A SANTINHA E O TRAFICANTE (MORRO)

Episódio 03

HOPE NARRANDO

As coisas aqui é tudo tão diferente, estava orando próxima a minha cama, quando a moça acabou saindo do quarto, fiquei no meu momento com Deus, afinal são esses momentos que fico focada apenas no amor do meu Deus, porque eu sei o quanto ele é importante para a nossa vida, para a vida do pecador, embora poucos acreditam que Deus possa salvar, mais eu acredito, eu acredito no divino, eu tenho uma fé inabalável, eu sei o quanto Deus é real, e por isso eu sempre focarei em ficar presente na minha fé. Fiquei mais alguns minutos orando, até que finalizo a minha oração, me levanto, guardo meu rosário, então começo a organizar minhas coisas na minha parte do quarto, fui organizando tudo que tinha para organizar, e finalmente quando acabei, me sentei na cama, e fiquei olhando a outra parte do quarto, vi algumas coisas da moça do quarto espalhadas, eu estava com um certo incômodo ao ver as coisas desorganizada, mas não posso me atrever a mexer nas coisas dos outros, isso nunca. Então acabei me deitando sobre a cama, e pensando como irei arrumar um jeito de ligar para as irmãs, ou para minha família, o problema é que eu não conheço ninguém aqui, isso é tão complicado, é nesses momento que eu sei o quanto é difícil viver na cidade grande.

— Oi. — falou a moça, me tirando dos meus devaneios. — Te assustei? — pergunta ela sorrindo.

— Oi, não. — digo me levantando, me sento na cama olhando para ela.

— É que eu cheguei vi você estava deitada, então quis vir me apresentar, formalmente. — disse ela com um pequeno sorriso no lábio. — Me chamo Lupita, mas o pessoal aqui da universidade me chamam de Lupi, mas fique a vontade para me chamar como preferir. — disse ela, gentilmente.

— É um prazer conhecer você, Lupita. — digo sorrindo. — Me chamo Hope. — me apresento para ela, que sorrir.

— O prazer é meu. — diz a mesma, então ela se aproxima e senta-se ao meu lado na cama. — Vi que você é religiosa, pelo menos alguém nesse inferno todo aqui é. — diz ela me olhando.

— Oh meu Deus. — digo, olhando com ternura para ela. — Desde de criança fui criada no convento, então por ter sido criada lá, eu sempre fui ensinada a ter a religião acima de qualquer coisa, o nosso Deus é a coisa mais linda que pode existir no mundo. — afirmo para ela que sorrir.

— Já gostei de você Hope, você parece uma pessoa do bem. — disse ela pegando nas minhas mãos. — Quer conhecer um pouco o lugar? — ela pergunta educadamente.

— Claro, preciso mesmo me familiarizar com o local, e encontrar um telefone, para ligar para minha família. — informo para ela.

— Oh, você precisa de um celular? — pergunta, acabo confirmando com a cabeça. — Aqui está. — ela pega o seu celular e me dar nas mãos.

— Oh meu Deus, que gentileza a sua. — digo toda feliz com o gesto que ela fez.

— Não foi nada, pode ligar para seus parentes, eu fico aqui esperando para te apresentar um pouco daqui. — diz ela, então acabo aceitando o celular, peguei o número que havia colocado no bolso da minha bolsa que estava sobre minha cama, disco o número e acabo ligando para minha mãe, tocou duas vezes e quando ela atendeu, falei que havia chegado, expliquei a mesma que peguei o celular emprestado, mas que vou arranjar um emprego para poder comprar um, ela perguntou como eu estava e expliquei que tudo era muito novo, um pouco estranho, mas que logo eu me acostumaria, então expliquei que já iria desligar, porque não quero me aproveitar da boa vontade da moça que me emprestou o celular, e claro minha mãe compreendeu, acabamos desligando, e entreguei o celular.

— Obrigada, Lupita. — digo, estou tão feliz por ter conseguido. — Preciso arrumar um emprego, para poder comprar um celular. — digo, e ela sorrir.

— Você não precisa se preocupar com isso, quando precisar falar com seus parentes, pode me pedir o celular. — disse sorrindo. — Agora vamos, quero te mostrar a faculdade. — ela se levanta, a mesma estava entusiasmada, então me levanto da cama, arrumo a minha roupa, assim que estou pronta, ela segura na minha mão, e sai me puxando.

