Prometida de um Vampiro.

III

Eu estava fascinada com tanta beleza, que acabei escutando uma risada da Amie, que me fez a encarar sem graça.

- Gostou dela? - ela pergunta ficando do meu lado e sorrindo para mim.

- É linda! - eu elogio e vejo a Katherine sorrir.

- Vamos entrar querida. - ela diz e eu sigo-os para a entrada da mansão, enquanto observo cada mínimo detalhe externo dela.

- Seja bem-vinda! - a Amie diz assim que entramos na maravilhosa mansão.

É enorme e literalmente grita riqueza.

Eles devem ser bilionários.

- Obrigada. - eu agradeco realmente fascinada.

- Vamos, eu apresentarei primeiro o seu quarto. - a Amie fala e eu assinto, a seguindo com a Katherine.

O Tyler iniciou outra chamada e desapareceu no meio dessa imensidão. Já pude perceber que a minha presença não é bem-vinda para ele.

Provavelmente, de irmã mais nova já bastava a Amie.

Após subir as escadas, passamos por um grande corredor com quadros enormes, um tanto estranhos, diria eu que góticos, de pessoas estranhas. Mas o que me deixou com calafrios mesmo e com uma espécie de déjà-vu, foi o segundo quadro que tinha um casal com uma bebé no colo, a senhora daquele quadro, estranhamente, se parece comigo.

Isso deixou-me com muitos calafrios e não estou gostando nada disso...

Eu olhei muito rapidamente, deve ser coisa da minha cabeça. Eu vim para aqui já paranoica.

Enquanto caminhávamos pelo extenso corredor também se viam armaduras de cavaleiros prateadas e reluzentes com uma espécie de machado e escudo nas mãos.

A minha consciência diz que isso mais é um castelo e eles chamam mansão por modéstia, mas um castelo com uma pegada medieval e moderna ao mesmo tempo.

- Aqui é a ala oeste, onde ficam os nossos aposentos. - diz a Amie animada. - Mas daqui há poucos dias iremos nos mudar para a ala sudoeste. - ela diz, me deixando confusa.

Oeste, sudoeste... tudo é enorme, mas não achei que precisassem usar coordenadas geográficas para descrever lugares.

- Porquê? - questiono intrigada.

- Quando nos casarmos, os nossos quartos passarão para os nossos futuros filhos e os quartos de casal ficam na ala sudoeste. - ela diz e quase automaticamente a minha testa franze, eu estou ainda mais confusa.

Que assunto ridículo é esse? Que casamento, que filhos?

- Como assim casar? - pergunto confusa.

- Pare Amie. - a Katherine diz num tom de repreensão. - Querida, a Amie é uma sonhadora, não ligue. - ela diz se voltando para mim, e eu assinto vagamente, não estou convencida com nada disso.

- Bom, aqui é o quarto da Amie. - a Katherine diz mudando de assunto indicando a porta do lado direito. - Este é o do Tyler. - diz indicando única porta do lado esquerdo. - E este aqui é o seu. - ela diz com um sorriso, apontando para a porta do lado direito. - e eu estou curiosa para o ver, eu nunca tive um quarto só para mim.

- Pode abrir querida. - ela incentiva animada e é isso que eu faço.

Os meus olhos ficaram fascinados assim que abri a porta, ele é maior do que o quarto em que eu e algumas das meninas partilhávamos, e bem, os quartos do orfanato eram enormes e também possuíam uma bela decoração, porém este quarto tem detalhes bem mais pungentes e cheios de personalidade.

Estranhamente, senti uma aura familiar e boa no quarto, assim que entrei nele. Eu realmente gostei imenso dele.

Tem um penteador e uma mesa de estudos.

Vasculhei tudo, tem um closet de duas portas recheado de roupas visivelmente caras, tinha uma mesa de centro que continha joias lindas e uma caixa chamativa bem no centro dela.

A outra porta continha uma casa de banho enorme, com uma banheira enorme baixa de cor preta, diferente, e do outro lado um box enorme, tem também alguns armários pendurados na parede que continham toalhas do corpo, de rosto, das mãos.

Tinha tudo que deve ter numa casa de banho, mas de uma forma elegantemente extravagante e linda.

E apenas para mim, o que é surreal.

- O que achou? - a Amie questiona.

- Achei o quarto fantástico, muito obrigada. - agradeço realmente feliz.

- Eu disse que era a sua cara. - disse a Amie se achando, o que fez a Katherine e eu rirmos, das poses que ela fez junto.

- Que bom que você gostou, se quiser acrescentar alguma coisa depois é só avisar que trataremos de tudo. - ela diz sorrindo contente por eu gostar.

- Acho que não será preciso, mas muito obrigada. - digo ainda observando o quarto com um sorriso que não quer sair dos meus lábios.

Só que a curiosidade esta me tirando do sério.

- Katherine. - a chamo e ela assente, para eu prosseguir. - Quem era aquela senhora no segundo quadro, daqui do corredor? - pergunto, me lembrando que estranhamente temos muita semelhança e isso esta me matutando a cabeca.

- Querida, agora acho melhor você descansar, mais tarde você poderá questionar tudo o que quiser. - ela diz obviamente fugindo da minha questão e eu suspiro fundo. - Você tem uma instrutora e ela virá para cá te ajudar com o que precisar. - ela diz e nossa!

- Tente descansar querida, a viagem foi longa. - ela diz e eu me limito em assentir.

Ela fala com clareza e com a voz firme, porém, vejo ela se contrariando nas suas feições, desconfortável, mas o que posso fazer senão obedecê-la por agora?

- Tudo bem. Obrigada mais uma vez. - agradeço.

- Não me agradeças, eu faço tudo isso e muito mais, com imenso gosto. - ela diz, me olhando com ternura, eu assinto e ela retira-se logo em seguida.

- Então o que está achando da sua nova casa? - pergunta a Amie se sentando junto a mim na cama.

- Ela é linda. - eu elogio e suspiro. - É algo novo, não posso dizer muito! - concluo e ela assente.

- Porém, é notável que o go... - Ashley. - O Tyler não necessariamente me quer aqui, e bem muitas coisas estão estranhas. - sou sincera.

- Não precisa ter vergonha eu sei que o meu irmão é gostoso. - ela diz, me fazendo ruborizar e rir sem graça.

Eu devia controlar mais a minha boca.

- Ele é muito ocupado e só está meio-aéreo pelo que vai acontecer, não é fácil arcar com o nome e a responsabilidade que vem com a nossa família principalmente sendo um dos sucessores de poder da pirâmide. - o que essa moça está falando? Será que ela tem pausas mentais? Isso acontece.

Que pirâmide?

Ao que parece ela nota a minha expressão facial desentendida e, tal como a mãe, ela troca de assunto.

- O que eu quero dizer é que ele está perto de se casar e bem, casar não é o que ele quer, o meu irmão gosta da sua vida cheia de, bem... luxúria, nada que exija um comprometimento sério. - a minha mente está a precisar de pausa.

Então, ele está noivo e obviamente é mulherengo.

Ele realmente parece um pedaço de m*l caminho.

- Oh, então ele vai se casar? - questiono curiosa, mas estranhamente dececionada.

Ele é o seu irmão adotivo agora, Ashley.

- Vai. - ela responde estranhamente animada, já que ela sabe que o irmão não quer comprometimentos.

- Mas por quê? Se ele não quer? - questiono confusa.

- Argh! - ela suspira num ato de repreensão a si mesma se levantando, porém, eu não entendo o porquê de tanto mistério com tudo. - Bem, Ashley acho melhor você descansar, será muita coisa para você digerir em pouco tempo. - ela diz alisando a sua roupa com as mãos fugindo do assunto.

Como assim será muita coisa? Tem mais?

- Se precisar de alguma coisa é só ir ter comigo ao meu quarto. - ela diz, me puxando para um abraço carinhoso pelas mãos, só que apanho um extremo arrepio ao sentir a sua mão surpreendentemente fria na minha pele, ela nota e se afasta.

Essa menina está com hipotermia ou isso?

- Descanse. - ela fala, eu assinto positivamente com a cabeça e ela sai, me deixando nesse quarto enorme sozinha.

Eu não estou a gostar de tanto ‘suspense’ e tanta falta de informação assim.

Talvez se eu descansar, eu acordo para a realidade mesmo.

Fui até as janelas de vidro extremamente, limpas e reluzentes que permitia a entrada de pequenos raios de sol da tarde, e fecho-as com as cortinas pretas, deixando todo o quarto escuro, fui para a minha nova e enorme cama e deitei-me, permitindo que os meus olhos se fechem por estarem pesados de sono.

•••

Acordei, sendo tocada levemente no tronco e sendo chamada pelo meu nome, me fazendo abrir os olhos bruscamente assustada. Assim que a minha visão fica nítida, deparo-me com uma senhora bem bonita com aparência de elegante e bondosa de uns quarenta e cinco anos, provavelmente.

- Desculpe-me se a assustei. - ela desculpa-se. - Boa noite, querida Ashley. - diz com uma voz bela e suave.

Ela sabe o meu nome, deve ser a instrutora do qual a Katherine mencionou.

- Boa noite, senhora? - digo querendo saber o seu nome.

- Chama-me apenas de Úrsula. - ela diz e eu sorriu assentindo, me sentando na cama ainda sonolenta. - Eu sou a sua instrutora, em tudo, vou cuidar muito bem de você como sempre devia ter sido, meu doce. - diz sorrindo com ternura para mim.

Como devia ter sido sempre?

Eu fui bem cuidada no orfanato também.

- Muito obrigada, Úrsula. - digo retribuindo o bom grado dela.

- Não é nada querida! - ela diz. - Mas agora, se levante, tem que se arrumar. A sua família espera você para o jantar.

A minha família...

- Está bem. - digo e direciono-me para o casa de banho, onde encontro a banheira pronta com uma certa quantidade de espuma e pétalas de alguma planta que não identifiquei. Me viro e vejo a Úrsula sorrindo com a minha cara de espanto.

- Sen... Úrsula, não era preciso se incomodar fazendo isso tudo para mim. - digo incomodada. - Eu poderia ter ido ao box, rapidinho. - eu digo e ela ri.

- Não se preocupe querida, eu fiz com muito gosto. - diz ela sorrindo e com os olhos brilhando.

- Mas não precisava mesmo se incomodar, eu sou capaz de fazer isso sozinha e sem dar trabalho. - digo realmente sem graça.

- Não se preocupe com isso meu bem, eu fiz com imenso gosto, além disso, me pagam para fazer isso e muito mais, minha linda. - ela diz e prontos né, retiro a minha roupa e entro na banheira sentindo o meu corpo relaxar com o toque de água subindo pelo meu corpo até ao meu pescoço.

A Úrsula disse que ia tirar a minha roupa para o jantar, não achei necessário vestir algo elaborado demais para comer.

Acabei uns bons minutos na banheira e retirei-me para o box, aproveitando para lavar o meu cabelo, com o 'shampoo' que inclusive é bem cheiroso e me permitir passar sabonete pelo corpo.

O banho de banheira não limpa nada.