2º Capítulo

2259 Words
  — Fernanda  — Você está deslumbrante — aquela voz! De molhar minha calcinha. Meu coração acelera, é o próprio d***o em pessoa. Sua respiração quente em minha nuca arrepia os pelos e me faz fechar os olhos, morder os lábios e despertar minha libido. O bico do seio enrijece, o suor desce e minha boca seca.  — Miguel — sussurro e sinto sua mão descer por meu ombro nu, com a outra ele desliza a ponta do dedo do meu pescoço até meu colo.  — Por que não matamos a saudade? Tem muitos quartos lá em cima — sua voz rouca e seu hálito fresco me deixavam louca. Aí eu caí na real.  — Isso não vai rolar Miguel — me viro de frente pra ele com uma expressão irritada.  — Você fica tão sexy assim.  Ergo minha sobrancelha direita.  — Você é tão inconveniente.  — Mas você gosta.  Reviro os olhos e dou as costas pra ele, caminhando até o outro lado do salão, no caminho pego um Martini com garçom e vejo a Mariana beijando um garoto que deve estar no fundamental.  — Mariana não venha querer bancar a Sra. Robinson.  Ela se vira para mim.  — Ele está na faculdade.  — Ah, está sim — dou uma risada.  — Fernanda! — Me viro e dou um sorriso para Indiana.  — Está atrasada.  — É, tive um jantar com minha avó. — Você viu a publicação do Menor?  Reviro os olhos e resmungo.  — Não, nada que venha dele me interessa.  Ela mexeu no celular e me mostrou a publicação.  Marcos Vinícius: Cê acredita em anjo?  A foto era com uma garota, eu sabia que ele não prestava, mas já estava assim? Eu disse que estava bem solteira, mas ele arrumou alguém antes de mim e, isso é humilhante. Corri os olhos pelo salão.  — Me dê um momento.  Caminho na direção do Miguel que está se jogando pra cima de uma garotinha magra e sem sal, entro na frente dele e fico entre os dois, então coloco as duas mãos em sua nuca e o beijo. Nossas bocas se encaixam perfeitamente, e sua língua desliza delicadamente sobre a minha, encerro o beijo e olho em seus olhos.  — A proposta ainda está de pé?  Ele sorri maliciosamente e me conduz até as escadas. Ao abrirmos a primeira porta do segundo andar nos deparamos com um casal transando e a cena é desagradável, eles gritam nos xingando e fechamos a porta.  Caminhamos até a última porta e o quarto está vazio, então entramos, trancamos a porta e nos beijamos desesperadamente, suas mãos tomam posse da minha b***a e ele me ergue, entrelaço as pernas em sua cintura e sinto ele caminhar em direção a cama, sou jogada sobre ela brutalmente e ele tira o paletó, passo a língua sobre os lábios analisando o strip que ele faz para mim, ao som abafado de Crazy in love, seu corpo malhado é exuberante e me deixa com vontade de passar a língua em cada centímetro. E é o que faço, puxo-o para cama e começo beijando seu pescoço, barriga e finalmente chego ao ponto em que eu quero e desço o zíper de sua calça. — Sofia  Saímos oito horas para comer, fomos a pizzaria e a Júlia estava adorando, colocava os pimentões no canto do prato e comia o resto. Pierre e eu estávamos tomando uma cerveja gelada, eu pedi skol beats porque não gosto muito da cerveja normal já que é amarga.  — E como estão as coisas? — Perguntei.  — Ah, tá difícil achar alguém pra substituir o Talibã, é muita responsabilidade.  — Entendo, e o Pixote?  — Não sei, ele diz que está atrás da minha cabeça, mas ainda não deu sinal de vida.  Suspirei.  — A vida tá difícil.  — Nem me fale. Mas e a escola? Como está?  Sorri.  — Estou indo bem, vou fazer algumas provas pra ver se consigo bolsa na faculdade.  — O que você quer fazer? — Ele deu um gole em sua cerveja.  — Jornalismo.  — Bom que você não vai ficar falando de mim nos jornais.  Dei uma risada.  — Não, gostaria de fazer estágio em alguma editora.  — Sôsô — a Júlia me deu o copo vazio dela, abri a garrafa de refrigerante e o enchi, devolvi pra ela e fechei a garrafa.  Assim que nossa cerveja acabou nós pedimos nossas fatias de pizza, duas pra mim e três pro fome zero do Pierre e comemos. Depois de pagar a conta levamos a Julinha no boliche.    — Miguel  Depois da festa exagerada da rainha Fernanda, vou direto pra casa. Quando chego meu avô está na sala lendo o jornal, são cinco e quarenta da manhã. Ele olha pra mim com desapontamento e diz.  — Isso não é hora do futuro presidente da empresa chegar em casa.  —Eu não vou assumir seu lugar na Colony vovô.  — É uma ótima oportunidade, é um negócio de família, não vamos discutir isso.  Reviro os olhos, não preciso de um sermão, tudo que realmente preciso é de um banho quente e de algumas horas de sono.  — Não vamos discutir isso porque eu quero decidir meu próprio futuro.  — Você é uma vergonha pra essa família.  Eu nem respondi, fui pro meu quarto e me joguei na cama com aquelas palavras ecoando na minha cabeça, até que eu finalmente peguei no sono.  Acordo mais tarde com uma dor de cabeça forte, tomo um banho rápido, me visto e vou até a cozinha, pego uma dose de whisky na bancada, coloco gelo e bebo.  — Larga esse whisky, não são nem nove da manhã — meu avô diz entrando na cozinha seguido por minha avó. Os dois se sentam na mesa.  Me sento bem longe deles e tomo meu café depressa, depois pego outra dose de whisky e saio de casa sem saber pra onde ir.   — Sofia  Chegamos em casa bem tarde e alegres, Julia já estava dormindo dentro do carro, então Pierre coloca ela na cama para dormir. Vamos para cozinha e pegamos um vinho que ele tem guardado, enchemos nossas taças e ficamos bebendo e conversando, ele me conta como foi sua infância, a história era bem parecida com a que Fernanda me contou.  Estamos próximos o bastante para que eu sinta seu hálito fresco, rimos, boa parte é pelo vinho, ele me conta da sua primeira namorada e eu te conto da h******l experiência que foi minha primeira vez. Então seu telefone toca. Ele olha no visor, pede licença e saí rápido.  Termino de tomar meu vinho e ele volta dizendo que precisa sair, digo que não me importo mas na verdade gostaria de desfrutar mais um pouco da sua companhia.  Lavo nossas taças, guardo o resto do vinho na geladeira e vou pro quarto, troco de roupa e quando estou prestes a dormir a Fernanda chega e entra.  — Oi — abro um sorriso enorme — como foi a festa?  Ela se senta do meu lado, encosta a cabeça em meu ombro e começa a chorar.  — Ei, o que foi? O que houve? — Abraço ela.  — Eu dei pro Miguel.  — Mas você gosta dele, o que há de r**m nisso?  — Eu não posso gostar dele, isso é masoquismo.  Dou uma risada.  — E eu vi o Menor com outra garota.  — O que? Me conta isso direito.  Ela pegou o celular e me mostrou a imagem, fiquei boquiaberta.  — Mas me conta o mais importante, você e meu irmão, rolou? — Ela sorriu maliciosa.  Sorri.  — Não, eu achei que ia rolar mas, o celular dele tocou e...  — Ele teve que sair — ela completou.  — Pois é.   — Acredita que a Mariana estava dando uma de Sra. Robinson? — Ela disse indignada.  Fui obrigada a rir.  — Não deviam nem ter menores de idade na sua festa.  — Não é difícil conseguir identidade falsa hoje em dia — ela deu de ombros.  — Mas acho muito bom você e a Indiana terem voltado a se falar.  — A culpa não foi dela, o Menor aproveitou que ela estava bêbada pra se vingar de mim.  — E você não contou pro Pierre né?  Ela suspirou.  — Fizemos um acordo né?  — É. Quer dormir comigo?  Ela sorri e assente com a cabeça, então tira os saltos e deita ao meu lado. Ficamos conversando por muito tempo antes de pegar no sono, ela me conta que foi difícil conseguir suas flores favoritas (e de sua personagem preferida).  Acordo no dia seguinte e vou direto tomar banho, depois de me vestir vou ver se a Julinha já acordou, como ela ainda dorme eu desço e tomo meu café tranquilamente, aproveito pra arrumar a sala, varrer o chão e passar pano. Quando termino a Julinha já acordou, então faço o café dela e vou separar uma roupa pra ela vestir depois do banho.   — Pierre  Foi uma grande m***a meu telefone ter tocado, estávamos tão próximos...  — Sr. Montecito?  — Sim?  — Aqui quem fala é a Carla, recepcionista da clínica Boston.  — Aconteceu alguma coisa?  — A paciente Duarte sumiu.  — COMO ASSIM SUMIU?  — Fomos levar seu jantar e ela não estava no quarto. Achamos que ela estava tendo um progresso, até deixamos que ela se conectasse a internet.  Dou um chute no sofá.  — Tudo bem, eu vou até aí, esperem uns quinze minutos.  — Obrigada Sr. Montecito.  Desligo o celular e me despeço da Sofia, então vou até a clínica.  — Como vocês deixaram isso acontecer? — Grito irritado.  — A gente não viu senhor, sentimos muito.  — Vocês estão aqui pra manterem ela segura — respiro fundo e coloco as mãos no rosto. — Vocês vão até a polícia avisar que uma paciente fugiu e eu nunca estive aqui, entenderam?  Eles assentiram com a cabeça e eu saí da clínica, olhei em volta só pra garantir e voltei pro morro, fui direto pra boca, a Sofia já devia ter ido dormir a muito tempo.    Quando cheguei em casa pra almoçar a Julinha estava com os cabelos molhados, então devia ter acabado de sair do banho, encontrei a Sofia na cozinha rebolando ao som do rádio enquanto ajudava Lúcia a fazer o almoço. Abracei ela por trás e beijei sua bochecha, ela deu um pulo assustada.  — c*****o Pierre — ela riu quebrando o gelo — e aí, tudo bem? — Ela me encarou, eu sabia que era por causa da treta de ontem, então assenti com a cabeça.  — Vou tomar um banho.  Saí da cozinha e encontrei a Fernanda descendo as escadas igual um zumbi, dei risada.  — Bom dia.  — Você é um frouxo — ela resmungou.  — O que houve?  — Nem um beijinho na Sof? Virou gay?  Ri e balancei a cabeça negativamente, então subi para o meu quarto e fui tomar meu banho. Tava cansadão, mas ia deitar depois do almoço, era mais fácil pra dormir. Quando desci novamente a Julia veio até mim.  — Tio Coringa?  — Oi querida.  — E meu papai? Ele mandou beijo pra mim?  — Sim meu anjo, ele disse que te ama muito e pediu desculpa por não se despedir.  — Ele não vai voltar né?  — Não, mas eu prometo que vou cuidar de você.  Ela me abraçou, retribui o abraço e peguei ela no colo.  — Hora de almoçar né?  — Ah não, a Sôsô vai me fazer comer tomate. E sabe o que mais?  — O que?  — Repolho.  Comecei a rir.  — Mas faz bem pra saúde.  Ela fez careta e eu sentei ela na cadeira mais alta, a Sofia já tinha feito seu prato, então colocou na frente dela e encheu seu copo com suco de laranja com acerola.   — Sofia  Depois do almoço fiz a Júlia escovar os dentes, escovei os meus e fui até o quarto do Pierre, ele estava sem camisa, um pecado, tentei me concentrar.  — O que houve ontem?  Ele soltou um suspiro.  — A Raíssa fugiu da clínica.  — Clínica? Que clínica?  — Ela tentou se m***r.  Coloquei as mãos na boca, meu Deus, que garota louca.  — Então eu internei ela em uma clínica.  — Nossa que barra.  Ele bocejou.  — Isso não importa agora, vem cá, dorme comigo.  Ele se colocou para baixo do edredom, eu liguei o ar e apaguei a luz, então deitei de frente pra ele que me abraçou.  — Você espanta meus piores pesadelos — ele sussurrou.  — Você também espanta os meus — respondo e por fim seus lábios tocam os meus.  O beijo é doce, calmo e seguro, depositamos toda nossa confiança um no outro e seus dedos se enfiam por entre meus fios de cabelo, fazendo um carinho que me deixa manhosa, deslizo a ponta dos meus dedos delicadamente por suas costas enquanto sua língua contorna minha boca, ele sorri entre o beijo e chupa meu lábio inferior fazendo meu coração disparar, aperto seu corpo mais contra o meu e encerramos o beijo com um selinho, apoio minha cabeça em seu ombro e adormecemos juntos.  Acordo com uma sensação r**m e vejo um vulto perto da cama, grito e acordo o Pierre.  — O que houve?  — Tem alguém no quarto.  Ele se levanta correndo e acende a luz, mas não há ninguém, meu coração está acelerado, ele olha em todos os cantos e em baixo da cama, mas o que quer que seja aquilo tinha sumido. Então ele se senta ao meu lado e me abraça.  
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD