Depois da aula de química fomos pro almoço e como combinado Lucas pagou o meu, nos sentamos em uma mesa e eu mandei umas mensagens pra Larissa. Então a Fernanda chegou com seu trio de sem o que fazer e se sentou.
— Podem ir — ela disse e as garotas foram caçar outro rumo — então, quais as novidades?
— Lucas quer levar a Larissa pro chalé — respondi com os olhos ainda grudados no telefone e mordi minha maçã.
— Eu sei muito bem o que ele quer, esses lugares são ótimos pra um amorzinho.
— Então vai ter que dividir o chalé comigo — ouvi a voz do Miguel que se sentou entre mim e ela, que revirou os olhos.
— Ótimo, chegou quem não devia.
— Eu sei que você fica honrada com minha presença mon ami.
— Se toca garoto, nem aqui, nem na China.
— Bingo! — Interrompi aquela briga i****a. — Ela disse que iria.
Lucas comemorou e eu comecei a comer meu pudim.
— Fernanda suas lacaias estão mexendo com a Claire.
— De novo? — Ela se levantou irritada. — Já falei que não gosto de bullying.
Observei ela se afastar, assim como o Miguel, que na verdade analisava a b***a dela.
— Essa calça jeans é um pecado — comentou.
Dei um t**a no braço dele.
— Eu estou aqui.
— E é tão s****a quanto eu.
— O que?
— Qual é, o Jonatas do primeiro ano contou pra metade da sala sobre como você destruiu ele.
— Eu era diferente no primeiro ano.
— Qual é, o s**o nunca muda, só pra melhor. Me diz aí Lucas?
Fuzilamos ele com o olhar e então ele calou a boca. A Fernanda voltou e se sentou.
— Eu juro que não entendo essas garotas — ela pegou uma fatia de pizza em sua bandeja e deu uma mordida.
— Elas querem ser rainhas, mas sem a parte da humildade — dei de ombros.
— Não gosto que mecham com quem não consegue se defender. Só que deem lições em quem meche com os outros.
— Você precisa de servas melhores.
— Ou de nenhuma — Lucas disse.
— Bom, acho que já deixei bem claro que não quero agradar nem a você, nem a ninguém.
Dei uma risada.
— Mas a mim você agrada muito — Miguel sussurrou em seu ouvido e ela deu um t**a nele.
— Saí t****o!
O sinal tocou e fomos para nossas respectivas salas. Depois da aula eu fui pra casa, Julinha já tinha trocado de roupa e almoçado, então tomei um banho e vesti minha roupa de academia, que saudade! Levei a Julinha pra aula de inglês, eu estava pagando e era mais fácil aprender desde criança né?
Cheguei na academia, fiz trinta minutos de bike, trinta de esteira e quarenta de malhação. Mais vinte minutos de boxe e saí de lá. Peguei a Julinha na aula e fomos pra casa, dei um banho nela, tomei um banho e fomos tomar café, a Rosa tinha feito pastéis assados e suco de caju.
Ela ficou vendo televisão enquanto eu fazia meu trabalho de física e o dever de literatura. As oito da noite jantamos e eu pus ela na cama, fiquei trocando umas mensagens com o Pierre e adormeci.
No dia seguinte a aula foi normal, a tarde fiz as mesmas coisas e dormi. A semana foi a mesma rotina até chegar quinta, quando eu teria aquela prova, eu era boa em literatura, até porque queria fazer jornalismo, nem estava tão empolgada pra levar alguém na viagem, só queria a nota mesmo.
Me sentei no meu lugar e o professor distribuiu as provas, quando ele terminou deu um sinal para começarmos e ficou zanzando pela sala.
As duas primeiras foram de acordo com o poema e eu não tive dúvida, mas quando li a terceira tive que reler umas cinco vezes pra conseguir responder.
03. Associe a característica modernista citada na primeira coluna aos versos transcritos na segunda coluna.
1ª.coluna
I – Releitura dos fatos históricos oficiais
II – Emprego de linguagem cotidiana na poesia
III – Ênfase nos aspectos folclóricos do Brasil
IV – Irreverência, intenção humorística
2ª.coluna
( ) Tenho duas rosas na face,/ Nenhuma no coração./ No lado esquerdo da face/ Costuma também dar alface,/ No lado direito não. – Murilo Mendes –
( ) Os aguapés dos aguaçais/ Nos igapós dos Japurás/ Bolem, bolem, bolem./ Chama o Saci: - Si Si si si!/ - Ui ui ui ui! Uiva a Iara/ Nos aguaçais dos igapós... - Manuel Bandeira –
( ) Para dizerem milho dizem mio/ para melhor dizem mió/ Para pior pio/ Para telha teia/ Para telhado teiado/ E vão fazendo telhados. – Oswald de Andrade –
( ) Seu branco, dê o fora,/ Deixe os n**o em pais./ Nóis tem cachacinha,/ Tem coco de sobra,/ Nóis tem iaiá preta,/ Nóis dança de noite;/ Nóis reza com fé... – Murilo Mendes –
( ) Quando o português aqui chegou/ Debaixo duma bruta chuva/ Vestiu o índio/ Que pena!/ Fosse uma manhã de sol/ O índio tinha despido/ o português. – Oswald de Andrade –
A sequência CORRETA é
a) I – II – III – III - IV
b) III – I – I – II – IV
c) IV – III – II – II – I
d) II – II – I – IV – III
e)I – IV – IV – III – II
Quando terminei a prova respirei aliviada, p**a que pariu, esse vagabundo caprichou. Juntei minhas tralhas e saí da sala, passei na cantina e comprei uma garrafinha de suco, fiquei lá sentada até o sinal bater e o pessoal vir pro almoço. O Lucas chegou e se sentou comigo.
