Majestade

1932 Words
Para ir até o quarto era necessário usar o elevador, Maha é uma pessoa que adoraria que fosse real. Assim que as portas do elevador abrem me deparo com um quarto vitoriano dos sonhos, em um tom de branco que me faz ficar entre a Grécia antiga e um castelo inglês. ********, meu subconsciente caprichou!****** batendo palma e me jogando na enorme cama. **********, fico feliz que esteja a vontade, quer que eu peça para te trazerem algo para comer? ****** obrigada Maha, vou querer sim e pode parar com essas formalidades, eu não sou sua rainha, você nem é real! ***** senhora, esse tipo de coisa mágoa, sei que está passando por um momento difícil com as memórias de uma humana, mas machuca* Ela sai do quarto inconformada sem me dar a chance de me desculpar, mas não fico muito encucada com aquilo, afinal não é real e eu poderia aproveitar vasculhando os detalhes. Havia uma janela enorme no lado da cama com uma cortina de seda azul com fios dourados, ela dava para um jardim com uma fonte, depois haviam muitas árvores. Enfrente a cama havia uma mesa redonda com duas cadeiras, no fundo do quarto havia uma lareira e um corredor que dava para um closet digno de Anne Hathaway no diário de uma princesa, entretanto no final do closet haviam três armaduras imponentes. Também havia um banheiro magnífico, uma grande banheira redonda no meio, havia uma pia enorme com milhares de produtos e um espelho da extensão da pia, havia uma parede que separava o vaso do restante do banheiro o que eu respeito, mas o mais glamuroso são os desenhos na parede parecendo com a capela sistina, só que com dragões, e outras criaturas e paisagens fabulosas. —Nossa! Tabata morreria para ver esse lugar! —Aquela expressão me fez lembrar do que eu havia deixado para trás, mesmo que fosse apenas um sonho ou um surto, não poderia pensar em fazer Margo sofrer de alguma forma. Uma imensa angústia se apodera de minha estrutura agora não tão frágil. —Majestade! Ah, está aqui! Ufa! Achei que tinha fugido— Maha interrompeu meus pensamentos ao me virar, vejo com ela uma criatura diferente que ela, eu estava certa que meu subconsciente clamava por uma maratona de Star Wars. —Está é Hanná. Como posso explicar Hanná, ela é verde, cabelos, olhos e pele. É pequena da minha altura, tem diversas tatuagens e esses são os pontos mais comuns dela, o que realmente me impressionou foi a ausência de uma boca. —Como ela se alimenta? —A boca da Hanná não é convencional—Disse Maha sem entrar em mais detalhes. —Mas a comunicação com ela é muito simples, ela te escuta perfeitamente e ela pode permitir que você leia os pensamentos dela, claro apenas o que ela quiser que você saiba. Eu estou procurando uma palavra para descrever e a única que encontro é uau! Na verdade, também poderia dizer fascinante, ela possuía diferentes tatuagens no lugar onde ficaria a sua boca.. —Hanná é minha assistente mais fiel, pode confiar nela, ela irá servir você. Eu sorrio para Hanná e ele reverencia o que é estranho. Assim que voltamos para o quarto, uma mesa com frutas e bolinhos me esperava, Hanná puxa a cadeira e me serve só faltava ela dar a comida na minha boca. Será que esse surto é porque eu sinto algum tipo de carência? Poderia ser, mas o que engatilhou isso? Era perguntas demais para se fazer enquanto se come comida imaginária em uma outra galáxia. As frutas eram um tanto parecidas com as nossas, exceto por uma bolinha azul que parece que explode na boca e libera um líquido vermelho com umas bolinhas pretas minúsculas que tem uma sementinha branca que você tem que cuspir imediatamente porque é muito ardente, mas em geral a fruta era agridoce, apenas delicioso. —Majestade, posso te mostrar uma coisa? —Perguntou Maha após eu colocar a última bolinha azul na boca, apenas consenti com a cabeça enquanto sentia a explosão. Ela foi até um quadro que imagino ser o retrato do castelo e aproximou o relógio dela a parede o que faz ela abrir uma passagem secreta. Qualquer fã de livros ou filmes sabe o êxtase que uma passagem secreta causa arrepio no braço é automático. —Venha comigo. Eu a segui até o que pontualmente irei chamar de paraíso, tentarei ser fiel a maravilha contemplada por meus olhos. A primeira coisa que vi foi uma cascata saindo da parede, uma enorme árvore com folhas azuis e um monte de casulos de borboletas, entretanto eles estavam separados por uma parede de vidro que havia sido muito bem limpa, sem marcas de dedos, ou seja, sem crianças. A sala é toda de grandes pedras irregulares que se encaixavam perfeitamente, havia extensas estantes de livros todos do mesmo tamanho separados em ordem alfabética na capa do livro haviam desenhos feitos em uma coloração prata. Uma grande mesa redonda com gavetas e cinco cadeiras extremamente confortáveis. Havia também uma mesinha quadrada digital, onde Maha estava mexendo, ela era um tipo de Tablet gigante. —Maha, filha de Dayna e Males, bem-vinda novamente a sala de táticas. —Disse uma voz saída da mesinha. —Caramba, você é o Tony Stark? —Quem? —Perguntou Maha. —O homem de ferro? Não conhece? Ta bem! —Majestade! É uma alegria que a senhora esteja de volta! —Meraki, esse é um assistente… —Uma alexia? Assistente virtual, eu não tinha, mas conheço quem tem. —Basicamente isso, ele é especializado para questões de geopolítica, táticas de resgate e estratégias no geral, além disso ele faz hologramas, o que é perfeito para eu te contar porque você está aqui. —Eu não quero ser rude mas realmente não me importo, Maha. Tenho certeza de que quando deitar a minha cabeça naquele travesseiro chique vou acordar em uma cama de hospital, na minha cama ou ainda no shopping, então apesar disso ser maravilhosamente… —Cala a boca! —Ei, não precisa falar assim! —Desculpa, eu escutei alguém que não deveria estar aqui. —Disse Maha fazendo uma cara de quem comeu e não gostou. —Quem? —d***a! ele sabe que eu sei que ele sabe! —E o que fazemos? Fica aqui e não se mexe!