Capítulo 4

2331 Words
Não sei quanto tempo fiquei desacordada, Mas quando eu acordei não tinha mais nada, comeram tudo e só tinha os pote de guaravita e x-tudo. E sim ainda estavam fazendo a penetração, eu queria só desmaiar novamente pra parar de sentir dor, eu não aguentava mais, a dor não passava de jeito nenhum. Passou mais alguns minutos e o motorista começou a apertar todos os botões, tentando ligar o bluetooth, ele não sabia mexer e ficou apertando. - Como liga isso aqui garota? Eles achavam que eu realmente era namorada do Gustavo, achavam que eu conhecia o carro todo. - Eu não sei, não sei mexer neste carro. Ele ficou tentando até que conseguiu por uma música, um funk bem alto. Abriram as janelas e senti o cheiro forte de mar, aí eu olho pra cima e vejo os prédios, aí percebo que era a praia do forte. Fiquei imaginando, como ninguém percebeu aquilo? Na praia do forte, passando um carro com um som super alto, 3 meninos no carro. Tá que eu estava deitada e não dava pra me ver, mas os vidros estavam abertos, como nenhum carro conseguiu me notar? Cabo Frio tem muitos carros altos que conseguem ter uma visão do carro que está baixo, e era um carro baixo. Sem contar que na praia do forte sempre tem viaturas, todos os dias logo de cara fica um suporte ali perto do Bob’s, como eles não viram isso? Será que eu merecia tanto aquele castigo? Fiquei pensando sobre isso. Eles deram várias voltas por Cabo Frio, pela praia, e foram por Jardim, ainda com o som alto, entrou em várias ruas e viram um grupo de amigos e comentaram. - Olha quem tá ali, bora lá, vesti alguma coisa nela aí gente, rápido. Os meninos que estavam atrás, abaixou minha saia e botou minha blusa por cima mesmo, sem por no corpo, como se fosse cobertor, um deles botaram a arma na minha cabeça por dentro do meu cabelo, e então chegou no local. Parecia que tinha uns meninos “ traficantes ” sentado na calçada, não sei se era boca de fumo, mas parecia ser, um deles levantaram e vieram até o carro. - Pqp, marolou hein, carrão é esse cria? O motorista respondeu. - Gostou né? Hahaha estamos fazendo umas missão aí ,os menor aí atrás mano Ele olhou pra trás e viu os meninos, mas ninguém viu maldade quando me viu deitada, achou que eu fosse namorada de um deles, por eu estar deitada, achou que eu estava dormindo. Ele passou só pra mostrar que estava de carro, nem conversou muito, talvez com medo de eu falar algo. Mas eu que senti medo, achando que poderia juntar mais pessoas dentro do carro, então nem eu quis abrir o bico. Ele seguiu com o carro e subindo um morrinho eu reconheci a rua, era perto da rua da casa da mãe da minha cunhada Camila, e tinha um menino passando, e o motorista parou o carro em direção dele. - Qual foi menor, passa a maconha aí. - Tem não irmão, tem não. - Não tem o c*****o, passa pra cá agora. Ele apontou a arma pro menino e escutei o menino chorando, parecia ser novo. - Não tenho, não tenho, não atira por favor, tô vindo da escola. - Corre, vou atirar nas suas costas, bora, 3, 2 … Só escutei o menino correndo muito e os meninos rindo dentro do carro. - Po, tava doido pra fumar um, encher essa garota de boldo, já fumou garota? - Não, nunca e nem quero. - Quer sim, é só a gente achar um boldinho e vamos botar você pra fumar. Eu até achei que eles poderiam estar drogados por estar fazendo aquilo comigo, mas não estavam, estavam de cara limpa, sem dó e nem piedade. Seguiram o caminho, passou um tempinho eles novamente tiraram minha blusa e subiu minha saia pra continuar, eu não sabia como eles estavam aguentando por tanto tempo, tinham gozado várias vezes, eu estava acabada, com sangue seco e sangue novo no meu corpo, minhas pernas, eu não conseguia nem me olhar, de tão nojenta que eu estava, só queria que tudo aquilo acabasse logo. E logo em seguida, o carro começou a apitar, sem parar, por falta de gasolina. - Que c*****o é esse? Quando vocês botaram gasolina no carro? Se essa gasolina acabar aqui no meio