as medicações para evitar uma infecção e limpei tudo. Eu deixaria ele aí até amanhã. No máximo, quando a pressão baixar, colocaria um travesseiro e enrolaria ele. — Varela levantou melado de sangue. Ruby olhou surpresa. — Ele está bem mesmo? — Ruby perguntou se virando em direção de MB, já conseguia notar uma leve mudança em sua cor em seu semblante. — Eu disse. E aí? Vai aceitar sair comigo? — Varela perguntou com um sorriso safado. — Prometo que você não vai se arrepender, Ruby.
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