Larissa
Acordo cedo e faço minhas higienes matinais, e me arrumo para ir na faculdade, pego a minha mochila e já vou descendo direto para a porta da rua.
— Filha você não vai tomar café? - meu pai pergunta bebericando a sua xícara.
— Não pai, hoje é dia de dissecar cadáveres e eu não quero passar a vergonha de jogar pra fora o meu café da manhã todo no indivíduo.
— Entendo hahaha. - meu pai começa a sorrir.
— Leva pelo menos essa maçã para você comer depois desse... de fazer isso. - minha mãe diz e eu balanço minha cabeça negativamente.
— Com certeza depois de dissecar um cadáver eu não irei sentir mais à menor vontade de comer alguma coisa tão cedo mamãe. - falei e eles sorriram.
— Você tem que ir se acostumando filha, pois você passará por essas situações na vida real. - meu pai diz e eu concordo. Se eu até já salvei uma vida, eu penso, mas resolvi omitir essa parte, pois meus pais já não gostam que eu vá até a pequena igrejinha pois a mesma fica em uma região periferica, próximo ao morro do Vidigal, se eles souberem o que acontece com certeza irão me proibir de frequentar a mesma, para eles a única igreja boa para a família é a que fica no centro, longe de qualquer tipo de violência, porém, eu gosto de fazer missões com as crianças e de sempre levar a palavra para as pessoas menos favorecidas. Eu sinto que essa é a missão que Deus colocou no meu coração e eu irei seguir a mesma até o fim.
Me despeço dos meus pais e vou para a faculdade e como eu previa, dissecar um cadáver não é das minhas atividades que eu mais gosto na faculdade, porém, meus pais estão certo eu preciso ir me acostumando se eu pretendo realmente seguir a carreira de médica emergencial.
Saio da faculdade por volta do meio dia e já vou direito pra igreja, eu preciso deixar uns papéis coloridos que comprei na papelaria a caminho da mesma, pois domingo eu terei aula dominical com as crianças, estou muito ansiosa pois será bem legal.
Ao deixar tudo com a pastora e de garantir que domingo eu estarei lá, vou saindo da igreja e nesse momento minha barriga me manda um sinal de que chegou o momento para eu alimentar, dou risada e vou saindo da igreja quando novamente eu tropeço em alguém, e esse alguém me faz tomar uma grande surpresa. Ali na minha frente estava o garoto baleado do outro dia.
— Oi princesa! Ou melhor dizendo, oi minha anjinha salvadora. - ele diz sorrindo e eu não sei por que mas eu fico sem voz. — Desculpa eu não quero te assustar, eu só quero te agradecer por... bem, eu só queria te agradecer, por ter salvo a minha vida.
— Imagina, eu... eu faria isso por qualquer... pessoa. - falei tentando parecer um pouco calma, mas é que, ele é muito bonito. E esse sorriso dele está me deixando desconcertada.
— Bom, lógico que eu não vou te agradecer apenas de boca né. - ele diz e ali eu já começo a voltar a mim e já corro ele.
— Olha não pense que eu quero algum tipo de p*******o ou recompensa eu...
— Ei calma princesa. Eu só quero te chamar pra almoçar, aceita? - me convida com um olhar pidão.
— Olha eu…
— Ah por favor, você salvou a minha vida, eu só quero te agradecer te pagando um almoço. - eu poderia sair correndo dali, ou até mesmo chamar os seguranças da igreja, mas o olhar dele me pareceu sincero, então eu achei que não custava nada aceitar, já que realmente eu salvei a vida dele, eu acho que conversar um pouco com o meu primeiro paciente pode até ser bom de certo modo, pois já será algum tipo de aprendizado ou até mesmo experiência que levarei para a vida toda.
— Tudo bem, eu aceito. - respondi e ele sorriu com satisfação, e nossa, o sorriso dele é muito lindo.
— Certo, vamos lá. - abriu a porta do passageiro e eu entrei. Espero que eu não me arrependa de tomar essa decisão.
(…)
Zeus
Faz uma semana que eu acordei lá no postinho eu não to totalmente recuperado da p***a do tiro que os polícia me deram, porém, já passou do momento de me levantar, esse morro não vai ser comandado sozinho, e apesar do Catita me ajudar muito, eu preciso botar meu olho nessa p***a, caso contrário desanda. E também tem outra coisa ainda mais importante que eu preciso fazer, eu agora tomei coragem, pow, eu vou atrás da princesinha lá da igreja. Pensando nisso eu me levanto e vou realizar minhas higienes matinais, dou uma passada na boca matriz e analiso os balanços, ao que me parece está tudo certo, dou as ordens para o Catita e para os demais gerentes, sobre o abastecimento das bocas que é filial, e quando passo a visão no meu relógio já percebo que tá quase sendo doze horas, e aí eu pego o meu carro e decido da uma volta na city.
— Tá de brincadeira que tu já tá pensando em ir sozinho no asfalto novamente né. - o Catita diz e eu dou de ombros.
— Tô nem aí Cuzao, virou minha mulher agora foi.
— Beleza, aqui não tá mais quem falou. - ele levanta as mãos em rendimento e eu dou o fora dali.
