Fabiane
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— Hey, nerds?— Eu chicoteio minha cabeça ao redor do monitor do meu computador para olhar para a porta aberta do centro de TI, gemendo internamente quando vejo a pessoa por trás da saudação rude.
Léo está encostado no batente da porta, ocupando a maior parte com seu tamanho enorme. Antebraços grossos e cordões dobrados sobre o peito ele examina a sala com um olhar de desdem.
Que merda ele está fazendo aqui?
O centro de TI é o último lugar que eu esperava que Léo estivesse. Talvez ele estivesse tentando encontrar a sala de musculação. Ele se perdeu?
— Léo. Obrigada por vir.— Elain cumprimenta, levantando-se de sua mesa perto da porta. É uma luta para ela se levantar, pois está super grávida, que nascerá a qualquer momento.
Léo olha ao redor de sua posição na porta, observando o interior do centro de TI. Não é muito grande, embora seja provavelmente mais espaço do que nós nove precisamos. Alguns sofás confortáveis estão colocados na frente da sala, um lugar para relaxarmos e sairmos quando precisarmos de uma pausa. As paredes são revestidas com cinco grandes escrivaninhas de cada lado, proporcionando a cada um de nós nossos próprios espaços de trabalho pessoais. Há uma longa mesa de conferência situada em frente à parede posterior, que exibe várias telas de TV grandes e um quadro lousa.
Eu me endireito para espiar por cima do monitor do meu computador da minha mesa no fundo da sala, estudando o intruso indesejável em nosso espaço. Alto, bronzeado e de corpo duro, ele parece um peixe fora d'água aqui entre nós. Sua camiseta e jaqueta de couro fazem pouco para disfarçar sua forma por baixo, o cara é construído como um personal desses que malha o dia todo, com seus ombros largos e peito. Seu cabelo castanho castanho claro é cortado curto, seus olhos azuis sem piscar. Mandíbula quadrada cerrada, áspera e há dias precisando de um barbear. Devastadoramente bonito.
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Eu me pego admirando seu físico e me forço a desviar o olhar e voltar para o meu teclado. A aparência dele pode distrair, mas eu não sou uma i****a,eu sei quem esse cara realmente é. Léo é um i****a com I maiúsculo.
Um narcisista arrogante com uma atitude despreocupada. Um cara cuja cabeceira provavelmente ficou sem espaço para adicionar os adjetivos não tão bons.. Um alfa babaca total.
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Elain bate palmas para chamar nossa atenção e minha cabeça vira de volta.
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— Tudo bem, galera... então, como todos sabem, vou me ausentar por um tempo. Então, nos próximos meses, Léo vai receber relatórios seus todos os dias e ficar na liderança — ela sorri, esfregando a barriga de bebê.
Eu pisco Eu a ouvi corretamente? Eu não poderia ter ouvido isso corretamente.
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— Espero que todos façam com que ele se sinta em casa enquanto estiver aqui.— Eu bufo. Léo, em casa com um monte de nerds?
Duvido.
— E quem sabe? Talvez vocês possam ensiná-lo uma ou duas coisas sobre o que fazemos aqui, ajuda-lo a entrar em nossas coisas.— Elain continua, balançando as sobrancelhas.
E a vez de Léo bufar. — Sim, certo. Mas obrigada pela recepção calorosa.— ele zomba, colocando uma grande mão no ombro de Erin.
Ele abre um sorriso largo e encantador. Eu sinto meu rosto esquentar, abaixo os olhos para olhar para o meu teclado novamente. De quem foi a brilhante ideia de colocar Léo como responsável pela unidade de TI? Fazemos um trabalho sério aqui e pelo que eu sei e ouvi, Léo nunca trabalhou um dia na vida e nunca levou nada a sério.
Volto a focar minha atenção nas linhas de código que venho tentando aperfeiçoar para um novo programa de rastreamento em que estou trabalhando, minha temperatura aumentando de irritação. Elain conversa baixinho com Léo por alguns minutos, quando terminam ele começa a andar pela sala.
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Ele para na mesa de Dany primeiro, plantando-se atrás da cadeira dela e se inclinando para dizer algo. Ela ri alto, jogando a cabeça para trás em direção ao seu abdômen rígido. Ela está obviamente flertando nenhuma piada é tão engraçada.
