“Amar, algo gostoso e bom,
Porém, algo sinuoso e perigoso,
que nos causa medo de perder o ser amado,
tudo que esperamos é ser amado pelo ser que amamos,
nos causa insegurança quando vemos que estamos desarmados perante um amor,
e estar desarmado é estar suscetível a qualquer tipo de ataque
que machuque o coração.”
Juline Louise Thiem.
Stela
Fico encarando meu marido na porta do quarto, sem reação nenhuma. É como se ele tentasse ler todos os meus pensamentos apenas com o olhar.
— Andreza, vamos deixar os dois conversarem.
Escuto a voz do Andrew no telefone e Andreza se levanta, vindo até mim e me abraça. Ela cochicha no meu ouvido:
— O Ivan te ama mais que tudo nesse mundo. Você devolveu a ele o brilho da vida. Você, minha amiga, foi a salvação dele. — Beija meu rosto e balanço a cabeça, sentindo uma lágrima escorrer pela minha face. — Tenha paciência com ela, Ivan. Creio que você, como uma pessoa que já passou por um trauma grande, entende a insegurança que ela deve estar sentindo no momento — diz para meu marido, assim que para na frente dele.
— Eu sei que já fiz muita merda com ela, Andreza, mas ela me fez mudar.
— Eu sei que fez, por isso sei que você também a entende. — Ela fica na ponta dos pés e beija o rosto do primo que a abraça.
— Andrew, eu te ligo depois para acertamos tudo para a próxima ida de Louise para Paris — Ivan diz sabendo que é o Andrew no telefone.
— Vou aguardar. Agora vá conversar com a sua esposa — Andrew diz e Andreza logo sai do quarto.
Ivan fecha a porta e se vira novamente na minha direção, mas não fala nada e nem sai do lugar enquanto meu coração acelera.
— Me parece que você não tem nada para me falar, então vou voltar para a empresa. Estou vendo que foi um erro ter voltado para casa para ver como você está. — Ele se vira para abrir a porta.
Corro até ele e o abraço por trás, sentindo o seu perfume invadindo as minhas narinas.
— Não, meu amor, fica comigo, eu preciso de você, eu te amo.
Ele segura as minhas mãos e respira fundo.
— p***a, Stela, eu também te amo, mas você não fala mais comigo e ainda diz que tem medo de mim. Você ainda me vê como um monstro que te fez sofrer. Até quando vou ter que te pedir perdão? Até quando vou ter que provar que estou nessa pra valer?
Eu o abraço com mais força.
— Desculpa, eu não penso que você é um monstro, você é o meu amor, somente meu.
— Então fala comigo que sou seu marido. p***a, Stela, sofro quando te vejo assim e não sei como conversar com você porque se tranca nesse quarto e ignora tudo o que acontece lá fora.
— Eu sei disso, mas... — Paro de falar e ele se vira para ficar de frente pra mim.
— Fala comigo, meu amor. Eu sempre vou estar aqui para você, só fala comigo.
Eu balanço a cabeça concordando e respiro fundo, tomando coragem para falar.
— Eu, eu... Eu acho que estou grávida, Ivan, mas eu não sei se é isso que você quer. A gente nunca conversou sobre isso, mas também nunca nos prevenimos direito e eu... — Paro de falar quando ele me pega nos braços de uma vez e me beija, me fazendo chorar de alegria e alívio.
— Não chora, meu amor, não chora. Eu te amo e vou amar todos os filhos que você me der.
Ele me pede para não chorar, mas é impossível segurar as lágrimas.
— Meu Deus, estava com tanto medo — digo sentindo seus braços me apertarem.
— Medo de mim, meu amor?
— Medo de você não querer mais ter filhos. Não queria antes, Louise foi um acidente e quando nos encontrou ela já tinha quase três anos, então...
— Meu Deus, Stela, isso ficou no passando, meu amor, esse era o antigo Ivan. Eu sempre vou querer tudo de você e principalmente os filhos que teremos. Eu vou ser o homem mais feliz do mundo se você estiver mesmo grávida e já vou logo avisando que não vai voltar a trabalhar, vai cuidar de você e do nosso filho. Eu nem acredito que vou ter mais um herdeiro.
Eu acabo sorrindo.
— Eu não vou para de trabalhar.
Agora é ele que sorri.
— Isso é o que vamos ver, meu amor. Você é uma rainha, Stela, e tem o mundo aos seus pés, porque eu vivo para poder te dar o mundo. — Ele volta a me beijar e me entrego mais uma vez a ele.