Acabei de orar, fiquei uns 5 minutos de olhos fechados, olho pra cima e vejo uma placa de outdoor na beira da pista
“ Eu estou contigo! ”
Neste momento eu desabei, chorei muito, chorei por voltar a minha esperança, por saber que eu não estava sozinha, apesar das circunstâncias, apesar do fato horrível que estava acontecendo, me veio esperança de sobreviver no final de tudo.
Eu não sabia mais onde a gente estava, não sabia qual horário era, não sabia quanto tempo tinha se passado, eu só sabia que iria tentar algum jeito de sair dali, foi onde que eu lembrei que o menino mais novo voltou bem nervoso.
O tal chefe, começou a contar o dinheiro que tinha conseguido, e começou a ver os celulares, e eles ainda não tinham achado o meu, eu nem sabia onde o meu estava, e ele vendo os celulares ele deixa um cair no chão e quando vai ver ele acha o meu, que era um Galaxy S9.
- Po esse celular aqui é top hein, vamos vender um dinheirão nesse aqui.
Aí ele aperta o botão e vê minha foto.
- Essa aqui não é você? Hein tia?
- Sim, é meu celular, deve ter caído quando joguei a bolsa!
- Toma, desbloqueia. Depois reseta o celular pra ninguém achar a gente.
Desbloqueei o celular e ele pegou de volta, viu minhas conversas, foi na galeria e viu algumas fotos minhas, depois entregou na minha mão e disse pro menino prestar atenção em mim.
- Toma o celular, reseta isso aí, e vê se não tenta nada.
O menino mais novo ficou do meu lado vendo tudo que eu estava fazendo, não deu pra entrar mais no w******p, nem fazer nenhuma ligação, eu não sabia como pedir socorro no meu próprio telefone, sem da alarme, eu não sabia se tinha algum truque pra poder ligar pra polícia sem discar números, sem aparecer na tela, isso deveria existir.
Quando eu tento resetar meu celular, me deu um branco na hora, eu esqueci a senha do meu e-mail pra resetar. E só podia três vezes, caso contrário o celular bloqueia tudo.
Tentei a primeira vez e não consegui, a segunda vez e não foi, aí chegou s mensagem
“ CASO ERRE NOVAMENTE O SEU CELULAR SERÁ BLOQUEADO ”
Pqp, qual é a minha senha? Não consigo lembrar, meu Deus do céu.
- O chefe, a menina tá tentando fazer alguma coisa aqui no celular, tá chegando mensagem de bloqueio.
Ele vira igual um capeta, na minha direção, ele é tão r**m e tem uma energia tão pesada que eu não conseguia olhar pra ele diretamente, não conseguia ver o rosto dele, ficava turvo. Uma coisa muito estranha.
- Olha, tô perdendo a paciência com você! Não vou avisar mais, desbloqueia e reseta isso, AGORA. da o seu jeito, se você bloquear essa merda, vou te meter a porrada.
Pronto, agora eu sou obrigada a lembrar minha senha. Em um momento como esse, eu tinha mais uma chance, e tentei mais uma vez e não foi, não sei como não bloqueou mas eu tentei mais de 30 vezes, e não bloqueou meu celular, aí eu tive a ideia de pedir pra trocar a senha, já que o chip estava no celular, iria chegar um SMS com o código. Foi o que eu fiz.
Quando eu consegui eu pensei alto.
- Ah, graças a Deus!
O menino mais novo olha pra mim, pega o celular e da na mão do chefe, dizendo que eu tinha conseguido. Em seguida ele fala.
- Você é da igreja?
Perguntou bem baixinho no meu ouvido.
- Não, mas fui criada na igreja, sei dos caminhos de Deus. Mas minha mãe é, minhas irmãs.
Então ele começa a conversar comigo.
- Olha tia, não era pra isso ter acontecido não, tá ligada? Se eu soubesse que você era da igreja eu nem teria feito isso, viemos pra uma missão de assalto, sair assaltando os bairros próximo, os meninos viram essa oportunidade e fomos no embalo, eu só faço o que ele manda eu fazer.
Pronto! Achei meu refúgio, era esse menino, que por fim tinha só 15 anos de idade. Óbvio que na hora eu não sabia disso, soube depois na delegacia.
Mas eu pensei neste momento que ele iria me salvar, e eu iria fazer a cabeça dele!
- Você é da igreja também? Qual seu nome?
- Eu vou na igreja as vezes, posso dizer meu nome não po, tá doida?
O tal chefe, percebe que estamos conversando baixinho.
- Que isso aí atrás? Quer ficar de conversinha? Qual foi menor, tá marolando? Come essa filha da p**a ai, fica de conversa não.
- Po deixa a mina descansar um pouco po, até um tempo atrás até a boca da garota tava toda aberta.
- iiiih, qual foi cara? Aí mano, olha as idéias do cara, largando a fita.
Aí pelo amor de Deus, não faz isso de novo não menino, tô destruída, cheio de dor, depois que fica quase 20 minutos sem penetrar, parece que o músculo relaxa e é onde a dor maior vem, quando tenta tocar novamente a dor é 3x maior. Tipo quando a gente machuca e na hora dói mas nem tanto, e quando passa um pouco de tempo fica muito mais dolorido quando toca.
Era exatamente assim que eu estava.
Enquanto os meninos ficou na frente conversando entre eles, o menino ainda estava atrás comigo, sem fazer nada ainda.
Como eu estava deitada no colo dele, minhas mãos estava já no joelho dele apoiando a minha cabeça, eu comecei a fazer carinho no joelho dele.
“ Que nojo, ter que fingir que tô gostando desse nojento ”
Quando eu fiz carinho no joelho dele, ele retribuiu no meu cabelo. E eu deixei um dois minutos e senti a liberdade de ir virando minha cabeça devagarinho em câmera lenta mesmo, pros meninos na frente não perceber.
Fui virando e virando e pronto, virei com tudo e olhei nos olhos dele.
- Você vai mesmo deixar eles me matar?
Aquilo foi o suficiente, quando olhei bem no fundo dos olhos dele, os olhos dele encheram de lágrimas. Parecia estar arrependido, mas eu não senti um pingo de pena dele, merecia morrer igual os outros.
Então ele vira minha cabeça correndo, com medo dos meninos olharem pra trás e verem eu olhando pra ele, algo que não poderia.
Ele vira e fala no meu ouvido.
- Pode deixar que eu não vou deixar ninguém matar você!
- E meu namorado? Deixa ele ficar vivo comigo, não mata nós dois não.
Aí ele fica em silêncio.
Merda, não era pra eu dizer isso, era pra jogar primeiro com ele, fazer ele abrir o jogo, mas era muito arriscado dos meninos escutarem, apesar que tinha o som ainda, meio médio. Eles poderiam escutar. Então falei só isso.
Ele percebeu que talvez eu fiz aquilo do carinho nas pernas dele só pra conseguir algo e me virou, tirou minha roupa e dessa vez me botou deitada e veio por cima de mim. Ah não, de novo não, nessa hora eu senti muita vontade de vomitar, me deu embrulho no estômago.
- Se você não tivesse mamado meus amigos eu ia da um beijo nessa sua boca, você é linda sabia?
Pqp, o garoto tá gostando de mim no meio do sequestro e me estuprando ainda, ele acha que eu vou o que? Me apaixonar por ele? Que doente, DOENTE, como pode existir pessoas assim? Fiquei assustada com as coisas que começou a dizer.
- Seu namorado transa assim com você?
- Não !
Óbvio que não, tá achando que algum dia Gustavo iria me forçar a t*****r? Que cara doente.
- É, eu sei que não, tá gostoso? Vai gozar pra mim? Quem é melhor? Eu ou seu namorado?
Que? Não estou ouvindo isso não, meu Deus do céu, me tira daqui. Vontade de cuspir na cara desse merda. Aí lembrei da arma, se ele estava por cima de mim, cadê a arma dele? Vou dizer o que ele quer ouvir.
- Você!
- Ah eu sei que eu sou o melhor. Tá gostando então né?
- Tá me machucando muito. ?
- Mas tá gostando p***a?
- Sim! ?
