Capítulo XXI

956 Words
Maristela chegou com Renato no trabalho e Seu Mário perguntou se Paulo havia aparecido de novo. - Não. Quem foi me procurar foi a mãe dele. Queria saber o que tinha acontecido, para eu tomar a decisão de me separar. - Mas, veio em paz? - Veio. Ela já estava desconfiada que a historia que ele contou não era a verdade. Imagina que ele falou que eu me separei dele porque ficou desempregado. - Isso é uma safadeza. - Pois é. Nem precisei contar nada. Ela chegou enquanto eu estava aqui, e ficou me esperando na casa de uma vizinha que deu o serviço completo. Até dos maus tratos ao Renato, ela ficou sabendo. - E ficou do lado do filho? - Não sei o que ela vai fazer com as informações. Espero que tudo se ajeite, porque ele está na casa dela. Seria h******l deparar com ele debaixo de uma ponte. - Não vai precisar chegar a esse ponto. Logo ele arranja um trabalho qualquer e se apruma. - Mas é um homem que não sabe fazer nada dentro de uma casa. Não tem condições de morar sozinho. Só se arrumar alguém. - Pior se ele fizer grosserias com a mãe. - Pelo que ela falou, já fez. Por isso que ela veio saber o que tinha acontecido. Parece que ele andou dando umas respostas com grosseria. Nessa hora, Pedro entrou no bar e pediu para conversar com ela. Tinha pedido dispensa no trabalho para tentar fazer a reconciliação do casal. Maristela explicou que estava em horário de serviço e não podia lhe dar atenção. Mas pediu que passasse em sua casa depois das duas horas. Ele afirmou que passaria e foi embora. Na hora do almoço, Maristela contou para o filho que teriam visita na parte da tarde. Renato perguntou: - De quem? - Do seu tio Pedro. - Que bom, eu gosto dele. - Eu também. Sempre me tratou com respeito e carinho. Até a mulher dele, procurou fazer amizade comigo, mas seu pai, com as grosserias, espantou todos lá de casa. - Será que ele vem saber do meu pai? - Só pode ser. Que outro assunto teria? - É. Deve ser isso. Depois do almoço, Renato voltou para a cozinha e foi a vez de Maria e André almoçarem. Quando deram o trabalho por encerrado, passava um pouco das duas. Maristela foi com Renato para casa e ainda deu tempo de tomarem banho e se arrumar para aguardar a visita de Pedro. Ele chegou quase quatro horas. E logo que entrou, foi direto ao assunto: - Maristela, eu vim aqui conversar com você, para saber se não existe uma possibilidade de você aceitar o Paulo de volta. - Não existe nenhuma possibilidade. - Mesmo sabendo que ele mudou? Está se esforçando para controlar o gênio e já aceitou até procurar ajuda psicológica para isso. - Ele está tentando se controlar, porque está na casa da tua mãe. Se voltar pra cá, vai fazer as mesmas besteiras que sempre fez. - Ele não está mais com a mamãe. Ela ficou com medo de ficar com ele sozinha e ele agredir ela também. Parece que uma vizinha tua, contou tudo pra ela. Ele está na minha casa. - Se até a tua mãe ficou com medo dele, imagina eu. Eu cansei de ser saco de pancada para teu irmão e também tive receio pela tua mãe. O Paulo, quando bebe, fica cego, não raciocina e sai espancando quem estiver pela frente. Até no serviço ele brigou e só não vai sair por justa causa, porque eu fui com o Renato na empresa, pedir por ele. - Mesmo depois de separada? Então você tem a intenção de uma volta. - Fui pedir por ele, para que possa conseguir outro emprego. Dificilmente uma pessoa com a carteira suja, arranja trabalho e se ele não arrumasse nada, não ia deixar a gente em paz. Eu quero que ele viva a vida dele e me deixe viver a minha. - É sua última palavra? Nem pelo Renato? - Principalmente pelo Renato. A vida nesta casa ultimamente estava um inferno. Agora, eu também trabalho e estamos vivendo em paz. Você sabia que ele foi no colégio do menino ameaçar ele? - Não sabia. Como foi? - Esperou ele na saída e falou que se ele não me convencesse a voltar com ele, matava o garoto na p*****a. E o pior é que eu sei que ele é capaz disso. Agora nós dois temos medida protetiva contra ele. - Se as coisas estão nesse ponto, não tenho mais argumentos. Vai ser uma pena ter que vender a casa para dar a parte dele. - Eu não vou vender e nem dar nada a ele. A casa já era minha quando casei, foi herança dos meus pais e eles morreram antes de eu conhecer o teu irmão. - Não foi isso que ele falou. Disse que você morava de aluguel e só compraram a casa, depois do casamento. - É mentira dele. A casa era dos meus pais e com a morte deles eu sou a única dona. - Sendo assim, ele não tem direito mesmo. E já que você não pensa em voltar atrás, eu vou indo e deixar vocês descansarem. Espero que possa vir ver meu sobrinho e você de vez em quando. - Sempre que quiser. Mas sempre depois das duas. - Eu virei e trarei a Carolina com as crianças. - Então, vem na nossa folga. Eu fogo numa semana no Sábado e na outra no Domingo. Faz as contas e vê se não se perde. Essa semana é no Sábado. - Viremos sim. Tchau Renato! - Tchau, tio. Logo depois, entrou no carro e partiu.

Read on the App

Download by scanning the QR code to get countless free stories and daily updated books

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD