✔5. A hora da verdade

872 Words
✔ 5. A hora da verdade: Após o acidente na madrugada passada, Enrico, preferiu ficar em casa. Tudo estava estranho. Começando pela mudança que sua mãe tinha feito em seu closet, mudando a sua maneira de vestir, seu estilo. O pai que até o momento, não tinha dito uma única palavra com relação ao acidente. Enrico foi a cozinha, pegou um copo de água, depois para a piscina. Deitou- em uma espreguiçadeira, ficou observando a bela noite, com o céu estrelado e a linda lua cheia. Vagava em seus pensamentos quando sua mãe o chamou. _ Enrico, meu filho vai sair esta noite? _ Hoje não, mamãe, depois dos últimos acontecimentos, prefiro ficar em casa esta noite. _ Menos m*l, assim será mais fácil. _ Mais fácil o quê? Quis saber. Observava atentamente sua mãe. _ Seu pai o aguarda no escritório, deseja conversar e esclarecer algumas coisas. Neste momento entendeu que havia algo a mais por não terem o repreendido pelo acidente. A punição viria agora. Foi em direção ao escritório, acompanhado pela mãe. _ Sente-se. Sentou-se em uma cadeira à frente da grande mesa de seu pai, que o olhava com um semblante sério, indecifrável. Sua mãe sentou-se ao seu lado. _ Pronto pai, pode ir direto ao assunto. Pediu. Neste momento tantas coisas passavam por sua cabeça. Uma ruga de preocupação já havia se formado em sua testa. _ Enrico, diante de todas as suas atitudes nos últimos meses, seu comportamento inadequado, somado ao acidente desta madrugada, sua mãe e eu tivemos uma longa conversa. Chegamos a conclusão que você não mudará nunca, se nós não fizermos algo para acontecer. Ele continuava a olhar atentamente para o seu pai, que transmitia uma calma assustadora. A mãe com um leve sorriso no rosto. _ Então, por este motivo, nós iremos dar uma forcinha para que se torne um homem responsável e tome frente nos negócios da nossa família. _ Mas pa... Neste momento foi interrompido por sua mãe, que o repreendeu. _ Espere seu pai terminar de falar sem o interromper ou questionar. Sílvia falou sério. Enrico apenas assentiu com um meneio de cabeça. _ Obrigado, meu amor! Agradeceu a esposa e prosseguiu: _ A partir de segunda-feira você começa a trabalhar na empresa. Vai trabalhar diretamente comigo, para aprender como ser o CEO da empresa que será sua. Segunda quero você na empresa às oito horas da manhã e não aceito atrasos. Enrico ainda tentou argumentar, mas não tinha como fazer o pai mudar de ideia. Não tinha escolha. Começaria a trabalhar na empresa ou ficaria sem sua mesada e no futuro veria sua herança ser doada a instituições de caridade e aos primos, ficando com quase nada. Era melhor não contrariar. _ Meu filho, ainda não é tudo. Tinha mais por vir. _ Apenas trabalhar na empresa não será o suficiente para que você fique com toda a herança quando eu e seu pai partimos desta vida. Ele olhava incrédulo para a mãe, como se ela fosse o próprio bicho-papão. _ Queremos que você se case. Neste momento ele gritou. _ O QUÊ? Buscou o ar que faltou. Não tinha ficado tão abalado com o comunicado sobre trabalhar, sabia que este momento chegaria mais cedo ou mais tarde, mas casar era um pouco demais para um solteiro convicto. _ Como assim me casar? _ Arrumando uma namorada, noivando e casando. _ E não aceitaremos uma dessas vadias que você conhece e costuma sair todas as noites. Queremos uma moça honrada, decente para nossa nora e não uma oportunista para mãe dos nossos netos. _ Netos? Perguntou incrédulo. _, Sim, meu filho. Netos! Seu pai e eu já estamos ficando velhos e já estamos na idade de ter netinhos. _ Como sua mãe disse: não queremos uma oportunista para a mãe de nossos netos. _ Isso é impossível. Não pretendo me casar e muito menos conheço uma mulher com estas características. Enrico cuspiu as palavras afobado, mostrando toda a sua indignação. _ Pois, então, trate de conhecer. Segunda já começará na empresa, quero você lá pontualmente para dar exemplo aos demais funcionários. E esperamos que você encontre uma moça decente para se casar ou seu primo se tornará nosso herdeiro e você ficará com o mínimo que lhe sobrar. _ Você tem exatamente um ano para mostrar ser eficiente no comando da empresa e encontrar uma noiva. Ele ainda tentou argumentar com os pais, porém sendo inútil. Os pais estavam decididos. Foi até o bar que ficava na sala, pegou uma garrafa de um bom whisky, subiu para o seu quarto, sentou-se na cadeira que tinha em sua varanda próxima a uma pequena mesa de tampo de vidro. Neste momento ele somente pensava em como seu pai tinha mudado o modo de agir com ele. Mais firme que o normal, irredutível, agora com o apoio da mãe. Depois de muito pensar, concluiu que trabalhar não seria de tudo tão r**m, ainda poderia continuar curtindo a vida. Em relação ao casamento, sua conclusão, seria melhor enrolar seus pais, bastava se mostrar dedicado e que possuía responsabilidade e competência para comandar os negócios da família, mesmo sendo solteiro. Talvez, assim, desistiriam da ideia de casamento. Casar não estava nos seus planos.
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