Tentei mexer meu braço pelo banco, pra ver se a arma estava por ali, se eu conseguisse pegar a arma dele, eu ia da um tiro nele primeiro depois no chefe que estava na minha frente, como o corpo estaria por cima de mim, se o motorista me desse um tiro, poderia ficar no corpo do menino por cima de mim e daria tempo de eu atirar nele, iríamos sofrer um acidente de carro, mas daria pra sobreviver com algum braço quebrado.
Mas não tive sucesso, não achei a arma, depois que ele acaba e sai de cima de mim, a arma estava na mão dele o tempo todo e eu não tinha percebido. Eu estava tão exausta que eu queria muito que meu corpo relaxasse e fizesse eu desmaiar, ou até mesmo morrer de vez, eu não aguentava mais sofrer daquele jeito. Queria ter ficado dentro do porta malas com Gustavo pelo menos ficaria só sem ar, e não toda violada.
Eles andaram muito, não sei nem pra onde estavam indo mais, passou um bom tempo, e sinto uma estrada de chão, uns buracos, paralelepípedo.
Passou um tempinho e consigo ver deitada, um muro com uma entrada bem grande, e ele sobe e entra.
Pronto, meu coração morreu ali, FUDEU, é a casa deles, acabou pra mim, jamais que eles vão me deixar viva, me trazendo pro quintal da casa deles. Misericórdia, senhor.
Foi onde que minha esperança acabou, meu coração ficou em gelo, fiquei sem reação nenhuma, já sabia que ia morrer.
Aí ele para o carro, e me botam sentada agora.
Quando olho, não era uma casa, era um terreno enorme, cheio de mato, com muro.
Na frente tinha um carro queimado já. Com as cinzas no chão fresca.
Aí que acabou minha esperança de vez, eles já tinham feito isso, sabia do terreno e dos esquemas.
O menino mais novo saiu do carro primeiro, o tal chefe saiu do carro também e foi pro porta malas falar com com Gustavo.
O motorista saiu do carro e abriu a porta de trás e me puxou, pelo quadril, me jogou no chão cheio de mato e arrastou meu corpo até o banco da frente, me jogou pelo banco, deixando meu quadril e minha b***a pra fora, com meu rosto deitado no banco.
E meteu com muita força, nessa hora eu gritei.
- Aaaaaaaaaaaaah, por favor para, por favor, tá doendo muito, não aguento mais essa dor.
- Cala a boca.
E bateu com a arma nas minhas costas, fazendo eu ficar quieta. Eu mordi o banco do motorista, tentei prender meu rosto pelo banco pra amenizar a dor. Depois ele tira o p*u da v****a e vai com tudo atrás. Uma botada só bem forte.
Eu fui no céu nessa hora. E gritei. Gritei com força essa hora. É mais uma vez ele me bate mandado eu calar a boca.
Meu Deus, que dor era aquela? Eu achando que já estava no meu auge de dor, e ele faz aquilo. Minhas pernas fracas já, caiu pelo chão, fazendo eu me ajoelhar e ir caindo pelo mato, então ele goza no meu corpo, fiquei no chão deitada, pedindo pra Deus pra eles me dá um tiro logo.
Aí vem o capeta do chefe.
Me levanta pelo cabelo e joga meu corpo no banco.
- Comeu o cu dela mano? Que isso, vou fazer também.
E foi com tudo. Novamente, eu desisti de gritar, desisti de exalar minha dor, desisti de pedir ajuda pra Deus.
Eu desistir de mim, virei um vegetal, eu não era mais dona de mim, do meu corpo, eu não era nada, vi minha morte ali.
Quando ele acaba, ele chama o menino mais novo, e o menino vem e me bota sentada no banco, com as penas pra fora, minha cabeça estava apoiada na porta já.
Quando ele ia vindo e desiste e olha pra mim.
- Chega, vou fazer mais nada não, a garota tá sem vida já.
E sim, eu estava sem vida. Eu não sentia mais meu corpo. E o tal chefe e o motorista estava ainda no porta malas, não sei se estavam batendo em Gustavo, ou se estavam roubando as coisas do porta malas também, só sei que eu estava morta, sem vida.
Então os menino pedem pra ele levar meu corpo pro porta malas junto com Gustavo.
Ele me pega pelo braço e meu corpo estava mole, foi direto pro chão, ele pega meus dois braços e vai me arrastando pelo chão, o chefe vai e ajuda ele, pega pela minhas pernas e ele pelo meus braços e me bota no porta malas.
