CAPÍTULO 20
Um Agradável Serão
Narrado por Mia
Fico nervosa quando recebo a mensagem dele a avisar que está aqui na minha porta me esperando.
Me dá um calafrio.
Céus, tento me recompor e saio.
E quando o faço e olho aquele bofe gostoso ali em baixo encostado a um carro chamativo por demais, volto a ter um outro calafrio.
Ele é de uma presença estonteante, raça do homem.
E me dou conta que o meu vestido é da cor da sua gravata, se fosse combinado não saia tão bem.
E ali vejo também que ele é um exibicionista, kkk, o carro dele, um McLaren 650S Coupé de cor laranja com uma risca preta.
Desço as escadas e ele estica a mão para mim, olhem só que galante.
Agradeço e ele abre até a porta do carro para mim, e ao passar por ele o seu perfume mais uma vez me deixa inebriada, ele é tão cheiroso.
Falamos pouco.
Olho para a frente, olho para o meu lado da janela, vejo ele a segurar no volante com um à vontade excelente e ele conduz muito bem, rápido, mas bem.
Vem à minha imaginação o que aquelas mãos podem e conseguem fazer com o meu corpo, os seus dedos deslizando pela minha pele nua, chegando na minha…
Mia por favor, tu deixa de ser uma depravada??
Me xingo mentalmente, louca eu.
Chegamos finalmente ao restaurante, ele já tinha feito reserva por isso fomos logo encaminhados para a nossa mesa, junto a uma janela com a vista para as montanhas Cascade.
Fizemos o nosso pedido e enquanto esperamos ele tenta me conhecer.
— Então, Mia, e que tal falares um pouco de ti, para nos conhecermos um pouco? — ele pergunta curioso — Me dei conta que não sei nada de ti, a não ser que tens um ex namorado doido, uma família casamenteira e és médica nas urgências.
Nós rimos.
— Bem, é verdade, o Damien é meu ex namorado, namoramos um ano e meio, mas ele começou a tornar-se, — tento arranjar uma palavra adequada, não quero ofender gratuitamente o Damien, afinal de contas ele no fundo até é bom homem, digo eu, já nem sei de nada — chato, grudento, ciumento demais.
— Entendo, relações são sempre muito complicadas. — Ele fala, e eu sinto ele pouco a vontade com o assunto — Mas e a tua família? Aquela conversa no casamento do Jason e da Emily, foi estranha.
Eu suspiro.
— A minha família acha que eu já passei da validade de casar.
— Céus, não me digas que tu já tens 60 anos?? Porque se assim é, deixa que te diga que estás muito bem conservada! — ele fala brincalhão e nós dois damos uma gargalhada.
— Parece né, mas não, tenho trinta e um anos. Mas piorou quando a Emily disse que ia casar, aí todo o mundo caiu em cima de mim, como poderia ser a Emily sendo quatro anos mais nova e casar primeiro do que eu, que já passei dos trinta. Enfim, não gosto de encontros familiares por isso mesmo, passam todo o tempo a chatear-me com o mesmo assunto.
— E tu ficas incomodada? — ele pergunta.
— Não devia, mas não sei porquê incomoda-me e muito, conseguem ser mesmo muito desagradáveis.
— Eu percebi isso, realmente eles estavam a ser muito inconvenientes.
— Por isso decidiste me ir salvar? — Eu estou curiosa em relação a isso.
— Sim, achei que tu precisavas que te salvasse, porque percebi que tu não ias dar um soco em ninguém ali.
Voltamos a gargalhar.
Ele é uma boa companhia, tenho que admitir.
— Então e tu? O que me contas sobre ti! — agora é a minha vez de saber alguma coisa dele — Eu de ti, só sei que és primo direito do Jason, mais nada.
— Então, tenho trinta e dois anos, sou filho único e os meus pais são donos da cadeira hoteleira Bettencourt, eu sou Relações Públicas lá no hotel principal, aqui mesmo em Seattle.
— Uau, aquele hotel é um luxo só. — digo admirada.
— É, o meu pai faz de tudo para os seus hóspedes e clientes, tenham do bom e do melhor. Além de se hospedarem lá, também temos quem use as nossas salas de reuniões, alugam, estás a ver, muitos só mesmo para impressionar os seus clientes ou sócios. Tem-se feito ali grandes negócios. Não é para me gabar, mas o serviço é excelente e eu sou um bom Relações Públicas. — Ele diz sorrindo todo vaidoso.
— Convencido. — Eu digo rindo.
— Que nada? Verdadeiro mesmo.
Rimos alegremente.
O jantar decorreu num clima muito bom, conversamos bastante e ele me levou a casa por fim, nos despedimos e eu entrei em casa.
Não notei malícia nele, não notei que ele tivesse urgência de me levar para a cama.
E isso de alguma maneira me cativou, me excitou ainda mais.
A minha irmã disse que ele é um pegador, um galinha, mas se ele realmente o é, porque ele não mostrou interesse em mim?
Elijah Bettencourt me parece um enigma.
Resolução do Problema
Narrado por Elijah
Eu nem me conheço, mas que merda aconteceu comigo, que não fiz nada para a levar para a cama? Céus, devo estar louco para deixar fugir aquela gostosa das minhas mãos.
A minha luxúria dizia-me para a pegar logo, encostá-la na parede, beijar aquela boca carnuda, tocar aqueles s***s que me parecem bem gostosos, subir as minhas mãos por baixo do seu vestido, e constatar se ela trazia lingerie ou não.
Mas trazendo ou não, os meus dedos iam diretamente para dentro da sua i********e e eu a fodia mesmo ali, de pé, encostada na parede.
Mas a p**a da razão, ganhou e eu não fiz nada disso, me comportei como um i****a babaca, todo cheio de cuidados e atenções, fazendo ela rir, passar um serão bem agradável, coisa que não faço isto há anos com uma mulher.
Merda, dou um murro no volante ao pensar em tudo isto.
Chego em casa e vou direto ao bar, sem sequer acender a luz e fazendo o mínimo de barulho possível, já está tarde e não me apetece conversa com ninguém.
Sirvo o meu copo com uma boa dose de whisky.
Sento-me num sofá de um só lugar, virado para a janela, a lua está imensa e onde estou só entra mesmo o luar.
Fico ali um bom bocado, no silêncio da noite, a beber e a pensar no nosso jantar.
Ela é delicada, amável, sedutora, engraçada, fascinante, ela até que dava uma boa…
Interrompo abruptamente o meu pensamento, abrindo muito os olhos, espantado com o que me veio ao pensamento.
Caralho, é isso mesmo, ela seria a resolução do meu problema e eu seria a resolução do dela.
Acabo de beber o resto do whisky de uma vez só e vou para o meu quarto.
Vou tratar deste assunto o mais rápido possível, mas agora vou tentar descansar.