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1604 Words
--- **Capítulo 8 - Guilherme Petrov** Guilherme, ainda atordoado e com dor pulsando em cada fibra do seu ser, observa com dificuldade enquanto sua mãe, com um semblante angustiado, se agacha ao seu lado. Ela limpa as feridas nos pulsos dele com movimentos gentis, tentando aliviar a dor que parece consumir cada célula de seu corpo. O gosto metálico de sangue e ferro é quase insuportável, e ele luta para manter os olhos abertos. — Novamente não… — pensa desesperado. A figura de sua mãe surge como um vislumbre de conforto em meio à tormenta. Ela corre até ele e se agacha, segurando seu rosto com ternura. — Mãe!!... O que você está fazendo aqui? — Guilherme pergunta, atônito e confuso. Ela o olha com uma mistura de tristeza e raiva. — Ele não deveria ter feito isso! Aquele maldito... Não deveria nem ter nascido! — exclama, tirando as correntes dos pulsos dele com uma fúria contida. — Vamos, meu filho... Mamãe vai à farmácia e já volta — promete, com voz carregada de determinação. Com dificuldade, Guilherme se levanta e vai até a cozinha, sentindo uma fome desesperada. Lá, encontra uma mulher com cabelos castanhos cacheados e lábios carnudos lavando a louça. A visão dela, ao lado da mamadeira do Noah, chama sua atenção. — Meu irmão finalmente aceitou e contratou alguém? — pensa, surpreso, notando uma familiaridade nela que não consegue identificar. A mulher se vira, e ao ver Guilherme, sua expressão muda para uma de choque e preocupação. — Tiago? — exclamou, com a respiração pesada. — Não, não sou Tiago... — responde Guilherme, tentando oferecer um sorriso encorajador apesar da dor. — Pare de brincar comigo, não vou cair nos seus joguinhos! — retruca, visivelmente irritada. — Estou falando a verdade, sou Guilherme, irmão gêmeo de Tiago! — diz ele, observando como ela o analisa com atenção. — Ahhhhh... — Guilherme grunhiu de dor, segurando a barriga. — Está tudo bem? — pergunta a mulher, preocupada. — Nada demais... — responde ele, forçando um sorriso sem dentes enquanto se apoia no balcão da cozinha. — Deixe-me ver isso... — Ela se aproxima hesitante, mas com a intenção de ajudar. — Como se chama? — Guilherme pergunta enquanto tenta se ajeitar. — Luísa — responde ela, sua voz tremendo um pouco. — Está bem feio isso... — comenta Luísa, examinando os ferimentos com um olhar preocupado. — Você se parece muito com o Tiago — diz Luísa, ainda apreensiva. — Isso não é um elogio para mim — responde Guilherme, tentando rir apesar da dor. — Você me parece bem familiar — afirma Guilherme, estendendo a mão para tocar o pulso dela e depois seu queixo. — Não foi para isso que eu te trouxe, que eu saiba! — Uma voz abrupta interrompe a conversa, fazendo Luísa e Guilherme se virarem assustados. Tiago entra, puxando Luísa para fora da cozinha e em direção ao seu quarto. Guilherme está prestes a intervir, mas sua mãe entra na sala. — Filho, venha — ordena ela, com firmeza. Enquanto se prepara para seguir Tiago, Guilherme não consegue deixar de pensar em Luísa. Há algo inquietante na familiaridade dela que não consegue entender. Quando finalmente se encontra com Tiago, pergunta: — Onde está a Luísa? — Dormindo... E você, o que faz aqui? Ainda não dei nenhuma ordem — responde Tiago, irritado. — Mas a mamãe deu! E licença, vou ver a Luísa — Guilherme tenta passar, mas Tiago o impede. — Você vai à caça hoje! — ordena Tiago, sua voz implacável. — Não acho necessário, já que você vai! — Guilherme responde rapidamente, tentando evitar a ordem. — É uma ordem, Guilherme! — grita Tiago, sua raiva evidente. **Tiago** Tiago reflete sobre o passado, lembrando-se de um episódio doloroso. Em um flashback angustiante, ele vê seu pai observando enquanto quatro homens o agrediam. Dois homens seguravam seus braços, enquanto outro o chutava para fazê-lo ajoelhar. A dor era intensa, e Tiago mordia os lábios para não gritar, sua vergonha e desespero intensificados pela presença fria do pai. O tempo passa, e Tiago se encontra em uma situação ainda mais desesperadora, com sua boca cheia de sangue e seus dentes cravados na carne devido à força com que mordeu uma toalha para sufocar seus gritos. Rosa, com lágrimas nos olhos, tentava cuidar dele, mas a dor e a febre eram quase insuportáveis. **Fim do Flashback** Tiago sai do banho e veste uma calça de moletom. Seu celular toca, e ele atende rapidamente. — Alô? — fala ele. — Senhor Petrov, lhe enviei o que pediu — diz Marco ao telefone. — Ótimo — responde Tiago, desligando. Ele revisa os e-mails com atenção e encontra uma foto de sua antiga classe, com Luz bem no meio entre ele