O menino mais novo pergunta pra Gustavo.
- Se vocês saírem daqui você vai levar ela pro hospital tá ouvindo?
Ele disse isso mesmo, então tem esperança deles não me mataram.
Não deu nem três segundo e o chefe fala.
- Vamos é botar fogo no carro, tá doido, se conseguir sair o que.
Ele vai e fecha o porta malas.
Me botaram deitada ao contrário de Gustavo, então Gustavo abraça minhas pernas.
- Desculpa!
- Você não tem culpa ,Gustavo! Isso não é culpa sua.
- Se eu não tivesse chamado você pra sair, isso nunca teria acontecido.
Começamos a ouvir eles brigando entre eles, gritando bastante.
- Cadê a p***a da gasolina que estava aqui?
Po, tava tudo aqui já, cadê isso?
- Você que ficou responsável de guardar, onde você botou?
Ficaram um tempão discutindo e depois fica um silêncio. Aí Gustavo fala
- Eles pararam de falar, será que foram embora?
Eu começo a sentir muita falta de ar e o carro quente, comecei a porrar o tampo do porta malas, bater e bater e Gustavo simplesmente fala.
- Não faz isso, eu sei abrir o porta malas por dentro!
- É O QUE???? Você sabe abrir e ficou aqui esse tempo todo, podendo pular e meter o pé? Tá doido?
- Claro que eu sei abrir, o carro é meu, vem essas instruções e conheço meu carro.
- Tá bom, mas não saiu antes por qual motivo?
- Eu poderia ter me salvado desde o começo, mas o carro apita lá na frente, se eu me salvo, você ficaria e morreria.
Meu pai amado, o garoto simplesmente preferiu morrer comigo sem nem me conhecer direito, podendo se salvar desde o começo.
- Então abre isso logo.
- Tá, mas se eu abrir eles vão estar lá fora, tenho certeza que eles estão lá fora esperando pra ver se a gente sabe sair.
- Olha Gustavo, não sei você, mas eu prefiro morrer de tiro doque queimada.
- Tem certeza?
- Sim!
Gustavo se despede de mim, abraça minhas pernas e eu abraço as dele toda encolhida, e fecho meus olhos.
- Pode abrir!
Escuto ele abrindo e deixo meus olhos fechados, só esperando a morte chegar.
Sinto nada.
Será que a morte foi tão rápida assim e já morri?
Abri meus olhos, e vejo só a parede, a saída é muito mato.
EU SOBREVIVI, PORRAAAAAA, PQP.
Eu estava sem forças até o momento que abro meus olhos, surgiu forças onde não tinha, botei meus pés pra fora com minha mão e joguei meu corpo no chão e consegui levantar devagar.
Saiu correndo e vou pra saída, olho pra trás e vejo Gustavo tentando achar as chaves.
- Vem Gustavo, vem, vamos correr daqui, vamos embora, eles vão voltar, tenho certeza!
- Não posso deixar o carro aqui, tô procurando a chave.
- Tá doido? Eles levaram as chaves, era pra gente estar morto já, aqui é perto da casa deles, olha lá pra fora, olha esse carro aí na frente queimado, eles foram buscar a gasolina tenho certeza.
- Não, vou procurar as chaves.
- Então fica aí, eu vou sair correndo.
Essa altura do campeonato, vou muito ficar pra esperar os meninos voltarem, parecia muito aqueles filmes de terror, quando você acha que acabou vem mais surpresas pela frente.
Vou em direção a saída onde deveria ser o portão e vejo a rua.
Uma favela braba, eu não sabia onde era aquilo, tinha muito mato e casas, e se eles estivessem ali?
Eu fui na cara e coragem, cheio de dor, sem calcinha, e fraca, deixei Gustavo lá e corri.
- Ou, calma aí, vou com você, não achei as chaves.
- Vem logo, vamos correr, Meu Deus como vamos sair daqui? Será que alguém vai acreditar na gente, Gustavo? Meu Deus do céu, o que eu faço agora?
- Calma, olha pra mim, fica calma, vamos bater nas portas e pedir ajuda.
