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2047 Words
**Capítulo Sete** *Luísa* Cá estou eu, presa. Não sei há quanto tempo estou aqui, s*******o de dia ou noite. Ele me deixa nesta cela, cercada de cobras, e por mais que esteja exausta e com sono, não fecho os olhos. Minha garganta dói por causa do tempo que passei implorando, mas agora estou calada. Não tenho mais forças. “Socorro”, penso, balançando a cabeça quando noto algo. Olho para a parede e vejo um buraco. Verifico se ele é aberto do outro lado, então tiro o ratinho do bolso e o direciono ao buraco. "Tchau, ratinho... ao menos você sairá daqui..." sussurro, enquanto meu amiguinho escapa daquele lugar horrível. Mas logo escuto passos. A porta se abre, revelando meu sequestrador. Me encolho assustada, mas ele me agarra pelo braço e praticamente me arrasta para fora. Imploro para que ele me solte durante o caminho, mas ele não me ouve. Saindo do cativeiro, percebo que já é noite. "O que esse homem quer comigo?" penso, o coração disparado. Ele me puxa para dentro de uma mansão. "Ele vai se aproveitar de mim...", penso apavorada. Ao entrar, ouço o choro de um bebê. "Esse maldito tem uma família! Como?!" "Faça isso calar a boca, ou mato seu irmão!", ele me ameaça. O pânico corre pelas minhas veias ao ouvir que Eric ainda está vivo. "Faça esse choro parar, agora!", ele ordena antes de sair do quarto. Com o bebê em meus braços, tento acalmá-lo. "Olá, pequeno... O que você tem?" Falo suavemente, verificando se ele está sujo ou com fome. Mas ele continua chorando, o rostinho já vermelho de tanto esforço. "Onde está sua mãe?", penso, o medo misturado à compaixão. "Você deve estar com fome...", concluo, decidindo ir até a sala. Com cautela, pergunto onde fica a cozinha, e ele me mostra. Preparo o leite do bebê com movimentos rápidos, quase automáticos, enquanto memórias de minha infância, quando ajudava a cuidar da minha irmã, vêm à tona. "Saudades da minha irmã..." O bebê finalmente começa a sugar a mamadeira com força, e um sentimento de alívio misturado à ternura toma conta de mim. "Ele chorou tanto que até babou na roupa", penso, enquanto observo seu cabelinho loiro que me lembra o de meu tio. Depois que ele adormece em meus braços, o deixo na cama, com almofadas ao redor para protegê-lo. Exploro a casa com cuidado, percebendo que há poucas saídas – apenas a porta da cozinha e a da frente. Volto para a sala, desanimada, esperando que ele volte para me levar de volta à cela. "Eric, onde você foi me meter?" penso, sentindo a desesperança crescer. Mais tarde, estou no quarto do bebê, observando-o dormir. "Então, onde estão os pais dessa criança?", me pergunto. Vou até a cozinha para preparar outra mamadeira. Assim que entro, dou de cara com ele, com o corpo seminu quase dentro da geladeira. Meu olhar percorre suas costas definidas, e sinto uma onda de calor subir pelo meu corpo. "Que homem é esse?... Mas espera... o que é aquilo...?" Ele se vira e me pega olhando. "O que quer?", pergunta com a voz grave, tirando-me de meu transe. "Eu... eu só vou esquentar a mamadeira do bebê...", respondo, tentando controlar a voz trêmula. Mas é impossível, minha vergonha me consome. Tinha que ser um bandido? Podia ser um CEO, como nos livros... Faço o que tenho que fazer, e ele me manda comer. Hesito, lembrando da última vez que comi o que ele me ofereceu. "E se tiver veneno?", penso, mas logo decido: "Ao menos vou morrer de barriga cheia!" Pego um pedaço de bolo e suco, me sento e começo a comer, tentando ignorar sua presença. Ele se levanta para atender o celular, e eu o observo disfarçadamente. Quando ele volta, seu olhar está diferente, mais intenso, como se me despisse com os olhos. O desejo nele é evidente, e isso me assusta. "Não gosto disso", penso, sentindo meu coração acelerar. "Luísa Duarte Cooper, me fale mais sobre você", ele exige. Não é uma pergunta, é uma ordem. Seu tom autoritário me faz sentir um misto de raiva e atração. Olho para