Capitulo 2 - Nossa nova porta

3787 Words
Nossa nova porta. Enfim, saímos do aeroporto e damos de cara com Londres. Finalmente! Foi uma LONGA viagem. Primeiro anúncio uma parada no aeroporto de Guarulhos e de lá seguimos para Madri. Ficamos lagunas horinhas lá e logo nosso voo para Londres saiu e passar por toda a imigração, chegamos. A linda, fria, bela e romântica Londres! Meu pai diz que o ensino é uma indústria de grande faturamento em Londres, e por isso, estudantes são muito bem recebidos no país. Pegamos um táxi, não foi difundido nos comunicar, fazer aulas inglês desde que me entendo por gente, e Clary é americana de nascença, seus pais se mudaram pro Brasil quando ela tinha 1 ano de idade, mas uma bonitinha tem cidadania americana. Seus pais ensinaram inglês desde que ela aprendeu a falar e quando ficamos amigas, eu insisti tanto que ela fizesse curso comigo que ela aceitou. E nós tivemos uma chance de exercitarmos o nosso inglês uma vez quando fomos para um com o tio Léo da Disney. Passamos a viagem rindo e nos divertindo. Eu tinha esquecido como era divertido estar ao lado dela. Clary é minha amiga desde os 8 anos. Ela estudava na mesma sala que eu desde o segundo ano, mas a gente não se gostava. Até que um dia, no terceiro ano, a gente simplesmente virou amiga, e estamos juntas desde então. Somos inseparáveis mas todos sabemos que um namorado pode afastar duas amigas. As vezes eu acho que Fábio fez lavagem cerebral em mim para levar até Clary. Clary sempre atraiu muita atenção, principalmente dos garotos. Desde pequenas, Clary sempre foi a mais bonita da escola. Ela tem um rosto incrivelmente perfeito, um corpo lindo, ela é perfeita. Mas, infelizmente, todos os caras que ela já namorou ou ficou não concordariam comigo no quesito personalidade. O que eu acho ser uma grande idiotice. Clary é intensa e exagerada, mas isso é extremamente encantador, e nenhum desses caras acham isso, eles não merecem ela. Eu sou uma romântica, eu acredito que há alguém para todo o mundo, mesmo depois do episódio traumático com meu ex namorado, eu ainda acho isso. E embora Clary tenha toda essa atenção sobre ela, os garotos só foram se interessar por mim quando eu já estava mais velha, que foi a idade que minhas sardas, que cobriam meu corpo todo, diminuiu. Eu ainda tenho muitas, mais do que eu queria, mas eu aprendi a me aceitar. Umas das pessoas que me ajudaram com isso foi a blogueira Mari Maria que tem tantas sardas quanto eu, e se eu consigo achar ela extremamente linda, eu também posso me achar. Aliás, esse problema com sardas, minha família inteira sofreu ou sofre até hoje, com a única exceção de adivinha quem? Minha irmãzinha querida que tem apenas claras e lindas sardinhas no nariz e no pescoço. Enfim, chegamos ao apartamento. É um prédio enorme, e graças ao bom pai, tem elevador. Não sou sedentária, sempre que eu posso, dou uma corridinha no parque, mas subir 3 lanças de escadas todos os dias não é uma boa opção. Encontramos esse apartamento online e pagamos assim que convertemos nosso dinheiro em libras numa pechincha de 750 libras. Fora as outras contas, mas mesmo assim, um apartamento no meio de Londres, perto da RCA, é perfeito! Fomos na portaria, pegamos nossa chave e subimos. Nosso andar é o terceiro. Assim que as portas se abrem, dou de cara com uma senhora muito simpática de cabelos brancos e vestes escuras. -Olá, queridas! -Ela diz com entusiasmo em inglês. -Ahn ... olá. - Falamos juntas. O bom e velho "olá". -Você deve ser como novas moradoras do apartamento 301.-A senhora diz apertando o número 2. -Sim, somos nós- Eu digo e me pergunto como ela sabe disso. É um prédio de 4, andares, imagino que as pessoas se conheçam. -Boa sorte.