e Tiago. A visão traz um sorriso sombrio aos seus lábios. — Encontrei você, Luz — pensa, deitando-se na cama, mas o sono parece escapar dele. O dia amanhece, e Tiago, agora mais determinado, prepara-se para sair. Ao descer as escadas, ouve uma conversa entre Guilherme e Luísa. — Está bem feio isso... — ouve Luísa dizer. — Que p***a é essa? — sussurra Tiago para si mesmo. — Você se parece muito com o Tiago — Luísa estava tentando entender a situação. — Isso não é um elogio para mim — Guilherme responde, rindo apesar da dor. — Você me parece bem familiar — Guilherme continua, tocando o pulso e o queixo de Luísa. Tiago, com o rosto endurecido pela fúria, arrasta Luísa pelo corredor, seus passos ecoando como uma sentença inevitável. Luz, com os olhos arregalados e o corpo tremendo, tenta protestar, mas Tiago ignora seus apelos. O corredor, m*l iluminado, parece se esticar interminavelmente, refletindo a desolação e o desespero que pairam no ar. Ao entrar no quarto, o ambiente se torna uma arena de tensão. Tiago fecha a porta com um estrondo que reverbera pelo ambiente. Luz se encolhe na cama, suas mãos tentando proteger seu rosto, enquanto Tiago se aproxima com um olhar frio e determinado. — Não... Por favor, se afaste — Luz implora, recuando até a cabeceira da cama. — E por que eu deveria? Você não se incomodou com meu irmão — Tiago responde, segurando os pulsos dela. Quando Luz tentou resistir, Tiago a beijou forçadamente. Ela o mordia e lutava, fazendo com que Tiago ficasse ainda mais enfurecido. Com um movimento rápido, ele a jogou no chão. — Estava quase beijando aquele estorvo, e agora você me n**a! — exclamou Tiago, enquanto limpava as lágrimas do rosto de Luz com uma das mãos. — Me erra! — Luz gritou, com os dentes trincados de raiva. O sangue de Tiago ferveu, e ele a agarrou pelo pescoço. Quando a sanidade voltou, Luz estava desacordada no chão. — Olha o que você me faz fazer... — Tiago murmurou, saindo do quarto e trancando a porta atrás de si. Desceu as escadas e encontrou Guilherme, que perguntou: — Onde está a Luísa? — Dormindo... E você, o que faz aqui? Ainda não dei nenhuma ordem — Tiago respondeu. — Mas a mamãe deu! E licença, vou ver a Luísa — Guilherme tentou passar, mas Tiago o impediu novamente. — Você vai à caça hoje! — Tiago ordenou, sua voz cortante. — Não acho necessário, já que você vai! — Guilherme respondeu rapidamente. — Estou mandando, Guilherme! E se livre daquela coisa para ontem, não a quero aqui! — Tiago encerrou, indo para o carro à espera de Guilherme. Quando partiram para a caça, dirigiram-se à fronteira entre a Rússia e Belarus. Tiago encontrou um dos espiões da Máfia Italiana. — Como prometido, Joseph! Agora a informação! — Tiago exigiu. — Eles planejam um ataque em poucos dias! Roubar as encomendas foi uma parte do plano... Agora faça o que prometeu... Onde está minha mulher! — Joseph gritou, desesperado. — Calma, fale baixo, não sou surdo. O trato é o trato, e eu estou honrando. Tenho palavra! — Tiago respondeu, apontando para Belarus. — Ali, corra até lá e você vai encontrar sua esposa! Soltem-no! — ordenou Tiago. Joseph hesitou, mas começou a correr na direção indicada. Tiago Tiago hesitou por um momento, observando Joseph correr na direção indicada. Mas então, sem aviso, disparou sua arma, acertando a perna de Joseph. — DESGRAÇADO! VOCÊ PROMETEU! — gritou Joseph, segurando a perna ferida, sua voz cheia de desespero. Tiago se aproximou calmamente, o rosto impassível. Ele colocou o cano da arma na testa de Joseph e, com uma voz fria e calculista, disse: — Está me chamando de mentiroso? Joseph olhou para Tiago com uma mistura de medo e incredulidade. O desespero em seus olhos era palpável. — Estou quase me arrependendo de ter te trazido até sua esposa — Tiago continuou, sua voz carregada de crueldade. — O que?! — Joseph perguntou, atônito e sem entender. — Sua esposa foi cremada aqui... Você demorou para abrir a boca, então perdi a paciência! — Tiago revelou, a voz repleta de uma satisfação sombria. O grito agonizante de Joseph ecoou na área, seu desespero transformando-se em uma fúria devastadora. Ele tentou se arrastar para longe, mas Tiago não mostrou misericórdia. Com um movimento decidido, Tiago puxou o gatilho e disparou um tiro na testa de Joseph. — Пока смерть не разлучит тебя (até que a morte os separe!) — murmurou Tiago, com um tom sinistro. O tiro ecoou na área silenciosa, e o sangue de Joseph contrastou com a neve branca ao seu redor. Tiago observou enquanto o corpo de Joseph, estendido na neve, antes de se virar e se dirigir ao carro. ---
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