Destinos entrelaçados

1152 Words
Selene corre sem parar, até sentir seus pulmões quase explodirem pelo esforço, o eco da voz ainda ecoando em sua cabeça: “Corra Selene Corra” Ao chegar na velha cabana caindo aos pedaços que ela dividia com Bruce, ela lentamente abre a porta, rezando para que ele ja esteja desmaiado de tanto beber, mas antes que possa olhar, as mãos gordas de Bruce a puxam para dentro, batendo seu corpo frágil contra a parede, seu rosto tão perto do dela que ela sente seu hálito podre sentindo o enjoo a atingir com força. Se deixando levar momentaneamente por seus desejos obscuro, Bruce passa sua língua nojenta pelo rosto de Selene que treme de medo e nojo, mas tomado por fúria novamente Bruce a esbofeteia e pergunta: “Onde você estava? E como fez para aquele urso i****a te ajudar?” Com a voz trêmula Selene responde: “Eu me perdi na floresta, e o urso eu não fiz nada”, Bruce porém não satisfeito com a tinge com mais alguns tapas e depois diz: “Vai ficar sem comer essa noite, vá para seu quarto” Selene entrou no pequeno espaço que chamava de quarto, um lugar precário e desprovido de qualquer conforto. A única coisa que ela tinha para se deitar era uma manta velha jogada no chão duro. Era ali que ela passava suas noites, em meio a frio e desconforto. Enquanto se ajeitava na manta, Selene não conseguia tirar da cabeça a voz misteriosa que ecoou em sua mente na floresta das trevas. Com a voz bem baixa, ela murmurou: "Ei, você está aí?" O silêncio foi a única resposta que obteve. Selene suspirou, frustrada consigo mesma por fazer algo tão sem sentido. Ela estava sozinha naquele lugar sombrio, e não havia ninguém para responder às suas perguntas. Mas ainda assim, ela não conseguia deixar de sentir que algo maior estava em jogo, que forças desconhecidas a estavam guiando e conectando a eventos que iam além de sua compreensão. Com o coração pesado, Selene pensou nos dois homens,cujas vidas pareciam estar entrelaçadas com a sua de alguma forma. Ela se perguntava o que aconteceria quando seus destinos se cruzassem novamente, e o que ela representava nesse grande embate entre a luz e a escuridão. Aos poucos, a exaustão e o medo tomaram conta de Selene, e ela fechou os olhos, buscando algum consolo no sono. Selene estava exausta, mas nem mesmo o sono a acolheu dessa vez. Sua mente continuava a reviver os acontecimentos daquela tarde turbulenta. Primeiro, ela se questionava se o urso realmente obedeceu seu chamado, se foi apenas coincidência ou se havia algo mais por trás daquele encontro. Ela sabia que poderia ter habilidades ocultas, mas ainda não entendia completamente a extensão de seus poderes. Em seguida, as lembranças da floresta das trevas voltaram a assombrá-la. A escuridão que tomou conta de sua mente quando seus olhos se encontraram com Heron ainda a perturbava. Era como se, por um breve instante, toda felicidade do mundo tivesse sido sugada, substituída por um vazio sombrio. Ela se perguntava quem era aquele homem bonito, mas sombrio, que lhe despertava medo e fascinação ao mesmo tempo. Então, como um raio de luz em meio à escuridão, a imagem de Higor apareceu em sua mente. Seus olhos verdes, seu ar misterioso e sua presença cativante faziam seu coração acelerar. Selene se questionava sobre a dualidade de Higor, o poder que ele exalava e o mistério que envolvia sua personalidade. Ele também parecia ser um homem c***l, mas algo nele a atraía, algo que fazia com que ela desejasse conhecê-lo melhor. Enquanto as memórias e pensamentos se entrelaçavam, Selene sentia-se perdida em meio a um mar de emoções conflitantes. Ela não sabia ao certo o que estava acontecendo consigo mesma, mas tinha consciência de que alguma força maior a conectava a esses dois homens, de alguma forma. O medo, o desejo, a curiosidade e a incerteza formavam uma teia complexa dentro dela. Ser o centro de um embate entre a luz e a escuridão a deixava apreensiva, mas ao mesmo tempo, uma força interior a impelia a seguir em frente e enfrentar o desconhecido. Com o passar das horas, a exaustão finalmente tomou conta de Selene, e o sono a envolveu. Mas mesmo nos sonhos, ela não conseguiu escapar dos rostos de Heron e Higor, que pareciam perseguir suas visões como espectros misteriosos. Enquanto Selene dormia, a floresta verde e a floresta das trevas permaneciam em silêncio, cada uma guardando seus segredos e mistérios. Os reis, Higor e Heron, ainda se preparavam para o confronto inevitável que mudaria o destino dessas terras. Enquanto Selene dormia, alheia ao caos que se desenrolava, Heron, o rei das trevas, estava em seu castelo sombrio, imerso em uma explosão de fúria. Seu poder maléfico parecia se alimentar de sua raiva, e as trevas ao seu redor ficavam mais densas, como se a própria floresta morta reagisse à sua ira. Os súditos ao redor dele tremiam de medo, sentindo a energia sombria emanar de seu corpo. Heron amaldiçoava Higor por ter aparecido naquele momento, interrompendo sua chance de capturar a garota de cabelos brancos. Ele tinha a sensação de que havia algo especial nela, algo que o atraía e o intrigava profundamente. As feições de Selene pareciam ter sido gravadas em sua memória de forma indelével, e ele sabia que não importava como ou quando, mas aquela garota de olhos intensos seria dele. A escuridão em seu coração clamava por mais poder, mais controle, e a presença de Selene despertou uma vontade obsessiva de tê-la sob seu domínio. Ele queria descobrir o que havia de tão especial nela, queria desvendar os mistérios que a cercavam e, acima de tudo, queria possuí-la. Enquanto Heron se perdia em seus pensamentos, uma névoa escura serpenteava pelos corredores do castelo, como se tivesse vida própria. A névoa parecia conter uma vontade própria, obedecendo aos desejos do rei das trevas. Ela se espalhava pela floresta morta, cobrindo tudo em sua sombra e ampliando a sensação de desolação e escuridão. No entanto, mesmo com todo seu poder, Heron sabia que havia algo sobre Selene que ele não podia controlar. Era como se uma força desconhecida a protegesse, tornando-a inalcançável em meio às sombras que ele comandava. Essa sensação de impotência apenas o deixava mais obcecado em tê-la ao seu lado. No interior do castelo, os servos e criaturas sombrias temiam a instabilidade de seu rei, que oscilava entre momentos de fria indiferença e fúria descontrolada. Era sabido que qualquer um que se colocasse em seu caminho em um momento como esse seria submetido à sua ira implacável. Enquanto a noite avançava, a floresta das trevas parecia ainda mais ameaçadora, e a determinação de Heron em encontrar Selene apenas aumentava. Ele estava disposto a fazer o que fosse preciso para tê-la ao seu lado, mesmo que isso significasse enfrentar o próprio destino.
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