Capítulo 3

2316 Words
Lauren Moss. Não demorou muito, e estávamos na frente da mansão dos meus pais. O caminho inteiro foi meio estranho, mesmo o Samuel tentando quebrar o silêncio, e agora o meu coração começou a correr. - Bela mansão. - o Samuel fala, e eu dou um sorriso ameno. Apenas a mansão, dentro dela, o único lugar bom é o meu quarto. Vejo a porta principal sendo aberta pelos seguranças e vejo a governanta na porta, e os seguranças também. - Eles estavam procurando por você. - o Samuel fala, enquanto eu saímos do carro. E eu suspiro. - Os seguranças me perderam de vista, por isso. Eles não fariam isso, normalmente. - eu falo, caminhando para lá com ele. Nervosa. - Boa noite! - a governanta que ruboriza diz para o Samuel, que a oferece um sorriso educado. - Menina, os seus pais a aguardam na sala de estar. - ela fala me dando um olhar de desapontamento e eu me limito em assentir. A filha problemática chegou! - Lauren! - a minha mãe grita assim que eu apareço na sala de estar, mas a sua face virá a de uma princesa assim que ela vê o Samuel logo atrás de mim. - Eu não sabia que vinha acompanhada, filha. - ela fala e eu reviro os meus olhos. Os rosto de todos, ganha uma nova versão assim que o vêm. Também né? Ele está usando um Rolex, e chegamos num Rolls Royce. Ele pode ser até um assassino, desde que os agrade à vista. Que idiotice. A minha irmã já me olha com desdém, os outros dois com indiferença. - Lauren! - eu ouço vinda de trás a Miriam, que vem me abraçar. - Eu estava tão preocupada, porquê você não atendeu o seu celular? - ela me questiona me abraçando e o meu coração acelera. - Eu explico tudo depois, mas aja como se não soubesse de nada. - eu sussurro no ouvido dela, e ela assente antes de nos separarmos. - O meu celular ficou sem carga. - eu falo. - Eu sou a Kianna Moss, a mãe da Lauren. - a minha mãe se apresenta para o Samuel. - Eu sou o John. - ele fala e eu o encaro em pânico interno, saudando a minha mãe que está sorrindo de maneira genuína, nunca tinha visto antes. Até o meu pai. Ele os saúda. - Podia avisar que estava com alguém, assim teríamos evitado mandar os seguranças à sua procura. - o meu irmão diz. - Nossa, quanta empatia. - eu falo e recebo olhares de repreensão. - Bem, sente-se John. - a minha mãe fala. - Ele não vai se sentar, nós estamos de saída. - eu falo já cheia. Se fosse a minha irmã, eles estariam abraçadas nela, já teriam doado milhões em agradecimento por ela ter chegado seja lá de onde ela estivesse. Ou eles. - Como assim? Para onde vão? - o meu pai questiona. - Bem, senhor Jacob Moss, a sua filha fez um projecto fenomenal na faculdade. - ele diz e eu vejo os olhares deles se voltarem para os meus. - É mesmo? - o meu pai questiona com certa surpresa, como sempre me subestimando. - Pois é. - o Samuel fala, entregando um cartão para o meu pai. Eles pensaram em tudo. - Oh, interessante. - o meu pai fala levantando o olhar. - Foi por isso que ela desapareceu? - ele questiona. - Eu não desapareci, os seus seguranças é que não estavam atentos. - eu falo. - Lauren! - a minha bela irmã fala me repreendendo, e eu reviro os olhos. - Eu... - eu gaguejo olhando para o Samuel. - Eu precisei sair para a empresa, para explicar o funcionamento do meu projecto. - ele assente. - É um projecto confidencial, e a empresa quer que ela cuide dele pessoalmente. - ele explica e o meu pai assente observando o cartão e o John minuciosamente. - Claro, isso é ótimo. - o meu pai fala, e a minha mãe sorri. Quem olha, até pensa. - Porquê não me falou sobre isso antes filha? - filha? - Por favor, à essa hora da noite não, me poupem. - eu falo sem paciência alguma para isso. E ele finge não me ouvir. - Por favor, me fale mais. - ele fala para o John, que de bom grado o acompanha, para falar disso. Agora eu estou me questionando se ele está se referindo a uma empresa de verdade, pelo que vejo o meu pai conhece e se ele sorrio, ele deve ter alguma apreciação por essa empresa. - Eu vou arrumar as minha