CAP 7

1104 Words
Mayla Fischer Alguns dias já se passaram desde aquela noite e já me recuperei do ocorrido. Meu pai ficou irado por eu ter saído da mesa de jantar, por “supostamente” ter largado Lael sozinho e por ter desrespeitado ele e o pai dele na visita oficial da declaração do noivado. Esses foram os argumentos usados! Por sorte, não fiquei tão pior como aquela outra vez e as marcas já saíram. Hoje eu voltei as aulas e, infelizmente, já começam as provas e quase não consegui estudar. A minha mente não se concentrava, porém, muitas coisas eu já tenho conhecimento. Antes disso tudo, eu já tinha estudado, feito todas as atividades, anotações e pesquisas, e espero que eu me saia bem. Como fiquei de fora de uma delas, fui liberada da sala e decidi ficar bem escondida num certo lugar que descobri. Eu só queria um pouco de paz, sem ver pessoas e sem ouvir vozes de alguém para poder ao menos chorar em isolamento. Pelo menos uma vez. É raro eu ficar sozinha e aqui então, é da mesma forma, porque eles gostam de vigiar. Mas aqui ninguém me encontra! Fico sentada com os joelhos juntos e apoio um livro nas minhas coxas para ler um pouco. Porém, a leitura não me prende nesse momento e não querendo estudar, sinto uma vontade de escrever um pouco. É uma das manias que tenho Sempre escrevo sobre o que quero, as vontades que tenho, meus pensamentos sobre certas coisas e em poucos minutos, a folha está preenchida dos dois lados. Ao acabar, arranco a folha para dobrar bem pequeno e coloco dentro do meu sutiã para que nunca encontrem. Ao ouvir o sinal, recolho as minhas coisas e vou ao refeitório para o lanche da manhã. — Por que você não estava na prova final de matemática? — Uma das garotas que vive me perseguindo questiona ao querer passar a minha frente na fila. — Com licença! — Passo por ela sem dar atenção e sinto um puxão no meu ombro. — Eu falei com você! — Viro-me em reação e ela cruza os braços. — Se acha melhor que todas nós por causa das notas? Ou será que descobriram as suas trapaças e colas nas provas que vão te reprovar? — Ela sorrir em deboche e tento não lhe dar atenção. A verdade, é que se eu quisesse mesmo, daria um jeito nela sem muito problema. Raika é baixa e magra, o típico de garota que tem apenas a língua afiada, mas, por já saber que não revido e muito menos respondo, ela se sente na colocação de me provocar até conseguir que eu perca o controle. Ela é do grupinho da Johanna que tem prazer em me infernizar. Se eu der esse gostinho a elas, teria problemas aqui e em casa e elas sabem disso. Porém, Johanna não está aqui agora. — Deixa a garota em paz! — A garota da minha frente dispara em minha defesa. — Você não cansa? Todo o dia é isso! — Eu não falei com os porcos, sua filha de motorista! — Fico chocada com ela. — É isso que não concordo aqui, estudar com todo o tipo de gente e isso deveria ser abominável na máfia. — Ela passa as mãos nos cabelos e ergue bem a cabeça. — Eu no caso sou filha de um dos homens mais importantes e consequentemente, vou me casar com um também. — Tenho pena de você! — Seguro o riso e a garota da frente lhe dá as cosas. — Sei bem o que isso significa! — Ouço ela resmungar, mas duvido que as outras tenham escutado. Como ela pode se gabar disso? Ela não sabe como as coisas são? — Você não me respondeu! — Ela ainda insiste comigo e respiro fundo lhe encarando. — Não é da sua conta. — Disparo sem medo e tanto ela quanto as coisas me olham surpresa. — Se você estudasse tanto, não seria a terceira da sala e muito menos iria se gabar do que disse há pouco. — Algum problema aqui, meninas? — A professora chega repentinamente e me mantenho firme. — Espero que não e você, Raika, não queira se envolver em problemas, porque a sua lista já é grande! — Vejo-a tensionar na mesma hora. — Esqueceu da última? — Não senhora e me desculpe! — Ela abaixa a cabeça se calando em seguida. — Ótimo! Estou de olho em vocês. — A professora se afasta e viro para frente. Raika sempre é chamada atenção e isso, porque já é conhecida por andar muito com a Johanna. Fico no meu lugar quieta como sempre, apenas esperando para receber o meu lanche depois, vou para o lugar de sempre para comer. {...} Chego em casa depois de Konrad me buscar e, não sei explicar, mas decido entrar em casa pelos fundos. Além de não saber explicar isso, eu sinto uma sede grande e esse é o outro motivo disso. Mas, sinto uma certa sensação desconhecida. Faço o caminho lateral passando pelo gramado, entro na trilha de pedrinhas para chegar na ala da piscina e ao chegar na porta, quase me esbarro com a Mabel que me olha como se estivesse vendo um fantasma. — Você chegou! — Ela declara eufórica, mas controlando a voz. — O que houve? — Questiono sem entender nada e ela olha para os lados. — O seu pai está aqui e tem visitas! — Ela sussurra e ainda olha para trás e lados. — Ouvi algo sobre o seu noivado de apresentação. Eles estão decidindo os detalhes, mas não ouvi muita coisa. Mas sei que está bem perto. — Era de se esperar... — Sinto um nervoso dentro de mim. — Com quem ele está? — Com o seu futuro sogro, o seu noivo e..., o com o Don também. — O meu sangue gela na hora. Por que o Don estaria aqui? — O que o Don faz aqui? — Pergunto em sussurro e ela gesticula mostrando que não sabe. — Eu não faço ideia! — Ela passa as mãos no rosto e se mostra mais nervosa que eu. — Ele é estranho! Me olhou de um jeito como se soubesse dos meus pecados, do que penso e tudo mais e sai correndo de lá. Não volto ali nem me pagando! — Preciso de água. — Falo ficando ofegante pelo medo. Não consigo entender o motivo desse homem estar aqui, mas se eu já achava que o meu pai era um homem muito importante na máfia, essa certeza se fortifica mais ainda.
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