Outras realizações

1033 Words
Caroline Narrando Assim que o Oliver me chamou para subir na moto, já dei logo o papo de que não vou subir nela porque ele estava com aquela püta. Eu sei que ele adora essa moto, fiz de pirraça mesmo. Ouvi ele dizendo pro Bryan que vai vender a moto. Isso é pra ele aprender. Tive que trancar o curso desde que ele cismou em me manter presa no Morro, e estou louca de saudades. Quero concluir e abrir meu restaurante, que é um sonho. A gente acabou de voltar, depois vou conversar com ele pra me liberar desse castigo horroroso. Quando estávamos saindo da padaria, a Jeni apareceu e ainda passou a mão na barriga enquanto babava no Oliver. É muita falta de amor-próprio mesmo. Só dei um beijo nele e olhei pra ela sorrindo, e ela ficou com cara de püta sem cliente. Ai, que dó. Se ela pensa que vai me pirraçar, está enganada. E o Oliver já está avisado: essa é a última chance que estou dando pra ele. Entrei em casa e fui direto ligar para a Alice. Quando ela atendeu, a primeira coisa que disse foi: - Caraca, Carol, já tô sabendo de tudo! Todo mundo no morro já sabe! Eu ri alto. Alice não perde tempo. Antes mesmo de eu contar qualquer coisa, as fofocas já correm. Quem contou foi a Dona Neusa é uma das maiores fofoqueiras do morro, se ela soube, então realmente todo mundo já sabe, porque aquela ali, não perde tempo. - Pois é, amiga, voltei com o Oliver. - confessei, já esperando a gritaria dela do outro lado. - Eitaaaaaa! Finalmente! Eu sabia! Vocês são o casal que não se larga nunca! Dei uma risada. A Alice sempre foi daquelas amigas que torcem pela gente, sabe? Desde o começo, ela achava que eu e o Oliver tínhamos que ficar juntos pra sempre. A gente ainda trocou umas ideias rápidas antes de eu ouvir a porta de casa abrir. Minha mãe chegou do trabalho. Assim que ela botou o pé na sala, veio logo com a pergunta: — Que história é essa de que você tava se agarrando com o Oliver na padaria, hein, Caroline? Suspirei. Claro que minha mãe já tava sabendo também. — Ah, mãe, eu ia te contar. A gente voltou, tá? Pra minha surpresa, ela abriu um sorrisão, daqueles que ela só dá quando tá tirando sarro de mim. — Ah, sua sem vergonha! — disse ela, brincando. — Voltou com o menino e nem falou nada pra gente? Ele veio aqui, a gente conversou e nos entendemos. Foi só isso, terminamos o Almoço juntas, meus pais chegaram, tenho certeza que os dois já sabiam. Mas estavam esperando eu falar. — Então... Eu e o Oliver estamos juntos de novo. Meu pai, cobra, não conseguiu esconder a alegria no rosto. — Ah, filha, que bom! Sabia que vocês ainda se amavam. Espero que agora os dois criem juízo, e vivam esse amor lindo de vocês dois. Agora, o meu pai Léo, ficou um pouco mais sério. Sempre mais cuidadoso, ele deixou escapar uma expressão de preocupação. — Eu só quero a sua felicidade, minha filha — ele começou, coçando a cabeça. — E se é com o Oliver, vou apoiar vocês. E sempre que você precisar com seu pai vai estar aqui para lhe dar colo. Depois do almoço, peguei o celular e vi que a Bia tinha me mandado mensagem. Amanhã tem um baile de comemoração. É o aniversário dos meninos, meu look já está preparado, Oliver vai surtar. A Bandida a mulher do meu padrinho, tá grávida e a notícia de que ela vai ter mais um filho deixou geral animado. O Tavinho também vai ter bebê, essa Família só cresce. No final da tarde, o Oliver veio me buscar, como sempre faz. Ele tem esse jeitão meio protetor, mas eu até gosto. A gente foi direto pra casa dele. Jantei com a família dele, e depois subimos pro quarto. Na minha casa a gente tem mais privacidade, mas na casa dele, como ele divide o quarto com o Breno, é mais complicado. Então a gente só fica deitados, namorando, curtindo o momento. Nada demais, só aquele lovezinho gostoso, sabe? Depois de um tempo, o Oliver me chamou: — Bora pro barraco? Eu neguei de primeira. Toda vez que vamos no barraco dele, viro sobremesa. A gente ficou conversando, e eu toquei no assunto de voltar a minha vida normal, de sair do Morro, de poder fazer minhas coisas. — Você vai voltar a fazer tudo que fazia antes, Carol. Mas vai continuar andando com segurança, como sempre foi. — ele disse, me encarando sério. Eu sorri. Mesmo ele sendo ciumento, eu sabia que isso era só o jeito dele de cuidar de mim. — Não mudou nada, Oliver. — respondi, tranquila. — Tá tudo do mesmo jeito, e eu fico feliz por isso. Ele me olhou mais calmo depois daquilo. A gente ficou mais um tempo conversando e, no fim, eu dei um beijo nele. — Obrigada por sempre cuidar de mim. Ele sorriu daquele jeito que só ele tem, e eu senti um alívio, uma felicidade simples. Saber que ele se preocupa comigo, que ele tá do meu lado, é tudo o que eu preciso. Mesmo com os altos e baixos, com as fofocas do morro e com toda a correria do nosso dia a dia, eu sei que, no fim das contas, ele me ama e quer o meu bem. Ficamos ali, deitados, trocando ideia sobre o futuro. Ele veio com uma conversa braba de filho, eu pulei da Cama. — Tá maluco? Eu só tenho 20 Anos, ainda estou estudando, tenho muita coisa pra realizar — Respondi encarando ele. — Geral aí metendo certeiro, pô, até o meu pai, o Coroa vai ter um molequinho, eu quero ser pai Caroline e tu vai ser a mãe. — Eu quero ser mãe, mas não agora, a gente vai treinar com seu irmãozinho, e quando chegar o momento certo, vamos ter o nosso — Falei séria, ele levantou e me puxou, nos beijamos. Tomara que ele tire isso da cabeça, filho agora, nem füdendo.
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