—Maha correu como se fosse tirar o pai da forca. Seja lá quem esse cara fosse deixou a assustada e por tabela a mim também. Me aproximei da estante de livros tirando um por um vendo o nome e dando uma rápida folheada nas páginas. —Eu disse precisamente para você não fazer isso! —Disse uma voz masculina se aproximando da sala secreta. —Não está nenhum pouquinho feliz? – Rebate Maha. Eu escuto o som dos passos próximos e por diferentes motivos sinto meu coração acelerar de uma maneira que nunca havia sentido antes. Ao virar com uma certa cautela o primeiro vislumbre de seus cabelos pretos compridos e sedosos, a pele escura , seu traje era como se estivesse pronto para caso ocorresse um incidente, estava evitando olhar para seus olhos, mas era impossível aqueles olhos de um tom de azul que transmitiam não a calmaria de um rio, mas a imensidão de um oceano. A forma como seus olhos penetravam minha alma faziam com que todos os pensamentos mais assombrosos parecessem apenas uma fantasia, era uma estranha sensação de conforto e inquietude. Ele se aproxima e a cada passo que da minha pele arde, ele coloca uma mão em volta de minha cintura causando sensações desconhecidas em mim, e com a outra ergueu meu queixo para direção dos olhos dele. —Você não é ela. —Seu tom de decepção junta a frieza que ele retira sua mão de minha cintura sem sutileza, como se repudiasse o simples fato de ter me tocado, aquelas estranhas e intensas sensações se dissipam voltado contra mim. —Tá achando que eu sou Alice no país das maravilhas? Quem é você? —Perguntei tentando controlar a situação. Ele ri com descaso e dá de ombros. —Ananke, não a trate dessa maneira, não é culpa dela!— Fala Maha apresentando nervosismo. —Tem razão, a culpa é sua! Você não tinha que trazer ela para cá! —Eu tinha que fazer alguma coisa! Os dois estavam desconfortáveis e irritados porém mais do que eles, eu. Não estava mais me entendendo e o que se passava dentro de mim, escutei uma voz dentro da minha cabeça me chamando. —Entre pela porta pequena. Assim que sai da sala secreta comecei a procurar a porta até encontrá-la a tal porta dava para um corredor. após alguns passos em um corredor de paredes de pedras com uma iluminação em Led, com portas pequenas e grandes para todos os lados imagino que seja por aqui que as pessoas que trabalham caminham e chegar em um pequeno pátio com uma fonte no meio e algumas flores me deparo com pessoas de todas as espécies inimagináveis lavando, passando, Consertando coisas, eu ia continuar andando até sentir uma mão me puxando para trás. —Achei que não era ela. —Digo a ele com o rosto quase colado ao seu abdômen. —Mas se parece com ela... —Ele sussurra um pouco contrariado. —Ninguém deveria saber que está aqui. —Tem um risquinho na sobrancelha? Você é do Rio de Janeiro? —Faz perguntas estranhas em horas inapropriadas. —Está vendo aqueles homens com armaduras pretas? —Sim, parecem soldados. —São guardas os que usam traje preto e nos braços tem um triângulo com um círculo em volta são de Õplea. —O que é Õplea? Ele bufa, quando olho para cima para ver seu rosto ele estava com os olhos fixados em mim, percebo que suas mãos ainda estavam em meu quadril, dessa vez de maneira mais firme, ele dá um breve suspiro e o meu é quase um eco. —É muito perigoso aqui para te explicar, vamos voltar para a suíte. —Seu tom de voz grave é carregado de uma certa aspereza. Quando o seu pé tocou no chão do quarto, Maha sorriu e o reverenciou. —Magnífico sinto muito por ter ido contra sua vontade, mas precisamos de uma h*****a e Meraki é a melhor que temos. —Ela fala apontando para mim, a vontade de rir era grande, mas a de chorar era maior. —Não preciso de desculpas, encontre uma solução! Não precisamos de mais problemas. — Ele fala saindo do quarto. —Senhor Ananke! —Ele para, mas não olha para mim. —Isso é realidade? Ele se vira e se aproxima rapidamente ficando muito próximo se abaixando para que seu rosto ficasse colado com o meu. —Tão real quanto o medo que vejo em seus olhos. Com a mesma brutalidade que ele se aproxima, ele se afasta. Sinto meu estômago revirar, minhas mãos tremerem e meu coração palpitar. —Quem ele é para ela? —Pergunto para Maha que estava quase sem respirar. —Ananke é seu marido, Majestade. Suas palavras surtiram dois pesos diferentes: Agora eu entendia o desprezo dele por mim e a decepção colossal e que entendia o fato de que sua palavra daquilo ser real ou não era tão confiável e o outro peso era que como posso ser parecida com essa rainha se ela é tão amada e cuidada e eu não suporto nem quando Ramona me trás chá quando estou gripada.
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