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Ugh.
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Certamente Dany não é burra o suficiente para se apaixonar pelo charme de Léo? Ela está na unidade de TI há dois anos a mais do que eu, e provavelmente é minha amiga mais próxima na unidade, já que somos as mais próximas em idade. Ela é alta, morena, convencionalmente atraente, mas não o que eu necessariamente definiria como o tipo de Léo. Ela é muito quieta, conservadora. Alguns podem dizer tímida.
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Não sei por que a interação deles me incomoda tanto. Talvez seja porque Léo parece um predador, Dany como uma presa. Eu volto ao trabalho, enquanto Léo continua rondando a sala, dez minutos depois, meus dedos estão dançando no teclado novamente enquanto eu volto ao meu ritmo de trabalho. Tento manter meus olhos focados na tela do meu computador enquanto sinto Léo rondando ao meu lado, sua presença grande, iminente. Eu não olho para cima quando ele se inclina, batendo a palma da mão grande na minha mesa.
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— Você é a nova Garota, certo?— Ele sabe muito bem quem eu sou.
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Somos da mesma matilha. Nossos pais são amigos. Tenho a mesma idade da irmã dele e costumava visitar ela na casa dele. Minha irmã gêmea descobriu recentemente que está acasalada com um de seus melhores amigos.
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Minha gêmea idêntica.
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É ridículo agora pensar em como eu tinha uma grande queda por Léo quando éramos mais jovens, antes de ele fugir depois de se formar no colégio. Antes de eu prestar atenção aos rumores de seus modos mulherengo e antes que ele cobrisse seu corpo com tatuagens e tantos músculos conquistados com tanto esforço.
— Léo.— Eu lanço meus olhos para ele, então volto para a tela do meu computador.
—Como está Quezia?— Minhas mãos dançando sobre meu teclado.
— Sabiiiia, é daí que eu te conheço. Minha irma mais nova.— reflete Léo, continuando a fachada.
Meus olhos reviram tanto na minha cabeça que posso praticamente ver meu crânio.
—Então você está se adaptando ao ambiente Nerd garota?—Ele se inclina mais perto. Ele cheira bem,que amadeirado e masculino.
— Meu nome é Fabiane.— eu resmungo, os dedos ainda digitando furiosamente.
De alguma forma, ele entende isso como um convite, Léo agarra uma cadeira da mesa de conferências atrás da minha mesa, arrastando as pernas pelo chão ruidosamente enquanto a puxa para mais perto. Ele afunda nela, recostando-se e chutando a ponta da mesa com os pés. Suas grandes botas de motocicleta aterrissam com um baque enquanto eu silenciosamente amaldiçoo sua presença.
— Então, em que você está trabalhando?— Ele pergunta, puxando um saco de amendoim do bolso da jaqueta e abrindo-o. Eu me viro para olhar para ele enquanto ele coloca alguns na boca e começa a mastigar.
— Você não deveria comer aqui. Não em torno de todos os equipamentos e computadores. — resmungo.
— Desculpa, eu não gostaria de ofender os equipamentos e computadores.—Ele ri, colocando outro amendoim na boca.
Eu suspiro, voltando para o meu computador e tentando retomar o meu trabalho. Tentando, porque a própria presença de Léo é uma distração.
Posso senti-lo espiando pelo meu monitor, me observando.
— Essas palavras nem são reais.— ele comenta, a boca cheia de amendoim.
— É um código.—
— Código para quê?— O teclado estala sob meus dedos.
— Um programa no qual estou trabalhando.—
— Que tipo de programa?— Serio, ele esta tentando me irritar.
Eu suspiro, pare de digitar. — Por que você se importa ?— Eu pergunto, lançando-lhe um olhar de soslaio.
— Só estou tentando me atualizar.— Ele dá outro daqueles sorrisos lindos e caramba, se isso não me faz pensar em como pode alguém tão bonito ser tão insuportável?
Eu volto a digitar e fico aproximadamente um minuto e meio de trabalho antes de Léo falar novamente.