Vou direto lá na igreja onde a doutora princesa trabalha, eu sei que eu quase me ferrei aqui nesse local no outro dia, mas por ela vale eu me arriscar então, eu fui e até que eu fiquei esperando um bocado, mas quando eu vi a mina saindo lá da igreja, p***a, toda linda, valeu a pena demais. Eu tive que insistir pra ela sair comigo, imagina só, o grande Zeus, praticamente se humilhando pra alguém sair com ele, é essa mina é especial pra c*****o, ela não é mulher pra bandido não, mas eu sou malandro, eu vou tentar.
Eu coloco ela no meu carro e subo direto pra o morro, já dei bobeira demais aqui no asfalto, lá tem um restaurante mo da hora, do senhor Nelson, lugar assim de família, a mina vai gostar.
— Você está fazendo o percurso para ir pro Vidigal. - ela diz um pouco assustada e eu a tranquilizo.
— Lá no meu morro tem restaurante tá, e tem um dos bons, que eu quero que você conheça.
— Tudo bem.
Nós chegamos no local e eu vou correndo e abro a porta do carro pra ela, peço ela pra sentar em uma das mesas e chamo o seu Nelson de lado.
— É o Seguinte, fecha tudo aqui que hoje eu vou pagar tudo, mas quero privacidade. - passei o papo reto pra ele.
— Mas senhor, tem muita comida, vai estragar.
— Relaxa, faz quentinha e manda entregar pra tudo o que é família carente aqui da comunidade, hoje é por conta do chefe. - falei e ele sorriu.
— Tudo bem senhor, obrigado.
— Agora traz o cardápio que eu vou fazer o pedido.
Voltei pra mesa e o seu Nelson trouxe o cardápio, mandei a mina escolher qualquer coisa que eu também iria querer o mesmo, e assim foi feito, ela escolheu um estrogonofe e de sobremesa pudim, coisa simples mesmo, eu achei que ela ia pedir comida de granfino, ou algo assim.
— Agora eu acho que nós já podemos nos apresentar de verdade né? - falei e ela sorriu.
— Tudo bem, eu sou a Larissa, e você é o Zeus né?
— Ouw calma ai cara, meu nome é Kleber, e Zeus é o meu vulgo.
— Ah sim entendi. Prazer. - ela diz estendendo a mão e eu me aproximo mais e lhe dou um beijo no rosto, e quase fico doido ali mesmo com a pelinhos macia e o perfume bom que ela está usando.
— Agora a pergunta que não quer calar, como você sabe que meu vulgo é Zeus? Por acaso já me conhecia? - perguntei curioso.
— Naquele dia, bem, ehh, que você tropeçou em mim, quando eu despistei os policiais, os mesmos saíram dizendo que “hoje o Zeus não iria escapar” algo assim. - a mina diz e ali mesmo eu já baixo a minha bola, p***a, que micão. Ainda bem que o seu Nelso trouxe logo a comida e a gente começou a se servir e cortamo o assunto.
— Mas me conta aí, tu é mesmo doutora? Com essa carinha de neném? - perguntei e a mina sorriu, e p**a que pariu, que sorriso lindo da p***a.
— Eu tô estudando medicina, ainda to no início, e por isso não posso ser considerada uma doutora ainda.
— p***a, pra mim tu é mais que isso, tu é o anjo que salvou a minha vida, brigadao aí. - falei e novamente ela sorriu.
— Imagina, Deus tocou no meu coração pra ajudar você.
Logo apos o almoço eu levo a mina pra dar uma volta nas ruas da favela, ela fica observando tudo até chegar na igreja.
— Em breve eu terei uma missão pra fazer com as crianças dessa igreja, já era pra ter feito a mesma já um tempo, mas a entrada dos outros obreiros era sempre impedida por aqui.
— Que isso pow, tua entrada tá liberada a beça por aqui, mas somente a tua. É só tu chegar lá na entrada e dizer a palavra PT que os vapor vai te liberar.
— Tudo bem, mas agora eu preciso voltar, estou cheia de coisas para fazer. - ela pede e eu mesmo sem nenhuma vontade de liberar a mina, acabo aceitando pois quero conquistar a confiança dela.
— Sem problema cara, mas você vai me dar seu telefone né? - pedi com o meu melhor sorriso, mano eu tô apelando demais.
— Tudo bem, me dá aí o seu telefone. - pediu e eu entreguei meu celular pra ela anotou o contato e já deixou salvo, depois me devolveu. Em seguida eu levei a mina de volta lá pro asfalto.
— Você quer que eu te deixe em casa?
— Pode ser, eu moro no Leblon. - p***a, a mina é dondoca mesmo.
Segui viagem até um condômino todo chique e deixei a mina na entrada, logo após voltei o mais rápido possível pro Vidigal, pois eu dessa vez tenho que admitir que dei muita bobeira.
Assim que chego na minha quebrada eu vou direto pra boca, lá os cria já fica tudo em pé esperando a chegada do chefe.
— E aí patrão, qual é a boa? - o Catita pergunta.
— A boa é que nois vai naquele baile que vai ter hoje lá na rocinha, os amigo de lá convidou é nois vamo cair agora é na p*****a. - falei e geral comemorou.
E é isso, partiu baile na rocinha.