Assim que terminei de tomar o meu banho e fazer a minha higiene o**l, direcionei-me para o quarto, me enxugando com a toalha. A Úrsula entregou-me algo parecido com um body muito bonito de renda na cor preta.
- Obrigada. - eu agradeço olhando para essa peça de roupa. - Mas... - eu pigarreo voltando o meu olhar para ela. - Isso... humn, deve machucar imenso, não posso usar uma calcinha e um sutiã, normal? - questiono, porque isso é muito fino, com certeza não ficarei confortável, e ela simplesmente ri.
- Meu bem, agora você vai passar a colocar ‘lingerie’, já esta na idade, e não calcinha e sutiã, básico. - ela diz sorrindo. - Por favor, vista-se senão vai se resfriar. - diz ela, me entregando e eu visto me questionando se tem idade para parar de usar roupa interior normal, ou se é coisa deles, com alguma dificuldade visto, nunca tinha vestido um, porém consigo e até que é confortável.
- Até que é confortável, mas ainda prefiro calcinhas, normais. - enfatizo e ela ri.
- Terá que se habituar querida. - como assim "terei", é para usar isso todos os dias? É obrigatório?
Passo a loção corporal, tentando assimilar as coisas que eu estou a ouvir por aqui desde cedo.
Eles são meio-estranhos.
Depois ela entrega-me um robe, todo de seda vermelho, e eu visto-o.
- Para quê isto? - eu demo parecer um bicho do mato questionando tudo, mas nós não usávamos robe oo tempo todo e nem sequer possuíamos roupas íntimas assim, lá no orfanato.
- Para não manchar a roupa com o cabelo, ou fazer você ficar a andar apenas de ‘lingerie’. - diz ela e eu estou achando isso um pouco demais, para um jantar.
Talvez por ser o primeiro dia, mas é um pouco exagerado, não acham?
Fomos até a penteadeira onde ela pegou nos meus cabelos e os alisou com uma prancha e depois fez nele um r**o de cavalo alto e bem alinhado, e passou um óleo de cabelo com um cheiro bom demais nele, fazendo os meus fios azuis aparecerem mais brilhantes.
O que me intrigou mais, foi ela não ter perguntado sobre a coloração dele, todo mundo que me vê questiona.
Porém, enfim...
Passo um lipgloss nos lábios e prontos.
- Pronto, agora só falta o vestido. - diz indo comigo para o closet, e lá encontro um daqueles manequins de loja com um vestido deslumbrante cor preta nele, com detalhes prateados na costa que é aberto, e longo de cumprimento. O vestido é elegante, simples e bem bonito. Porém, parece que vou a uma gala dessas que eu leio nos livros ou vejo na TV, ao invés de um simplesmente jantar.
- É bem bonito. - digo observando a tamanha beleza, do vestido que vou usar para comer.
- Eu sabia que você iria gostar, combina com você. - ela diz enquanto eu coloco o vestido no meu corpo, e não é por nada não, mas o vestido ficou maravilhoso em mim. Embora tenha ficado justo, o que consequentemente realçou muitíssimo as minhas curvas que até agora eu desconhecia.
- Você tem um corpo muito bonito, Ashley. O vestido sentou como uma luva. - diz ela observando a estância do vestido ao longo do meu corpo. - Agora vamos colocar os saltos. - ela diz, me dando uns sapatos altos, até que bonitos, mas muito altos, que de certeza eu vou torcer o pé.
- São lindos Úrsula, mas eu não vou colocar isso daí. Obrigada. - digo dispensando. - De certeza que vou torcer o meu pé se pousar ele nesse salto. - digo e ela ri.
- Tudo bem, o que você quer colocar? - diz olhando a inúmera fileira de sapatos chiques nas prateleiras.
- Eu quero usar essa sandália. - digo apontando para as mesmas que são muito bonitas e aparentemente mais confortáveis.
- Tudo bem. - diz, me entregando e eu calço-as.
- Vamos, já devem estar a sua espera para o jantar. - ela diz, me encaminhando até a porta. Saímos, e passando pelo corredor dos quadros góticos e dos cavalheiros reluzentes, que até chegam a assustar, até chegarmos a escada principal.
- Bom querida, foi tudo por hoje. - ela diz. - Amanhã às sete e meia da manhã, inicia a sua sessão de aprendizado. - ela diz e eu franzo o cenho.
De que aprendizado? Nem que tipo de instrutora eu sei quem ela é?
Eu preciso de uma, realmente?
