Três

1548 Words
Zeus Mas um dia se inicia aqui no Vidigal, eu como o chefe dessa p***a tenho bater o meu ponto, da uma checada, fazer uma reunião com os meus gerentes e garantir que o meu negócio tá faturando ou não. É bom que esteja pois caso o contrário cabeças irão rolar por aqui. Eu vou no banheiro e faço as minhas higienes pessoais, e vou direto pra boca, dou uma conferida nas parada e vejo que está tudo certo, dou uma chegada nas biqueiras de baixo e vejo que o Catita tá dando umas voltas por lá também. Ele é o frente daqui, não sei se devo confiar inteiramente nele, pois eu não confio nem na minha própria sombra depois de algumas paradas aí que aconteceram na minha vida, porém, ele tá fazendo o serviço dele direito até agora, então por enquanto o mesmo irá permanecer no seu posto. — Aí ouw chefe, o Trombada chefe lá do morro da alegria não tem? — Eu sei quem é o Trombada ouw Caatita, me diz só o que ele tá querendo dessa vez. - eu digo sem muita paciência. — Então, ele marcou uma reunião com o chefe, em um restaurante no asfalto para as negociações ficar longe de suspeita. - ele me diz e eu fico analisando essa possibilidade. O trombada e eu negociamos arma as vezes. — Tudo bem então, passa aí o gps do local que eu vou na minha moto. — Beleza chefe, eu só vou mandar aqui o Jorginho ficar no meu posto e... — Pode continuar onde tu tá, deixa que eu vou sozinho. — Chefe não é seguro, é fora do morro e se eu não vou fazer a tua contenção vou indicar dois soldados aqui pra te acompanhar. - o Catita diz preocupado e eu dou de ombros. — Relaxa é só uma negociação de leves, eu vou de boa na minha moto, não preciso de contenção não. — Mas chefe eu... — Sem mais p***a, eu vou de moto e pronto. - monto na minha moto e saio em disparada seguindo o caminho que indica o gps. Chego em um lugar, ou melhor dizendo uma cafeteria, bem próximo do ponto de ônibus no qual eu sempre ficava esperando para ir na faculdade, e poxa, algumas lembranças passadas bateram fundo na minha mente, principalmente quando eu vi a igreja que fica na esquina de onde eu tava no momento. Porém, eu engulo toda essa baitolagem e vou para dentro da cafeteria, aquele garoto molenga ficou para trás, ele era fraco e por isso a mãe dele morreu, porém, o que não me matou me deixou mais forte, e agora eu sou o próprio demo e não temo mais nada nesse mundo, podem vir com tudo seus bando de cuzoes, o pai aqui está on. Eu entro na cafeteria e lá encontro o Trombada, ele tá cheio de homens fazendo a contenção, e eu estou sozinho, o que eu não entendi, pois eu imaginei que isso fosse apenas uma negociação. — Fala meu parceiro. - ele diz e a gente faz toque de mão. — E aí? Quais são os novos modelos da vez? - eu digo logo curto e grosso, e me sento na cadeira. — p***a mano, tu não vai dizer nem um olá pra o teu mano? - ele pergunta fingindo indignação. — Não tô aqui num encontro romântico não p***a, eu quero ver se tuas armas me interessa ou não. - eu digo logo sem rodeio, já falei que não tenho tempo pra baitolagem, quero resolver essa parada e depois voltar pro morro, tenho um jogo do mengao pra assistir ainda hoje. — Pois beleza pow, é o seguinte, vou te mostrar as imagens delas aqui pelo meu celular e tu vai olhando as que tu mais se interessar eu mando os menor deixar lá pra tu no Vidigal. - o Trombada disse e eu fui logo observando tudo ali, realmente era uns fuzil muito dos maneiro e eu até que curtir, eu estava ali escolhendo os que eu ia querer quando de repente do nada um caveirao cheio de polícia baixou lá na cafeteria, mandando nois levantar as mãos pro alto, e mano eu não sou fiote, uma p***a dessa aqui não rola do nada, isso aqui é uma Tróia que armaram pra mim, porém, tem que ser muito fodao pra conseguir me pegar, coisa que esses cuzao aqui não é. Eu não sei o que rolou com o Trombada e os cara dele, porém, eu saio deslizando