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1183 Words
Inês Este homem tem sete vidas somente isso explica como depois de ter levado um tiro no braço continua andando de um lado para outro na minha sala como se tivesse pensando em mil maneiras de se vingar de quem foi atrás dele. Fiquei sentada olhando como alguém que acabou de passar por uma cirurgia para tirar um projétil de uma arma e está com outro projétil no braço e não para quieto. — Lucius, pode, por favor, se sentar para que eu possa tentar tirar esse projétil do seu braço. Ficar agitado não vai resolver nada, você matou 10 homens, portanto acredito que quem está atrás de você vai receber o recado e vai mandar mais, espero que não para minha casa por isso preciso que você me deixe cuidar do seu ferimento para que se recupere rápido e vá embora. — Tem razão, mulher, mas não vou embora sem você. Desde que estávamos na clínica, ele não parava de falar essa merda de que quer me levar para ficar com ele, parece um louco. É lógico que não vou com ele para nenhum lugar, mas vou usar de inteligência para fazê-lo entender que precisa de cuidados, se não vai piorar os ferimentos dele. — Tudo bem, mas nós não estamos seguros aqui, Lucius, me deixe cuidar de você para podermos ir. Quando falei que iria com ele me deixou cuidar dele, a sorte é que ao contrário do que pensei o tiro só pegou de raspão, portanto somente foi necessário fazer um curativo, tive que fazer novos pontos no abdômen já que por toda movimentação os pontos se soltaram. Tinha alguns materiais médicos aqui em casa, se não tivesse seria bem difícil cuidar dele. — Antes que me esqueça... Obrigado por ter salvado a minha vida. — Não precisa agradecer, mulher, fiz isso porque não poderia deixar quem se arriscou por mim morrer, falou que matei dez homens mas não é verdade, você matou um, esqueceu? Não havia esquecido apenas agi com instinto de sobrevivência para salvar a mim e a Lucius, fui muito louca e também não pensei bem no que estava fazendo, nesse momento lembro deles não é algo que acontece sempre, minhas memórias vem e vão durante toda minha vida foi assim. — Sempre mire na cabeça ou em algum m****o vital. É esperta, filha, não ser homem vai ser uma vantagem, normalmente não se tem medo de uma mulher, por isso deve usar esse fator a seu favor sempre. — MULHER, ESTÁ ME OUVINDO? Normalmente quando me lembro deles fico totalmente aérea como se estivesse em outra dimensão ou tempo, não gosto de me lembrar, principalmente do meu pai. Tudo nele era extremo, quando odiava ou amava, era com loucura e sua violência também era extrema. Minha mãe o amava, mas a intensidade dele a assustava e a mim também. — Desculpe! O que você falou? — Perguntei se aqui tem um telefone ou se pode me dar seu celular. Preciso providenciar nossa partida. Partida? Esse louco vai continuar com essa palhaçada, meu Deus do céu, o que este bandido está pensando? Entrego o meu celular para ele sem muitas opções, vejo que começa a falar em outra língua, a ligação foi rápida e bem direta, ele me devolve o celular. — Lucius, o que pretende fazer comigo? Não sou mais útil para você, já ajudei você com seus ferimentos, vou indicar alguns remédios que deve usar mas não vejo o porque quer me levar para onde quer que vá. Francamente, já ajudei você, pode ir embora tranquilo, não precisa se preocupar com denúncia ou algo assim, até porque ninguém vai acreditar que um empresário do meio financeiro é um bandido. Ele não estava prestando atenção no que estava falando, mas sim observando a Sant’Ana no seu lindo altar, feito por minha madrinha e que cuido com bastante zelo e atenção. Lucius toca na Nela como se estivesse se recordando de algo, de repente, ele pega a imagem e vira ela de ponta cabeça, tento tirar a Santa de suas mãos, mas não consigo. — Essa imagem foi feita na minha cidade natal, mulher, como ela pode estar justamente aqui do outro lado do planeta? Coincidência? Tenho certeza que não. — Lucius, você é um homem de negócios, sabe que essas coisas acontecem. Por Deus, o que essa Santa tem haver comigo indo embora com você? Isso é loucura. Ajudei você como pediu, agora pode, por favor, me deixar em paz. — Não sei, mas você vem comigo, gostei de você e também quero descobrir quem é realmente, pois com certeza não é só uma simples médica como pensa, mulher. Arrume suas coisas, e se apresse, temos 20 minutos para estar no ponto de encontro. Não vou com esse homem para lugar nenhum, isso é uma loucura sem fim, sento no sofá colocando as mãos na cabeça me sentindo totalmente sem ação. — Vou ajudá-la a se decidir! Compreende que não posso correr o risco de deixá-la aqui viva e pronta para denunciar os meus atos? Vou ser ainda mais incisivo com você... Sabe por que aqueles homens estavam atrás de mim? Porque matei o chefe deles, acabei levando um tiro por causa disso consegui chegar até a porta da sua casa e aqui estamos. Estou lhe dando duas opções: Ou vem comigo ou morre... Qual você escolhe, mulher? Lucius — Preciso avisar o pessoal do hospital amanhã tenho plantão, não é assim simplesmente vou embora, tenho pacientes que estou acompanhando pessoas que precisam de mim, Lucius. Já estou a um fio de perder a paciência com essa mulher, ela consegue criar empecilho em tudo para não ir. Tem algo nela que me intriga... Preciso descobrir o que é, como ela tem a mesma correntinha da minha mãe ou o fato de ter a mesma Santa feita na cidade onde nasci. Não pode ser só uma simples coincidência. — NÃO PERCEBEU QUE ISSO NÃO INTERESSA MAIS, VOCÊ É MINHA A PARTIR DE AGORA, PORTANTO VAI FAZER O QUE EU QUISER. Ela se assustou indo buscar suas coisas, voltou pouco tempo depois com uma mala, Inês começou a fechar sua casa, olhou para cada canto do lugar, visivelmente emocionada, depois sorriu olhando o porta-retratos na mesa da sala. — É sua mãe? — Não, minha madrinha. Meus pais me deixaram com ela, nunca mais soube deles, acho que nunca me quiseram. Preciso realmente ir, Lucius? Nunca sai dessa casa, minha vida inteira foi construída aqui. Mulheres e suas complicações. Respirei fundo tentando lembrar do meu tio demonstrando emoções para sua família, ele parecia tão diferente sendo chefe da máfia, tio Sálvio ama sua família, minha tia e primas como também os netos, vou usar de toda minha arte de observação para imitá-lo agora. — Precisa. Quero você por perto, além disso, mulher, não ficará desamparada, poderá ter uma vida nova comigo, sendo minha. Venha, estamos perdendo tempo demais aqui. Estendi minha mão para ela, mesmo com receio aceitou segurando firmemente, não podia dizer o que estava suspeitando, no entanto se minhas suspeitas estiverem certas será complicado mantê-la viva.
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