do nada, vai ser pior pra vocês, seus merda. Botou gasolina quando? - Eu não sei, o carro é dele e não meu - Você é muito abusada.. Oh seu corno, fraldinha, quando você botou gasolina no carro? O carro com o som alto, apitando o barulho e ele achando que Gustavo iria escutar, eu não sabia nem se Gustavo estava vivo, ou se tinha desmaiado, ele tinha quase dois metros de altura, o porta malas super pequeno, muita judiação. - Se ele não responder, vou atirar na sua testa, chega pra lá gente, deixa ela no meio certinho, que vou atirar. Isso tudo com ele olhando pra frente enquanto dirigia e olhando pra trás ao mesmo tempo, ele engatilhou a arma e realmente botou no meio da minha testa. - Bora, chama seu namorado, se ele não responder vou atirar, ele deve está tentando entrar em contato com alguém, tá muito quieto esse filho da p**a, BORAAAA, vou contar até três. UM, DOIS… Eu simplesmente liguei o f**a se. Levantei com tudo e virei pra trás e dei dois socão no tampão do porta malas e gritei. - GUSTAVOOOO, fala alguma coisa pelo amor de Deus. Finalmente ele responde. - OI, oi. O que aconteceu? - Quando você botou gasolina? - Faz uns 3 dias já. Pronto, que alívio, ele ainda estava vivo, então eu sentei, e olho pra frente e é onde vejo o rosto dele pela primeira vez, olhei bem fixo pro rosto dele, e vejo onde estávamos, estávamos quase chegando na curva da morte. Então os dois meninos me deita de novo e manda eu abaixar a cabeça. - Reza aí pra gente chegar a tempo no posto Estrela Dalva, e é o seguinte, vamos no posto, vou até abaixar o som pra vocês escutarem. EU VOU PASSAR NO POSTO, SE ALGUM DE VOCÊS DOIS FIZER QUALQUER GRAÇA, É BALA. Não esqueçam que estamos em três e principalmente com você aqui na frente em tia, 3 armas apontada pra você. Ele fez o retorno e estava chegando no posto, meu coração foi ficando gelado, comecei a te esperança em alguém perceber, ter esperança do frentista mandar a gente sair do carro. Botei a blusa e abaixei a saia, novamente um dos meninos botou a arma na minha cabeça dentro do meu cabelo, e o outro botou nas minhas costas por baixo de mim, mas primeiro engatilhou a arma na minha frente pra eu ver que eles não estavam pra brincadeira. E então eu pensei “ Bom, se vou morrer de qualquer jeito, se eu gritar na hora e dizer meu nome completo falando que sou filha de Leia do bairro São João ” vai ser uma vitória né, vou morrer, porém, vão saber o que aconteceu, melhor que morrer e sumirem com meu corpo. Provável que vão atirar na minha cabeça, velório com caixão lacrado, mas ainda sim vai ser melhor que corpo sumido, minha mãe não vai aguentar se não acharem meu corpo. Eu já estava preparada pra gritar no posto, e chutar a cara do infeliz que estava perto do meu pé. Ele era o que mais me machucava, famoso chefão. Eu sabia que aquilo não era um filme, que nada era tão simples assim, pegar dá um chute e conseguir pegar a arma. Acho que o primeiro levantamento de perna, é o tiro na certa. Chegamos no posto, todo mundo em silêncio, som baixo. - Boa noite!! Pode falar - Bota 30 reais de gasolina chefe. Eu só sentia meu coração pulsando bem forte. Tum tum, tum tum… Me veio na mente “ GRITA, ANDREZA ” Quando quase me veio coragem eu lembrei que não era só eu que estava ali, não era só a minha vida que estava em jogo, eu querer me matar é uma escolha minha, mas isso se eu estivesse sozinha. Aí eu grito, eles me matam, foge com o carro sem gasolina mesmo, daria pra ir longe ainda, na reserva, e depois mataria Gustavo. Tá que eu sei que eles já vão matar nós dois, mas não posso deixar essa esperança morrer, e se a gente sair vivos? Melhor eu ficar quieta. Fiquei em silêncio, vendo se o frentista iria perceber ou iria mandar a gente descer do carro. Mas não mandou descer, deveria mandar descer do carro tanto gás, como gasolina. Seguimos em frente, gasolina abastecida, mais horas pra ser atormentada. - Bora continuar a missão, segue pro nosso corre. O tal patrão pediu pro