coisas. - eu falo para o Samuel que assente. - Lauren! - a minha bela irmã diz vindo até mim, pegando na minha mão e eu me desenvencilho do aperto dela. - Onde o encontrou? Está namorando com ele? - ela me questiona. - Não me irrite. - eu falo, puxando a Miriam pelo braço. - E pode tentar, ele não está interessado em você de todo. - eu falo subindo às escadas, ignorando-a. Que raiva que eu tenho de todos eles. - Lauren. - a Miriam fala, enquanto entramos no meu quarto, eu tranco a porta só para no caso de um deles quiser entrar. - Você está bem? Você se machucou? - ela me questiona, e eu sorrio para ela pegando as minhas malas, e ela me ajuda a enfiar tudo, nelas. - Os meus joelhos e cotovelos. - eu falo. - Miriam, como você me deixou fazer isso? - eu a questiono e ela revira os olhos. - Não é como se eu não tivesse tentado. - ela fala, metendo meus produtos de cabelo, de banho e da pele numa mala, enquanto eu coloco um monte de coisa, roupa interior, produtos de higiene, roupas de exercício, tudo quanto é roupa. - E o homem? Aquilo que eu ouvi foi um tiroteio? - ela questiona e eu assinto, fazendo ela levar às mãos para a boca. - Ele morreu? - ela me questiona. E eu me lembro que eles disseram que queriam que tudo fosse confidencial, mas, é da Miriam que estávamos falando, ela sabe de tudo. - Sim. - eu falo, e vejo ela ficar pálida. - Eu sei... - eu falo sentindo o meu coração acelerar. - Mas, você encontrou o Blake Wray? - ela questiona e eu sorrio, sentindo o meu rosto esquentar. - Você o encontrou? - ela grita animada. Esqueceu que eu acabei de dizer que eu matei uma pessoa, rapidinho. - O treinamento, lembra? - eu a questiono e ela assente. - Sim, o que tem? - ela me questiona enquanto eu coloco sapatos, sapatilhas, eu coloco literalmente, quase tudo que eu tenho. Ninguém pode me culpar, afinal de contas, eu não estou sequer pensando no básico. Eu não tive tempo para pensar nisso, eu sequer sei o que e nem como será daqui para frente. - Ele é quem dará o treinamento. - eu falo e o olhar dela ilumina. - Eu não acredito! - ela exclama. - Grita mais, Miriam! - eu falo e ela t**a a boca sorrindo. - Então ele não é nenhum, John? - ela me questiona e eu aceno que não fechando a mala. - Miriam, isso precisa ficar só entre nós. - eu falo e ela sorri. - E a quem eu contaria uma coisa dessas? - ela questiona. - Ninguém, mas eles pediram sigilo, e eu estou contando para você. - eu falo. - Não se preocupe, sua boca e minha boca são o túmulo uma da outra. - ela diz e eu sorrio, enquanto ela me ajuda a fechar tudo. - Você tem certeza disso, Lauren? - a Miriam me questiona quando fechamos à última mala, e eu a encaro. - Eu não sei direito como tudo isso vai ser e sequer como aconteceu, mas nada é melhor do que sair daqui. - eu falo e ela me oferece um sorriso. - Eu sei. - ela diz confirmando. Só ela para entender, a família Moss, é uma fraude autêntica. - Eu adoro você. - ela fala me abraçando. - Eu adoro você. - eu falo retribuindo o abraço, quando batem na porta e é a governanta. - Está pronta? - ela me questiona. - Mais do que pronta. - eu falo pegando as minhas coisas, e passando para os seguranças que estão aqui. E eu saio do quarto com a Miriam, e com o resto das minhas coisas. - Descemos. - e eu vejo os seguranças levarem as minhas malas para o carro do Samuel. - Eu já estou pronta. - eu falo sorrindo para o Samuel que assente se levantando, e aperta a mão do meu pai, que me encara de um jeito diferente. Claro, se perguntando quando foi que isso aconteceu que ele não viu? - Não vai se despedir do seu pai, filha? - ele me questiona. Nossa... - Boa noite. - eu falo sem paciência. - Foi um prazer conhecer você, John. - a minha irmã diz, atirada como sempre e minha mãe sorri com isso. O Samuel sorri condescendente, vindo parar do meu lado. - O prazer foi meu em conhecer os Moss. - ele fala todo galanteador, e eles sorriem. - Vamos, Lauren? - ele questiona me encarando. - Vamos. - eu respondo. - Eu também já, vou! Adeus! - a