_____ Caio Victor

2750 Words
Pega espionando A Isabella já tinha ido embora eu fiquei cobrindo o seu turno entediada, tudo muito calmo como sempre eu queria estar com os meus amigos se divertindo na praça, porém estou aqui sentada na recepção olhando as fofocas no meu celular, estou aqui pensando sobre o bilhete que concordei em entregar para o hóspede, definitivamente isso é uma furada, Isabella não tem juízo mesmo, se o pai souber disso estaremos encrencadas. A minha mãe apareceu me liberando para eu ir pra casa, o expediente acabou, eu vou pra casa, tomo um banho relaxante e faço uma refeição leve e quando estou prestes a deitar-me eu lembro que ainda não entreguei o bendito bilhete. Já era tarde da noite quando eu parei diante da porta do quarto de Caio Victor, com o bilhete de Isabella nas mãos e os olhos ardendo de sono. Ele ainda estava acordado, ou ao menos era isso que as luzes acesas do lado de dentro indicavam, e eu deveria ter cuidado para não ser vista por ele ou com certeza teria problemas com os meus pais, caso descobrissem. Só por isso resolvi esperar, chutando pedrinhas, enquanto as luzes não se apagavam. Mas elas não se apagaram por um bom tempo, o que começou a deixar-me impaciente. E talvez eu não seja a pessoa mais esperta quando tenho que lidar com impaciência. Por isso, um pouco inconsequente, deixei os meus sapatos no pátio e subi os degraus até a passarela de madeira diante da porta de correr e ajoelhei-me ali cuidadosamente, antes de deslizar minimamente para o lado. Eu só queria saber o que ele fazia e, porque não ia dormir logo, mas definitivamente não esperava, nem podia, ser pego espionando. Entretanto, quando encaixei um dos olhos na pequena a******a forçada, eu quase gritei ao acreditar que tinha sido visto por ele. Caio Victor estava sentado sobre o chão, diante da mesa de chá que ficava logo de frente para a porta do quarto. Uma bandeja com um bule e uma xícara de cerâmica sem alça já tinha sido deixada de lado, e no momento ele parecia concentrado na leitura de alguns papéis. Acho que por isso, apesar de estar com o corpo virado na minha direção, ele não me viu. E é claro que reconheço que deveria ter aproveitado a sua distração para fechar a porta outra vez e esperar mais um pouco até que ele dormisse e eu não corresse mais o risco de ser pega. Poderia também desistir de ajudar a Isabella e simplesmente sair dali, mas foi impossível. De repente, era como se eu entendesse tudo que ela dizia sobre Caio Victor. Não... Era como se eu estivesse a descobrir que todos os elogios não faziam jus à imagem daquele homem, porque ele estava acima de todos esses. Eu vi os cabelos escuros divididos sobre a testa, as sobrancelhas sutilmente franzidas, os olhos pretos concentrados e a boca avermelhada levemente entreaberta, com a ponta da língua aparecendo furtivamente para umedecer seus lábios vez ou outra. Depois eu vi o seu pescoço forte e a blusa social branca com as mangas repuxadas até os seus cotovelos, com os dois primeiros botões abertos revelando um pouco da pele do seu peitoral. Mesmo que eu apenas o estivesse a ver precariamente através de uma pequena a******a de porta, cada pedacinho daquele homem me deixou completamente hipnotizada e eu simplesmente não consegui me mover. Caio Victor era lindo ao ponto de se tornar impossível descrever, mais impossível ainda de parar de olhar. E aquele não era o momento para tentar entender porque o meu coração estava batendo tão rápido por um homem que eu nem conheço, então eu não o fiz. Apenas continuei quieta, com uma mão espalmada contra a parede e a outra contra a porta de correr, um dos olhos encaixado na fresta e a respiração pesada e lenta demais, como se qualquer mínimo ruído pudesse-me denunciar. Quando Caio Victor juntou todos os papéis que estavam em cima da mesa de chá e os guardou numa pasta, eu soube que precisava sair dali, mas eu não queria. A única coisa que eu queria era vê-lo mais um