motorista fazer esse percurso que eu não sabia qual era. Então fomos em direção a estrada de búzios, sei disso hoje, mas no dia eu não sabia por estar deitada. Eu só via o céu e as casas no alto, era difícil saber onde estávamos. Então passou meia hora mais ou menos e então ele para o carro. O tal chefe e o menino mais novo que estão atrás comigo, sai do carro, mas antes esse chefe pediu o boné do menino mais novo. - Passa esse boné aí menor. - Passo sim mano, mas vou ficar na cara dura? - Qual foi, passa isso agora. Parecia que esse tal patrão que eles chamaram era realmente chefe deles, tudo que ele mandava fazer, os dois obedeciam. Desceram do carro e o motorista ficou comigo no carro, virou pra mim e botou a arma na minha barriga. - Preciso nem falar nada, já sabe o esquema, caladinha. - Beleza. Escuto vários gritos, choro, voz de uma moça gritando muito e então o chefe volta. - p***a menor, tem câmera parceiro, ainda bem que botei o boné, sabia que tinha câmera aqui. E a senhora desmaiou lá mano. - Po chefe, anda logo então, vamos marola não. Ele volta pra lanchonete e assalta, aí volta os dois, com o caixa com ele, o chefe dessa vez, senta na frente, e o menino mais novo atrás comigo, só o tal chefe que volta cheio de dinheiro e celulares. O mais novo quando voltou tentou abrir a porta de trás e não conseguiu, até porrar a porta lá e o motorista abre pra ele. Ele se tremendo todo, com medo, sacode minha cabeça e bate no meu rosto. - Levanta logo. Levantei pra ele sentar e deitei novamente no colo dele, eu não podia em hipótese alguma, levantar, só poderia ficar do mesmo jeito, deitada. Ele voltou com várias paçoca e jujuba, se tremendo todo, as mãos fria, pernas trêmulas. E pensei “ Opa, temos um cagão iniciado aqui, esse garoto nunca assaltou tenho certeza, vou fazer a cabeça dele ” Realmente ele roubou só a paçoca e a jujuba, tem o vídeo da lanchonete e no vídeo mostra ele pegando somente isso. Então o tal chefe começa a falar. - Respeita o pai filho, p***a, pegamos tudo, agora quero usar essa arma, tô doidinho pra matar um hoje, bora acelera, olha os cuzao ali, para, para o carro. Quando eles saíram da lanchonete correndo, estava ainda na pista, na estrada canudinho de búzios mas agora voltando sentido Cabo Frio. Tinha uma esquina que estava cheio de meninos, não sei se era da boca também, mas estavam armados. Até o carro parar é esse tal chefe abre o vidro e bota a arma pra fora e só escuto todo mundo correndo e gritando. - Tem grávida aqui, tem grávida aqui seu cuzao. O carro parado começa a acelerar e faz cavalo de p*u e para de novo na mesma rua pra atirar no pessoal, eu só me encolhi, tapei meus ouvidos e abaixei a cabeça, quando olho pra cima eu vejo tudo em câmera lenta, parecia filme de ação. Mas muito pior. Dinheiro voando enquanto ele girava o carro na pista, o tal chefe querendo atirar, eu não consigo lembrar se ele atirou, eu tinha tapado meus ouvidos. Mas quando tirei as mãos dos meus ouvidos eu escutei os meninos que estavam na rua correndo pra atirar no carro, foi onde eles aceleraram o carro e escuto Gustavo gritando desesperado lá trás. E eu sem reação, não tive mais reação pra aquilo, só fechei meus olhos e orei. “ Senhor, és-me aqui pai, eu sei que você não me abandonou, eu sei que você está comigo, eu não sei por qual motivo estou passando por tudo isso enquanto várias pessoas ruins se dão bem na vida, como esses três meninos que eu nunca vi em toda minha vida estão felizes, comemorando, atirando em grávidas, me estuprando, estou com dúvidas se o senhor existe mesmo, mas ainda assim não quero parar de orar, pai, te imploro ajuda, não só pra mim como o Gustavo também, ele é uma ótima pessoa, não merece morrer assim, longe da família, dos amigos, eu ainda nem tenho filho, meu sonho é ser mãe, não aceito morrer assim senhor, EU NÃO ACEITO, me dá uma resposta, diz que ainda está comigo, eu amo você! Amém ”.
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