-Ela diz assim que a porta abre e vai para o seu andar. Clary e eu nós olhamos quando o elevador volta a andar. Isso foi estranho. Fomos para o nosso apartamento que é o único que é do lado de outro apartamento. Espero que os vizinhos não sejam barulhentos, um momento da vida de Clary, ela morou em um condomínio que o vizinho do lado era um cara que amava escutar música alta as 2 da manhã, usar o liquidificador por pelo menos uns 3 minutos interruptos as 4 e as vezes, ouvíamos ele gritar com muita raiva durante um bom tempo, como se tivesse jogando videogame e perdendo. Por anos, Clary reclamava do vizinho barulhento, até que ela e seu pai resolveram se mudassem. Abro a porta do apartamento e ... é uma porcaria. Eu não vou ficar dando uma de m*l agradecida esnobe, mas nas fotos da internet, o apartamento estava recém pintado, móveis novos, tinha até uma lareira, e esse ... A tinta está descascando da parede, os móveis são muito feios e eu não consigo encontrar um tal da lareira. Talvez nem tenha! Noto que o teto tem uma pequena rachadura que se estende na parede, e as portas parecem velhas. Isso precisa de um toque de Alexis e Clary com certeza. -Isso é um lixo.-Clary fala fechando a porta que faz um barulho insuportável. -Eu sei ... mas o que importa é que conseguimos! -Falo olhando ansiosa para Clary e ela entende. Nós conseguimos! Nós duas gritamos e pulamos no sofá. Foi exagero mas olhe nosso lado, finalmente conseguimos o que queríamos. Estamos em Londres! Pulando em um sofá empoeirado e provavelmente com vários rastros de peidos de outros moradores. Mas quem liga? Estamos em Londres! Passamos o dia no mercado e perdidas na cidade, chegamos em casa exaustas as 20:00. Fizemos tudo andando, não queríamos gastar com táxi, preciso economizar para dar uma ajeitada nesse apartamento. Principalmente no quarto. Ele é f**o, sem graça e tenho quase certeza que encontrei mofo. -Eu tô com tanto sono que se minha fome não fosse maior eu dormiria nesse chão sujo.-Eu digo colocando como compras na cozinha e me deixo escorregar na parede até o chão. -Alexis, não chame o chão do nosso apartamento de sujo! Amanhã vamos limpar, mas agora vem comer que eu fiz lasanha.-Clary aparece do meu lado com um sorriso orgulhoso. Faço cara de nojo. Não é por m*l, mas Clary é uma péssima cozinheira. Lembro das suas desastrosas de fazer purê de batata. Ela confundiu os potes e colocar açúcar ao acionar de sal. É uma receita simples, mas ela sempre consegue, de alguma forma, estragar. -Para com essa cara, é lasanha congelada. -Ela diz revirando os olhos me arrancando risadas. Desembalamos nossa louça e aproveitamos para fazer o mesmo com nossas panelas novas. Elas são verdes, uma gracinha. Após comer, lavamos a louça e fomos dormi, o apartamento tem um quarto com beliche, precisamos urgente compra móveis novos. Só Deus sabe o que já dormiu nessa beliche. Antes de dormir, eu começo a repassar na minha mente, todo nosso dia e que dia! Eu nem consigo acreditar que finalmente estou aqui, nem consigo acreditar que falta pouco tempo para as aulas na RCA começarem. Eu agradeço tanto as oportunidades que tive. Como sou privilegiada, meu Deus! Resolvo fazer uma oração antes de dormir. -Querido Deus, obrig....- Antes que eu possa terminar, um barulho enorme começa me fazendo tomar um susto tão grande, que a beliche treme e temo que ela quebre e eu caia em cima de Clary. -Que diabos é isso ?? !! - Clary grita e sinto que algo bateu debaixo de mim. -Minha cabeça! - Ela diz choramingando e eu nem consigo rir por causa da minha raiva. -Eu não sei, parece alguém tocando bateira e guitarra ...