pouco, mesmo que isso pudesse me trazer problemas depois. Então ele ficou de pé, calmamente, e eu o vi levar uma das mãos ao primeiro botão fechado de sua camisa enquanto ele caminhava até o pequeno armário do quarto. Caio Victor ficou de costas para mim, e eu assisti com devoção enquanto ele desabotoava completamente a sua camisa. Depois, deixei que os meus olhos descessem pelo restante da sua pele exposta, capturando com atenção os detalhes do seu abdômen definido, até a pequena entrada em seu quadril que apontava e sumia debaixo do cós da sua calça. Eu o vi caminhar pelo quarto de forma lenta enquanto suas mãos trabalhavam em desafivelar o cinto de couro. E em um gesto involuntário, cravei meus dentes em meu próprio lábio, tentando refrear a quantidade de sensações novas que somente a visão de seu corpo me proporcionou, combinado ao desejo de poder ver o que ainda não tinha sido revelado. Após tirar o cinto, ele então o dobrou e o segurou em apenas uma das mãos, ainda andando devagar. Antes que pudesse me perguntar quando ele tiraria sua calça, eu finalmente percebi. Caio Victor estava caminhando em direção à porta. A sensação de perigo me fez despertar repentinamente daquele estado de digressão e, aflita, tentei ficar de pé para correr para longe dali, mas a única coisa que consegui foi tropeçar no meu pé e cair sentada, com os joelhos dobrados, as mãos espalmadas contra o piso de madeira, os olhos arregalados e o coração pulsando tão forte a ponto de doer. E então a porta se abriu completamente. A porta se abriu e lá estava Caio Victor, de pé, diante de mim. O olhar dele era incompreensível e sua postura era firme, um pouco opressora. Ainda com o meu próprio rosto retorcido em surpresa e desespero, tentei articular qualquer palavra que pudesse funcionar como um pedido de desculpas, mas som nenhum saiu da minha garganta. Enquanto isso, ele continuou me olhando em silêncio. Eu queria poder ler o que ele estava pensando. Ou, no mínimo, gostaria de ter forças nas pernas para me levantar e correr para longe dali, mas as duas possibilidades pareciam igualmente impossíveis. Meu corpo todo estava retraído em alerta, incapaz de obedecer aos meus comandos mais básicos do meu cérebro. Quando os meus olhos desceram um pouco relutantes até pousarem no cinto que ele segurava em uma das mãos, uma nova onda de medo tomou conta de todas as minhas células. Como ele segurava o objeto de couro, sua postura, seus olhos escuros e impenetráveis e a cabeça do dragão marcada no seu peitoral... tudo isso despertou um alerta de perigo que me fez prender a respiração. Então Caio Victor deu mais um passo na minha direção e, com um movimento suave, se agachou diante de mim. Ele apoiou os braços relaxadamente sobre as coxas, equilibrando-se perfeitamente sobre a parte frontal dos pés, e deixou o cinto cair pendurado entre as suas pernas. Cada mínimo movimento dele parecia ter sido calculado para aumentar a tensão que já parecia tão insuportável, e ainda assim eu não conseguia sair dali. ____ Me... — eu comecei, completamente desajeitada, sentindo a minha voz tremer. ___ desculpa-me... Caio Victor levantou as sobrancelhas num movimento discreto, e então o canto dos seus lábios desenhou-se num sorriso torto. ____ Porque você parece tão assustada, meu anjo? — Ele perguntou, e vi o seu polegar direito deslizar sobre o couro preto do cinto que a sua mão esquerda segurava. Eu mantive os meus olhos atentos a esse movimento, hipnotizada, antes de finalmente conseguir erguer o rosto. Não era mais medo de que os meus pais descobrissem que eu espionava um hóspede. Não era mais medo de um castigo, ou de uma surra. Era algo muito mais primitivo, como se Caio Victor fosse um predador se divertindo antes de dar o bote. E eu era a sua presa. ____ Você não precisa sentir medo de mim, boneca — Ele continuou, parecendo se divertir de forma quase sádica com minha incapacidade de responder. — Eu não vou te machucar... a não ser