Eu subi naquela moto pensando em tudo o que eu havia perdido, mas por dois segundos apenas, quando o vento bateu diretamente no meu rosto e eu pensei que minha vida poderia ser diferente da caixa onde eu havia vivido nos últimos meses, eu só precisava colocar a minha cabeça no lugar.
Mas a tristeza não deixava, ela apertava o meu peito mais do que eu pretendia!
Quando chegamos na porta daquele bar imundo na saída da cidade eu respirei fundo três vezes antes de entrar, uma moça de família JAMAIS faria algo assim.
- Tudo bem Megan? – disse Ethan me olhando de cima abaixo.
- Sim é só que eu nunca entrarei em um lugar desses – eu disse um pouco sem graça.
- Sim nunca pensou também que o seu marido fosse morrer, não é? A situação é essa... Vai entrar comigo e tomar um porre ou não? – disse ele sendo o mesmo chato incisivo com tudo que eu havia conhecido e desgostado no mesmo segundo.
- Eu entendi, dá para parar de jogar a morte do seu irmão na minha cara? – eu disse olhando em seus olhos
Ele se aproximou e segurou o meu queixo – Desculpa, eu mesmo estou tentando digerir isso ainda! – deu um sorriso melancólico para mim e continuou segurando o meu rosto com toda a paciência que eu sabia que ele mesmo não tinha.
Finalmente quando Ethan me soltou entramos no bar.
Uma música de rock antiga estava tocando alto demais.
- Vamos lá para a área de cima do bar, aqui é impossível ouvir alguma coisa Meg! – disse Ethan no meu ouvido
Eu apenas o segui pelo bar lotado de almas penadas, subi as escadas e senti finalmente que poderia respirar após encontrar ar puro e uma música muito mais amena.
- Prontinho, fique aqui... Quer tomar cerveja ou começamos com tequila? Eu vou buscar! – disse Ethan decidido
- O que você escolher tomar eu tomo também, eu não sou muito exigente para bebidas – eu menti, a verdade é que passei a vida toda tomando uma ou duas taças de vinho.
Ele foi e voltou com duas canecas de cerveja nas mãos e logo atrás a garçonete estava trazendo algumas doses de tequila.
- Eu não consegui escolher... Vamos com os dois! – ele disse sorrindo um pouco.
Eu aceitei, não havia nada além daquele momento para mim, pensar em planos e no amanhã me parecia um pesadelo terrível do qual eu teria que participar querendo ou não.
Eu tomei tudo o que havia no bar e apenas duas horas depois me dei conta de que eu estava completamente bêbada.
Eu não conseguia segurar a risada ao escutar Ethan contando todos os seus pecados cometidos na cidade grande e como o apartamento dele era pior do que uma catraca de transporte público.
- Eu não sei como você consegue, nunca pensou em simplesmente sossegar? Ter uma família? Alguém que se importa de verdade com você?
- Eu não tenho essa pretensão, quanto mais pessoas eu colocar na minha vida pior as coisas vão ficar. Hoje, qualquer que seja a minha decisão ela só afeta a mim e a mais ninguém.
- Eu sei muito bem do que você está falando e não é totalmente justo! Tommy não sabia que ia morrer! – eu falei deixando as minhas emoções falarem um pouco mais alto do que estava normal para o meu nível de álcool.
- Ninguém espera que vá morrer, mas ainda assim você não se jogaria de um penhasco certo? Porque existe a possibilidade e só a possibilidade pode te tornar uma grana que vai ferir todas as pessoas que estão à sua volta – ele parou um pouco e deu mais um gole no copo de cerveja eu olhei a minha volta e minha vista turva me impedia de continuar naquele bar com aquele assunto.
- Podemos sair daqui? – eu disse já se levantando – sei lá, ir para outro lugar que não tenha tanta gente e fumaça!
- Não tem nenhum tipo de fumaça, você ficou maluca? – disse Ethan sorrindo – Mas tudo bem, vamos dar uma volta com a moto e depois deixo você em casa.
Eu novamente subi na moto dele, mas agora com a sensação do álcool correndo em minhas veias, sentia o gosto da adrenalina e do esquecimento queimando a ponta da minha língua.
Quando Ethan finalmente parou foi bem na beira do riacho da cidade, lugar onde eu tinha um milhão de memórias com Tommy.
O engraçado, é que naquele momento nenhuma delas me ocorreu.