— Fico muito feliz que você esteja me ajudando. — digo assim que vamos saindo do nosso quarto.

— Faço por você, o que ninguém quis fazer por mim. — disse-me ela, acabei ficando impressionada com o que ela fala.

— Como pode existir pessoas que não consegue ajudar o próximo? — pergunto e ela sorrir.

— Este é o mundo real, no qual a gente vive, nem todo mundo é legal, e muito menos confiável. — afirma ela. — Não confie em todo mundo aqui, nem todos querem o seu bem. — disse ela enquanto andamos pelo corredor. — Você transmite uma doçura, uma paz enorme, e isso faz você ser um alvo aqui nesse lugar de diabos. — disse ela, isso me deixou um pouco cismada com tudo.

— Acho que isso me deixou um pouco com medo. — digo a olhando, e ela sorrir.

— Não tenha medo, o que eu puder fazer para sempre ficar a seu lado eu ficarei. — diz ela, gentilmente.

— Agradecida. — digo, então ela começa a me mostrar os lugares mais importante do nosso dormitório, também me mostrou os lugares certos de ir para as aulas sem se atrasar, o que fiquei feliz, quero sempre está na aula no horário certo, ou até mesmo antes, gosto muito de estudar, e irei fazer tudo para manter a minha bolsa de estudo a todo custo. Continuamos andando, até que acabamos passando por umas moças e alguns rapazes, eles pararam a gente, porque conhece a Lupita.

— E aí Lupi, não te vi o dia todo. — disse um rapaz.

— Estava ocupada, mas agora estou mostrando a faculdade para a Hope. — disse ela.

— Nossa... — falou o rapaz ao me olhar, acabei ficando sem reação no momento, eu nunca tinha chegado tão perto de um rapaz antes. — Essa princesinha se chama Hope? — pergunta e ela confirma. — Muito prazer senhorita, me chamo Henrique. — falou ele, direcionando suas palavras a mim.

— Igualmente. — digo em poucas palavras.

— Realmente ela é linda demais. — fala um outro rapaz que se aproxima.

— Deixem a menina. — fala a Lupita. — Ela não é uma qualquer. — disse ela, e então ela segura no meu braço. — Vou levar ela para o nosso dormitório. — ela fala e as outras moças que estavam perto me olha.

— Toma cuidado com essa daí. — disse ela se referindo a Lupita.

— Ela tem que tomar cuidado com vocês, que são tudo cobra criada. — rebateu a Lupita, então ela saiu andando comigo.

— Meu Deus, o que foi isso. — pergunto, um pouco assustada.

— Não liga não, elas são assim, quando tem pessoas novas, elas sempre vão fazer o que sabem fazer de melhor, destruir a vida das pessoas. — afirma ela.

— Que meu Deus, me proteja de pessoas assim. — digo, enquanto caminhamos de volta para o quarto.

Quando finalmente chegamos no quarto, fiquei um pouco mais conversando com ela, logo mais fui para o banheiro tomar um belo banho que eu estava necessitando, então quando acabei fui me deitar para dormir, a Lupita até me chamou para irmos comer alguma coisa, mas falei para ela, que não estava com fome, e claro que ela compreendeu, então ela foi comer, e eu acabei dormindo. Com isso se passou duas semanas, eu estava mais próxima da Lupita, ela tem se demonstrado uma amiga e tanto, nas sexta feira, ela sai dizendo que vai numa festa, ela sempre me convida, mas eu prefiro ficar no meu lugar, não sou muito de ir para festas, e ir a um lugar que nunca fui, é fora da minha zona de conforto. Graças a Lupita, conseguir um emprego de meio período em uma lanchonete bem aqui perto do campus, já estou trabalhando a uma semana, é algo que achei que iria demorar tanto para conseguir um emprego, mas graças a ela, que tem conhecimento com o gerente da mesma, ela acabou me indicando e ele claro que me aceitou como garçonete. Eu achei maravilhoso, até porque lá no convento eu ajudava as freiras na cozinha, e em tudo que elas precisavam, então não foi difícil aprender a servir mesas, limpa-las e receber. Muitas pessoas da faculdade sempre aparece por aqui, é muito bom, para mim, um trabalho nesse meio tempo é incrível, o gerente disse que as gorjetas ficam pra mim, e no fim eu recebo meu salário, mas vou esperar para o fim, porque quero comprar um celular, e isso me ajuda muito.

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