no chão liso daquela p***a, e vou direto pracinha moto, eu tô sem nenhuma arma aqui, por isso não dá pra trocar tiro com a polícia, por isso a única coisa que eu posso fazer no momento é correr. E é isso mesmo o que eu faço, eu dou no pé bonito, porém, um deles me acerta em cheio e ali mesmo eu já imagino que vou morrer igual a minha mãe, de certa forma é até uma coisa boa já que vou ver novamente a minha mãe. Já me preparo pra o meu fim, mas e aí que eu vejo aquela minha linda saindo da igreja, e eu vou ao encontro dela, pelo menos pra ela pela última vez, a mina é muito linda, mas parece um anjo. E eu não penso duas vezes e vou até o encontro dela, corro o mais rápido possível dos cana pra um bandido que acabou de tomar um tiro. — Meu Deus, deixa eu estancar esse ferimento, irei chamar o socorro também. - a mina diz assustada assim que me vê. — Não adianta, não tem mais jeito pra mim. - eu respondo observando se a polícia não já chegou. — Não diga isso, sempre existe um jeito para quem confia em Deus. - ela diz e ali eu fico triste achando que vou morrer sem conhecer ela direito. Mas aí uma coisa que eu jamais imaginei acontece, a mina abre a porta do carro e eu entro, pouco tempo depois os cana aparece, e ao que parece ela dá um perdido nele, coisa que me deixa mais incrédulo ainda, pois sei que a mina e toda crentinha, toda princesinha, e ela fez isso pra me ajudar, um completo desconhecido e ainda por cima um bandido. Depois ela entra no carro e diz que vai me levar pro hospital, porém eu digo que não, que é para a mina me jogar lá na entrada da favela que por lá eu me virava. E depois disso tudo ficou escuro e só me fui acordar novamente lá no postinho. Eu olhei para um lado e para o outro procurando pela a mesma, porém a mina não tava mais lá, e eu até comecei a imaginar que foi tudo delírio da minha cabeça, que na verdade eu tinha visto um anjo e comparei com a beleza dela. — Chefe! O senhor já acordou! - o médico aqui do postinho entra no quarto e me pega de olho aberto já observando os movimento. Ele vem e me examina, depois vai no corredor e chama alguém. Logo após um tempo entra o Catita e o PT. — Aeh é o chefe aí! Acordou irmão, fé! - o Catita diz e vem e faz toque de mão. Logo o PT faz o mesmo. — Vaso r**m não quebra pow. — Qual foi cuzao, tô quebrado aqui mas ainda sou o chefe. - falei já entrando no meu mau humor de sempre. — Beleza, mas só pra constar, o chefe deveria ter me ouvido, não devia ter saído do morro sem contenção. Não dá pra ficar vulnerável pow. - o Catita me dá esse papo, e o pior é que eu tenho que concordar. — Pior que dessa vez eu realmente quase que rodei bonito. — Mas é mermo, se não fosse a novinha doutora, não sei o que tinha rolado? - o PT diz e ali já chama a minha atenção. — Que novinha doutora? — A mina que te trouxe pro postinho pow, tu deu umas parada cardíaca aí, o doutor não tinha chegado ainda e nós achava que tu ia dançar legal, porém, a mina te reanimou e tu voltou a respirar. - o Catita disse e eu fiquei ali de queixo caído. — Verdade a mina salvou a vida do patrão, foi da hora. - dessa vez foi a vez do PT falar. — Esse Cuzao aí só chegou bem depois e... — Isso tudo foi hoje? - pergunto ainda desnorteado. — Não patrão já faz uns três dias, o senhor tava dormindo aí a base de remédio pra se curar logo. - o PT responde. — Tá já chega! Eu já dormir nessa p***a, e agora que eu acordei vou me levantar. — Senhor Zeus o senhor não pode sair daqui ainda… — Tem certeza que tu vai me dizer o que fazer? - pergunto pro doutor e ele treme na base. — Tu… tudo bem mas deixa pelo menos eu receitar uns remédios aqui. — Suave. - eu respondo e já começo a colocar os pés pra fora da cama. Tá na hora do Zeus se levantar e voltar pra ativa. E também ir atrás dessa novinha doutora. Afinal, eu preciso agradecer.
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