- Falo divagando. Divagando gritando, pois só assim para eu conseguir me ouvir. -Ao mesmo tempo !!!! - Clary completa a minha frase, completamente histérica. Clary tem um temperamento difícil, eu já mencionei. Fomos em direção a sala onde o barulho é maior. -São nossos vizinhos! -Clary grita por cima do barulho. -Vamos bater na parede.-Falo aprontando para a parede que vem o som. -That? -Clary Grita chegando mais perto. -A parede-Aponto e faço gestos. -Bater! Bater na parede! Clary, confusa, chega mais perto ainda de mim e grita bem na minha cara. -Este?! Ah, não importa, eu tive uma ideia, vamos bater na parede! Pisco algumas vezes olhando para Clary e desisto de argumentar. Assinto com a cabeça e começamos a bater, chutar e até esmurrar a parede. Eu sinto uma parte muito oca, então tomo cuidado para não quebrar ou algo assim, acertado bem frágil. -Vamos bater na porta deles agora! -Clary grita e sai pisando forte. E eu só sei que ela tá pisando forte, pois da pra sentir a vibração dos seus pés. Saímos do apartamento e começamos a bater que nem loucas na porta do vizinho do lado. Gritamos, esmurramos a porta, e Clary até chuta. O som para e sobra apenas o barulho de Clary usando os dois punhos e um dos pés para bater na porta. Então a porta se abre, e antes que a gente poderia ver quem é, Clary toma a gente. -Olha, é o seguinte ...- Clary começa. Ela não termina uma frase e eu sei porque. Nossos vizinhos eram dois garotos extremamente gatos. Um deles tem o cabelo castanho e o outro é moreno. O de cabelos castanhos, tem cabelos espetados, mas nada infantil. Seu rosto parece perfeitamente combinar com seu cabelo e não consigo negar que seu sorriso ao ver me faz ter ideias. O moreno, tem um sorriso simpático e é tão bonito quanto o outro garoto. Eles tem até traços parecidos. -O que as moças desejam? -O garoto moreno pergunta olhando para Clary de cima em baixo. Porém, seu olhar trava nos olhos dela. Não é algo que me surpreenda, mas aposto que ele vai desistir da ideia quando ela por esse apartamento abaixo. -Que vocês parem de tocar essa porcaria que tem gente querendo dormi.-Eu digo chamando a atenção dos dois para mim. -Ahn ... deixa eu pensar garota smurf ... não. -Dessa vez é o de cabelos castanhos que diz olhando para mim com curiosidade e um sorriso de deboche Eles batem a porta na nossa cara. Como assim garota smurf? Então eu olho para mim mesma e vejo que estou vestindo meu pijama dos Smurf. Só então percebo o quão frio está aqui fora. -Eu não vou aceitar isso, não.-Clary diz e volta uma bateria de novo usando sua técnica de usar 3 membros de uma vez para bater na porta.  E uma fresta se abre, Clary me empurra e põe os olhos na fresta. -Olha aqui, se vocês não pararem de tocar eu vou entrar e destruir essas porcarias que vocês chamam de instrumento.-Ela diz fazendo força parar abrir um porta. -Me ajuda aqui, Alexis! Mas assim que eu tento ajudar, a porta se fecha bruscamente. Sinto minha bochechas ficarem vermelhas de raiva. Clary dá um último chute na porta e sai andando brava para nosso apartamento. E assim que ela bate nossa porta com uma força tremenda me fazendo sentir pena renovada porta velha, a porta a minha frente se abre. É o garoto de cabelos pretos. Ele parece bravo, então eu não suavizo minha expressão, mas ele parece dar o mínimo pra mim. -Avisa pra sua amiguinha gatinha que somos os donos do prédio e então temos o direito de fazermos o que quisermos. - O garoto moreno fala. A notícia me pega de surpresa. Donos? Eu não digo nada, apenas dou as costas e repito a cena de Clary, afinal, ela sabe fazer uma boa cena. -Eles são donos! -Eu