que você queira. Os meus olhos não poderiam estar mais arregalados e acredito que não era saudável o meu coração bombear tão intensamente, mas como ele me chamou de boneca desestabilizou tudo dentro de mim. Eu estava uma confusão, completamente dopada pela adrenalina, e aquela ainda era a segunda frase que ele dirigia a mim. ____Eu não deveria estar aqui... — Foi a única coisa coerente que consegui articular, depois de muitas tentativas frustradas. Caio Victor deixou a língua fazer mais uma breve aparição quando umedeceu os lábios, movendo a cabeça numa concordância discreta . ____ Acredito que não — Ele disse, ainda deslizando lentamente o polegar sobre o couro, mas você está aí há bastante tempo. Eu não sabia mais se o problema estava em mim ou se era natural sentir tanta tensão a cada coisa que ele me dizia, mas não posso negar o quanto fiquei aflita com a revelação de que eu tinha sido notada ali muito tempo antes, talvez desde o início.E, ao mesmo tempo, eu não conseguia entender porque ele me deixou observando por todos aqueles longos minutos. Sem querer, deixei que os meus olhos curiosos descessem outra vez, atentos à forma ameaçadora como os seus dedos longos seguravam o cinto. ____ Há quanto tempo... você percebeu? — Eu perguntei, ansiosa. Então ele soltou um dos lados do cinto e deixou que a fivela metálica acertasse o chão de madeira de forma sonora, me fazendo levantar os olhos em direção aos seus outra vez num reflexo assustada. O seu rosto continuava sereno, demonstrando que o movimento anterior não tinha sido um acidente. ____ Olhe-me quando estiver falando comigo. — Ele disse, num tom de voz que anulava qualquer desejo de contrariar a sua ordem. Eu me estremeci, assentindo desastradamente. ____ Agora diga. — Ele continuou, assumindo um tom um pouco mais leve. - O que você estava fazendo? Caio Victor não é o tipo de homem óbvio. Não é fácil olhar para ele e dizer o que ele está pensando, mas, naquele momento, eu tinha a mais absoluta certeza de que ele sabia exatamente o que eu estava fazendo ali. Não me refiro a ter ido levar um bilhete de outra pessoa, mas por passar todos aqueles minutos apenas o observando com tanta devoção. Era como se eu estivesse sendo testada e, então, eu optei pela verdade, por mais embaraçosa que fosse. ____ Você é... — Tentei dizer, mas nenhuma palavra parecia ser adequada para finalizar aquela frase, então comecei novamente, ainda sentindo que o meu coração poderia sair pela garganta a qualquer segundo. — Eu não consegui parar de olhar para você... Caio Victor não pareceu surpreso com a resposta, tampouco chateado. Eu não acharia estranho caso ele repudiasse ouvir aquele tipo de coisa de um garota estranha que estava o espionando. ____ E por quanto tempo você pretendia continuar olhando? — Foi a única coisa que ele perguntou, a despeito de tudo que imaginei que poderia sair da sua boca. Essa, entretanto, era uma pergunta que eu não sabia responder, então fiquei em silêncio, ponderando uma resposta. ____ Deixe que eu reformulo a pergunta. — Ele disse, diante da minha ausência de palavras prolongadas. — Quanto você pretendia ver? Mais uma resposta que eu não poderia dar sem passar algum tempo pensando, mas Caio Victor já parecia ter uma ideia muito clara do que eu deveria dizer. ____ Duas peças de roupa a menos e eu ficaria completamente nu. — Ele disse, reavivando a certeza de que já sabia que eu estava ali durante o tempo em que começou a se despir. — Era isso que você queria ver, boneca? Eu pisquei, atordoada. Uma nova onda de calor tomou conta de cada partícula do meu corpo, mas não era vergonha. Era outra coisa, algo que eu nunca tinha sentido antes, não naquela intensidade. Num reflexo, apertei o bilhete de Isabella ainda na minha mão. Eu não queria mais entregá-lo. ____ Responda. — Ele insistiu com a voz firme, deixando claro que não aceitaria o meu silêncio como resposta. Então balancei a cabeça para cima e para baixo uma única