Léo, o alfa - Série Super matilha livro 2

CAPÍTULO 1

Léo

*

Estou sonhando quando o barulho do meu despertador me acorda, seu bipe agudo causando uma dor de cabeça instantânea. Eu toco na minha mesa de cabeceira, os dedos procurando desajeitadamente o botão de soneca. Em vez disso, bato a maldita coisa no chão, o bipe só fica mais alto à medida que ecoa no chão de cimento.

Fo..da-se.

Acho que estou acordado agora.

Eu pisco os olhos do sono, lentamente me ajustando à luz fraca que entra pela fe.n.da nas cortinas da minha janela. A luz intensifica minha dor de cabeça. Eu bebi muito ontem à noite e mesmo a minha cura de transmorfo não ajudou com essa ressaca.

Eu resmungo enquanto chuto os lençóis para longe do meu corpo, sentando e me inclinando para pegar o despertador do chão. Eu quero quebrar a por.ra da coisa, mas eu aperto um monte de botões e o bipe incessante finalmente terminando. Gemendo, coloquei-o de volta na minha mesa de cabeceira, focando no brilho vermelho dos números.

7:00 da manhã

Por que Gael teve a brilhante ideia de marcar esta reunião tão cedo, eu nunca saberei. Ele é o líder do batalhão de segurança, uma equipe de lutadores criada para proteger o território da super matilha: seis matilhas separadas e distintas de transmorfos lobos, reunidas para um propósito comum, sobrevivência.

Nós nos alinhamos anos atrás para aumentar nossas matilhas e nos proteger de um alfa louco que estava mirando, atacando e tomando matilhas menores.

A matilha de Gael foi uma vítima daquele lunático Alfa Daniel e sua matilha de sombras. Alguns deles conseguiram escapar e não muito depois, eles se juntaram a outra matilha, o que acabou levando à formação da super matilha. Eu estava fodidamente emocionado quando os outras cinco matilhas se uniram a minha e se estabeleceram nos territórios próximos, fazendo o nosso pequeno canto do mundo parecer muito maior. Sempre me senti grande demais para minha pequena cidade.

Outro bônus para a formação da super matilha é o fato de que trouxe meus amigos mais próximos Gael, Brenno, Jean e Erick. Todos nós somos alfas de nossa matilha ou seremos um dia, então foi fácil para nós cinco formar um vínculo com tanto em comum. Quando Gael iniciou o batalhão de segurança, ele pediu a mim e aos outros que viéssemos ajudá-lo a assumir o comando.

No dia em que me formei no ensino médio, arrumei minhas coisas e me mudei para o complexo para ajudar Gael a colocar o time em funcionamento. Jean, Brenno e Erick se juntaram a nós logo em seguida, e o resto é história.

Não sei o que teria feito se o time não estivesse lá para eu ir depois do colégio. As coisas estavam difíceis em casa, meu pai é totalmente durão e nada do que eu fiz foi bom o suficiente para ele é ainda não é.

Dos cinco alfas que comandam o time, dois deles já comandam suas próprias matilhas e outro estará comandando os seus até o final do verão. Mas eu? Duvido que meu pai algum dia deixe o cargo de alfa para me deixar assumir.

Ele sempre diz que não estou pronto, não estou maduro o suficiente, embora ser Alfa da Matilha da lua cheia seja meu maldito direito de nascença.

Nesse ponto, parei de tentar provar ao meu pai por que mereço comandar nossa matilha. Ele deixou bem claro que nunca estarei à altura e ele pode ir se fo.der se achar que vou mudar tudo sobre quem eu sou apenas para se encaixar no molde de quem ele quer que seu filho seja. Ele quer que eu seja alguém que eu apenas... não sou.

Ainda assim, não preciso do título formal para desfrutar das vantagens alfa. Posso não comandar minha matilha ainda, mas como um futuro alfa, tenho toda a influência, nenhuma responsabilidade. As fêmeas se jogam em mim constantemente, ansiosas para passar uma noite com um alfa e felizmente as agradeço. Já passei por metade das garotas do time, todas ansiosas para me convidar para suas camas.

Posso conseguir qualquer mulher que eu quiser e sempre vou embora pela manhã.

Ontem à noite eu peguei uma morena bonitinha no banheiro do bar da matilha lua de sangue. Tenho estado frustrado ultimamente, precisando desabafar e ela estava muito disposta a me ajudar. Eu a fodi com tanta força que quase arranquei a porta das dobradiças.

Isso deveria ter ajudado mas, ainda estou no limite do estresse hoje. Provavelmente porque estou com uma forte dor de cabeça e não dormi o suficiente na noite passada. Quem diabos planeja uma reunião para as 7 da manhã?

Já estou atrasado. Gemendo, eu me forço a sair da cama, indo para a minha cômoda para encontrar algo para vestir. Jeans, uma camiseta, minha jaqueta de couro e botas de motociclista. Talvez eu vá dar uma volta depois dessa maldita reunião, o ar fresco pode me fazer bem.

