Lúcifer Narrando
Porr@, a Caroline judiou de mim, me deixou galüdão. Ela sabe como sou louco por ela, e lá estava de pijaminha. Eu sei que ela usa pijama sem calcinha, conheço aquela gostosa como ninguém. É minha mulher, caralhø! Sempre foi e sempre vai ser. O outro macho que tocou nela, mandei pro inferno. Só quem pode tocar nela sou eu.
Ela foi tomar banho depois de falar que eu estou sob avaliação. Avaliação é o caralhø, que pütaria é essa agora?
Ela foi tomar banho, e eu me deitei na cama dela. O cheiro dela estava impregnado em tudo. Porr@, eu tava com saudade disso. O celular dela vibrou debaixo do travesseiro, peguei pra ver quem era, e quando botei a senha, recusou. Não acreditei! A Caroline mudou a senha do celular. A minha ainda é a mesma, que é a data da nossa primeira vez. Fiquei püto. Quando ela apareceu, já fui logo dando o papo, e ela me disse que mudou e que vai ser assim. Já veio toda mandada pra cima de mim.
Eu fiquei pianinho. Não vou correr o risco de perder ela novamente por causa de uma senha de celular. Depois ela muda de novo.
Chamei a Carol pra tomar café na padaria, era pra ser só um rolê tranquilo. Só que porr@, a mulher cismou que não ia subir na minha moto. E sabe por quê? Porque eu tava com a Jeni na garupa. A Carol começou com aquele papo de que não queria saber de subir na moto que já tinha levado outra mulher, uma frescura da porr@, na moral.
— Não vou, Oliver, você tava com aquela vagabund@, pra cima e pra baixo aí. Prefiro ir a pé!
Tentei de tudo, tá ligado? Falei que isso era besteira, que Jeni não significava nada, mas ela tava irredutível. Que saco! Falei no grupo dos moleques e o primeiro que respondeu foi o Bryan.
- Cola aqui de moto, rapidão, irmão! - pedi pra ele.
Uns minutinhos depois ele chegou, trocamos de moto na hora. Falei pra ele:
— Vou ter que trocar de moto só por causa dessa mandada, vê se pode.
Ele riu, e lá fomos nós pra padaria, eu e a Carol. Assim que entramos lá, geral olhou pra gente. Peguei firme na cintura dela, porque essa mulher é minha, e eu sou surtado de ciúmes dela. Fomos sentar. Tomamos nosso café de boa, batendo papo, mas já sabia que ela tava com aquela coisa na cabeça. Dá pra perceber, sabe? Quando a mina tá bolada mas disfarça.
Quando a gente tava saindo, porr@, trombamos com a Jennifer logo na porta. Coração até pulou na garganta, não vou mentir. Caroline não é muito de levar desaforo para casa. E a Jenifer? Ela me olhou de cima a baixo, com aquele sorriso cínico e o pior, passou a mão na barriga. Olhei de relance, mas fingi que não vi nada. A Carol deu aquela paradinha, e eu já pensei que ela ia surtar ali mesmo. O povo na rua, na padaria, plateia garantida.
Mas pra minha surpresa, ela teve outra reação. Me olhou nos olhos, com uma cara de quem tava nem aí pra Jennifer. De repente, me puxou e me deu um beijo, mas um beijo de respeito, mano. Não aquele selinho qualquer, não. Era daqueles beijos que o mundo para e tudo some ao redor. Na hora pensei, “é isso, minha mina tá marcando território”. E porr@, geral olhando, inclusive a Jeni, com aquela cara de otária. Föda -se.
Quando paramos o beijo, Carol me deu um sorrisinho de canto de boca, daqueles que me deixa Cadelando atrás dela, tá ligado? Eu me segurei pra não rir alto ali mesmo, mas por dentro, tava satisfeito. Mostrou quem manda, e é isso aí.
Seguimos pra moto e deixei ela na casa dela. No caminho, ela não falou nada, só aquele sorriso discreto. Quando chegamos lá, desci da moto e falei:
— Depois a gente conversa. Sei que cê quer falar sobre o curso.
Ela deu uma risada leve, aquela de quem já sabe o que vai acontecer. A Carol tava querendo voltar pro curso faz um tempo, o tio cobra já veio falar comigo várias vezes, fazer o que ela gosta, e eu já sei que era hora de liberar, de deixar ela seguir com os planos dela. A real é que a gente voltou de vez, e eu tô disposto a fazer de tudo pra ver essa mulher feliz.
Eu montei na moto e acelerei com tudo até o QG. O motor roncava alto, cortando o vento. Quando cheguei, Chicó já tava lá, encostado na parede, me esperando.
— E aí, Chicó? — perguntei, descendo da moto.
Ele tirou um papel do bolso e começou a falar, sem enrolação:
— Tá aqui a lista dos caras que a Jeni passou nas últimas semanas. Os vapor quase tudo, o dono da farmácia... e mais uns três que nem sei de onde saiu. Mas, mano, a mina passou o rodo.
— E aí, Chicó? Tu chegou a alguma conclusão? — perguntei, sem tirar os olhos da lista, mas já sabendo que ele tava prestes a me soltar alguma pérola.
Chicó deu aquela risada dele, a que sempre precede uma besteira, e respondeu:
— Pode ser filho de um pouquinho de cada, né, mano? Um pouquinho meu, um pouquinho teu, um pouquinho do outro ali. Quem sabe? — Ele riu, e dessa vez, eu não consegui segurar. Cai na gargalhada.
— Caralhø, Chicó! Tá de sacänagem comigo? Se ela insistir nesse papo de que o filho é meu, já sabe, vou pedir DNA. Essa história já tá me enchendo o saco. — Falei isso sério, mas ainda rindo por dentro. A mina tá louca se acha que vai me prender com essa.
— E se ela continuar? Tipo, se te ver com a Carol e tentar provocar de novo?
Eu sorri, um sorriso seco, e respondi:
— Aí, irmão, já vou mandar avisar. Se ela fizer isso de novo, vai levar um corretivo. Pode anotar.
Chicó levantou as sobrancelhas, como se não tivesse acreditado no que ouviu. Mas ele me conhecia. Sabia que eu não era de ameaçar à toa.
— Tu vai bater na mina grávida, mano? — perguntou, num tom meio zoado, meio sério.
— A criança tá na barriga, não na cara, porr@! — Respondi, direto. — Ela vai apanhar só na cara, pra aprender.
Ele balançou a cabeça, mas não disse nada. Sabia que discutir comigo quando eu tava assim era perda de tempo. Dos três caras que não são da quebrada, mas subiu aqui pra comer ela, mandei investigar quem são e de onde são. Essa merda não tá me cheirando bem.