CAPÍTULO 05

1061 Words
Começamos a conversar e Henrique era encantador, eu não disse que era casa nem onde estava. Não falei nada, afinal de contas a madrugada no hospital leva uma eternidade e eu só estava me distraindo. No dia seguinte fiz novos exames e o bebê continuava querendo descer então continuaram com os remédios e eu com o repouso, levantar só pra ir ao banheiro e banho sentada. Na madrugada falei com Henrique de novo. E o no dia seguinte de novo, durante o dia ea noite. E então no quarto dia dei alta, o obstetra disse que não tinha o que fazer, que quando o corpo não aceita o feto é que provavelmente o bebê iria nascer com algum problema, alguma deficiência e agora era só esperar, se eu ia prosseguir com a gestação ou não. Mas ele não poderia fazer nada, eu deveria manter o repouso e deixar o meu corpo fazer o trabalho dele. Eu fiquei triste com a possibilidade de perda pois queria muito o bebê, apesar de ser uma gestação não planejada mais uma vez era meu filho, seja do jeito que for eu já amava aquele bebê. Continuei falando com Henrique e então contei que era casada e que tinha um filho de 4 anos e que quando mandei mensagem pra ele eu estava no hospital, ele não ligou e continuamos nos falando. Dois dias depois perdi o bebê, tive um intenso sangramento e o bebê desceu em um aborto espontâneo. Fiquei muito triste e depois disso minhas conversas com Henrique se intensificaram, eu não gostava da minha vida e ele era proibido, e ficava mais gostoso. Então passado alguns dias ele quis me conhecer pessoalmente, fiquei morrendo de medo mas fui. Não achei ele bonito mas quando ele me beijou eu não evitei. Me senti um lixo um depois, a pior pessoa do mundo mas nessa altura Henrique já sabia de toda minha vida até a parte deu não amar meu marido e do Pedro não me satisfazer na cama. Henrique sabia bem como entrar na minha mente e eu deixei. Pouco tempo depois estava me encontrando com ele pra f********o e já pensava em uma vida a dois, o problema é Henrique me dava muito perdido e eu não entendi, ainda, porque por volta de uns 3 meses depois ele resolveu contar que tudo o que havia me falado era mentira, ele inventou uma vida e me passou aquilo como se fosse real. Muitas vezes depois de nos encontrarmos ele dizia que voltava de moto e ele falava comigo no telefone mesmo dirigindo, e eu boba achando que ele era o cara. Pensa na cara de tacho depois quando descobri que nem moto ele tinha, quando perguntava ele dava uma desculpa assim como fazia pra tudo e então só naquele dia pude entender cada desdobre. Chorei muito, muito mesmo porque ele havia mentido, porque não iria cumprir com o prometido e me tirar de casa. Minha vida com Pedro tava impossível de suportar pois ele sabia que eu tava traindo ele, tava desconfiado e eu só me esquivando esperando o dia em que Henrique ia me tirar dali. Mas ao invés disso tomei na cara. Depois disso resolvi me reconciliar com Pedro e logo comecei a trabalhar. O tão sonhado emprego, lutei muito porque queria ser independente pra sair de casa e viver somente eu e Miguel mas quando comecei a trabalhar já não pensava mais nisso, fui comprando coisas, fazendo dívidas e só fui adiando minha mudança. Alguns meses depois sai do emprego e logo em seguida descobri que estava grávida eu e Suelen tinhamos engravidado juntas. Eu sonhava com uma menina e tinha ficado muito feliz, quando na ultrassom a médica disse que seria uma menina quase desmaiei, era tudo o que eu queria. E então me preparei pra chegada da Rafaela eu estava nas nuvens com a minha menina e não dei bola pra minha infelicidade ao lado do Pedro. Só fui vivendo, um dia após o outro. A final eu era feliz em tudo, só não amava. E aquele sonho de amar alguém, de sentir prazer em abraçar e beijar, dormir coladinha foi ficando cada vez mais distante de mim. Quando Rafaela tinha 1 ano comecei a trabalhar de novo, e não tinha intenção de me separar estava com dois filhos e meu serviço exigia muito de mim. Eu trabalhava das 12 às 21 e até que chegava em casa era quase 23. Saia cedo e voltava tarde. Quase um ano depois Pedro foi trabalhar em outra cidade e então minha irmã passou a cuidar da Rafa e do Miguel durante a noite até eu chegar também assim como ela fazia a tarde já que a Rafa não ia na escolinha somente Miguel que nessa altura estava na pré escola. Pedro e eu ficamos mais distante e eu aliviada por não ter ele perto, enfim estava livre e não tinha mais a chatice do casamento. Quando ele vinha pra casa nas folgas eu nem olhava pra ele o cara foi ficando bravo, então uns 3 meses depois ele disse que ia sair de casa e como pensão pagaria o aluguel que era no valor de 500.00 reais o resto seria comigo. Claro ele estava bravo e queria que eu pedisse pra ele ficar mas não faria isso. Meu salário era 1.200 e com isso eu tinha que pagar água, luz, comida, minha irmã que cuidava das crianças e ainda arcar com remédios, roupas e tudo mais. Fora meus pais pesando na minha mente por conta da separação, eles nunca me entenderam e talvez nunca irão me entender. Meu pai um dia simplesmente parou de beber, assim do nada. Parece até que acordou outra pessoa e a partir dessa data nunca mais ingeriu nada com álcool. Lembro como se fosse hoje, o tal dia em que estava sentada na mesa arrancando os cabelos pra saber como pagar as dívidas e ainda tinha Pedro que estava se recusando a ficar com as crianças todo final de semana e quando eles ficavam comigo eu tinha que correr atrás de alguém pra cuidar deles já que minha irmã queria ir pra casa do namorado e não queria compromisso. Tudo conspirava contra mim, no serviço, em casa, na família… Até que ouvi palmas na frente de casa. E quando olhei a porta levei um susto.
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