CAROLINE MATHIAS
Entro na casa, sou recebida pelos funcionários que logo levam minhas coisas, me levando até o quarto que eu ficaria, entrei e era grande, bem decorado, em tons claros, tinha até banheiro no quarto.
Na minha casa só tinha um banheiro que eu e minha mãe vivíamos brigando para usar, principalmente quando íamos sair, e precisávamos nos arrumar.
Me sento na cama, tão macia, que minha b***a, se sente acariciada como nunca antes.
Desço as escadas, de mármore branco, meu pai devia amar branco, era a cor predominante na casa.
Olho alguns quadros, algumas fotos, nas mesmas de canto. Todas do meu pai, sozinho, em viagens, festas, restaurantes. Ele era bem narcisista pelo visto, só tem foto dele.
Caminho até a entrada de vidro, abro e vou até o jardim, vejo um cachorrinho, latindo para um esguicho no jardim, ele era tão fofo. Me aproximo devagar, ele late pra mim. Não me assusto, tenho ganhar sua confiança, e logo já estava com o cachorrinho, pulando ao meu redor, pego ele no colo.
— Que lindinho!
Fico ali brincando com o cachorrinho por um longo tempo, pego ele no colo e entro, estou com fome, vou ver se tem algo pra comer.
Quando entro uma mulher da um grito, ela era quase da minha altura, com um corpão cheio de curvas, bem cheia mas definida, cabelos a altura dos ombros, ondulados, vestia um shorts de alfaiataria preto com uma camisa branca, saltos vermelhos da cor do cinto fino passado no shorts, o casaco preto por cima a deixava bem elegante, um homem vem apressado, e vejo que é meu pai, parecia com a foto que vi.
— O que foi, Eliz? — ele pergunta olho sem entender a gritaria.
— O demoninho está aqui dentro pai. — ela falou me olhando, essa era minha irmã? E estava me chamando de demônio?
— Demoninho é sua b***a, está maluca! — falo encarando ela, a mulher cai na risada.
— Não estou falando de você garota e sim do Keke. — ela fala apontando para o cachorro.
— Ah, então seu nome é Keke, coisinha fofa. — falo brincando com o cachorrinho.
— Fofa nada, esse bicho é um demoninho...
Ela se aproximou e o cachorro pulou do meu colo, correndo e latindo incessantemente para ela, a mulher saiu correndo gritando, pulando pelo sofá, até subir em uma mesa, ele era pequeno e não conseguia subir.
Não contive a risada ao ver a mulher correr de um cachorrinho que é menor que um gato.
— Pai, tira ele daqui.
— Keke, para agora. — o homem falou, mas quando o cachorro foi pra cima dele, correu também — Keke, para agora... keke...
Não sei se ria, ou se ajudava os dois, vou até o cachorrinho furioso, pego ele, que tentou latir pra mim também, seguro ele forte, e faço carinho em sua barriga até ele se acalmar.
— Que bravinho, você é Keke.
— Coloca ele lá fora, Carol, por favor. — ela diz , olho pra ela de sombracelha arqueada, com a i********e, ao chamar meu nome.
Levo o cachorrinho até a porta de vidro, colocando ele pra fora.
— Já que eu venho brincar com você, lindinho. — falei fazendo um carinho nele.
— Oi,Caroline, desculpa não ir te buscar, não consegui, me desculpa, o voo foi tranquilo? — o homem se aproxima de mim.
Me lembro na hora de Adam, o voo foi um inferno. Mas tive sim uns momentos incríveis nele.
— Tudo bem, sr. Dantas, o voo foi legal.
— Muito bem vinda, por favor me chame de pai, ou Ronnie senão sentir confortável em me chamar de pai logo de cara. — ele fala sorrindo, não vou me acostumar com isso nunca, chamar ele de pai, eu hein, nunca, penso — Está é Eliz Hant, minha ex afilhada, ela é minha filha de coração.
A mulher pula da mesa e vem até mim, me abraçando forte, pulando feito uma maluca.
— Muito prazer em te conhecer. — ela diz eufórica — O pai estava tão ansioso pra te conhecer, eu também,sempre quis ter uma irmã.
— Ah, sim... — fico sem reação pra essa euforia toda.
— Eu devia ter dado atenção a minha intuição, imaginei que sua mãe estava grávida quando ela me expulsou de casa, mas ela não me ouviu, me expulsou depois sumiu no mundo, não consegui mais achar ela, não sabe a alegria que senti quando ela me procurou me contando de você, isso realmente me deixou feliz.
Não sei bem a história do meu pai com minha mãe, mas pelo que entendi ele traiu minha mãe, a anos atrás e ela foi embora, sei que ele não tem culpa, mas mesmo assim não queria conhecê-lo, pra mim homem traidor devia ter o p*u queimado, seja quem for.
— Será uma boa experiência, obrigado por me receber na sua casa.
— É um imenso prazer te ter aqui, Carol.
— Agora me diz, como conseguiu segurar o demoninho no colo,não consigo fazer isso, desde que ele tinha meses de vida, aquilo só quer morder todo mundo. — Eliz diz segurando no meu braço me levando até a sala luxuosa, me puxa do para sentar.
— Ele é tão fofinho. — falo, endo meu pai e ela rir.
— Aquilo só quer saber de comer, e morder todo mundo. — Ronnie diz.
— Que exagero tadinho do bichinho. — dou risada.
Converso um pouco com eles, e logo nos avisam sobre o jantar, seguimos até a sala de jantar, a mesa era oval, e gigantesca, devia ter umas vinte cadeiras, a mesa está toa recheada de comida que parece uma festa, estava lindo, mas tanta coisa.
— Não sei o que gosta, então mandei fazer pratos variados, espero que goste. — Ronnie falou, se sentando na ponta da mesa, Eliz senta na cadeira lateral perto dele, e eu a sua frente.
—Não vamos esperar sua esposa, a mãe da Eliz? — pergunto quando os vejo se servir.
— Não sou casado, mais com a mãe da Eliz a uns oito anos, ou mais. — Ronnie diz.
— Minha mãe mora em outro país, morava com ela, mas depois da faculdade, vim ficar aqui com nosso pai, e trabalhar na empresa. — Eliz diz.
— Você já terminou a faculdade? Pode trabalhar na nossa empresa. — ele fala.
— Não terminei, tive que parar, minha mãe ficou doente e a grana ficou curta...
— Patrícia está doente? — Ronnie fala com uma preocupação um tanto excessiva, olho pra ele.
— Ela está melhor, já se recuperou. — falo séria.
— Mas não se preocupe, vou pagar por tudo, é o mínimo depois de tantos anos, sem estar presente.
— Não, está tudo bem, vou me virar, arrumar um emprego e voltar a faculdade. — falo séria.
Não pretendo ter mais contato com ele, na verdade só vim porque minha mãe, implorou, me obrigou, me ameaçou, então estou aqui, mas não quero ter i********e com eles.
Antes que ele abrisse a boca o celular da Eliz toca, ela sorri.
— É meu noivo, já volto. — ela falou saindo da mesa, me deixando em uma situação constrangedora com meu pai, não sei o que dizer a ele, isso era tão estranho.