- Adeus, querida. - ela diz, me dando dois beijinhos que eu retribuo, quando de repente se sentiu uma rajada de vento forte, que me fez abrir os olhos rapidamente e ela simplesmente já não está aqui.
Os meus pelos estão todos eriçados e o meu coração extremamente acelerado de medo, olhando para tudo quanto é canto.
Preciso dizer que fiquei mais do que assustada?
Não, né? Pois é.
Desci as escadas e parei na sala de estar, me questionando para onde é a sala de jantar.
Fiquei a rodar para todas as partes da sala, até que uma rajada forte de vento tomou conta da sala me fazendo parar assustada, novamente.
O que esta acontecendo?
Ouço passos atrás de mim, e viro-me extremamente assustada, e o meu coração se acalma segundos depois.
Eu não sei qual foi o motivo da rajada de vento, mas o senhor de uma beleza extrema esta na minha frente, quero dizer o gosto...
Quero dizer o Tyler.
- Você me assustou! - exclamo colocando a mão no peito, tentando acalmar o meu batimento cardíaco acelerado por conta do susto.
- Perdida? - ele questiona olhando fixamente para mim, e que olhar sedutor e intenso, o meu coração não parou de acelerar, muito pelo contrário.
Ele é demasiado lindo para ser de verdade.
E agora ele é meu irmão.
E a voz máscula dele, meu Deus!
Ashley!
- Errr... - gaguejo com a voz enfraquecida e atordoada. - Eu estava a ir para sala de jantar, só que depois apercebi-me que não sei onde fica. - digo envergonhada, de exatamente o quê? Eu não sei, e ele dá uma risada.
E que risada.
- Vamos! - diz colocando a sua mão na minha cintura, inesperadamente, e uma corrente elétrica tomou brutalmente a minha cintura, me fazendo ficar corada, por um motivo declaradamente indecente, me guiando com a mesma para outra porta do outro lado da sala.
Que arrepios e frio na barriga são esses que eu estou sentindo?
Ele abriu a porta e eu pude ver mais uma das inúmeras belezas dessa mansão, era uma sala bem, mas bem espaçosa, com uma imensa mesa de jantar que continha um grande e recheado banquete, dava para alimentar um povo inteiro, sem exagero. Para além de ser bem iluminada.
- A propósito você está linda. - ele diz, num sussurro no meu ouvido, fazendo os meus pelos saltarem, o meu corpo aquecer, e eu fico corada.
Meu Deus? O que se passa comigo?
- Obrigada... - eu balbucio sem jeito, sentindo as minhas pernas enfraquecidas.
A Katherine, a Amie e um senhor tão elegante e bonito quanto o Tyler ficaram nos encarando até nos aproximarmos da mesa, nos encaravam com um sorriso na cara me deixando mais corada e sem graça ainda.
Tanta beleza devia ser pecado.
O Tyler puxou a cadeira e eu sentei-me.
O que se passou, está mais cavaleiro comigo? Não que eu esteja a reclamar, fora de mim.
O agradeci e ele apenas assentiu e sentou ao meu lado.
- Boa noite! - digo meio sem jeito, nunca tinha estado assim numa mesa com a minha "família".
Que estranho.
É de mencionar que todos eles estão vestidos a rigor, também.
- Boa noite! - dizem todos sorrindo para mim.
- Oi Ashley, eu sou o Dark Vanklein, o seu pai se preferir assim me chamar, muito prazer. - diz sorrindo amavelmente para mim e o meu coração está bombardeando o meu peito.
- Muito prazer! - digo emocionada.
Um pai.
- Então, está gostando de estar aqui? - ele pergunta e eu não sei exatamente como responder. É tudo muito estranho e novo.
- Eu estou a gostar, sim. - respondo por fim.
- Conseguiu descansar, querida? - perguntou a Katherine sorrindo para mim com ternura.
- Sim. - respondo, enquanto aparecem duas senhoras que vieram nos deixar tigelas de sopa.
Uê, a gente não pode se servir sozinho aqui?
Enfim, tomei a sopa, que por acaso está deliciosa, mesmo ainda estando sem jeito pelo Tyler estar sentado do meu lado, de certeza observando a minha forma de comer desleixada, mas prontos, ele é meu irmão adotivo de agora em diante, e não vou parar de comer por causa dele.
- Esse vestido ficou o máximo em você! - diz a Amie toda me observando e eu sorrio. - Quem me dera ter curvas como as tuas. - ela diz, me deixando meio sem jeito e consequentemente corada.
- Obrigada, mas você também tem. - eu digo e ela revira os olhos.