A sala de conferências no complexo do não fica longe do meu quarto nos dormitórios, mas já estou vinte minutos atrasada quando abro a porta, cinco pares de olhos voando para mim. Sim, cinco. Parece que Gael trouxe sua companheira para a reunião.

— Que bom que você se juntou a nós.— Brenno comenta rispidamente.

Eu rolo meus olhos, entrando e chutando a porta fechada atrás de mim. Brenno é sempre tão rude, sempre me irritando. Isso me irrita muito porque me lembra do meu pai.

— Estou aqui agora, não estou?— Murmuro, afundando em uma cadeira vazia à mesa.

— Eu não sabia que era para trazer sua namorada para o trabalho.— Os olhos de Gael encontram os meus, frios como gelo.

— Fabíola é minha companheira.— Ele me corrige. — E mesmo não te devendo nenhuma satisfação do que eu faço ou deixo de fazer, pensei que ela poderia nos fornecer algumas dicas hoje, já que estaremos separando os novos membros do time em patrulhas.— Fabíola se inclina para mais perto de Gael, envolvendo as mãos em torno de seu bíceps enorme e olhando para ele com adoração.

Essa merda deles me faz querer vomitar.

— Tanto faz.— eu suspiro, recostando-me na cadeira.

Eu olho para Jean, que está me avisando com os olhos para parar com isso.

— Agora que você está aqui, podemos repassar sua nova tarefa.— Gael relaxa um pouco, inclinando-se para trás e direcionando seu corpo em direção a Fabíola enquanto olha por cima do ombro para mim.

— Certo.O negocio com o pessoal de TI? — eu suspiro, acenando com a mão levianamente.

Gael não reage, apenas acena com a cabeça e volta ao trabalho. — Hoje é o último dia da Elain, você precisará ir até lá e se apresentar a todos, ter uma visão geral do deles e então você precisará passar algum tempo com a unidade de TI todos os dias, para se familiarizar no que estão trabalhando.

Trazer qualquer uma de suas preocupações para mim quando tiverem e entregar um relatório completo em nossa reunião semanal. — Eu fico olhando para as minhas mãos, tirando a sujeira debaixo das minhas unhas enquanto inclino a cadeira para trás sobre as duas pernas.

— Entendi.— murmuro.

— Seja legal com minha irmã.— suspira Fabíola.

Meus olhos disparam para encontrar os dela. O comentário dela me irrita, essa criança está ficando muito confortável, como se ela fosse parte do nosso grupo.

Isso me irrita . Eu gostei dela o suficiente quando ela estava no acampamento de treinamento neste verão, tentando entrar no time, ela é uma lutadora muito boa e tem mais coragem do que alguns dos homens do time. Ela merecia fazer parte, mas então a lua cheia da semana passada confirmou que ela é a companheira de Gael, e sua presença tem me incomodado desde então.

Ela está sempre por perto. Costumávamos ser apenas nós cinco, irmãos e agora Fabíola está sempre lá, pendurada em Gael. Eu o considerava meu melhor amigo, mas desde que ele começou as coisas com ela, é como se ele estivesse muito ocupado para mim e os outros caras.

— Você tem uma irmã?— Eu pergunto, piscando.

Fabíola revira os olhos.

Crescemos na mesma matilha, sei que ela tem uma irmã. É meio difícil perder um par de gêmeas loiras gostosas. Eu simplesmente não posso deixar de ser um i****a.

— Vamos em frente.— suspira Erick, remexendo em uma pilha de papéis. Ele é sempre aquele que nos mantém atentos.

Eu meio que presto atenção ao resto da reunião. Meu corpo está se recuperando do abuso de álcool na noite anterior, mas minha irritação esta manhã está fazendo com que

minha dor de cabeça continue. Estou louco para sair, desabafar. Eu poderia fazer exercícios com o time, mas prefiro subir na minha motocicleta e destruir as estradas da floresta.

Estou distraído ultimamente, apático. Entediado.

Todos os dias é a mesma merda, e às vezes parece que estou preso girando minhas rodas enquanto a vida de todo mundo segue em frente.

Um passeio de motocicleta sempre diminui a agitação do meu lobo. É a coisa mais próxima de realmente mudar e correr sobre quatro patas, o vento no meu cabelo, o céu aberto acima de mim.

[*]

Comecei na estrada que se afastava do complexo, dirigindo muito rápido, inclinando-me muito nas curvas. O verde da floresta fica borrado ao meu lado enquanto eu acelero, rumo a uma das montanhas próximas a matilha de Gael, montanha Pine. A viagem é sinuosa, empolgante e a vista do topo é ótima. Quando eu chego no topo, a moto derrapa até parar, desligando o motor. Eu fecho meus olhos e deixo os sons da natureza afogarem meus próprios pensamentos.

Eu amo isso, estar aqui em cima. Apesar da vida encantadora que levei, da minha falta de responsabilidades, é o único lugar em que realmente me sinto... livre.