Escuto barulho nos matos e sai correndo. Vários cachorros latindo muito, muito mesmo, sai batendo nos portões, aquilo já era 4 horas da manhã, ninguém respondia.
Alguns apagavam as luzes e não atendia, e os cachorros latindo muito.
Pronto, lascou, não sei onde estou, não sei sair dessa favela, tudo escuro, ninguém ajuda, eles vão voltar e vão pegar o carro e vão achar a gente.
- Vem, não para não, segura minha mão.
Comecei a chorar de novo, eu achei que realmente o desespero tinha acabado, mas eu não vi saída, parecia um labirinto, favela quanto mais você anda, mais dentro do buraco você fica. Até que tinha uma casa tocando música.
Corremos até essa casa e gritamos, gritamos, gritamos.
- Oooooooh, moço? Moço? Eeeeei
Um senhor, chapado de cachaça, dormindo no sofá da varanda, com o som super alto perto do ouvido dele.
- Vamos jogar uma pedra no telhado, ele acorda.
- Não, vai furar a casa do moço.
- Vamos gritar até ele ouvir.
Gritamos muito, os cachorros não parava de latir, e o no quintal dele tinha um cachorro pequeno, ele latiu, latiu e por fim ele acorda e vem andando e caindo ao mesmo tempo.
- Ooooopa, fala comigo ( Voz de bebado )
- Moço me ajuda, pelo amor de Deus, sequestraram nós dois, me estupraram, olha pra mim, tô sem calcinha moço, me ajuda.
- Olha não posso te ajudar não menina, mas oh vai, vai, vai, vira ali, depois ali, hmmmmm acho que pra lá no final , tem a pista e depois o DPO, vai na polícia.
- Moço, me empresta o celular pra eu ligar pra minha mãe.
- Não posso não.
Aí meu Deus, só isso que faltava, ninguém querer ajudar, e ainda sim um bebado caindo, tentando passar informação. Aí minhas forças foi se perdendo de novo, eu estava muito fraca, não sabia como ir pra casa, não sabia se eles voltariam, eu só queria minha mãe naquele momento, continuei andando, sem correr dessa vez, só andando, Gustavo quieto, falava mais nada, eu chorando quieta, só caía lágrimas.
Por fim, saímos ao lado de uma igreja universal e vejo a pista, era a pista do Jardim Caiçara, pista principal, e vem um carro, era um táxi.
Me joguei na frente do táxi.
-PARA MOÇO!
O carro parou, tinha um passageiro atrás e eles assustados.
- Moço, fomos assaltados, sequestrados, conseguimos fugir agora, não sei pra onde ir, leva a gente pra delegacia ou empresta o celular pra ligar pra alguém moço.
- Olha filha, posso não, tô com passageiro aí, desculpa mas não vou poder ajudar.
E foi embora, eu fiquei sem acreditar que aquelas pessoas realmente não queria ajudar a gente, não queria acreditar que além do que eu tinha passado eu tinha que dá um jeito de sobreviver ainda.
Vimos um bar de longe e fomos até lá, quando eu vi o bar a dona era mulher, e poxa vida, essa sim vai me ajudar, ela é mulher, vai me entender.
- Moça, boa noite! Pode ajudar a gente? Acabamos de ser assaltados, levaram a gente com eles, olha como eu tô, posso fazer uma ligação?
- Não pode não, aqui a gente não pode ajudar ninguém, vai pela pista aí e tenta achar a polícia.
Eu chorei de novo, sem acreditar que isso era real, uma mulher, MULHER, ver o meu estado e negar ajuda.
Gustavo nem insistia, ele foi bem calmo, e só pediu água.
- Poderia dá um copo de água pra ela pelo menos?
- Olha moço, nem a água do poço eu vou dá pra vocês!
Com essas palavras, sem tirar e nem por.
Eu olhei pra Gustavo e vi que acabou ali, eu não tive forças nem de responder o que a mulher disse, peguei a mão dele e fui andando, sem raciocínio, sem falar um palavra, continuamos andando pela pista e passa um carro, VOADOOOO, muito rápido, quando olho pra frente e a gente vê o carro que era, meus olhos encheram de lágrimas, fiquei paralisada vendo um filme, não consegui andar e Gustavo corre.
Aguarde pelo capítulo 6.