- Eu sei que tenho, mas as suas são muito mais apelativas. - diz abanando as sobrancelhas de maneira repetitiva, e juro tê-la visto olhar para o Tyler por uns instantes, falando isso, o que me deixou parecida a um tomate maduro no mesmo instante, a Katherine e o Dark continuam comendo.
Foi um elogio, mas eu estou sem graça!
- Pare, esta deixando a Ashley sem jeito. - diz a Katherine.
Acabamos a sopa, as senhoras recolheram os pratos enquanto outras traziam outros, quanta gente trabalha nessa casa?
Enfim, continuamos a jantar, conversando sobre coisas aleatórias da minha vida lá no orfanato.
A sobremesa finalmente chegou, mas só para mim, tinha muito de sobremesa só para uma pessoa, e para eles trouxeram uma taça de vinho.
O que é outra coisa estranha.
Por que só eu?
Pior é que parece delicioso, mas agora tenho medo de ser envenenada. Eles são estranhos.
Tudo é estranho.
- Amie você toma vinho? - ela não é menor de idade, deve ter a minha idade, 19 anos, porém...
Prontos, ela pode beber, mas talvez por eu nunca ter bebido, é estranho.
- Posso! - responde, após a sua cara de espanto. - Você nunca bebeu? - ela questiona, mas sabe quando você sente que estão a mudar de assunto, mesmo dentro do contexto, é isso que eu estou sentindo.
Assinto vagamente que não, e continuo jantando.
Vale à pena, questionar tudo de barriga cheia. Vá que eu tenha que sair correndo daqui.
Depois do jantar.
- Querida, o que acha de irmos para a sala de estar, para conversar? - a Katherine pergunta e eu assinto, me levantando e os seguindo.
A Amie pegou na minha mão, e eu já não gostei daquilo, porque parece que ela quer me consolar de alguma coisa.
E se é para consolar eu já não gosto.
Noto que o Tyler olhava para mim, porém a sua expressão era indecifrável.
Sentámo-nos nos sofás aveludados, é de se mencionar que a sala de estar é bem maior e mais iluminada que a sala de jantar, extremamente linda, mas aparentemente não está na hora de observar ela.
- Bem. - ela diz aparentemente nervosa. Por quê, há razão para tal?
Eu sabia que tinha algo estranho.
- Eu nem sei por onde começar. - ela diz apertando a mão do Dark, ainda nervosa e eu não estou gostando nada disso daqui.
- Nós somos vampiros, Ashley! - a Amie diz do nada e ainda por cima séria. O que me fez rir, rir mesmo.
E isso lá é hora para brincadeiras.
- Para de brincar Amie, não esta vendo que o assunto é sério? - a questiono, ainda rindo.
- Ashley! - o Dark me chama. E já mencionei que a voz do Dark e do Tyler, tem algo que meu Deus, se dissessem para ajoelhar, ajoelhava. - A Amie não está brincando. - diz o Dark, e eu queria rir. Mas parei ao ver que todos continuavam sérios.
O que é isso, agora? Estão de brincadeira com a minha cara, só pode!
- Nós somos vampiros, Ashley. - ele prossegue e vejo os olhos deles mudarem repentinamente de cor e logo voltarem ao normal. Mas o que vi, foi o suficiente para me deixar com os pelos em pé e me fazer pular do sofá assustada, para outro ponto qualquer, do outro do sofá, ficando longe deles.
Deus!
- Vo... huhum! - praguejo. - Vo... vocês são vampiros? - questiono incrédula, para mim mesma, sem querer acreditar.
Isso, explica o vinho e do porquê não me ofereceram também...
Aquilo não era vinho.
Eu estou paralisada.
Onde eu vim parar, numa casa de sangue-sugas?!
- Calma querida! - diz o Dark tentando se aproximar, mas eu dou um pulo para trás me afastando dele.
- Ter calma? - pergunto gaguejando, e ele tenta se aproximar outra vez. - AFASTA! - esbravejo realmente assustada, estou a ponto de chorar de medo.
Por que a Velázquez me daria para eles? Tudo está a ficar mais confuso e assustador.
- Saiam de perto de mim! - esbravejo, me afastando ainda mais, preciso de uma porta.
- Deixa-nos explicar Ashley! - diz a Amie tentando se aproximar, mas eu me aparto mais ao que seja lá que está ao meu lado.
- EU JA DISSE PARA NÃO SE APROXIMAREM! - esbracejo chorando de desespero.
- Deixa-nos explicar. por favor Ashley! - diz a Katherine insistente e aflita.