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1828 Words
**Tiago** "Desgraçado, minha camisa favorita!" Esbravejei, enquanto mandava limpar os restos do sangue. A frustração era visível em meu rosto, e o odor metálico me fazia se sentir ainda mais irritado. Senti a necessidade de mudar de cenário para esfriar a cabeça, então fui em direção ao carro e entrei no veículo com um suspiro pesado. Iniciamos a viagem pela estrada coberta de neve. A tempestade havia deixado um manto branco espesso sobre tudo ao nosso redor. O caminho era estreito, cercado por árvores cujos galhos estavam encurvados sob o peso da neve. A estrada, repleta de montes acumulados, tornava a jornada desconfortável e lenta. O cenário era tanto encantador quanto perigoso. A beleza da neve contrastava com a potencial letalidade de um acidente em tais condições. "No precisava matá-lo," resmungou Guilherme, quebrando o silêncio tenso. "É mesmo? E como você faria isso?" Perguntei, já sabendo que ele não tinha uma resposta prática. Guilherme era mais um estorvo do que uma ajuda real. "Ele não poderia voltar e teria que se esconder!" Guilherme insistiu, com uma pontada de certeza em sua voz. "Hummm... Será mesmo? Não seja tão ingênuo, Guilherme! Ele poderia facilmente alertar os outros sobre nosso conhecimento. Eles iriam matá-lo de qualquer forma, só adiantamos o processo. E com eles invadindo antes do combinado..." Eu falei, desdenhoso, e ele ficou em silêncio, sem ter o que responder. "Não tem qualidade nenhuma para o meu cargo!" Eu declarei, um tom de desdém na voz. Ao chegar na mansão, fui diretamente para o porão, onde os pertences dos presos eram guardados. Peguei o cartão de Joseph e fui até a cela de Eric. A ideia de ver o cunhado em uma posição vulnerável me divertia. “Ora, se não é o meu querido cunhado,” eu disse com um sorriso sádico, observando sua reação furiosa. “Nem em sonhos!” Ele esbravejou, a raiva e o medo visíveis em seu rosto. “Veremos... Olhe bem, só irei explicar uma vez. Se der um escorregão ou sair fora da linha, este localizador irá me dizer a sua localização. Saia do plano uma vez e eu mato você e quebro aquela coisinha linda que está lá em cima,” eu mostrei o localizador que havia sido implantado em seu braço. Ele apenas me olhou, sem fazer qualquer comentário. “Pode colocar,” eu disse, dando permissão para o procedimento. Após o término, mostrei que não estava blefando. “Espero que vá conforme o plano! Não se esqueça, estou de olho em você o tempo inteiro!” Eu adverto e me retiro da cela. Subi para a mansão e passei pela sala, onde encontrei uma das empregadas com o bebê no colo. Meu temperamento não estava em seus melhores momentos. “JÁ DISSE, NÃO QUERO AQUELA COISA AQUI!” Eu gritei, assustando a empregada. “Está querendo me matar?” Ela perguntou, com a mão no peito, claramente apavorada. “NÃO MUDE DE ASSUNTO!” Eu continuei a gritar, minha frustração clara. “Você tem que arcar com algumas das suas consequências,” ela disse, com uma calma irritante. “Você fala como se eu tivesse me envolvido com qualquer p**a sem proteção! Mas adivinha, Magda? Ele não é meu, pouco me importa! Não tenho culpa se ele não pagou a dívida; pegou o dinheiro porque quis!” Eu continuei, irritado. “Mas eu ainda tenho poder nisso, então eu também tenho voz! A criança fica!” Magda respondeu, determinada. “Você só diz isso porque seu filhinho está me tirando do sério. Se fosse em outras circunstâncias, nem ligaria para o moleque! Veremos até quando!” Eu disse, me retirando do local. --- **Luisa** Acordei deitada no chão, com uma dor pulsante na nuca e uma fisgada no pescoço. Me sentei na beira da cama, tentando entender onde estava. O ambiente estava confuso, e os contornos das paredes pareciam distorcidos. Quando ouvi o barulho da porta se abrindo, congelei. Tiago entrou, e, por um momento, nossos olhares se cruzaram. Ele parecia imperturbável e, em seguida, foi para o banho. Um medo profundo se apoderou de mim. *Não...por favor...se afaste...* Eu tentei me afastar mentalmente dele, mas era em vão. “E por que eu deveria? Você não se incomodou com meu irmão,” Tiago disse, segurando meus pulsos com força e jogando-me de volta na cama. “Não...” tentei protestar, mas ele me calou com um beijo forçado. Eu mordi seus lábios, o que só fez aumentar sua raiva. “Filha da mãe!” Ele exclamou, antes de puxar meu cabelo e me empurrar ao chão com força. A dor me fez gritar. “Assim que eu voltar, quero um beijo digno,” ele exigiu, e eu respondi com uma voz trincada de raiva e dor, “Me erra!” O empurrão que recebi fez com que minha cabeça batesse no chão e eu apaguei. Quando acordei, o som da água do chuveiro caindo era a única coisa que eu conseguia ouvir. “Eu tenho que sair daqui...” sussurrei para mim mesma, tentando me acalmar. Quando Tiago saiu do banheiro, ele me deu uma peça de roupa. Peguei a peça sem olhar para ele e corri em direção ao banheiro. Fechei a porta atrás de mim e, ao olhar o cesto, vi a blusa ensanguentada que ele estava usando. “Ele matou o Eric...!!!” Coloquei as mãos na boca, o choque e a dor me derrubando. Senti um desespero profundo e um choro silencioso tomou conta de mim. Tentei me recompor, entrei no box e tomei um banho, lavando a sensação de sujeira e medo que me acompanhava. A roupa que Tiago me deu era uma blusa grande e uma cueca box. *Há quanto tempo não me sentia limpa assim?