Pedido de casamento

1482 Words
Caroline Narrando me fazer trocar de roupa, mas claro que não deu certo. O vestido é um babado só, e eu não ia perder a chance de aparecer gostosa nesse baile. O que meu namorado não entende é que roupa não faz caráter. Eu poderia estar de calça e blusão, mas não valer nada e sair metendo os cornös. Quando ele viu que não ia ter jeito, mandou trazer o carro. A cara do Oliver estava de dar medo, e eu só sentia vontade de rir. Assim que a gente chegou na frente do campo, os meninos já vieram correndo fazer o cordão de proteção, e ele já me agarrou pela cintura, marcando território, como se as pessoas não soubessem que a gente está praticamente casado há anos. Subimos para o camarote, e eu já dei o aviso: eu não quero cota com marmita hoje; a marmita que subir vai descer à base do tapa. Quando virei para ir para lá com as meninas que já tinham chegado, o Oliver segurou no meu braço, apertando um pouco forte. Olhei nos olhos dele, ele inclinou o rosto e falou no meu ouvido: — Daqui a pouco eu quero ver essa tua marra — ele falou baixinho no meu ouvido, e passou a língua na minha Orelha. Me fazendo arrepiar inteira, Soltei um gemido. — Por que você tá falando isso? — perguntei já entregue. — Porque eu vou te arregaçar no escritório, füder até tu pedir arrego. Olhei nos olhos deles, e ali mesmo bem no meio do camarote puxei a corrente dele e a gente se beijou, os meninos ficaram gritando e a galera assobiando, paramos o beijo sorrindo. Fui falar com as meninas, Bia, Alice, Elayne, Laura e Gabi, as primas do Oliver, Maravilhosas como sempre. Quando cheguei, já me receberam com aquele sorrisão. — E aí, gata? Já tava demorando pra chegar! — Bia gritou, me puxando pra perto. Eu dei um abraço rápido em cada uma e já comecei a me soltar. — O baile tá bombando, hein? — comentei, sentindo o grave do funk sacudir o chão. — Tá nada, vai bombar é agora com a gente — respondeu Alice, já mexendo o quadril, toda animada. A batida do funk tava alta, pesada, e era impossível resistir. Elayne, que nunca perdia a chance, foi a primeira a começar a rebolar, descendo até o chão, Bruninho só de olho. Em segundos, a gente tava toda ali, rebolando junto, rindo e se divertindo. O quadradinho já tava no ponto, cada uma rebolando do seu jeito. A galera do camarote olhava de canto, mas a gente nem ligava. O corpo ia sozinho, seguindo o grave da música, o bumbum criou vida própria, olhei pro meu homem, que não tirava os olhos de mim, com aquela cara que eu conheço bem, sorri e virei o rosto. Foi nesse momento que senti o Oliver se aproximar. De repente, já tava atrás de mim, suas mãos firmes na minha cintura, como se fosse dono do pedaço. As meninas sacaram logo e começaram a se afastar, dando espaço. — Ih, lá vai o Oliver, hein — Laura comentou, rindo e piscando pra mim. As meninas se afastaram e ficamos só nós dois. Oliver se posicionou bem atrás de mim, e eu senti o corpo dele colado no meu. A mão firme, o jeito de me puxar mais pra perto, enquanto a batida do funk continuava pesada. Ele inclinou a cabeça, falando baixinho no meu ouvido. — Agora é só a gente — disse ele, com aquela voz grave que me fez arrepiar. Eu sorri, sabendo que agora o show era só nosso. Comecei a rebolar devagar, sentindo o ritmo aumentar junto com ele. A cada mexida do quadril, Oliver segurava mais firme, controlando o movimento. A galera do camarote parecia ter sumido, e a gente dançava como se o mundo tivesse parado ao redor. As meninas ficaram de lado, assistindo e gritando feito umas loucas, mas eu tava concentrada. O calor do corpo dele, a batida que fazia o chão tremer, e a sensação de ser o centro das atenções. A cada passo, eu rebolava mais devagar, provocando ele, sabendo que ele adora quando eu fazia isso. — Tá todo mundo olhando — comentei, ainda sem virar pra ele. — Deixa olharem — respondeu ele, rindo e apertando minha cintura. — A noite é nossa. Quando a música finalmente terminou, virei de frente pra ele e sorri, a gente se beijou novamente, fomos pegar uma bebida no balcão, molhei os lábios, e vi que ele tava com um beck na mão. — Passa aí, boy — pedi, e ele me entregou, sem hesitar. Dei um trago longo, sentindo a fumaça relaxar meus músculos, enquanto olhava em volta. Eu curtia aquele momento, o gosto da bebida e o cheiro do beck, quando Oliver deu mais um passo pra frente. — Pera aí, rapidão. — Ele se afastou um pouco, pegando o microfone do DJ. — E aí, rapaziada! — Ele falou alto, chamando a atenção de todo mundo no camarote e na pista. — Hoje é um dia especial, hein? Aniversário dos meus irmãos, Bryan e Bruno. Quero agradecer geral que colou, a comunidade, meus parceiros e todos os aliados. Vocês são brabos! Agora aquela salva pros meus moleque. A galera vibrou, gritou, foi uma salva de tiros, eu levantei o copo em celebração. A vida dos meus cunhados. Oliver continuou segurando o microfone e do nada, ele me chamou. — Caroline, chega aí. Fui me aproximando devagar, tentando manter o controle da respiração. Meus Deus, o que esse Garoto tá aprontando? Oliver sorriu e estendeu a mão. — Vem cá, meu Amor. Ele pegou minha mão e me puxou um pouco mais perto. Nessa hora, o DJ trocou o som, e começou a tocar "Nós combina do Ret" Aquele grave pesado bateu direto no peito, e eu senti o clima mudar. Quando ele ajoelhou na minha frente, foi como se o mundo tivesse parado. Meu coração simplesmente deu uma falhada, e por um segundo achei que ia ter um troço ali mesmo. Oliver, ajoelhado? Isso não pode ser real. Senti a mão dele firme na minha, e a galera começou a gritar. As meninas, então, tavam alucinadas. Bia, que tava perto, pulava igual uma maluca, gritando mais alto que todo mundo. Só que eu não conseguia prestar atenção em nada disso. Minha visão começou a embaçar com as lágrimas. Ele olhou bem nos meus olhos, com aquele brilho que ele tem quando tá falando sério, mas com uma pitada daquele jeito dele, meio marrento. E do nada, ele soltou: — Caroline, tu sabe que eu não sou bom com essas paradas de falar bonito, né? Mas é que, tipo assim, tu é minha parceria de vida, tá ligado? Desde o começo, a gente sempre foi nessa de se completar. Eu não sei nem explicar, mas, mano, tu é minha base, minha paz. E eu já fiz muita merda por aí, só que tu sempre ficou comigo, então... Eu vou direto ao ponto. Eu sentia a minha respiração entrecortada, como se cada palavra dele fosse um soco no peito. Ele abaixou um pouco a cabeça e deu um risinho antes de continuar. — Eu sei que a vida não é fácil, não pra gente, mas eu quero fazer tudo pra dar certo. Cê topa ser minha esposa? Cê topa casar comigo e enfrentar o mundo junto, lado a lado? Naquele momento, eu não sabia o que fazer. As lágrimas desceram com força e eu senti que minha voz não ia sair. A galera ao redor explodia em gritos, mas parecia que era tudo em câmera lenta. Casar? Ele tá me pedindo em casamento. Oliver tirou uma caixinha do bolso, as alianças. As meninas tavam surtando, sério. Bia não parava de pular e gritar, parecia que ela tava mais emocionada que eu. Todo mundo esperava a minha resposta, e eu ali, travada. Ele, o cara mais durão que eu conheço, ali, ajoelhado, segurando a minha mão e esperando a minha resposta. — Então, Carol? — Ele insistiu, com aquele sorrisinho de canto. Eu senti meu coração explodir. Com a mão tremendo, segurei mais firme a dele e, sem conseguir dizer uma palavra direito, só soltei: — Claro que sim, Meu amor! Claro que sim! Ele se levantou de uma vez, trocamos as alianças e ele me beijou, foi como se o mundo inteiro fosse só nós dois. A Galera foi à loucura, gritos, aplausos, todo mundo batendo palma, uma salva de tiros, Bia e Gabi atirando pra cima e pulando. O DJ aumentou o som, Nós combina, explodiu pelos alto-falantes, e Oliver me deu um beijo daqueles de cinema, enquanto o pessoal gritava e comemorava. E ali, no meio daquela confusão toda, só tinha uma coisa que eu sabia com certeza: a gente realmente combina. Sempre combinou.
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