ele e o desafio com o olhar. "O que mais eu diria, se você já sabe tudo sobre mim?" provoco, vendo sua expressão endurecer. "Estou tentando ser gentil com alguém, pelo menos uma vez na vida!", ele rebate, cerrando os olhos, como se quisesse me dominar. "Bom, sua gentileza é um pouco estranha... Sequestrar e prender não te ajuda a fazer muitos amigos...", respondo, e um sorriso se forma em seus lábios. "Parece que alguém recuperou a língua... Faremos um trato então", propõe. "E se eu não quiser?", pergunto, cruzando os braços defensivamente. "Bom, se não quiser, vai matar a saudade de suas amigas...", ele ameaça, e o pânico toma conta de mim ao lembrar das cobras. "Está bem...", concordo, sem escolha. "Será assim: eu pergunto, você responde. Depois, você pergunta, e eu respondo. Simples!" Concordo com a cabeça. Ele começa. "Sempre morou em Nova York?", pergunta, curioso. "Sim... Morei no interior, mas só quando era pequena... Minha vez. O que é você? E não vem me dizer que é banqueiro, porque eu não acredito!" digo, tentando esconder o tremor em minha voz. Ele ri. "Alguém com quem você teve má sorte de cruzar! Minha vez: o que mais gostava de fazer na escola, quando pequena?" "Não lembro muito bem, mas meus cadernos eram sempre cheios de flores, desde que me lembro... Você não me respondeu corretamente, portanto, tenho direito a duas perguntas", digo, tentando manter o controle da situação. "Justo", ele concede. "Qual é o seu nome e que símbolo é esse em suas costas?" Ele hesita por um momento, mas logo responde. "Me chamo Tiago, Tiago Petrov", diz, fazendo uma pausa. "E isso é uma marca de família, passada de geração para geração." "A marca parecia mais uma cicatriz", penso, intrigada. "Como vai a vida amorosa, senhorita Cooper?", ele pergunta, inclinando-se sobre a mesa, o olhar fixo em mim. "Não quero falar disso, até porque não há motivo para fazer tais perguntas, quando você já tem as respostas!" respondo com firmeza, mas ele não recua. Em um movimento rápido, ele me puxa, suas mãos grandes envolvendo meu pescoço e rosto. "Sinceramente, eu quero você completa...", ele murmura, sua voz rouca, provocando arrepios em minha pele. "Mas essa língua complica tudo... Estou pensando seriamente em arrancá-la", termina, mordendo a ponta dos meus lábios. Sinto uma mistura de medo e uma excitação involuntária. "Me quer completa? Ele é maluco!", penso, enquanto um gemido de dor escapa dos meus lábios. "Me solta...", peço, quase em um sussurro, mas ele não se move. Ele me empurra contra a mesa de vidro, prendendo meus braços por trás, seu corpo pressionando o meu. Sua boca fria roça meu pescoço, causando um arrepio que percorre toda a minha espinha. "Luísa, você não sabe do que sou capaz...", sussurra, sua respiração quente contra minha pele. O frio do vidro contrasta com o calor que emana de nossos corpos. Eu não deveria estar sentindo isso, mas é impossível negar. "Estou gostando disso?", me pergunto, horrorizada com minha própria reação. Sinto a excitação dele contra mim, e minha mente grita: "Ele é doente!", mas meu corpo trai meus pensamentos, respondendo ao toque. De repente, ele se afasta, deixando-me ali, ainda tremendo. Fico parada na cozinha, meu lábio latejando onde ele mordeu, minha mente um caos de emoções conflitantes. "Estou ficando louca?", murmuro para mim mesma. **Tiago** "Essa mulher me tira do sério!", penso, encostando a testa na parede do chuveiro, a água fria tentando acalmar o fogo que ela acendeu em mim. "Que símbolo é esse em suas costas?" Suas palavras ecoam na minha mente, trazendo memórias que preferia esquecer. **Flashback** Eu tinha 5 anos e já havia voltado para a Rússia. — O que estamos fazendo aqui, senhor? — pergunto, pois era a primeira vez que ia ao porão. — Hoje você se torna um verdadeiro Petrov — diz meu pai, sério. Ao chegar em uma sala com uma lareira e cinco homens, um deles segurava algo de ferro. Não sabia o que era, mas parecia quente. — Pode começar — fala meu