grito entrando no apartamento. Encontro Clary sentada no sofá e ela se levanta quando me ouve. -O que? -Ela pergunta consigo ver no seu rosto a esperança se esvaindo. Clary bate com a mão na testa e volta e jogar no sofá. -Donos! -Falo me jogando do lado dela. Então me lembro da última parte da conversa. -E a propósito o moreno i****a te chamou de gatinha. -Ele me achou gata? -Ela pergunta ficando vermelha e tentando disfarçar. Eu já vi Clary vermelha vezes na minha vida, porque essa garota, não tem vergonha de nada. Teve uma vez que ela fez xixi na piscina da nossa amiguinha do colégio e a água foi tornada colorida ao redor dela. E mesmo assim, ela simplesmente começou a rir fazendo todos rirem com ela. -Hmmm, alguém aqui ficou feliz.-Falo cutucando ela e a mesma tenta desviar. -Ei, você acha que eu não percebi que o outro i****a não tirava os olhos de você? -Ela diz no meio das risadas. E meu rosto esquenta. A pior parte de ser ruiva? Ó rubor. -Cala boca e vamos dormi, amanhã temos que dar um jeito nisso aqui.-Falo parandi a brincadeira e tentando esconder meus rosto com as mãos. Ela me lança de olhar malicioso eu ignoro. Voltamos para nosso quarto e dormimos em silêncio, e até felizes em saber que nossos gritos e murros na porta fizeram os garotos pararem de tocar. Acordamos no outro dia bem tarde. Eu fui fazer o café da manhã / almoço e a Clary foi tomar banho. Eu ouvia muitas coisas sobre como as pessoas em países frios não tomam banho, mas isso deve ter sido antes do aquecedor de água ter sido inventado, porque não tem nada melhor do que um banho quente no frio. Após comer foram como compras de móveis, tintas e outras coisas pra decorar o apê. É totalmente exaustivo fazer compras com Clary. Temos gostos completamente diferentes. Voltamos ao prédio com enormes sacolas e muito cansadas. Fizemos todo o percurso percorrido e corredores, e não descobrimos uma alma viva se quer, a não ser o porteiro. Estalos tão aliviadas de finalmente chegarmos em casa. Nossa casa. Clary e eu, hoje, chamamos esse apartamento de casa. Mas agora, finalmente, ele vai se tornar nossa cara. E poderemos chamá-lo de lar. Abrimos a porta animadas, tão animadas que nem ligamos para o "reeeeenc" da porta. Mas toda essa animação alguns quando vemos um buraco enorme na nossa parede e os dois vizinhos idiotas no nosso apartamento rindo. -O que ta acontecendo aqui ?! - Eu grito e procuro algo para bater neles, mas o máximo que encontro é um abajur de cerâmica. Eles param de rir e nos olham e depois olham para o buraco e voltam a nos olhar. -Er ... foi o Henry. -O i****a moreno fala para onde os cabelos castanhos. Agora percebo o chão todo sujo e eles sujos de poeira branca. -Quem diabos é Henry? - Clary pergunta soltando as sacolas para poder usar a mãos para falar. Pois, sim, Clary é uma daquelas pessoas que usam as mãos para falar. -Eu sou Henry e esse é o Harry.- O garoto que se intitula Henry, de cabelos castanhos, falou. Os dois se olham e percebo que parecem preocupados. -Olha desculpa, nós faremos o que quiserem, mas não contem pro meu tio.-Harry falou. -E quem é o seu tio? -Clary pergunta fulminando o garoto com o olhar. Henry da uma cotovelada no Harry. Como se não fosse para Harry falar aquilo. -Meu pai.-Henry fala olhando pra mim após alguns segundos de silêncio. Agora entendi tudo. Olho pra Clary e ela também entendeu. Os dois se intitulam donos do prédio, mas eles são apenas parente do dono. Provavelmente eles não mandam em nada aqui e estão morando de graça. -Qualquer coisa? -Clary pergunta olhando para Harry com curiosidade. Os dois dizem que sim. Nós duas sorrimos. Sabemos exatamente o que pedir. Na verdade, foi nosso assunto na volta para casa. -Queremos apenas duas coisas.