vez, devagar. E Caio Victor sorriu. Um sorriso pequeno, mas satisfeito e dolorosamente irresistível. Aquele homem seria capaz de me deixar louca sem esforço algum. ____ Caio Victor— chamei, um pouco insegura. ____ Sim, meu anjo? ____ Eu ainda quero ver — Revelei, incapaz de me controlar após ser enfeitiçada por aquele sorriso, aquela tatuagem e aquela sensação que ele despertou em mim. Como se fosse possível, o seu olhar escuro tornou-se ainda mais intenso. ____ Quer? — Ele questionou, e os seus olhos desceram lentamente até os meus quadris. Curiosa, eu segui o mesmo caminho até que a minha visão encontrasse o que Caio Victor observava com outro sorriso torto nos lábios. E os meus olhos se abriram ainda mais ao perceberem que todo aquele calor concentrado na minha virilha tinha gerado consequências muito visíveis. ____ Parece que você já viu o suficiente. — Ele completou, me fazendo sentir o rosto queimar completamente em pura vergonha. Então Caio Victor ficou de pé e encaixou a mão no pequeno puxador embutido na porta de correr, ainda olhando para mim com o olhar cheio de uma diversão sádica. ____ Não seja tão ambiciosa, boneca. — Foi a última coisa que ele disse antes de fechar a porta outra vez, me fazendo ouvir o pequeno clique da trava sendo acionada. Ainda sem reação, eu voltei a olhar para a vergonhosa situação que eu estava, sentia o meu rosto pegar fogo, assim como todo o meu corpo e a minha regata que marcava os meus seiös com os b***s duros. Sem nem mesmo me tocar, Caio Victor deixou-me e******o como eu nunca estive antes. Não era só choque o que eu sentia. Eu estava completamente hipnotizada por aquele homem. Então eu afrouxei finalmente o aperto da minha mão e vi o bilhete escrito por Isabella, sabendo que o seu destino seria o lixo. Ela teria que me perdoar, mas Caio Victor nunca leria aquelas palavras. Assim que entrei no meu quarto eu escorei-me na porta, ainda sentindo o meu coração pulsar forte. As pontas dos meus dedos estavam dormentes e a minha cabeça estava numa zona, pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo, mas incapaz de ignorar a inesperada reação ainda no meio das minhas pernas. Eu não conseguia entender. Caio Victor era um homem estranho para mim, e eu também era estranha... então por quê? Incapaz ou relutante demais para nomear aquilo, eu livrei-me das minhas roupas e deitei na minha cama com a visão de Caio Victor na minha mente. O calor no meu corpo se tornava insuportável deixar qualquer peça além da minha calcinha em contato com a minha pele, e eu sabia que não era mais apenas o efeito do verão. E esse mesmo calor foi o que me fez revirar sobre o colchão por um tempo longo demais, sofrendo de uma atípica insônia. Eu não conseguia dormir, não conseguia me livrar do calor entre as minhas pernas e os meus seiös continuavam a latejar por um pouco de atenção. Incomodada com a falta de controle sobre o meu corpo, revirei mais uma vez até ficar de bruços, mas o atrito com a cama fez-me soltar um gemido baixo, involuntário e vergonhoso. Depois, foi impossível. Indo contra a minha mente confusa, a minha mão alcançou a minha i********e e eu suspirei pesadamente quando enfiei o dedo com um pouco de força dentro de mim, eu precisava aliviar todas aquelas sensações. O meu rosto estava pressionado contra o travesseiro e a minha respiração quente se tornou um incômodo quando deslizei a mesma mão para dentro da minha calcinha, sentindo as dobras inchadas sobre a minha pele fina dos meus dedos. A minha mente transformou o meu próprio toque numa projeção de como eu queria que Caio Victor me tocasse. E então as lembranças daquele dragão na sua pele, do cinto de couro nas suas mãos e da sua voz deliciosa me chamando de boneca invadiram a minha cabeça enquanto eu me masturbava, fazendo com que levasse muito pouco tempo até que eu gozasse com um gemido arrastado. E assim adormecendo com o alívio.
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