— Aquele v***o deve ta querendo que eu não leve a Larissa comigo, só pode.
— Tava tensa mesmo, mas se eu conseguir e você não levo ela — pisquei.
— Valeu, vou até pagar seu pão de queijo.
— Opa, vai mesmo, não mandei oferecer.
Ele riu, se levantou e foi comprar. A Fernanda e o Miguel chegaram, ele estava com o braço ao redor do ombro dela, esses dois vivem entre tapas e beijos, nem me envolvo mais.
— E aí o que acharam?
— Uma m***a — responderam juntos.
— E cadê seus projetos de Fernanda?
Ela riu.
— Miguel não quis elas nos seguindo.
— Ia ser bizarro — ele murmurou.
Desviei os olhos pra minha bandeja que o Lucas trazia.
— Oba! — Meus olhos brilharam, peguei primeiro o pão de queijo e comecei a comer, o casal foi lá comprar o almoço deles e o Lucas foi buscar sua bandeja já que não dava pra trazer duas.
No dia seguinte saíram as notas. Fernanda dez. Lucas seis. Miguel oito. Sofia nove.
— m***a! — Lucas murmurou.
— Como eu disse, trago ela pra ti.
— E meu irmão? — Fernanda disse com um olhar malicioso.
— Nem viaja, é uma viagem, ele tem um morro pra cuidar.
— Por você eu bebo o mar de canudinho — ela cantarolou.
No sábado passei a tarde com a Julinha no parque e minha mãe iria cuidar dela a noite para que eu fosse ao baile, me arrumei e a Rosa bateu uma foto pra mim, postei no f*******: e fui pro morro, cheguei lá por volta das onze e fui direto pro camarote, a Fernanda e o Miguel estavam no maior amor, vamos ver até quando isso dura. Cumprimentei eles, o Lucas e a Larissa e o Torvic que encarava eles de cara f**a. Peguei uma batida de morango e fui até o Galinha que estava encostado.
— Cadê as novinhas?
Ele riu.
— Tão por aí.
Trocamos uma ideia até o Mineira e a Gabi chegarem, então eles ficaram conversando com a gente. Quando era quase meia noite o Pierre chegou, todos abriram espaço pra ele passar e tocou a música os cachorrão chegou verso levanta a mão e bate palma.
Ele veio cumprimentando o pessoal e quando me viu deu um sorriso malicioso e segurou minha mão, arrastando-me para um canto, me deu um cheiro no pescoço que me fez arrepiar.
— Você. Tá. Muito. Gostosa — disse pausadamente.
— Obrigada bom senhor.
Ele ri e morde de leve minha orelha.
— De bom eu não tenho nada.
— Discordo — sussurro e passo a unha por baixo de sua camisa arranhando seu tanquinho.
Ele fecha os olhos e suspira.
— Não tortura.
— Não fiz nada... ainda.
Ele abre os olhos e sorri satisfeito. Eu havia dado o sinal verde.
Publicação do Miguel: Não é de sempre mas é pra sempre. — com Maria Fernanda.
Publicação da Indiana: Cantagalo que me aguarde!
Publicação do Menor: Se tem baile de favela hoje é tudo no meu nome. #amor
— Menor ta aqui? — Perguntei pra Fernanda enquanto enchíamos nosso copo.
— Vi não, por que?
— Tava vindo com uma mulher...
— Aquela?
— Sim.
— Essa eu quero ver —ela riu.
— Disfarça, Miguel ta olhando — sussurrei.
— Opa, deixa eu ir lá. Por que hoje é dia de love.
— Se Deus quiser amiga — eu ri e ela foi até lá.
Peguei meu copo e fui até a Indiana que estava na pista, começamos a dançar e rebolar, ela estava com uma amiga bem bacana, ficamos rindo e bebendo até eu ver o Menor e a menina no camarote, então subi correndo pra ver quem era né. Ele estava lá apresentando ela pros meninos.
— Essa é a paty, ela mora no asfalto.
Passei direto e sentei com a Fernanda e o Miguel.
— Pelo menos arrumou uma pra ele — Miguel murmurou de cara amarrada nos fazendo rir.
Fernanda riu e deu um selinho nele.
— E aí o que achou dela? — Perguntei.
— Não gostei.
— Nem eu.
O Miguel olhou f**o pra ela.
— Não é ciúme. Só não gostei.
— Sei — ele murmurou.
Então o Lucas chegou conversando e o distraiu.