Nada é de graça

1081 Words
Lúcifer Narrando Tomei banho rápido, tá ligado? Só pra dar aquela renovada. Na moral, quando saí do chuveiro, me senti o cara. Fui pro armário e separei logo o kit: camisa de grife, calça rasgada, aquele relógio de ouro brilhando no pulso, corrente pesadona no pescoço, os anel de ouro nos dedos. Ostentação total. No pé, aquele pisante maneiro, pra não fazer feio quando chegasse no baile. Já saí cheirosão, perfume caro no corpo, daquele jeito. Botei a caixinha com as alianças no bolso. Fui lá no quarto, peguei minhas duas pistola. Uma vai nas costas, colada na lombar, e a outra eu meti na frente, disfarçada na cintura. O fuzil de lei, ah, esse o Nevado já tinha levado mais cedo. Já tava tudo certo. Peguei a chave da moto, e saí pilotando. buscar minha gata. Cheguei na casa dela e dei uma buzinada. Nem precisou chamar duas vezes. Quando ela abriu o portão... porr@, na moral, quase tive um infarto. Que mulher gostosa do caralhø! Mas tipo, muito gostosa. Ela tava com um vestido colado no corpo. Aquele amarração de lado, aquele jeito que a roupa marcava tudo... Püta que pariu. Só que na hora eu travei. Tava gostosa demais pra ir no baile assim, mano. Eu sabia o tipo de olhada que os maluco ia dar pra ela, e isso me irritava só de imaginar. — Tira essa porr@ desse vestido, Caroline — mandei de cara fechada, já sabendo que o bagulho ia ficar tenso. — Não vai rolar de você ir assim. Ela me encarou, cruzou os braços e arqueou uma sobrancelha. Aí que eu vi que a parada ia azedar. — Tá maluco, Eu comprei esse vestido só pro baile de hoje. Vou, sim, e você não vai me impedir. Naquela hora, eu já desci da moto püto. Fui pra cima dela, nem pensei. Encostei nela, passei a mão rápido ali, perto da cintura, e depois no meio das pernas, foi nessa que eu senti. Püta que pariu... A Caroline tava sem calcinha. — Que porr@ é essa, Caroline? — gritei, já sentindo o sangue fervendo. Ela me olhou com aqueles olhos azuis que me deixam desnorteado. É föda. Quando ela me olha daquele jeito, parecia que eu tava encarando o oceano, me afogando devagar. Só que meu ciúme falou mais alto, mano. Não tinha jeito. — Tira essa merda desse vestido, caralhø. Veste algo decente! — Eu vou assim, Oliver — ela disse, firme. — Ou eu vou com você, ou eu vou sozinha, mas eu vou. Cê tá me ouvindo? Caroline tava testando minha paciência, mano. Eu sabia que se fosse outra mina, a história já teria terminado. Mas com ela era diferente. Essa mina mexe comigo de um jeito que eu nem sei explicar. Só que, mano, minha cabeça tava explodindo. Minha mina, com esse vestido, sem calcinha, no meio do baile? Os caras babando em cima? Não, porr@. Não mesmo. — Caroline, não brinca comigo. Eu não tô a fim de fazer merda hoje, mas cê tá forçando. — Forçando? — Ela riu, de canto de boca, debochada. — Forçando o quê? Porque pelo que eu tô vendo, você tá se doendo porque eu tô maravilhosa. Admita, Oliver. Você tem ciúme. Sempre teve. Ela sabe onde apertar. É sempre assim. Ela me conhece mais do que eu mesmo. — Tô! Tu se olhou no espelho Caroline — Perguntei encarando ela. — Claro, que me achei bem gostosa pra você — Ela falou sorrindo, e me beijou, essa Dïaba, sempre consegue o que quer. Peguei o celular e liguei direto pro meu vapor, o moleque mais rápido do pedaço. Não dava pra eu sair daquele jeito com a Caroline sem calcinha e com aquele vestidinho curto. Até eu, que sou o dono dessa porr@ toda, sei que tem limite pro que a gente mostra na rua. - Traz o meu carro, rápido, tô na casa do Cobra - falei no seco. Não demorou dois minutos e o Tiziu já tava descendo do carro, do jeitinho que eu pedi. Assim que ele botou o pé no chão, já me meti na frente da Caroline. Nem ia deixar ele ficar olhando pra ela, o moleque sabe respeitar, mas não confio na curiosidade dos olhos dos outros. — Pega a moto e deixa na minha casa — mandei sem enrolar. Ele obedeceu na hora, montou na moto e vazou sem questionar. Eu segurei a porta do carro, ia abrir pra Caroline entrar, mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, ela me puxou pela gola da camisa e me deu outro beijo. Um beijo daqueles, sabe? De quem acha que tá no controle da situação. Sorrindo daquele jeito vitorioso, cheia de si. Só que ela nem imagina o quanto isso vai custar pra ela. Vai ser socadão nessa Bücetinha, ela que me aguarde. Entrei no carro e dei uma pisada firme no acelerador. Acelerei até o campo, que não era longe, só uns metros. O som da festa já podia ser ouvido de longe, as luzes piscando, o cheiro da Erva com a fumaça de cigarro no ar. O baile tava lotado. Desci do carro, já puxei a Caroline colando ela em mim. Passei pela galera e só vi os olhares de respeito. Era cada cabeça baixando quando eu passava. Ninguém ousava me encarar diretamente. Fuzil pro alto, o som parou, o Cerol anúncio a minha chegada, e foi só rajadão de fuzil, nesse inferno eu sou o rei. E isso é reverência. Abraçado na cintura da minha mulher, passamos pelo caminho que a galera abriu. Quando subimos, mandei a Caroline botar a mão na frente, e os moleques que estavam embaixo mandei se afastar. Assim que a gente subiu, a Caroline virou para trás e deu a ordem de que nenhum vapor podia levar convidada para o camarote. Eu já dei um sorriso de lado, a mandada chegou botando banca. Mas já vi uns caras olhando pra ela quase babando, e fui logo perguntando o que que tá pegando. Os malucos só levantaram a mão pro alto em sinal de paz, e eu mandei descer do meu camarote. — Daqui a pouco eu quero ver essa tua marra — falei no ouvido dela. Passei a língua na pontinha da sua orelha, e a Caroline soltou um gemido baixinho. — Por que você tá falando isso? — ela perguntou. — Nada é de graça, princesa, eu vou te arregaçar no escritório, füder até tu pedir arrego.
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