* Eu me perguntei. Olhei para o espelho, tentando encontrar um semblante de normalidade. “Tá tudo bem, Luz! Tá tudo bem... tá.a..b.be.m!” Eu tentei me convencer, mas a voz falhava em sua tentativa de conforto. Coloquei a blusa, joguei minhas roupas na pia e saí do banheiro. Me deitei sobre a cama, olhando para o outro lado. Sentindo a cama afundar do outro lado, me perguntei de quem era aquele sangue. “Como?” Eu perguntei, minha voz, quase um sussurro. O tom da voz de Tiago estava cansado. “O sangue na sua camisa... foi o Eric?” Perguntei novamente, minhas lágrimas ameaçando sair. Tiago se moveu para o outro lado da cama e passou o braço em torno de mim, me virando em sua direção. “O que te faz pensar o pior de mim?” Ele questionou, com uma seriedade que parecia sincera. “Será que é porque você me sequestrou? Me manteve presa? Me ameaçou? E me deixou desacordada ao chão? Só pode ser ironia!” Eu disse, com medo e confusão. “Você acha que não tenho motivos?” Eu adicionei, ainda sentindo um tremor de medo. Ele não respondeu imediatamente, apenas me olhou, sua expressão vazia. “Não... não era o seu irmão!” Ele disse finalmente, com seriedade. Suas palavras, embora difíceis de acreditar, eram um alívio misturado com a dor de uma perda que eu ainda não entendia completamente. Eu tentei controlar as lágrimas que vieram com o alívio. Era um alívio egoísta, considerando que alguém havia morrido, mas era um alívio, mesmo assim. Eu estava lutando para aceitar a realidade distorcida ao meu redor. “Você não deveria ir para o seu quarto?” Eu perguntei, hesitante. “Eu estou nele e você fica!” Ele respondeu, antes que eu pudesse questionar. Deitei minha cabeça novamente, tentando encontrar um sono que parecia escapar de mim. **Tiago** “Minha pequena Luz,” Eu pensei, olhando para o pequeno corpo ao meu lado, vestido com uma das minhas blusas. Ela parecia ainda mais vulnerável e cativante. A blusa subia um pouco enquanto ela se movia, expondo um pouco da pele. “Дьявол (d***o), você está me testando, só pode!” Eu murmurei, mordendo meus lábios em frustração. Passei a mão em sua cintura, descendo até sua b***a. Ela acordou assustada, o medo evidente em seus olhos. “O que está fazendo?” Ela perguntou, a voz tremendo. **Tiago** “Minha pequena Luz,” Eu pensei, observando o corpo dela ao meu lado, vestida com uma das minhas blusas. A blusa, grande demais para ela, subia um pouco quando ela se movia, revelando uma parte de sua pele. Isso me provocava, e eu mordi meus lábios, sentindo uma frustração crescente. Eu passei a mão por sua cintura, descendo até sua b***a. O toque a fez acordar assustada, seus olhos se arregalando com medo. “O que está fazendo?” Ela perguntou, sua voz tremendo e cheia de desespero. Eu tentei beijá-la, mas ela virou o rosto, rejeitando-me. “Ok!” Eu disse, levantando-me com uma sensação de frustração. Fui para a sala e me deitei sobre o sofá, mas o sono parecia escapar de mim. A noite foi longa e inquieta. Quando o choro do bebê começou, uma ideia surgiu. Levantei-me e saí da mansão com meu carro particular, dirigindo até uma joalheria da família. “Um dos meus pequenos Petrovs, você é?” Perguntou minha tia assim que entrei, olhando-me com curiosidade. “Não vim conversar, nem visitar, quero um anel!” Eu fui direto ao ponto, sem paciência para conversas. “Nem um beijo na titia Tiago!” Ela respondeu, indignada, mas seu tom era brincalhão. “Como adivinhou?!” Eu ironizei, tentando manter um semblante sério. “Vamos, não tenho o dia todo!” Eu apressei, ignorando suas piadinhas. “E o que você está procurando?” Ela perguntou, ajeitando seus óculos com uma expressão curiosa. “Um anel de noivado e duas alianças de casamento!” Eu declarei, minha voz firme e decidida. “Você?! Casar?! Quem é a 'felizarda'?” Ela fez aspas no dedo, claramente surpresa e curiosa. A pergunta dela estava repleta de um misto de incredulidade e diversão. Minha tia Maggi era uma das poucas pessoas que me tratava com carinho genuíno. Irônica e brincalhona, ela era a irmã mais nova do meu pai, e eu tinha uma dívida de gratidão com ela. Além disso, ela sempre foi uma das poucas pessoas a me tratar com alguma forma de normalidade, até onde podia. “Como você sabe que ela não vai rejeitá-lo?” Minha tia questionou, um sorriso divertido nos lábios. “Porque ela não terá essa opção!” Eu respondi, com uma frieza calculada. A determinação em minha voz era clara; eu estava decidido a seguir com meus planos, não importando as consequências. Enquanto eu esperava pelos anéis, o som do bebê chorando parecia ressoar em minha mente, amplificando a necessidade de agir de acordo com o que planejei. A incerteza e a tensão de minha situação atual misturavam-se com um desejo de controle e domínio, algo que eu estava começando a aceitar como parte de quem eu realmente era. ---
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