O Baile que vai ficar pra História

1054 Words
Lúcifer Narrando Deixei Caroline em casa já era tarde. Ela não quis dormir comigo, e eu respeitei. Cada um tem seu tempo, né? Enquanto eu voltava, vi a Jeni entrando no beco onde ela mora, e com um cara que definitivamente não é da quebrada. Na mesma hora, peguei meu celular e mandei um salve pro Chicó. - E aí, Chicó, faz o levantamento do cara que tá com a Jeni, beleza? Eu não tô nem aí pros programas dela, mas preciso ficar ligado. Aqui é minha quebrada, e não posso dar uma de vacilão. Quem dá mole, acorda com a boca cheia de formiga, tenho que tá sempre um passo a frente. Fui direto pra casa. Assim que entrei, vi meu coroa na sala com a Bandida. Troquei uma ideia com eles, puxando assunto leve. Falei que ia trocar minha moto com o Bryan, porque a Caroline não quer mais andar na outra. — Ainda bem que a moto dele é igual a minha né, só muda a cor — Falei tentando parecer animado. A Bandida começou a rir da minha cara, dizendo que Caroline é a lenda. Levantei uma sobrancelha, encarando ela. — Lenda porr@ nenhuma! Ela é uma surtada mesmo! — eu respondi, boladão. E subi pro meu quarto. Quando joguei a cabeça no travesseiro, o cheiro da Carol ainda tava lá. Dormi que nem um anjo, sentindo o perfume da minha surtada. Acordei já na pilha, pronto pra encarar o dia. Meus maninhos tão fazendo 19 anos. Tão deixando de ser os mais novos da casa. O mais novo, aliás, tá na barriga da minha madrasta. A ideia de ter um irmão mais novo me deixa felizão, pô! O moleque ainda vai nascer e eu já tô todo vïadinho, a Bandida deixa a gente tocar na barriga dela, e ele chuta a minha mão. Parada mó da hora. Levantei e fiz minha rotina matinal, tudo na calma. Peguei dois envelopes que já tinha preparado com um malote dentro. Um eu dei pro Bryan e o outro pro Bruno. Eles me agradeceram com um abraço, e eu mandei eles se vira, pra comprar o que quisessem. — Hoje é o dia de vocês, meus manos! — eu gritei, rindo. — Carta branca pra fazer o que quiser na quebrada — Meu pai fica bolado quando eu falo isso, mas eu não ligo. Ele acha que eu influencio eles, mas tá tranquilo, só quero que eles se divirtam, sem moderação. Depois do café, em família, fui direto pro QG. A adrenalina já corria nas veias, a expectativa de ver tudo pronto era insana. O baile é uma tradição E eu não quero nada menos que um evento que vai ser comentado por anos na quebrada. Cheguei no QG e a galera já tava lá, pronta pra ação. O clima era de festa, mas com um toque de seriedade. Cada um tinha uma função, e eu sei que todos estavam esperando minhas ordens. — Escuta aqui, rapaziada! — comecei, chamando a atenção da galera. — Esse baile tem que ser o melhor que a gente já fez. Quero que todo mundo se divirta, mas também que se sinta seguro. Vamos colocar segurança em todos os pontos de acesso! — Pode deixar, chefe! — respondeu um dos meus homens, o Tizil. — Tô cuidando da segurança. O povo pode se jogar à vontade. — E a música? — perguntei, olhando pra Cerol que o nosso DJ. — Quero só proibidão. E nada de música fraca, se não o baile perde a graça, e as mina não rebola. Falei zuando, os caras já começaram botar pressão no Cerol, virou aquela bagunça do Caralhø, os vapor parece que vive pra ver uma raba rebolando. — E quanto às paradas no Camarote, Lúcifer ? — perguntou o Nevado. — Libera, Zé! — respondi, com um sorriso malïcioso. — A festa é pra ser lembrada, então vai ser liberado no Camarote e pode botar uma grama a mais na venda, cortesia dos gêmeos. — Fechou! — disse ele, já pegando as mercadorias. — Vou garantir que a galera fique bem animada. Depois disso, passei pra parte da decoração. Não podia deixar a parada sem estilo. As luzes tinham que piscar e as cores tinham que ser vibrantes. Uma festa sem cor é como um funk sem batida. — E as bebidas? — gritei pro meu Breno — Precisamos de bastante. A galera precisa se embriagar, né? — Já tá tudo no Esquema, Mano! Três bares, abastecidos naquele pique. E assim fui despachando as funções. A energia da tropa tava alta. O baile não era só um evento; é uma celebração da vida dos meus irmãos. Desci o morro e fui na joalheria só com os meus vapor de segurança e já dei ordens para eles ficarem de bico fechado. Comprei as alianças e vou pedir a Caroline em casamento. Vou seguir a ordem natural das coisas. Eu queria primeiro um moleque, mas ela não quer me dar filho agora, então a gente vai casar. Tem que amarrar a gata de algum jeito. Quando tudo já tava no esquema, decidi dar um baque pelo morro. Chamei o Breno para vir comigo. Primeiro, a gente passou nos acessos, a rapaziada entendeu como vai funcionar. Já tava todo mundo alto, já sabendo o seu lugar. Depois, fomos na barreira. Já dei a ordem de que ninguém passa de carro ou de moto, nem aliado nem p***a nenhuma. Só tem ordem para passar de carro se for a Fernandes. Se não for, tem que deixar o carro na barreira e subir de moto táxi ou a pé. Os moleque anotaram direitinho as minhas ordens. Depois, a gente foi nas bocas ver como tava tudo. Passei uma hora em que todos os bares e comércios que vendem bebida estavam fechados. Quem quiser consumir vai ter que subir no campo e comprar bebida no baile direto do comando. Hoje é sem concorrência; o dinheiro é no bolso do pai. Tudo nos Conformes, Fui direto pra casa e passei uma mensagem para minha gata já mandando ela adiantar na arrumação. Vou passar na casa dela para pegar ela. Quero chegar fechando de patrão, de mãos dadas com a minha patroa. Esse baile vai ficar na história para os meus irmãos e também para minha mulher.
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