-Eu digo. -Na verdade três. -Clary completa. -Digam-Harry diz não tirando os olhos de Clary. -Que parem de tocar a noite. - Ela diz levantando o indicador, fazendo o número 1. -Que nos ajudem a arrumar esse apartamento.- Eu digo fazendo o número 2 com as mãos. -E carona pra onde quisermos ir na hora que quisermos por 6 meses.-Clary diz fazendo o 3. Quem vê, pensa que é ensaiado, mas é apenas uma conexão que Clary e eu temos. Eu não sabia que eles tinham carro. - 1 mês -Harry diz. -5 meses.- Desconto de Clary. Eles continuaram nessa briga e por fim decidiram 3 meses. -Tá, vamos embora, Henry. -Aonde vocês pensam que vão? - Eu digo levantando duas latas de tinta das sacolas que estavam pesadíssimas. Eles xingam e pegam um pincel cada. -Comecem pelo quarto, mas antes tirem aquele beliche de lá, nossa cama vai chegar hoje. Nosso quarto é pequeno, então Clary e eu optamos pela melhor cama de casal do loja, ao rejeitar de duas de solteiro, afinal somos acostumadas a dividir a cama from the 8 years. Eles vão pro quarto com os nervos fervendo e eu e Clary sentamos no sofá e começamos a rir. -Até que eles são gatinhos.-Clary diz. -É, mas ainda são dois idiotas. Rimos e entramos em direção ao quarto com uma lata de tinta azul e outra rosa. Acontece que eu abomino rosa por simplesmente não combinar comigo. Meu cabelo não contrasta e eu sou uma estudante de moda, isso para mim é importante, já o azul destaca meus olhos e minha pele. Eu gosto de como a cor é fria e bonita. E Clary, uma pessoa que em a pele e o cabelo que fica esplêndido com qualquer cor, ama rosa. Chegamos lá e eles estavam tirando o beliche. Após muita luta eles conseguiram levar pra portaria, onde um caminhão esperava. Resolvemos doar o móvel, mesmo velho, deve servir de ajuda para alguém. -Tá, metade do quarto vai ser azul e metade rosa, a divisão vai ser aqui onde vai ficar a cama.-Eu digo escolher. -Por quê duas núcleos? -Henry pergunta fazendo careta e pensando no trabalho que vai dar, provavelmente. -Por que eu amo azul e a Clary ama rosa.-Digo erguendo uma lata azul para começar. -E essa foi a única solução que achou? -Henry me encara como se eu fosse algo que ele quisesse desvendar. Seu olhar me faz parar de respirar e eu só percebo isso, quando volto a mim. -Sim.-Digo simplesmente e viro as costa antes que eu fique vermelha. Começamos a pintar. Eu e Henry pintamos o lado azul e a Clary e o Harry o lado rosa. Esse Harry parece que fez questão de pintar com Clary. Ele parece ser gentil, apesar da maneira que nos conhecemos, eu percebi que ele gostou de Clary. Isso é fácil, o dificil é aguentar o coice da égua. Henry parece ser mais calado ou é impressão minha, pois a úncia coisa que ele faz é observar. ME observar, na verdade. -Eu ainda não sei seu nome- Ele diz quando estamos fazendo o acabamento. Talvez seja apenas impressão minha. Talvez eu estivesse ausente demais em Clary e Harry, que não dei uma chance de ele puxar papo. -Alexis.-Falo meu nome sem o sotaque inglês que aprendi. Falo como se estivesse no Brasil e algum carioca qualquer me perguntado. -Bonito nome, é de onde? -Ele continua puxando assunto. -Brasil.-Respondo dando um sorriso amigável para aquele garoto. -Veio fazer o que aqui? -Ele pergunta e eu começo a questionar se ele não é da imigração ou algo assim. Henry é um cara bonito, ele é mais alto que Harry, tem um rosto bonito com uma sombra de barba. E eu gosto das suas mãos grandes, o jeito que ele pega o rolo de tinta com aquelas mãos gigantes me deixa nervosa. -Realizar um sonho.