V

2893 Words
- Nos escute por favor, Ashley. - eu ouço a Katherine implorar, mas, parece que a minha própria mente está silenciando as vozes deles de tão absurdo que isso é. - Por favor. - ela pede se aproximando novamente, me deixando com os pelos completamente arrepiados e a vontade de fugir daqui, se tornar urgente. Porém, se eu tentasse correr do que serviria? Exato, de nada. Está casa tem inúmeros seguranças, eu reparei isso ao entrar aqui, e se eles realmente são esses… bichos, o que depois do que vi, não tenho mais dúvidas, ela deve estar cheia deles, de certeza que aquelas senhoras que nos serviram também são um deles, será inútil eu tentar bater as pernas para fora daqui. Porque a Velazquez me mandaria para aqui? O máximo que eu posso tentar fazer agora é ficar quieta e os escutar, como eles querem. E morrer mais calmante. - Nós não faremos nada contra você, Ashley. - ela diz e eu estou literalmente em pânico, procurando não surtar. - Nunca! Por favor, não tenha medo. - ela diz, como se fosse possível ficar tranquila após escutar uma barbaridade dessas, e ver os olhos deles simplesmente saírem de uma cor para outra, vermelha para ser mais exata, como se fossem me consumir no mesmo instante. - Sente-se e nos escute, por favor. - ela pede se sentando e nem suspirar para me acalmar eu consigo, a minha respiração trancou de tanto medo que eu estou a sentir. Se eles quisessem comer-me, ou sei lá, c****r o meu sangue, já o teriam feito, não é? Olhando atentamente para eles, eu me sento cautelosamente bem na ponta do sofá, como se fosse um ponto estratégico. A Katherine assente, me encarando e levanta o seu olhar para o Dark. Céus. O seu olhar retorna ao meu, e eu obrigo a minha garganta a destravar. - Eu estou escutando. - a minha voz não saiu tão firme quanto eu queria, mas ao menos a minha garganta destravou. - Há inúmeros anos, existe uma lei no mundo dos vampiros. - meu Deus do céu! - Eu sei que isso soa maluco para você, mas sim nós somos reais. - ela diz naturalmente e o meu batimento cardíaco é capaz de perfurar o meu pulmão. Vampiros, reais... era só o que me faltava. - Existe uma pirâmide no Universo, que é considerada o pilar do nosso mundo, onde é formado simplesmente por vampiros extraordinariamente poderosos, e somente esses e os seus descendentes têm a capacidade de viver no mundo humano, sem limitação alguma. - ela diz, me encarando e parece que eu estou dissociando. Ou eu estou a ter um pesadelo, ou eles estão a brincar com a minha cara e só tem uma condição visual rara, ou eles estão num nível absurdo de doentes mentais. - Querida, no topo dessa pirâmide, está até hoje, o Conde Drácula. - eu não estou a acreditar no que estou escutando. - Ela existe desde que os humanos começaram a ameaçar a existência algumas raças vampíricas estabelecidas aqui, o Conde os acolheu no seu conquistado reino, em Transilvânia. - ela conta, eu sempre gostei de ler coisas fantasiosas, mas isso aparentemente vai mais além da fantasia. Transilvânia, é sério isso? - Eu não quero saber de nada disso, se eu não tenho nada a ver com esse... assunto, apenas me deixem ir embora. - digo procurando-me levantar já saturada, mas uma força desconhecida impede-me, ou talvez sejam às minhas pernas que estão trémulas e sem forcas de tanto medo para me suportar. - Os seus pais e nós, somos das raças mais poderosas de todo o mundo, Ashley. - com certeza eu não sou uma vampira. - Você e o Tyler, são os sucessores do Drácula. - ela diz e eu só consigo sorrir de nervosismo e de tanto absurdo que eu estou escutando. Raças mais poderosas... Eu sou órfã, fui abandonada. Abandonada! Sucessores do Drácula, era só o que me faltava, eu m*l consigo ver sangue, com certeza vampira eu não sou. - Você é a filha do Leonardo e da Keathen Vandunne, a raça mais poderosa de vampiros, a terceira, comparada ao poder supremo do Drácula na pirâmide. - ela fala, me encarando como se não estivesse a falar coisas sem sentido algum, e sinceramente isso só pode