AMÉLIA
Ele era muito alto, forte, tinha traços angulares, com um queixo quadrado, olhos castanhos. Pesadas sobrancelhas negras, cabelos castanhos. O que dizer daqueles lábios?
Possuía um sorriso sensual e convidativo. Intensidade transbordava através dele.
Um verdadeiro pecado.
Pisco algumas vezes, respirando profundamente tentando controlar meu coração, quando escuto o lindo estranho se pronunciar.
— Desculpe interromper vocês, mas estou aqui em prol de um amigo. — Se justifica ao se aproximar e me olhar intensamente.
Sinto minhas bochechas ferverem e toda a minha face, sei que estou totalmente vermelha. Torcia para que o chão se abrisse sob meus pés e me levasse para longe.
— Não se preocupe com isso, gato! Sinta-se à vontade— Catarina sussurra sensualmente.
Reviro os olhos, mentalmente.
Sempre atirada.
— Então morena, meu amigo ali é muito tímido, desde que vocês chegaram ele não tira os olhos de você. Como é um bobão, não teve coragem de vir aqui falar pessoalmente com você. — Sorri— E como sou um bom amigo, estou tentando ajudá-lo. O que acha de ir lá falar com ele?
Revirando uma dose de tequila goela abaixo, ela o encara e sorri lambendo os lábios.
— Será um prazer! — Diz com um tom sedutor.
— Só… — Começa. — Se me prometer fazer companhia para minha amiga, Amy.
Meu Deus! Ela não pode estar falando sério?
Fuzilo Catarina com um olhar, tentando fazê-la entender a minha vontade de esmagá-la com minhas próprias mãos. Ela não pode fazer isso comigo, me largar aqui, com esse estranho… Err... Muito gostoso!
Rapidamente resolvo me pronunciar.
— Não precisa! — praticamente grito.
Os dois me olham ao mesmo tempo.
— Vou para casa. — Tento dizer casualmente sem aparentar meu nervosismo, que essa altura está acima da média.
— Não, amiga, esqueceu que você vai dormir na minha casa? Estreitei os olhos para ela — Relaxa aí, que logo volto. — Faz uma pausa. — Ou, não.
Sai rebolando e pisca para mim.
Definitivamente vou matar Catarina Becker.
O estranho limpa a garganta chamando minha atenção.
— Amy, não é?— Arqueia uma sobrancelha.
Assinto.
— Droga! — Sussurro baixo.
Não sei como me portar perto dele.
— Prazer, Amy. Sou Ethan, Ethan Jones. — Me presenteia com um lindo sorriso. Me perco olhando diretamente nas suas íris castanhas.
Depois de alguns minutos de conversa e muitas risadas, notei que Ethan é um cara bacana, inteligente, sensível. Tudo que uma mulher desejaria realmente em um homem. Além de ser muito lindo.
Descobri que ele tem alguém, para minha total infelicidade. Revelou que namora a mesma garota desde a adolescência, e que em breve pretende formar uma família com ela. Confesso que escutar isso doeu, não sei o motivo de sentir que meu coração foi esmagado no peito. O que é estranho, afinal, acabamos de nos conhecermos.
À medida que ele falava dela, me sentia desconfortável. Novamente recorri à tequila. Perdi as contas de quantas doses bebi. A cada dose me sentia leve, confiante. Por um momento permito-me sair do prumo, ser alguém sem tantas amarras.
Meu corpo começa a esquentar, e a adrenalina percorre livre em minhas veias. Sinto uma necessidade de me libertar de alguma forma.
Peço licença e vou para a pista de dança me esbaldar. Pela primeira vez em todos esses anos, me sinto viva!
Depois de dançar algumas músicas, minha mente está mais calma sem o turbilhão de pensamentos de antes. Estou flutuando na pista de dança. Um sorriso vitorioso se espalha em meu rosto quando noto Ethan me observando vidrado em cada movimento do meu corpo.
Começo a dançar sensualmente, nem eu mesma me reconheço. Passo as mãos por todo meu corpo, mordo meus lábios e olho para ele que não desvia o olhar de mim um só minuto. Nem me importo se estou atraindo olhares, só os de Ethan me importam no momento.
A cada movimento meu, sinto a barra do meu vestido subir e roçar sobre o meio das minhas coxas. Fecho os olhos e rebolo sem parar.
De repente sinto uma parede de músculo atrás de mim, grandes mãos envolvem minha cintura. Por um momento, esqueço como se respira, não consigo me mover. Sinto que é ele, tem que ser.
Acaricia de leve minhas costas parando no meu pescoço, afastando meu cabelo, tendo livre acesso. Devora o mesmo. Arrepio-me quando sinto uma deliciosa mordida em minha orelha. Meu corpo estremece, vibra em seus braços e não consigo conter um pequeno gemido.
Que merda é essa?
Nunca me senti assim antes. Nem quando estava com o Gustavo, meu ex namorado.
Ethan continua distribuindo beijos, mordidas, ao longo do meu pescoço. Findando a última gota de sanidade que me resta.
Jogo minhas mãos para trás e seguro firme em seu cabelo sedoso. Sinto toda sua maciez escorrer por entre meus dedos, me entregando aos nossos movimentos eróticos, quentes.
Se fosse em outro momento morreria de vergonha, mas hoje não. Hoje só quero me perder em um certo moreno, pelo menos essa noite.
É fogo no parquinho!?
Ethan Jones!