Lauren Moss.
- Isso é estranho. - o Samuel fala no meio do caminho e eu o encaro.
- Você é a filha mais nova, pelas estatísticas são as que mais se dão bem com os pais. - ele comenta depois de uma trajetória longa.
- Eu faço parte da margem de erro dessa estatística. - eu falo, e por instantes seus olhos vêm até aos meus, como se me analisasse e depois voltou para a estrada.
- Sem querer ser invasivo. - ele fala e volta o seu olhar para mim novamente. - O que podia fazer você não se dar bem com os seus pais, pelo que sei os Moss, sempre se apresentaram a sociedade como uma família saudável. - ele diz e eu suspiro, pensando e repensando.
- Eu penso que melhor do que ninguém, para um agente especial da FBI, você sabe que muitas coisas não são o que elas aparentam ser. - eu falo, e vejo ele dar um curto sorriso de lado, antes de voltar o seu olhar para frente.
- Eu não tenho uma resposta concreta para isso. - eu falo. - Eu sou a mais nova de três irmãos que são a cópia das atitudes dos meus pais, e eu simplesmente me recuso à participar de coisas que eu não acho que convenham. - eu falo. - Expor opinião, já é errado na família Moss, se você for a mais nova, de três irmãos que fazem absolutamente tudo que os pais dizem, certas ou erradas, você acaba não sendo muito... querida. - eu falo genuinamente triste, porque sinceramente, não é algo que qualquer pessoa queira que aconteça, mas não é como se eu já não tivesse me acostumado, e ele assente.
Ele não insistiu mais na conversa e eu também fiquei matutando o que simplesmente aconteceu, porque a minha ficha, simplesmente não caiu direito, como devia com tudo isso que aconteceu do nada.
Eu estou indo para uma base de treinamento da FBI...
Que m***a eu estou fazendo?
•
Não demorou muito tempo até chegarmos ao estacionamento bilionário da base, os carros que estão estacionados aqui, são estupidamente surreais.
Parece que eu estou dentro de algum filme, agora.
Tudo isso é tão surreal.
Eu saio do carro, e o Samuel já tinha entregado as minhas malas para os homens fardados que estavam aqui, e as levaram, sabe-se lá para onde.
E então eu o sigo, indo atrás dele, para fora do estacionamento.
Sinceramente tudo isso, todos eles passam uma energia extremamente magnética e estimulante.
A forma que eles andam, a postura, até mesmo a forma com que eles falam, é surreal.
- Não precisa ficar nervosa. - ele diz depois de um tempo no elevador.
- Você é um agente especial e está na minha frente, eu estou numa das bases da FBI, matei um homem e simplesmente fui recrutada sem realmente saber o porquê. - eu falo ainda tentando assimilar tudo isso, e como eu fiz isso.
- Para tudo tem um porquê, Moss. - ele responde e às portas do elevador se abrem e ele sai na minha frente.
O que ele quer dizer?
As pessoas aqui andam e você naturalmente vê que eles estão andando para um objetivo concreto, exalam uma aura de poder inexplicável, e parece mesmo que eu estou dentro desses filmes de ação, porém, a excitação em meu corpo é maior, porque isso é claramente real e não um filme de ficção.
O que é meio assustador, também.
Acompanhar o passo dele é um pouco difícil, e só agora eu comecei a sentir o que está acontecendo.
O meu cérebro resolveu me dar um choque para voltar ao mundo real.
E o meu coração está acelerando descontroladamente, mas tem volta?
Não.
Ele faz scan, o scan mais automatizado, cibernético e ficcional que eu já vi em toda a minha curta vida, e às portas deslizantes e acinzentadas escorregam para o lado, e então entramos.
Lauren, você às vezes também me surpreende.
Meu corpo aquece e o meu coração acelera observando a sala mais tecnológica que eu já estive dentro, a Sasha está discutindo alguma coisa com…
Com o Blake.
Na frente de um painel daqueles holográficas, é surreal.
