✔4. A vida de Chiara Oliviatto:
Do outro lado da cidade, morando com os avós desde a morte dos pais em um acidente, vivia a bela Chiara Oliviatto.
O bairro em que moravam era simples, sem criminalidade, sendo o maior perigo do bairro a língua das vizinhas fofoqueiras. Elas não poupavam ninguém. Fofocavam sobre o que viram e não viram, além do que imaginavam.
O senhor Fausto e a sua esposa, Antonietta, criaram a neta com muito amor e dedicação. Não deixaram que nada lhe faltasse dentro das suas condições.
Apenas foram severos quando o assunto se tratava de relacionamentos, não permitiam a neta namorar de forma alguma.
Chiara, somente conseguiu dar o seu primeiro beijo aos dezessete anos às escondidas com a ajuda de uma amiga no intervalo de uma aula no colégio.
Os avós queriam a preservar. Não desejavam a ver sofrer por desilusões amorosas. O moralismo religioso também estava presente.
Assim como não a queriam com qualquer um, que pudesse a querer somente para aproveitar de seu corpo.
O homem que quisesse namorar ela, deveria saber que namoro na família Olivatto, é namorar, noivar e consequentemente casar. Nada de passatempo.
E o mais importante, era preciso ser aprovado por eles, que a protegeria dos possíveis aventureiros.
Ela trabalhava em uma elegante cafeteria no Centro da cidade, como garçonete.
Neste sábado estava de folga, aproveitaria o dia para fazer um passeio no shopping, tomar um sorvete e comprar algumas maquiagens.
As maquiagens seriam usadas nas vizinhas do bairro, que tinham se tornado clientes ao ficarem sabendo que estava fazendo o curso profissionalizante para se tornar uma maquiadora.
Mas este passeio ao shopping tinha algo a mais, também iria fazer um lanche com Renato, um rapaz que conheceu na cafeteria em que trabalha. Conversavam praticamente todos os dias por mensagens.
Ele sempre a convidava para sair.
Na realidade estava apaixonada e este seria o primeiro encontro deles.
A ansiedade a dominava, sentia borboletas no estômago.
Precisava saber se Renato estava disposto a conversar com seus avós, para pedir autorização para namorá-la.
Chiara fez uma maquiagem básica, rímel, um batom na cor nude, nada elaborado, escolheu uma calça jeans escura, uma blusa branca, uma sandália baixa, afinal era um passeio no shopping e não queria despertar curiosidade dos seus avós com uma produção mais elaborada.
Saiu de casa mais cedo para ter tempo de comprar suas maquiagens antes do encontro. Na hora marcada encontrou com Renato na lanchonete do shopping.
Renato era um homem bonito, trabalhava como motorista de um dos clientes da cafeteria em que trabalhava.
_ Olá!
_ Olá! Você está lindíssima!
_ Obrigada!
Se cumprimentaram com três beijinhos no rosto, logo engataram em uma conversa sobre as compras que Chiara tinha feito.
A conversa fluía normalmente, mas Renato precisava saber como era a sua família.
_ Renato, para você pode até parecer antiquado em pleno século XXI uma família conservadora como a minha.
Neste momento ela suspirou, Renato a olhava atentamente.
_ Mas, não posso chegar em casa e falar com meus avós que estou namorando ou ficando com alguém.
_ Como assim?
_ Meus avós esperam que o homem por quem eu me apaixonar, ir até a nossa casa pedir autorização para namorar.
Neste momento ela respirou fundo, estava morrendo de vergonha de falar deste assunto. Gostaria de ser como as colegas de curso e as moças que conhecia, simplesmente apresentar o namorado a família, sem a formalidade de pedir permissão.
Mas os avós eram totalmente antiquados.
Frequentava a missa todas as quartas e domingos com eles.
Pensamento de Renato:
"Que velhos ridículos."
Mas com um sorriso no rosto ele disse:
_ Sem problemas minha flor, irei conversar com seus avós, pedir permissão para namorar você.
Mas vamos esperar mais um pouquinho, nos conhecer melhor.
Para Chiara o encontro tinha sido melhor do que poderia imaginar. Renato mostrou estar apaixonado assim como ela. Tinha sido gentil, a respeitado, o beijo deles tinha sido apenas um selinho quando ela se despediu. E o principal estava disposto a conversar com os seus avós.
Decidiram esperar um pouco, antes de Renato ir pedir a autorização para namorá-la.
Estava radiante e apaixonada.
Tinha em mente que não demoraria muito para Renato estar frequentando sua casa e fazendo programas de namorados: como ir à sorveteria, ao cinema, passear no shopping de mãos dadas.
Era romântica e sonhadora.