CAPÍTULO 3:
Kloe Jones:
Ontem meu mundo caiu na minha cabeça, estava grávida de um desconhecido, que agora nesse exato momento deve está se divertido com diversas garotas do mundo, a minha cabeça gritava: como eu cuidaria de uma criança? Onde eu conseguiria dinheiro para manter uma criança?
Há um mês Emile foi embora, um mês eu virei gente grande apenas com 17 anos, e são poucos os lugares que me aceitam trabalhar, a minha vó quase não consegue fazer nada por conta da cirurgia. Respiro fundo, e me pergunto: como vou contar para a minha avó? O que eu vou dizer? Droga! Eu vou decepcionar tanto ela.
Todos no bairro sempre me elogiaram como a garota inteligente, minha vó sempre se gabou da sua criação e da minha educação, me lembro bem do falatório que deu quando Emile foi embora Boston, e de como seus pais foram reprimidos no bairro, todos difaram ela, disseram que ela estava grávida, sua imagem ficou acabada.
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Enquanto eu preparava o almoço para mim e minha avó, meu estômago se contorcia com a mistura de aromas na cozinha. A recente descoberta da gravidez pesava em minha mente, deixando-me aérea e preocupada. Minha avó, persistente, me chamou repetidamente, notando minha distração.
— Kloe, querida, o que está acontecendo? Você parece distante. — minha vó perguntou vindo em minha direção segurando a sua bengala.
— Ah, não é nada, vó. Só estava pensando em algumas coisas. Vamos almoçar, vou já colocar na mesa. — falei embaraçada e apressada, só não queria que ela me pressionasse muito, ou eu acabaria em lágrimas chorando.
Minha avó, percebendo minha resistência, insistiu, preocupada:
— Não me engane, minha querida. Alguma coisa está te perturbando. Pode me contar, eu ainda dou um caldo — ela fala de maneira engraçada, mas me averiguava por inteira. Eu desviei o olhar, apreensiva que ela notasse algo diferente em mim, e disse:
— Não é nada, vó. Apenas estou um pouco cansada. Vamos comer, depois conversamos, tá? — falei, rezando para ela esquecer esse assunto até o momento, afinal eu queria conversar com Emile ela me ajudaria e me orientaria sobre muitas coisas.
Minha avó, surpreendeu-me com sua compreensão, concordando e deixar o assunto para depois, mas seus olhos mostravam que ela sabia que algo mais estava acontecendo, e aquilo me deixava aflita. Quando saímos do hospital o que o médico recomendou foi: “nada de raiva, ou espanto, muita emoção ou susto” eu também não aguentava mais.
Coloquei a comida mesa, sem olhar para minha vozinha, senti par de olhos sobre mim a todo momento, quando me sentei… minha vó falou puxando o assunto para ela:
— Bom, o almoço já mesa, vamos colocar e me diga, vamos me contando:
— Vó, a senhora é sempre sorrateira não é… danadinha, eu tenho que cuidar para ir trabalhar e faculdade.
— Me conta, você por acaso está grávida? O seu apitite está falando, já vi você vomitando… e está um pouco inchada. — a colher de comida que eu tinha colocado na boca, para usar de desculpa para não falar, foi a mesma que me ajudou a a declarar que aquela era a resposta. No fim, aquela comida me entregou.
— Kloe, eu não acredito querida? De verdade? — ela perguntou com os olhos brilhando, eu comecei a chorar dizendo sobre o erro daquela noite, mas não contei sobre tudo, como ele me chamou de prostituta no final, ela não precisava saber disso, e nem que parte daquele dinheiro foi usada na sua operação.
Para a minha surpresa, ela ficou radiante, meu queixou caiu… então falei:
— Então a senhora não teme o que esse pessoal do bairro vai falar… — o pior foi a mão que minha avó fez perante esta situação e falou:
— O que esse povo é para nós? Eles não passam de um bando de desocupado, não quero saber se essa criança vai ter pai ou não, mas amor não irá lhe faltará. Aquela fala foi como um sopro para o meu coração aflito.
Aquelas palavras, era o que eu precisava, de repente eu senti as lágrimas chegarem em meus lábios, saí de minha cadeira, e abracei a minha avó, e disse:
— A senhora, é um anjo que Deus me deu nessa terra. — ela sorriu e disse:
— Você é muito boba minha menina — ela falou brincalhona. Então eu cuidei, pois havia muito trabalho, e estudos.
Dois meses depois…
Há dois meses eu me dobro em milhões, estudo a tarde, trabalho de manhã e à noite, e as vezes faço alguns trabalhos em um bar de madrugada, a minha barriga já tem um pequeno pacotinho se formando, eu me sinto cansada, mas ao alisar minha barriga todos os dias, e ao olhar o gás da minha vó, eu continuo todos os dias.
Estou lavando todas as louças da lanchonete, quando sinto uma dor forte na minha barriga, e algo estranho escorrer entre minhas pernas. Eu grito, e logo em seguida, umas das minhas colegas de trabalho corre até mim, eu escuto a sua voz ao longe falando:
— Uma ambulância. — meu bebê parece que estava escorrendo por ali, parece que todo o meu esforço foi chocado fora, não eu não aceitava que ele se fosse… logo agora que andava tão perto de saber se era menina ou menino.
Otávio Moore:
Há três meses, embarquei nesse jogo de ilusão , fazendo meu pai acreditar que estou seguindo apenas seus planos, achando ele que minha única ambição é ser o futuro dono de sua empresa. Ele pensa que estou dedicando meu tempo aos estudos de engenharia da computação e administração nas universidades britânicas, mas, na verdade, estou aqui em Dubai, construindo meu próprio império no setor de petróleo, eu também tenho alguma relação amigável na Inglaterra, não posso dizer que sou multifuncional, e estou conseguindo consolidar tudo.
Falar com o meu pai é sempre a mesma chatice, é enfadonho, ele acha que eu estou estudando, ou quando não é, é sobre a busca da filha perdida do seu sócio é melhor amigo, não gosto de ter que mentir, mas minto que estou no majestoso ares britânicos, enquanto, na prática, estou imerso na grandiosidade desta cidade árabe!
O dia a dia não deixa de ser cansativo, a noite eu sempre busco uma companhia diferente, porém noto que algumas mulheres aqui são mais reservadas, mas, como de costume, uma quantia significativa de dinheiro supera qualquer obstáculo. No entanto, mesmo com o brilho das noites árabes, ainda não consigo esquecer da noite selvagem que tive em Nova York, nunca repeti mulher, mas talvez eu a levaria de novo para cama. O único erro naquela noite foi que eu acabei me empolgando e a camisinha rasgou, espero que ela tenha bebido aquele maldito comprimido.
Tenho planos de estabilizar meus negócios nos Emirados Árabes e concluir minha faculdade na Inglaterra de forma presencial, sempre quis ter o meu próprio reinado. Ao contrário do que meu pai espera, eu não possuo interesse algum na herança, para ser sincero estou longe das expectativas dele, e da sua incessante obsessão em recompensar os acontecimentos do passado.
Cresci sob o peso da possessão do meu pai, e sua superproteção, até mesmo sendo punido por algo que não era para ser de nosso interesse, se caso o meu pai não bancasse o justiceiro. Eu acabei crescendo essa tal garota sumida, me lembro pouco dela, mas não posso esquecer que minhas complicações surgiram a partir dela.
Uma coisa é certa, em breve, alcançarei o equilíbrio nos meus negócios, e em seguida volto para Inglaterra, graças aos céus tenho superdotação, e quando por fim meu pai necessitar de mim, o deixarei na mão, como ele sempre me deixou na infância.