Miriam despede, indo pegar a bolsa dela. - Adeus! - eles respondem. - Nos deixe orgulhosos, filha. - a minha mãe diz e eu reviro os olhos. - Não faço questão. - eu respondo e saio seguindo o Samuel, e a Miriam. Que falsos, que raiva básica que eu tenho deles. Com certeza, não há melhor decisão que essa. Daqui para frente eu me viro, eu sempre soube me virar, o que importa, é que eu já não estou mais nesse lugar tóxico. E bem, se eles não me impediram de sair, eu não tenho mais com que me preocupar. Eles nunca se preocuparam comigo, não vão se preocupar agora, só em terem certeza que eu não fiz nenhuma asneira, que pode manchar a bendita reputação da família, e a imagem dele. - Me ligue quando chegar. - a Miriam fala e eu assinto, retribuindo o abraço. - Eu ligo. - eu à respondo, vendo o motorista trazer o carro dela. - Foi um prazer, John. - a Miriam fala, e ele assente. - Boa noite. - ela fala. - Boa noite! - nós a despedimos, e então entramos no carro. Eu coloco o cinto, e ele acelera para fora dali em silêncio. - Você não parece se dar muito bem com os seus pais. - o Samuel fala do nada. - E não me dou, nem com os meus pais e nem com os meus irmãos. - eu falo, e ele assente. - Eles pareceram orgulhosos de você. - ele fala, me fazendo o encarar. - Pareceram? - eu o questiono sarcasticamente e ele sorri. - Não. - ele fala e eu sorrio me virando para frente suspirando. - Eles viram você, e se interessaram pela história que você criou. - eu falo. - Foi apenas isso. - eu falo e ele assente minuciosamente. E eu também me calo. É engraçado, normalmente os pais se interessam mais pelos filhos mais novos… Na escola, na faculdade, com todas as pessoas que eu já convive, esse é o aparente normal. Mas os meus pais, nunca se importaram comigo, apenas se eu estou apresentável, se eu estou tendo notas razoáveis, afinal, eu sempre estudei em colégios privilegiados, com os filhos das pessoas do interesse dele, portanto, eu que não os envergonhe. Por aí, vocês já podem imaginar. Durante o colégio, eu estive todos os anos consecutivos no quadro de honra, como melhor aluna, inacreditável, não é? Pois é. Eu pensava que assim os ia agradar, mas se nem eu tirando notas boas, recebendo prêmios, eles se importavam comigo, eu optei por não me importar também. Afinal, o que eu tinha a perder? Tudo piorou quando eles me obrigaram a entrar para à faculdade, para fazer um curso que eu nem queria, por eles mesmos. Embora seja, fácil, não é o que eu gosto, porém já que eu estou fazendo, eu passo, mas também não me esforço, afinal, não tem porquê. Sou a quarta filha deles, que eles acharam que iam manipular como fizeram com os mais velhos, que são cópias deles, por isso se dão, tão bem, mas acabei sendo o terror deles. Eu sou a desalinhada, que não faz questão de absolutamente nada. Isso não sou nem eu que estou dizendo, nem a governanta, gosta de mim. Vocês viram. Segundo eles, eu ser uma pessoa normal, é ser ovelha n***a. Ir para festas, vestir como eu quero, e simplesmente, não namorar quem atiram para mim, é anormal, um desrespeito aos meus pais. Afinal, eu sou tão ovelha n***a por querer atenção e carinho dos meus pais e irmãos, ao investir estar agradecida, de ter bens materiais. Para vocês verem que não é coisa da minha cabeça, vocês viram a reação deles ao chegar? Eu tenho a Miriam, é a filha dos amigos dos meus pais, minha melhor amiga, os pais dela reagiriam de forma completamente oposta. Ficariam preocupados com ela, e não com a quantidade de seguranças que eles tiveram que mandar me procurar. E ela tem um irmão mais velho, e é completamente o oposto dos meus. Mas bem, à esse ponto não me dói e muito menos me importa. Eu estou longe deles, e entrei para um Universo completamente diferente. Eu fui recrutada pela FBI, do dia para a noite e de alguma forma para a minha sorte. E serei treinada pelo Blake Wray… Algo me diz que as coisas serão mais interessantes daqui para frente.
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