O outro agente, está no sofá jogando pedaços de papel na lata de lixo, sentado e realmente acertando.
Exige muito talento para acertar a essa distância.
Meu rosto ruboriza, quando eles levantam o olhar para nós, e o Samuel apenas adentra confortavelmente na sala.
Eu obviamente, só agora, é que vim ter vergonha na cara e estou simplesmente envergonhada, e me sinto intimidada por cada um deles aqui.
A aura que eles exalam, principalmente o Blake, que parece sucumbir a alma de qualquer mortal, é surreal, e é dele propriamente que eu me sinto mais i********e, vergonhosamente atraída ao mesmo tempo.
E com um frio se instalando em minha barriga.
- Seja bem-vinda, Lauren. - a Sasha diz me oferecendo um sorriso, e isso me acalma um bocado mais. Ainda mesmerizado com tudo isso, eu assinto sorrindo para ela.
Quando atrás de mim, as portas se abrem novamente, revelando a moça de mais cedo, que é surreal de linda, mas eu já não vou com a cara dela, por conta da sua implicância sem sentindo comigo.
Talvez ela esteja zangada por eu ter interferido na missão, o que eu compreendo perfeitamente, até porque eu não sei o que me deu na cabeça, mas ela falou de maneira extremamente rude comigo.
- Oh, já voltaram. - ela fala passando por mim, como se eu nem estivesse aqui, com dois copos de café na mão. - Para você. - ela fala com a voz aveludada, entregando numa proximidade extremamente íntima ao Blake.
Flertando.
Espera…
Meu rosto ruboriza imediatamente.
Claro, Lauren!
- Foi demasiado fácil. - o Samuel comenta, voltando de algum lugar aonde ele tinha entrado, saindo realmente como um agente dos filmes de ação.
Não um agente da FBI, e sim um agente de campo de filme de ação, e p***a!
- Claro, se a menina foi e se lançou na frente de um assassino de nível A, com certeza não tem ninguém que se importe com ela. - ela responde.
- Hailey. - a Sasha fala, e eu suspiro.
Se ela acha, que eu sou mascotinho para ela falar o que quiser comigo, quando quiser, independentemente de quem ela seja.
Ela está muito enganada.
Eu vim parar aqui, e saí da mansão dos meus pais sem sequer saber porquê e para quê?
Não tenho nada a perder mais.
- Ninguém se importa comigo, e eu também não me importo com ninguém, principalmente com a sua opinião, Hailey. - eu falo, e vejo a Sasha, o Samuel, e o outro agente sorrirem, mesmo surpresos.
O olhar do Blake foi neutro, mas o dela, me ameaçou de morte em todas as línguas faladas na face da terra.
- Nós não precisamos de uma inútil como essa garota aqui. - ela fala, mas com o tom de voz de desdém.
Se ela acha que isso me afecta…
- Oh, precisam sim. Caso contrário, eu estaria na prisão e não teriam me ajudado a vir para cá se eu fosse tão inútil. - eu falo e agora eles arregalam levemente os seus olhares.
Eu não sou nenhuma estúpida, eu agi impulsivamente, mas eu tenho noção que se tudo isso está acontecendo e desse jeito, é porque alguma coisa, para alguma coisa, eu sou necessária.
- Foi convocada para um treinamento, do qual com certeza será retirada em apenas um dia, por literalmente, não ser útil. - ela responde e eu suspiro fundo. - E o que está fazendo aqui? - ela questiona de forma rude.
- Venha, Lauren. - a Sasha fala dando um olhar de repreensão na Hailey, e vindo até mim, me encaminhando à porta
- Até amanhã. - o Samuel e o outro agente falam, e eu sorrio.
O Blake, sequer está a prestar atenção nisso, ele está fazendo as coisas que o vi fazendo, sem sequer ligar quem e o que está a volta dele.
- Até amanhã. - eu falo, saindo com a Sasha da sala deles.
Com o que a Hailey falou matutando a minha cabeça.
Bem, eu acho que saí de um problema, para outro!