Lúcifer Narrando
Recebi uma mensagem do meu vapor Caroline tava com a Alice na laje da Jane. Ah, não, porr@. Que merda é essa agora? Só podia ser, né? Caralhø da marquinha, cê tá de sacänagem. Já falei pra ela que não era pra ir naquela porr@ de laje. Mas não, Caroline adora me desafiar. Ela sabe que eu não gosto, que eu já proibi essa merda, mas parece que quanto mais eu falo, mais ela faz questão de ir lá e esfregar na minha cara. Föda-se. Dessa vez, eu vou resolver.
Apaguei o beck que tava na minha mão. Peguei minha Glock, cano pesado, carregador cheio, porque eu nunca saio sem ela completa. Botei na cintura, bem na linha do cós, debaixo da camisa, e saí decidido. Essa história vai acabar agora.
Cheguei na frente da casa da Jane e fiquei lá, duas horas, fácil, estacionado, na esquina, vendo tudo e todos. Só esperando. Até que finalmente a porta da casa dela abriu. Püta que pariu... Caroline apareceu. E, pra variar, do jeito que eu mais odeio. Top faixa, só cobrindo o mínimo, aquele shortinho minúsculo, que nem teve a decência de fechar o botão. Tá de sacänagem, né? Ela sabe o efeito que isso tem em mim. Ela sabe que eu fico maluco. Parece que ela faz de propósito, só pra me testar. Pra ela, eu não sou neurótico o suficiente.
Saí do carro devagar, olhando aquela cena como se estivesse em câmera lenta. O sangue já subia, mas eu mantive a calma até me aproximar dela.
— Que porr@ é essa, Caroline? – perguntei, a voz mais calma do que eu realmente estava. Ela me olhou de cima a baixo, como se eu fosse um estranho.
— Que porr@ o quê, Lúcifer? – ela respondeu, nem aí, já revirando os olhos, ela sabe que detesto quando ela me chama pelo vulgo.
Eu dei um passo à frente, puxei a camisa que eu tava usando e tirei, segurando firme. Joguei a camisa pra ela.
— Veste isso. Agora. Mulher minha não anda nüa pela quebrada.
Ela riu. Püta merda, ela riu. Um riso debochado, que me fez ver tudo vermelho.
— Mulher sua? — ela jogou a camisa de volta, na minha cara. Senti o tecido bater, Meu sangue ferveu.
— Eu não sou mulher de ninguém, sou solteira — A voz dela saiu cheia de raiva. — E eu ando como eu quiser, onde eu quiser.
Segurei a camisa na mão, apertando forte. Meu peito subiu e desceu, tentando controlar a respiração que já saía pesada. Ela sabia exatamente o que tava fazendo.
— Tá me provocando, é isso, Caroline? — Dei mais um passo pra frente, ficando a poucos centímetros dela. — Porque você sabe muito bem como isso aqui vai acabar.
Ela cruzou os braços, aquele corpo todo exposto, despreocupada, me desafiando com o olhar. Eu sabia que ela não ia ceder fácil. Caroline nunca cede fácil.
— Provocando? Não é sempre você que diz que quem provoca é quem se sente provocado? — Ela me olhou de cima a baixo, analisando. — Se você tá se mordendo de ciúmes, o problema é seu. Eu não vou me esconder, o que é bonito é pra ser visto.
Soltei um riso, mas era mais de raiva do que de diversão. O ciúme me queimava por dentro, mas eu não ia deixar ela sair por cima.
— Isso aqui não é só sobre ciúme, Caroline. —Minha voz saiu mais baixa, mas firme. — É sobre respeito. E você tem que me respeitar.
Ela levantou o queixo, me encarando.
— Eu não estou desrespeitando ninguém, você não pode mandar na vida das pessoas, você é o chefe dos seus capachos, meu não. Vai cuidar das tuas marmitas, e me deixa em paz.
— Não vou te deixar em paz nunca — Falei mais alto agora, sentindo meu controle escorregar. — Todo mundo nessa porr@ de comunidade sabe quem você é, sabe quem eu sou. E você acha que é bonito sair por aí se mostrando pra todo mundo?
Ela descruzou os braços e deu um passo à frente, ficando cara a cara comigo. Os olhos dela queimavam de raiva, mas tinha algo mais ali. Desafio. Como se ela estivesse querendo ver até onde eu iria, Caroline sabe me desestabilizar.
— Eu não me mostro pra ninguém. Eu uso o que eu quero, Lúcifer. Você não tem que meter o bedelho no meu corpo, na minha vida. Se você não gosta, problema seu. Não somos e não temos mais nada.
Eu queria gritar, queria mandar ela calar a boca, mas parte de mim sabia que ela tava certa. Caroline sempre soube como me desarmar, como jogar palavras na minha cara. Mas paciência é uma coisa que não tenho e ciúmes é o que me sobra.
Peguei ela pelas pernas, joguei no Ombro, enquanto ela gritava e me batia, Alice veio atrás de mim correndo, abri a porta do carro e joguei ela dentro, o top desceu, mostrando aqueles seïos lindos, eu queria cair de boca, mas não posso. Caroline tá me odiando por causa da Jennifer.
— Fica quietinha aí, vou te levar pra casa, caralhø, não testa a minha paciência — Falei encarando ela, que levantou o top. Me olhando com a cara feia.
Olhei para Alice e mandei ela entrar no carro. Ela entrou e sentou do lado da Caroline, e as duas ficaram caladas, só se olhando. Olhei pelo retrovisor e meti marcha. Peguei o rádio e chamei o Nevado, mandei ele aumentar a cota da Jane, a cota que ela paga todo mês para ter a proteção do comando. Agora ela vai pagar três vezes mais.
Caroline tava no banco de trás, pulou para o banco da frente, esfregando aquela raba em mim.
— Tá maluco? Por que você vai fazer isso? — ela perguntou, mas nem dei bola.
Caroline começou a gritar, dizendo que eu não posso fazer isso, que estou sendo injusto, e que a amiga dela não pode se prejudicar. Parei o carro na frente da casa da Alice e mandei ela descer. Quando ela bateu a porta, olhei para Caroline e soltei:
— Se quer ajudar tua amiga, é só voltar pra mim e sentar gostoso. Tô morrendo de saudades, meu amor.
A maluca me encarou e disse que nunca, nunca mais vai voltar comigo. Quando ela botou a mão para abrir a porta, arranquei com o carro. Caroline tá se achando, mas bora ver até onde ela vai.