pai. O calor da fornalha no porão é opressor. Eu observo, com medo e curiosidade, enquanto o homem com o ferro quente se aproxima de mim. Meu pai permanece firme, seu olhar implacável fixo em mim. O ritual é parte do que significa ser um Petrov, uma marca de pertencimento à família. O homem com o ferro aquecido se aproxima e, apesar do pânico, eu tento manter a calma. Meu pai se abaixa, olhando-me diretamente nos olhos. — Este é o preço da lealdade, Tiago — ele diz. — Para ser um Petrov, é necessário suportar o que os outros não suportariam. Sinto o calor intenso do ferro na minha pele, um ardor que se espalha rapidamente. A dor é aguda, mas eu resisto, não querendo mostrar fraqueza. O símbolo, uma marca de família passada por gerações, será gravado em minhas costas, uma prova de minha determinação e lealdade. **Retorno ao Presente** O frio do chuveiro e o calor de minhas lembranças fazem com que eu me sinta distanciado da realidade. Luísa continua sendo um enigma, e o desejo que sinto por ela é desconcertante. Ela tem algo que eu não posso simplesmente ignorar, algo que me desafia e me intriga. Enquanto saio do chuveiro, me visto com calma, tentando colocar minha mente em ordem. A visão dela, seu desafio, e o que eu percebo como um potencial interesse, tudo isso está mexendo com minha cabeça. Eu preciso encontrar um equilíbrio entre meu desejo e o controle que mantenho sobre ela. **Luísa** Depois que Tiago sai da cozinha, eu me sinto um pouco mais calma, mas a sensação de estar em constante vigilância não me abandona. O frio da mesa e a intensidade do contato com ele me deixaram perturbada. Caminho pela casa, tentando descobrir mais sobre o lugar e quaisquer possíveis saídas. Encontro algumas portas trancadas e uma janela que parece ser uma rota de fuga, mas está firmemente trancada. Meu sentimento de desespero se intensifica à medida que descubro que escapar não é uma opção fácil. Finalmente, retorno ao quarto do bebê. Olho para ele, adormecido em meio às almofadas, e sinto uma onda de ternura misturada com frustração. "O que faço agora?" penso. "Como posso sair daqui e garantir que o bebê esteja seguro?" Enquanto observo o pequeno, decido que preciso agir com inteligência. As respostas e a liberdade que procuro não virão facilmente, e o que posso fazer agora é esperar o momento certo para tentar uma fuga ou, pelo menos, reunir mais informações sobre a casa e seus habitantes. **Tiago** Minha mente ainda está girando em torno de Luísa e o impacto que ela teve em mim. A forma como ela lida com a situação, seu desafio, e até mesmo sua resistência, são fascinantes. Apesar de tudo o que eu tenho feito, ela continua a me surpreender. Decido que preciso ser mais cuidadoso. Não posso permitir que meus sentimentos interfiram no controle que exerço sobre a situação. Ao mesmo tempo, devo me preparar para qualquer eventualidade. Se Luísa se mostrar uma ameaça ou se as circunstâncias mudarem, estarei pronto para lidar com elas de forma eficaz. A noite se alonga, e o silêncio da casa é quase opressor. Há muitas coisas em jogo, e cada movimento que faço precisa ser calculado. Luísa, o bebê, e as minhas próprias emoções estão entrelaçados em um complexo jogo de poder e desejo, e eu preciso manter o controle para garantir que tudo saia conforme planejado. Luiza Tiago volta à cozinha, e seu olhar continua a me seguir com uma intensidade quase palpável. Sua presença é opressiva, mas também cheia de um magnetismo inegável. "Você está bem?", ele pergunta, a voz mais suave, mas ainda carregada de um desejo que não posso ignorar. "Sim", respondo, tentando manter a compostura. "Só preciso de um momento para me recompor-responfo mentalmente Ele observa enquanto eu termino de preparar o leite para o bebê, e posso sentir seu olhar penetrante, como se estivesse avaliando cada movimento meu. O desejo não é mais uma questão de dúvida; é uma realidade concreta entre nós.
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