Nunca me senti tão cansado na vida igual hoje, tive um dia de merda*, estressante pra c*****o*!
Fiquei quase dois fora resolvendo problema de carregamento de drogas. Essa é a pior parte para mim, detesto mexer com essas merdas, mas não teve jeito, Hugo estava resolvendo outros problemas.
Para piorar, o meu telefone não para de tocar, Donatella não se cansa, está vendo as chamadas sendo recusadas e não desiste.
— Fala — atendo puto de raiva.
— É assim que você atende a sua mãe?
— O que você quer, Donatella?
— Sou sua mãe Matteo, pare de me chamar pelo nome!
Abro a porta de casa e tudo está em absoluto silêncio, Martina já deve ter ido dormir.
— Se não falar o que quer, vou desligar.
— Me deixe ir à sua casa?
Solto uma gargalhada. Estou subindo as escadas para ir ao meu quarto.
— Está me ligando a essa hora para fazer piada? Sinceramente, tenho mais o que fazer, tchau.
— Matteo, espere! Por favor, só quero conhecer melhor a Martina, ela é sua esposa e eu queria me aproximar.
— Não quero você perto dela, você entendeu? — meu tom é de ameaça.
— Não serei uma má influência para ela, Matteo, jamais faria isso com você, meu filho.
— Não se atreva a chegar perto dela, você entendeu? Agora tenho que desligar e não me ligue mais, estou muito ocupado.
Desligo o telefone, bufando de raiva.
Meu dia não tem como ficar pior, não, não tem.
Jogo o celular em cima da cama e vou direto para o banheiro, tomar um banho gelado — não gosto de banho quente, até mesmo no frio tomo banho gelado.
Não sei dizer quanto tempo fiquei debaixo da água, precisava disso, um bom banho e a paz da minha casa.
Vou ao closet e quando olho à minha frente, m*l* posso acreditar no que estou vendo.
— Que merda é essa?! — esbravejo.
E eu pensando que o meu dia não poderia ficar pior… Quase todas as minhas roupas estão manchadas e penduras logo à vista. Será que Bertani colocou-as aqui para que eu veja? Balanço a cabeça de um lado para o outro. Não, ela não faria isso, nunca aconteceu antes.
— Filha da p**a! — dou um soco na parede.
Claro que nunca aconteceu antes, porque antes eu não tinha uma peste* morando na minha casa.
Feito um foguete saio do meu quarto e marcho até o seu quarto. Esmurro a porta com toda força, quase derrubando-a.
— Que isso, Matteo? Ficou louco? — Martina aparece na porta com os olhos arregalados.
— Sua praga! — seguro os seus braços com força, mas não ao ponto de machucá-la e a empurro para dentro do quarto.
— Ficou louco? Você está drogado? Me larga! — grita.
— Eu fiquei louco? Você mancha minhas roupas e eu fiquei louco? — a jogo na cama.
Posso ver um breve sorriso aparecer em seus lábios. Cretina!
— Eu posso explicar — levanta as mãos em rendição e se senta na cama.
— Claro que pode — abro um sorriso irônico.
Martina quer guerra? Então ela terá!
Caminho até seu closet e pego todas as minhas cuecas que estão lá, ela vem correndo atrás de mim.
— O que você está fazendo?
— Pegando minhas cuecas de volta — respondo o óbvio.
— Você não pode fazer isso, estou usando elas.
— Pensou nisso antes de manchar as minhas?
— Matteo, não foi de propósito, eu juro — cínica! — Me confundi na hora de colocar as roupas, eu só queria ajudar.
É, essa mulher merece um oscar, ela é boa, boa atriz.
— Não seja hipócrita, Martina, cansou de ajudar sua mãe a cuidar da casa e as roupas lá no Hugo, você se confundiu porcaria nenhuma, fez de propósito.
— Eu juro, Matteo, eu juro.
Começo a caminhar em direção a porta e ela vem atrás de mim.
— Pare de jurar, isso te torna uma mentirosa ao dobro!
— Você não pode levar as cuecas — segura meu braço — Que droga! Eu vou ficar pelada?
— Bom, pensando nisso… É melhor que eu leve mesmo essas cuecas.
— Não, Matteo, para com isso — tenta segurar meu braço.
Sou mais forte que ela e vou andando como se nada tivesse acontecido. A doida corre e pula nas minhas costas, passando as pernas pela minha cintura.
— Me devolve, me devolve minhas cuecas! — começa a dar socos em minha cabeça.
— Para sua louca!
Volto para o quarto com ela trepada em minhas costas e me jogo na cama junto com ela, me viro e seguro suas mãos, nessa hora as cuecas já estão todas no chão.
Martina continua com as pernas entrelaçadas em minha cintura e mesmo nesse momento de loucura meu corpo começa a desejá-la.
— Matteo, por favor… — implora.
— Você vai aprender, Martina, que nessa guerra, eu sou o vencedor.
— Vai se ferrar!
Seus olhos encaram os meus, me enfrentando.
— Vou sim, mas você vai junto — tento me levantar, mas ela me segura.
— Compra roupas para mim, por favor, não aguento mais usar as suas e agora nem as cuecas eu tenho mais.
— Se dê por satisfeita que deixarei as camisas e não, não vou comprar roupas para você porque agora vou ter que comprar para mim.
Tento me levantar novamente, mas ela me segura.
— Deixa de ser um babaca, Matteo!
— Embora seja tentadoramente gostoso eu estar em cima de você só de toalha, preciso ir vestir uma roupa ou você tem uma ideia melhor do que podemos fazer sem elas?
Suas bochechas esquentam e só então ela lembra que estou de toalha.
— Eu odeio tanto você, Matteo, tanto, mas tanto que você não faz ideia.
— Faço sim — cato todas as cuecas e vou andando até a porta, mas antes olho para trás para ver se a louca não vem correndo.
— Tá olhando o que, i****a?
— Posso te fazer uma proposta.
Nem sei o que me deu para falar isso.
— Recuso.
— Ah, então tá… Estava pensando em algumas roupas.
— Tá, tá, fala.
— Rapidinho mudou de ideia, interesseira.
— Fala logo, Matteo!
— Jante comigo e poderemos conversar, como duas pessoas c-i-v-i-l-i-z-a-d-a-s — soletro essa palavra.
— E o que eu teria para conversar com você?
— Talvez sobre as roupas?
— Eu já jantei — cruza os braços.
Caralho! Martina não dá o braço a torcer nem quando é do seu interesse.
— Jante de novo.
— Tá — respira fundo — Aceito.
— Desça e prepare a mesa, pegue um bom vinho também.
— Você me convidou para jantar, não disse que seria sua empregada.
— Anda logo, Martina, pare de resmungar, parece uma velha!
— e******o!
Escuto ela me xingar e volto para o meu quarto rindo.
Não sei o que ela tem, mas gosto de implicar com ela, gosto da sua boca atrevida e confesso que até senti saudades disso quando fiquei fora.
Martina desperta em mim um sentimento diferente, ela me faz querer voltar para casa.