ser parvoíce, eu não sou vampira. Isso é ridículo. Extremamente ridículo! - Como podem dizer de quem eu sou filha se nem pais eu tive, como vocês saberiam quem são os meus pais? Vocês não sentem compaixão? - questiono agitada, não sei dizer se estou magoada, ou com medo, ou com raiva mesmo, estou a sentir tanta coisa simultaneamente, que lágrimas vertem pelos meus olhos. Eu odeio, me sentir vulnerável ainda no meio desses seres, eu repreendia as meninas por chorar, não por m*l, mas porque não suportava as ver sofrendo e aqui estou eu chorando de desespero na frente dessas pessoas estranhas que trocam de cor de olhos. - Ainda mais, dizerem que eles são vampiros? Vocês são malucos? - eu questiono retoricamente. - Eu fui abandonada. - eu enfatizo os encarando. - Precisam que eu desenhe? - eu questiono com o meu peito doendo, aparentemente eles não têm noção alguma. - Nós éramos mais do que amigos, éramos praticamente irmãos, Ashley. - ela diz emotiva e eu não sei, se é pela esperança deles terem realmente conhecido os meus pais, mas, o meu coração literalmente falha. - Desde o nosso nascimento, as nossas famílias eram amigas, descendentes amigos. - eu não estou bem. - Mas tinha algo que nos unia ainda mais, o poder que possuímos e os sucessores e herdeiros de um poder inimaginável que viriam de nós, que são você e o Tyler. - ela diz e o meu coração falha mais alguns batimentos, e o meu olhar vai até ao Tyler que esta me observando quieto e sem nenhuma expressão no rosto. Tyler... o que ele tem a ver com isso? Mas ele é o que menos me interessa. - Vocês são donos de um poder inigualável e são responsáveis por gerar um serzinho, que sucederá o Drácula. - o quê? Eu fiquei tão atordoada com o que ela falou, que nem reação eu tive. - Eu tive o Tyler, e três anos depois a Keathen teve você, minha querida. E logo que você nasceu, antes mesmo, você já era a prometida do Tyler. O QUÊ? Prometida, como assim prometida? O que ela esta para aí falando? Por uns segundos eu olho para ele, que continuava-me encarando, como se fosse obter alguma resposta dele, no meio das maluquices que estão a ser ditas. - Os seus pais, Ashley. - a voz do Dark soa, me fazendo levantar o meu olhar para ele. - Sendo sucessores do poder da pirâmide, uma raça poderosa, tal como nós e o Drácula, estávamos no meio de vampiros m*l-intencionados, que não se encontram nem na base, eles são desejosos e cobiçadores do poder que possuímos. Selvagens. - ele diz e o meu coração estão com os batimentos extremamente acelerados. - Todos nós estávamos contentes com todo esse acontecimento, com o seu nascimento, os seus pais estavam mais contentes do que nunca. - ele conta, e eu noto uma expressão de ternura nos seus rostos, e eu só consigo abanar a minha cabeça negativamente, não entendendo mais nada. O que realmente está a acontecer, quem são eles? - Porém, os vampiros da quarta base naquela época, da pirâmide eram os Vlademorfes, seres ambiciosos e indignados, pois não fazem parte da mesma linhagem nobre e mutantes que as restantes. - ele conta. - E eles sabendo que com o seu nascimento qualquer plano deles de roubar o trono, estava acabado, eles quiseram tirar a sua vida. - ele diz com uma seriedade persuasiva, e se eu já estava doida e com a cabeça prestes a explodir, imaginem agora, eu vou ficar louca. Está difícil não acreditar no que eles estão a falar, mesmo que pareça uma maluquice que a única coisa que consigo pensar enquanto ele fala é: Quanta crueldade. - E os seus pais não abandonaram você, Ashley, eles amavam-te mais-que-tudo. Porém, eles perderam a imortalidade batalhando com os Vlademorfes, para que os mesmos não chegassem a você. Eles perderam a imortalidade eterna com uma estaca cravada no peito, para proteger a herdeira do mundo vampírico. - não aguento. Eu não aguento mais escutar eles falando. Isso é demais, é demais... - Eles invadiram o reino, uma guerra foi iniciada por eles, estávamos a batalhar com eles, mas antes deixamos você ao encargo da