— Quer um pouco?— Eu viro minha cabeça para o lado para vê-lo empurrando o saco de amendoim em minha direção.
— O que?— Eu pisco — Você só pode estar de brincadeira.— Eu volto para o meu monitor, volto a digitar.
Ele continua enfiando amendoins na boca, mastigando ruidosamente. — Tem certeza que?—
Crunch. Crunch. Crunch.
Eu suspiro, empurrando minha cadeira para trás.
— Serio? Eu estou tentando trabalhar aqui.— Eu pergunto, tom misturado com irritação.
Seus olhos se arregalam, as sobrancelhas se erguem. Como se eu fosse irracional.
— Credo garota, por que tão hostil?—
— Só estou tentando fazer o meu trabalho.— murmuro, sem arriscar outro olhar. Já é r**m o suficiente que ele fique com a unidade de TI nos próximos meses mas, a última coisa que preciso é que ele se concentre em mim, me distraindo do meu trabalho.
— Seu trabalho não inclui compartilhar informações?— Merda, ele me pegou.
— Tudo bem.— eu suspiro. — Você quer meu relatório?— Eu empurro minha cadeira para trás novamente, girando-a em direção a ele, deslizando meus óculos de armação preta pela ponta do meu nariz e cruzando os braços sobre o peito, indignada.
— Ainda estou dando os retoques finais no meu novo programa de rastreamento integrado. Espero ter o código concluído até o final da semana e vou passar a semana que vem depurando.— Léo está olhando para mim com o queixo caído, como se eu tivesse acabado de falar em chinês.
Então ele começa a passar os olhos pelo meu corpo. Não há muito para se olhar, estou vestida completamente confortavel com uma calça legging, uma camiseta grande dos Rolling Stones e tenis vans. Ainda assim, seu olhar persistente me deixa profundamente desconfortável.
— O que você vai fazer mais tarde?— ele pergunta, a sugestão de um sorriso nos lábios.
Agora é a minha vez de olhar para ele como se ele estivesse falando uma língua estrangeira.
— Huh?— Eu pisco
— Eu estava pensando em ir a um bar na matilha de Gael. Quer ir?— diz ele casualmente, amassando o saco de amendoim vazio, balançando as sobrancelhas.
— O que? Você está me chamando para sair?— Ele está falando sério? Eu torço meu nariz em nojo.
Léo dá de ombros, jogando o saco de amendoim amassado em direção à lata de lixo perto da parede. Ele quica na borda, caindo no chão.
— Parece que você precisa de um descanso e toda aquela linguagem nerd era meio sexy.— Inacreditável.
— Não, obrigado.— eu respondo bruscamente, girando de volta para encarar o meu monitor e colocando minhas mãos no teclado.
Ele fica parado, me avaliando, como se fosse a primeira vez que ele ouvisse a palavra 'não'.
— E eu aqui pensando que você era a gêmea legal.— Eu me viro para olhar para ele, incrédula. Ele está me dando nos nervos.
— Então você não sabe quem eu sou!— Eu pronuncio, exasperada.
Seu rosto se divide em um sorriso, duas fileiras de dentes retos e perfeitamente brancos. Aquela boa aparência diabólica e aquele sorriso encantador provavelmente permitem que ele escape impune de um assassinato, mas isso não vão funcionar comigo.
— Você definitivamente é mais tensa do que sua irmã.— ele suspira, entrelaçando os dedos e colocando as mãos atrás do pescoço, reclinando-se sobre elas. — Você precisa se soltar um pouco. Eu poderia te ajudar com isso.— Ele pisca.
Eu torço meu nariz, carrancudo com sua insinuação. Ele realmente acha que eu sou esse tipo de garota? Ou ele está apenas tentando me irritar?
Eu balanço minha cabeça, voltando para a tela do meu computador. — Não, obrigada. Você pode ir agora.— murmuro, colocando minhas mãos no teclado para digitar novamente.
— Por que eu faria isso quando eu estou me divertido muito falando com você?— Léo pergunta, intrépido.
Ignoro sua pergunta, voltando a me concentrar na linha de códigos que reiniciei cinco vezes desde que ele invadiu meu espaço.
Estes serão longos meses.