- Olha só, um riacho! Temos que entrar – eu disse já descendo abruptamente da garupa.
- Não vou entrar em você! – disse ele ainda sorrindo como uma criança.
- Ah mas eu vou, segura aqui o meu celular – dei o celular nas mãos dele e comecei a arrancar a minha roupa do jeito que eu podia, não foi de uma forma s****l, a quantidade de álcool que estava inflamando o meu corpo me impedia de ter equilíbrio próprio.
- Ei, você vai cair – disse ele assim que me desequilibrei – eu te ajudo!
- Não preciso de ajuda para arrancar a minha calcinha Ethan, está tudo sob controle! – falei sorrindo também
- Você não deveria estar tirando a roupa Megan! – disse ele em um tom mais sério
- Você não disse que tenho que viver? – eu disse arrancando o sutiã, foi engraçada a minha escolha de ordem para tirar a roupa – eu estou vivendo! – joguei o sutiã em cima dele e corri para a água como se fosse uma criança em período de férias – VEM ETHAN! Não me deixa aqui sozinha como uma i****a! – eu disse dando o primeiro mergulho.
- Você vai bater a cabeça em alguma pedra! Droga Megan! – disse ele
- Então vem até aqui, assim você consegue proteger a minha cabeça de possíveis rochas e da minha possível morte! – Eu estava tão bêbada que nem a palavra MORTE me causou algum tipo de frenesi, vai ver eu havia mesmo desistido de sentir ou o álcool realmente me entorpeceu. Ou talvez fosse a companhia esfuziante do irmão do meu marido me impedindo de sentir tudo o que eu estava sentindo.
- DROGA! – disse ele arrancando a camisa, deu uma risada para mim quando arrancou a calma, mas permaneceu pelo menos com a cueca.
Quando finalmente entrou ficamos cara a cara, os olhos dele me fuzilavam e a minha única reação foi dizer – Nossa, eu poderia pelo menos ter mantido calcinha e sutiã certo? Que ideia foi essa de ficar nua? – eu disse dando gargalhadas
- Você poderia ter mantido sim, mas está tudo bem a visão não está nada r**m não! – disse Ethan se aproximando um pouco mais de mim.
E depois um pouco mais e um pouco mais até me prensar em uma rocha
- O que você está fazendo? – eu disse enquanto ele tirava uma folha da minha bochecha
- Eu não sei bem o que eu estou fazendo Meg! – disse me segurando pela cintura. Ethan me olhou tão forte nos olhos que senti a minha pressão cair um pouco. Eu não conseguia desviar os meus olhos dos olhos dele nem por um segundo, nem com todas as tentativas e esforços planetários.
Ele me atraiu.
Assim como quase me atraiu antes de partir.
Eu estava hipnotizada por seus olhos verdes, sua postura ereta e o seu peitoral marcado. Os cabelos bem cortados e puxados para trás como manda o figurino de um verdadeiro homem da cidade.
Quando o corpo dele encostou totalmente ao meu corpo nu, eu sabia que minha alma estava suando. O corpo só não estava por conta da temperatura da água.
Eu sentia como se estivesse sendo puxada por um campo gravitacional que orbitava apenas em volta de Ethan e de seu olhar sério para mim.
- O que estamos fazendo aqui... eu não sei... não parece... – eu não conseguia terminar a frase eu estava quente o meu corpo todo estava em erupção.
Ethan encostou o rosto no meu e suspirou bem forte – Hoje é hoje Megan, deixa para se arrepender amanhã...
- Mas você está me segurando pela cintura! – tentei me livrar da minha própria culpa.
Ele sorriu e segurou o meu cabelo bem forte puxando para trás – você quer que eu me afaste?
- Eu não sei... Não consigo decidir isso nesse momento com você tão perto!
- Entendo, mas eu sei a resposta! – falou debochando e roçando ainda mais o corpo em mim.
- Qual a resposta Ethan? – eu disse com os lábios encostados nele.
- Suas pernas estão em volta da minha cintura – ele colocou uma das mãos no meio das minhas pernas – você está esfregando em mim e nem está percebendo, suas pupilas estão dilatadas e você está respirando com dificuldade, mas, se você disser que quer que eu me afaste eu me afasto! – disse ainda com os lábios encostados nos meus, enquanto seus dedos esfregavam o meu c******s de um jeito delicioso.
Eu não respondi sim ou não, eu apenas beijei a boca dele desesperadamente como se não fosse haver outro dia.