Velázquez. - espera... A Velázquez? Eles estão a sugerir que ela é uma deles? Porque que mesmo eu não querendo acreditar em tudo isso, esta fazendo sentido? As mãos dela estavm sempre frias... - Ela ficou de se esconder com você, aqui, de forma à que não achassem você durante a guerra, minha querida. - a Katherine fala, me encarando com ternura. - E os seus pais realmente deram à vida por amar imenso você. - ela diz e lágrimas vertem ainda mais dos meus olhos, e agora não sei se e apenas de medo. A minha visão escurece por instantes, e eu levo as minhas mãos para o meu rosto, tentando-me acalmar. - Ashley! - a Katherine chama-me, fazendo-me abrir os olhos novamente e encarar a sua expressão de pura tristeza. - Você é nossa filha, filha dos nossos irmãos. - ela diz e eu nunca fiquei com tanta vontade de chorar. - Desde o infeliz acontecimento que desestruturou o mundo inteiro, pois nós também temos uma vida aqui, nós procuramos por você, procuramos durante dezanove anos, sem parar. - ela diz e estremeço a escutando e tentando entender como isso e possível, os meus pelos estão eriçados. - Porém, até conseguirmos entrar em contacto com a Velázquez durante todo esse tempo, os Vlademorfes também a procuravam, foi por isso que o Dark não esteve lá hoje também, mais ainda, porque fomos ao seu encontro diretamente. Durante esse tempo a Velázquez teve que baixar ao máximo o seu poder, para que ninguém descobrisse aonde você e ela estavam, isso ocasionou que nem mesmo nos, conseguíssemos durante esse tempo todo. - O Dark teve que ficar para que impedir que eles chegassem perto de você, se eles achassem você, depois da Velázquez elevar as radiações para que nos pudéssemos finalmente identificar o lugar onde estavam. - ela explica e agora tudo vai se encaixando aos poucos na minha cabeça, ainda muito confusa e incrédula. - Nós amamos-te muito, Ashley, não somos monstros e não faremos nada para você. - ela diz e eu apenas consigo assentir vagamente, enlouquecida. Como eu posso estar acordada? O silêncio toma essa sala e se torna ensurdecedor, enquanto a minha mente dá mil e uma voltas, e eu me mantenho calada até a minha garganta destrancar. - Vocês estão a dizer que... conhecem os meus pais e que vocês e eles são vampiros. - eu falo olhando para a palma da minha mão segurando a minha vontade de chorar e com a minha voz arrastada. - Vocês estão dizendo um monte de coisas sem cabimento, inclusive que eu tenho um poder de sei lá das quantas, mas... - eu falo alterada, tentando recompor-me e entender isso e ela me encara intrigada, aparentemente curiosa com o que eu quero dizer. - Eu não sou vampira. - eu concluo sentindo uma leve tontura que disfarço e ela assente. - As nossas espécies são adequadas para viver neste mundo, a nossa raça permite essa mutação que acaba nos assemelhando ainda mais com os humanos. - isso esta me causando dores de cabeça. - Por conta dessa mutação, vampiras, as mulheres herdeiras de tamanho poder só o tomam, so conseguem sentir que são e usufruir da suas habilidades como tal, após assumir o pleno poder numa cerimónia. Caso contrário, aos vinte anos, às vampiras , morrem se renunciarem o pleno poder, como também podem fazê-lo. - Eu passei por essa cerimónia, a sua mãe, a Amie, todas as vampiras, mulheres, com essa mutação passam por isso. - ela diz, e prontos... Agora eu vou morrer. Eu não estou aguentando isso, não estou... Eu não estou. - Venha! - diz a Katherine abrindo os braços para mim e sem nenhuma dúvida, eu queria ir até ela e desabar nos braços dela, ou de quem for, mas a minha mente e o meu corpo se recusam. Eu fico simplesmente encarando ela, com lágrimas molhando o meu rosto e ela baixa as mãos calmamente, mas não chateada, pelo contrário, parece que ela entende a minha paralisia momentânea. Nunca gostei muito disso de sentir-me vulnerável, eu odeio. Eu suspiro e faço o que a minha mente está exigindo. - Os... - a minha voz sai arrastada. - Os meus pais? Onde eles estão enterrados? - se é que vocês ficam enterrados. Eu só quero ter certeza de tudo isso, eu só quero ver algo que vai me dizer que isso aqui não é uma maluquice. Se isso tudo e verdade. - Venha. - A Katherine diz se levantando, logo em seguida, todos nós a seguimos, mas por mais surpreendente que seja nós fomos parar no meu quarto. As minhas pernas estão tremulas, fracas, o meu coração ameaça sair pela minha boca entrando no meu quarto, sem saber mais se eu quero mesmo continuar aqui. - Vamos para o seu closet. - ela diz, me fazendo olha-lá com um ponto de interrogação na cabeça, e ela sorri amistosamente, relutante entramos e a mesa de vidro no centro do closet aonde contem joias, ela abre e retira uma caixa que estava no meio dela. E muda eu observo-a tentando perceber o que está a acontecer agora. - Essa joia você usará quando quiser. - ela diz e eu me questiono o que isso tem a ver. - A sua mãe, mandou fazer para você ainda grávida, ela era uma mãe babona. - ela diz sorrindo e eu apenas a encaro e desço o meu olhar para o acessório - Eu não a julgo, também sou assim. - ela diz, me encarando com ternura. - Ela fez-me um pedido, antes de dar o seu último suspiro. - diz realmente muito emotiva. - Que essa fosse a chave para você ir de encontro a eles. - ela diz e um arrepio invade o meu corpo. Ir de encontro a eles? De que forma exatamante? Eu observo atentamente o colar fascinante de diamantes e os seus adornos de pedras preciosas. . - A Keathen tinha um ótimo gosto. - a Katherine diz sorrindo para mim e pega o colar das minhas mãos o colocando no meu pescoço. Os meus pelos eriçam de medo, enquanto ela o fecha. - Agora, feche os olhos, e sussurre a primeira coisa que vier na sua mente, o que o seu coração estiver a mandar, em latim, e verá os seus pais. - ela diz, e por mais que isso me tenha gerado mais questões, limito-me em fazer apenas o que ela disse. - Amat Victoria Curam... - sussurro a primeira coisa que me apareceu a cabeça assim que fechei os olhos e do nada ouço um barulho alto. Ao abrir os olhos, vejo a parede branca do closet se dividir ao meio, escorregando para lados opostos. Eu preciso dizer que da mesma forma que os meus olhos se arregalaram, o meu queixo foi ao chão? Não, tudo bem. Eu estou incrédula. Sinceramente, eu acho que a minha mente vai pifar. - Entre, querida. - a voz do Dark soa e insegura, eu assim o fiz, eu entrei. Aqui dentro é demasiado gelado, tanto que até sai fumaça. Fui andando a passos curtos e estratégicos, quando os meus olhos viram dois retângulos de gelo enormes, e cada um, continha nada mais, nada menos que uma pessoa... um cadáver para ser mais exata. O meu coração aperta instantaneamente e as minhas pernas enfraquecem mais ainda. O que eu estou a ver? No primeiro, tem o cadáver de um senhor, ele possui cabelos escuros, os seus olhos estão fechados, e para estar dentro disso, ele só podia estar morto, mas parece estar vivo de tão conservado que o seu corpo está, ele aparenta estar dormindo. Ele veste um fato branco, os seus traços faciais são bonitos... eu tenho alguns dos seus traços, com certeza e isso é estranho demais para mim. Mais para baixo tinha uma pedra de mármore escrito Leonard Vandunne. Vandunne. E no outro há outro cadáver, o de uma mulher com cabelo preto azulado, tal e qual ao meu... Os seus traços faciais são idênticos aos meus sem tirar nem pôr, e isso realmente e assustador. Demasiado assustador. Ela veste um vestido lindo branco, tal como noutro havia uma pedra de mármore escrito Keathen Vandunne. A semelhança e abrupta e perturbadora, tanto que não aguentei e desabei em lágrimas novamente. Eles são os meus pais. - Meus, eu... - eu m*l sinto mais as minhas pernas. A minha vista está desfocando e uma tontura forte está a tomar conta da minha cabeça. Os meus olhos pesam como pedra e do nada eu sequer aguentava mais com o peso do meu próprio corpo que senti o meu corpo cair, porém, antes de tudo escurecer senti o Tyler me segurando.
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