_____ Seu cheiro

1218 Words
Valentina Então, com a blusa me cobrindo até um ponto um pouco acima da metade das coxas, eu saí do banheiro e fui até a sala, disposto a implorar para Caio me deixasse dormir com ela. Escondendo parte do corpo detrás da parede, eu chamei-o outra vez, e mais uma até que ele finalmente olhasse-me. Atento como era, ele não demorou a perceber o que eu estava vestindo, mesmo que eu me tentasse esconder. ___Eu posso dormir com ela? — Perguntei, um pouco ansiosa, quando vi que Caio não fez nada além de me olhar de um jeito que nunca tinha olhado até então. Ele então afastou o corpo da mesa de centro, ainda sentado no chão e ainda me olhando, e gesticulou para que eu me aproximasse. Eu só o fiz após apertar os meus lábios com um pouco de insegurança, mas finalmente caminhei até ele, usando as minhas mãos para tentar puxar o tecido da blusa mais para baixo como se isso pudesse cobrir as minhas pernas expostas. Quando parei na frente dele, Caio não fez nada além de subir o olhar por minhas coxas, e então por meu tronco coberto desajeitadamente pela camisa abotoada, até que finalmente parou no meu rosto. Um pouco receosa diante do seu silêncio, eu insisti. ____ Eu prometo que vou-me comportar melhor, então deixa eu dormir com ela... por favor. Mas ele não disse nada. A única coisa que Caio fez foi levar uma das suas mãos até a minha perna, e então subiu com ela até os limites da pele exposta da minha coxa. O seu olhar ainda pairava sobre mim, analisando cada pequena parte do meu corpo, como se ele estivesse hipnotizado. Eu sabia, porque era exatamente daquela forma que eu o olhava. Então, quando eu achei que ele finalmente me daria uma resposta, o que ele fez foi levar a sua outra mão à minha outra perna. Quando ele me puxou, eu perdi completamente o equilíbrio e cai sobre ele, no chão, com um grito sufocado na garganta. Com a respiração ainda atrapalhada pelo susto, mas principalmente por sentir Caio me puxando de novo para mais perto até que eu estivesse sentado sobre as suas pernas, eu pela primeira vez entendi sem precisar-me esforçar tanto para isso. Mesmo sem querer, eu fiz Caio perder o controle. Então, me fazendo suspirar cada vez mais forte por sentir os seus dedos apertando a minha coxa, ele segurou o meu rosto com a sua outra mão, exatamente como tinha feito mais cedo, mas dessa vez com mais força. ___Você dificulta realmente as coisas pra mim, anjo — Ele disse, e eu gemi arrastada quando senti o meu lábio ser mordido e puxado por seus dentes de forma lenta. Por último, Caio pressionou a sua boca sobre a minha e eu senti que o meu corpo estava prestes a pegar fogo quando ele voltou a falar. ____Prometa que não vai deixar ninguém saber. Tomada por todo aquele calor, eu apenas balancei a cabeça para cima e para baixo desesperadamente enquanto as minhas mãos apertavam os seus ombros, tentando dar-lhe a certeza de que eu não contaria nada a ninguém. E esse foi o último fio de consciência que tive antes de sentir Caio beijar-me de verdade. Mas ele não era calmo, nem cuidadoso. O beijo de Caio era agressivo, com a sua mão se enterrando na minha coxa até me fazer gemer de dor, os seus dedos apertando o meu maxilar como se nunca mais fosse-me soltar e a sua boca mordendo a minha com força. E então, pela primeira vez, eu percebi que a dor fazia-me tão bem. ____Abra a boca — Caio ordenou, baixo, ainda sem afastar os seus lábios dos meus. Incapaz de ir contra qualquer ordem dele, eu fiz como ele pediu, sentindo um suspiro oportunista escapar quando a minha boca se abriu, mas também sem tempo para fazer qualquer outra coisa porque Caio não esperou para voltar a beijar-me, e dessa vez eu senti a sua língua encontrar finalmente a minha. Eu estava tonta. Tudo girava e eu precisei enterrar as minhas unhas nos seus ombros para sentir que tinha algum sustento, mas eu o fiz com tanto desespero que Caio gemeu e mordeu o meu lábio mais uma vez, com mais força, como se retribuísse a dor. Era quase impossível acreditar que algo podia ser tão bom quanto aquilo. Porque mesmo que eu não soubesse muito bem o que fazer, ele não me dava tempo para pensar e então eu só deixava os seus movimentos guiarem os meus. E isso funcionou, até o momento em que perdi o controle e empurrei os meus s***s contra o seu peito, rebolando no seu colo, buscando qualquer coisa que aliviasse a necessidade que eu sentia. Quanto mais Caio me dava, mais eu queria. Mas eu estava sendo ambiciosa, e ele empurrou o meu quadril para longe quando parou de me beijar de repente. Então ele olhou-me enquanto a minha respiração estava tão acelerada como se eu tivesse acabado de correr uma maratona, e eu vi que até mesmo ele respirava com dificuldade. ____Vamos parar aqui! Eu senti a minha expressão murchar de uma vez, negando copiosamente. ____ Não, por favor, só mais um pouco. — Eu pedi, tentando-me aproximar mais uma vez. Mas Caio impediu, e então beijou a minha bochecha com carinho. — desculpe-me, anjo, mas eu já passei dos limites. ____ Você não passou, eu juro. ____ Você disse que ia se comportar — Ele interrompeu-me, e as suas mãos me forçaram a ficar de pé. — Então não tente discutir. O meu corpo queria seguir o impulso de voltar para seu beijo, mas a sequência de acontecimentos anteriores me deu a certeza de que desobedecer nunca seria a melhor opção. Então mordi o meu lábio, inconformado, mas acabei balançando a cabeça numa concordância insegura. Caio sorriu, satisfeito, e eu vi quando ele tentou arrumar a calça para esconder a ereção que eu já tinha sentido quando estava no seu colo. ____Você pode dormir com a minha blusa. — Foi o que ele disse, a despeito da atmosfera ainda tensa. Eu assenti em silêncio pela segunda vez, mas não saí do lugar. Não tinha forças para isso, e talvez o meu corpo só me obedecesse se o comando fosse de me jogar nos braços de Caio outra vez. Talvez percebendo isso, ou talvez só atento à minha demora, ele insistiu. ____Boa noite. Valentina. Então eu respirei fundo e juntei todas as minhas forças para obrigar as minhas pernas a mexerem-se. Quando peguei a minha mochila sobre o sofá, eu caminhei, ainda um pouco bamba, até o corredor, mas parei antes de ir até o único quarto do apartamento e olhei para Caio uma última vez. A situação era um pouco desagradável. Eu tinha uma excitação entre as pernas e a certeza de que a lembrança do seu toque não me deixaria em paz por muito tempo, mas ainda assim eu sorrio. ____ Caio. — Eu chamei, sentindo os meus olhos se fecharem ainda mais com o sorriso que tomou conta do meu rosto. Quando ele me olhou, eu finalmente anunciei, orgulhosa. ____Esse foi meu primeiro beijo. — Eu disse, talvez com as bochechas um pouco coradas, e me virei para correr até o quarto logo depois.
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