Capítulo II

993 Words
Ane — Quem é você? — a pergunta soou estranha até pra mim mesma, mas saiu antes que conseguisse me controlar. — Quero dizer, estou bem. — tentei novamente abrindo um sorriso. — Eu sou o dono desse lugar e da minha cabine particular eu vi o que estava acontecendo aqui. — ele ergueu a mão e fez um sinal com os dedos e simples como o dia dois brutamontes surgiram de suas costas e seguraram o homem ao meu lado. — Podem levar. Antes que eu pudesse processar toda a áurea de confiança e tudo o que estava acontecendo a minha volta, os homens arrastaram o babaca assanhado o levando sabe Deus a onde. — Eles vão... — não terminei de fazer a pergunta, nem saberia o que se encaixaria nela. Eles vão o que? Matar o cara? Dar uma surra nele? Apenas o jogar para fora? Não sabia o que pensar depois de tudo o que tinha visto nos últimos dias. — Eles vão deixá-lo no beco nos fundos e vão garantir que ele não volte para atormentar nenhuma outra mulher. Me virei assustada. Ele estava realmente falando em dar cabo da vida do homem? Céus, desde que chegamos aqui na Filadélfia tudo ficou de cabeça para baixo. Já não bastava Oliver com toda aquela loucura, eu não suportava ver mais mortes. — Você não pode matá-lo só porque ele me tocou sem permissão! — exclamei assustada. — Matá-lo? Quem falou em... Não, eles só vão garantir que o rosto dele fique salvo nos nossos arquivos de segurança, assim quando ele tentar colocar os pés aqui dentro novamente não o deixaram passar da porta. — ele me explicou com os olhos azuis mais penetrantes que eu já tinha visto. — No máximo o que farão é lhe dar uns tapas se ele der mais trabalho. — me assegurou. Mas eu estava concentrada em seu rosto, aquela expressão, todo o domínio que ele demonstrava apenas com um olhar. Ele era um loiro lindo com uma áurea perigosa, a barba do mesmo tom dos cabelos claros e eu quis tocar sua cicatriz que se destacava na pele branca, mas me controlei. Seu sorriso de lado me saudou e eu respirei fundo antes que caísse naquele velho truque. — O que foi? — questionei. — Você está me encarando de um jeito engraçado. Não precisa ter medo, nada vai acontecer com aquele e homem. — tentou novamente ser firme em me tranquilizar. — E nem a você agora que a encontrei. Suas palavras não fizeram muito sentido, mas eu não tive tempo para tentar entender tudo o que poderia estar implícito ali, pois uma loira alta chegou correndo e me puxando. — Os meninos acabaram de dar bala pra Mag e eu nem ligaria pois ela jamais tomaria aquilo, mas ela engoliu sem nem pensar duas vezes. — ela falou afobada e me assustando, Mag não fazia isso, o que diabos tinha dado naquela menina hoje. — Agora estão fazendo carreiras de coca e ela está super animada com isso. Você sabe o que Oliver vai fazer se ela tocar naquilo? Ele vai matar todos nós. Ela tinha razão em dois pontos, um aquela não era a Mag, ela estava realmente fora de si está noite e eu descobriria o porque. Segundo ponto, Oliver mataria todos aqueles muleques e depois me colocaria em sua lista n***a se soubesse disso. — Posso resolver isso. — o homem surgiu novamente no meu campo de visão. Nem ao menos seu nome eu sabia e ele tratou de mexer os dedos novamente. — Vamos. Nos chamou já liderando e mostrando o caminho. Ele sabia que era poderoso e andava demonstrando isso. As passadas confiantes, não parando para pedir licença com a certeza de que qualquer pessoa sairiam de sua frente para que ele passasse. Assim que chegamos a área VIP onde estavam avistei Mag passando o nariz na mesa de vidro antes de pular animada no próprio assento e rindo mais que o normal. Ela com certeza já estava alta! — Mag, vamos. — falei algo para ser ouvida através da música alta e dos amigos barulhentos. — Não! — ela choramingou. — Você precisa provar isso. — falou tentando enfiar um comprimido de ecstasy em minha boca. Empurrei sua mão, cuspi longe o comprimido e aproveitei para segurar firme seu pulso. — Você está fora de si! Vamos embora agora. Me virei já puxando seu braço, mas antes que desse algum passo ela se jogou no sofá como a menina mimada que era. — Você está ficando chata. — resmungou fazendo a garota birrenta, então se debruçou sobre a mesa para alcançar a carreira que os amigos tinham acabado de fazer. — Chega! — gritei e antes que me controlasse bati para longe toda aquela porcaria de pó. Não me importando se derrubei bolsas, garrafas de bebida e copos ainda cheios. Todos me encararam como se eu fosse louca, e alguns até começaram a reclamar do que eu havia acabado de desperdiçar ali. Mas eu não via daquele jeito, sabia bem o caminho sem volta onde estavam se enfiando. Um deles se levantou vindo para cima de mim com raiva e o meu salvador entrou no meio. — Os levem daqui e peça para alguém limpar essa bagunça. — a voz grossa soou dando ordens e rapidamente vários seguranças se mexeram. — Venha comigo. Ele pegou Mag que já estava mais mole do que boneca inflável e jogou sobre os ombros não se importando em colocar as mãos na massa. Eu o segui espantada até um elevador nos fundos do andar e então tirando uma chave do bolso ele abriu as portas. Mag ainda resmungava coisas desconexas sobre seu ombro, e eu sabia que deveria estar pensando nos seguranças que deixamos do lado de fora da boate, mas tudo o que eu conseguia pensar era quem diabos era aquele homem e o que ele queria de mim.
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