- Eu falo sorrindo. Ele sorri de volta. E nossa, como o sorriso dele é bonito. -E eu posso saber o que é esse sonho? -Ele pergunta agora prestando atenção no serviço. E só agora percebo que o lado dele está ficando melhor que o meu. Talvez porque eu estava prestando atenção na vida alheia e não na pintura. Eu já repeti várias vezes para mim esse sonho que agora que virou realidade, parece composição. -Estudar moda em Londres e morar com minha melhor amiga. Henry olha para mim por um tempo, parando de pintar essa sua reação faz minhas pernas bambearem. Limpo a garganta e quando estou prestes a pergunta por que diabos ele está me olhando assim, ele volta a pintar rindo pra si. -Ao lado do moreno i****a e do outro idiota.-Ele completa segurando uma risada. Eu fico vermelha. Como ele sabia que nós os apelidamos assim? Pode ser uma coincidência, quer dizer, eles são idiotas, né? Eles sabem disso, né? Ele percebe que eu fiquei envergonhada e sorri franzindo como sobrancelhas. Esse sorriso é tão bonito que né dá vontade de socar sua cara. -As paredes são finas, escutamos tudo.-Ele diz batendo levemente com o punho na parte não pintada da parede. Ai meu Deus, até a parte que dizemos que eles são lindos? Claro que sim. Se eu pudesse enfiar minha cara num buraco, eu faria. Será que Harry falou isso pra Clary, ela vai surtar! -Fica assim não, vocês também são gatas. Não tão gatas quanto a super dupla aqui, mas, sabe, gatinhas. -Ele diz franzindo o nariz para enfatizar o quanto somos "gatinhas". Eu fico vermelha novamente. Eu sei disso porque consigo sentir meu rosto quente, e eu já me olhei no espelho quando fico vermelha, e não é bonito. Pareço um tomate com a minha cara rendonda e vermelha. Ele ri de novo. O som da sua risada é tão contagiante que minha vergonha passa eu eu começo a rir com ele. Olho pra trás e Clary está discutindo com o Harry. Chego mais perto para ouvir e Henry vem junto. -Seu i****a! Eu tenho cara de parede agora? -Clary está com o nariz rosa e eu começo a rir. Clary tem sua postura de "mula" como eu chamo e quando ela está brava e fica com essa carranca. Ela me olha furiosa. -Não ri! - Ela diz e passa a mão cheia de tinta rosa na minha cara. -Ah, não! Sua mula! -Falo indo até a tinta azul e melando minha mão. Clary diz "não" várias vezes antes de eu balançar minha mão forte e espirrar nela toda. Inclusive, a tinta espirra em Harry e Henry também. E na parede recém pintada. Eles não deixam barato, os dois aceitam sujar meu rosto e cabelo o máximo que podem enquanto eu tento tatear o máximo de superfície que consigo para suja-los. Clary corre aí meu socorro e derrama uma boa parte da tinta rosa no peito de Harry. Por um momento ele parece bravo, mas depois, começa a correr atrás dela para abraça-la e melar ela. Henry continua com sua tarefa árdua de sujar meu rosto e cabelo, enquanto até dentro de seu nariz eu enfio os dedos tentando me desvencilhar dele. As 5 da tarde os móveis chegam e estamos com tinta até nos ouvidos. -Eu não vou descer assim, vão vocês garotos.-Clary diz voltando terminar de limpar as mãos, provavelmente por atender o interfone. -Ah, qual é, o rosa combina com seus olhos- Harry fala e toca o nariz de Clary com o dedo indicador. Ela fica sem reação alguma. Ela não sabe se bate nele ou sai correndo, então, está parada olhando pra mim assustada e eu quase tenho um ataque de risos. No fim decidimos descer todos juntos e pegar os móveis. Os garotos montam a nossa cama e vão pra casa deles pela nossa nova porta na sala. Última moda em Londres, pelo visto. Vou dormi olhando pra nossa parede pintada e incompleta e triste lembrando do dia de hoje.
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