Dia ruïm

1261 Words
Olho para a porta fechada totalmente sem reação. Tanto por nada. Sinto as lágrimas se formando nos meus olhos e tento o meu melhor para segurá-las lá. A Sra. Torres me dá um olhar piedoso através do vidro e se vira para continuar distribuindo as provas. Volto para o estacionamento e retiro meu carro da maldita vaga. Consegui um lugar umas quatro quadras da porta. Faço todo meu caminho de volta para escola, mas não vi Adam em lugar nenhum para avisá-lo que o seu precioso lugar está livre. Tudo que me resta é ir para a biblioteca esperar para ir para minha segunda aula do dia. E quando você pensa que um dia r**m não pode piorar eu sou parada por um inspetor no corredor e enviada para a sala da diretoria por ‘vadiagem’. Não tive qualquer chance de explicar nada. Ao chegar lá encontro Adam sentado em um dos bancos com as pernas esticadas e os braços dobrados atrás do pescoço, tão confortável que parecia que ele estava em casa e não na escola. Ele está com os olhos fechados totalmente indiferente a quem acabou de entrar. Adam é um cara bonito, devo reconhecer. Ele é alto e forte como um típico jogador de futebol, dever ter cerca de 1,90 se não mais. Sua pele tem um tom levemente bronzeado, aquele bronzeado natural que qualquer garota amaria ter, um rosto perfeitamente simétrico emoldurado por um cabelo castanho grosso e marcantes olhos azul gelo. Não é à toa que todas as meninas da escola são completamente loucas por ele. O diretor Smith abre a porta “Senhorita Hoffman, Senhor Carter, entrem” ele declara e Adam abre os olhos pela primeira vez desde que entrei na sala. Ele abre um sorriso brilhante para mim e com um gesto dos braços tal como um cavalheiro, coisa que ele não é, ele me diz zombeteiramente “primeiro as damas.” Eu reviro os olhos e ele ri mais ainda. Nos sentamos e o diretor começa com seu discurso “Não me admira encontrar o senhor Carter por aqui, mas você, senhorita Hoffman muito me surpreende. Nunca imaginei que você seria pega matando aula. Alguma explicação para isso?” Eu estou tão nervosa, tão estressada, por como meu dia vem sendo que simplesmente começo a falar a mil por hora exatamente tudo que me vem à cabeça naquele momento. “Diretor, eu juro que não estava matando aula, na verdade eu estava a caminho da biblioteca porque eu me atrasei para a prova da Sra. Torres e não pude entrar na sala. Então, eu voltei para o estacionamento para tirar meu carro porque eu tinha estacionado na vaga do Adam justamente porque não tinha nenhuma vaga e eu realmente queria chegar a tempo de fazer a prova, mas ele não gostou de me ver estacionado na vaga dele e como eu perdi a prova de qualquer maneira não tinha sentido nenhum manter o carro lá. Só encontrei outra vaga a quatro quadras da escola e entre ir e voltar passaram-se mais do que os vinte minutos de tolerância para entrada e por isso eu fui pega no corredor.” Não sei se ele entendeu qualquer coisa que eu falei. Nem eu mesma sei se entendi o que eu falei. Eu só queria que esse dia terminasse. O diretor me dá um olhar simpático e diz “entendo” então vira sua atenção a Adam “E você, senhor Carter, o que fazia fora da aula." “Como a menina aí disse, eu encontrei minha vaga ocupada e não consegui estacionar fácil em outro lugar. Sou totalmente inocente nessa história.” Ele fala calmamente como se fosse uma pobre vítima que não teve nenhuma oportunidade de entrar. “Senhorita Hoffman, pelo seu perfil eu posso acreditar que você não teve a intenção de vagar pela escola, mas regras são regras e como tal a senhorita deverá cumprir detenção por toda essa semana. Já você, senhor Carter eu tenho minhas dúvidas de até que ponto o senhor não teve nenhuma oportunidade de entrar a tempo mesmo com tais inconvenientes, portanto, também deverá ficar essa semana depois das aulas para cumprir a detenção. Dito isto, vocês estão dispensados e devem se apresentar no horário para a próxima aula para não terem mais problemas.” Determina o diretor. ‘Ótimo, apenas ótimo. O que mais pode acontecer hoje.’ Eu penso. Saio da sala carregada de um sentimento de injustiça. Quando é que a vida vai facilitar para mim? Enquanto caminhava rumo ao meu armário para pegar meus livros escuto uma voz forte me chamando por trás “Espera aí Hofman!” “Meu nome é Rebeca, Adam. Qual é o problema agora? Eu já tirei meu carro da sua vaga e pode ter certeza de que nunca mais vou parar lá.” Digo já sem muita paciência. “Ainda não falamos sobre o meu pagamento.” Ele diz na maior cara de p*u do mundo. “Você só pode estar maluco, certo? Pagamento do que? Você me segurou tanto tempo na porta que perdi a prova de qualquer maneira. Além do mais, fiquei no máximo 20 minutos” respondo com a intenção de terminar essa conversa. “Dois minutos, vinte minutos, você terá que pagar igual” ele sorri enquanto diz. “Ahhhh, e não vamos esquecer os juros da semana de detenção.” Eu não acredito no que estou escutando e estou cansada para brigar com um playboy i****a então apenas digo “Me manda os temas dos trabalhos que você tem que entregar que eu faço para você, mas só os trabalhos desse mês e pronto” “Raposinha, você é mais interessante do que eu imaginava.” Ele diz e eu fico parte em choque com o apelido inusitado, parte sem entender o que ele quis dizer “Como eu estou generoso hoje com você vou fazer um acordo: Os trabalhos da detenção e um favor, qualquer favor, que eu possa querer. E aí, o que você me diz?” Penso por um momento sobre isso. Que tipo de favor ele pode querer de mim? Provavelmente algum trabalho mais difícil ou ajuda em alguma prova na pior das hipóteses. Não parece tão r**m assim. “feito” eu digo estendendo a mão em um gesto universal de fechar acordo. Ele segura minha mão e me puxa para ele, me pegando totalmente desprevenida. Sou obrigada a me apoiar em seu peito para não cair. De repente, sua outra mão envolve minha cintura e sinto seu hálito quente em meu ouvido, tão próximo que se eu virasse a cabeça tocaria seus lábios. “Foi um prazer negociar com você, raposinha.” Eu congelei. Literalmente congelei. Já devia imaginar que com a sorte que eu tenho o sinal tocaria exatamente nesse instante. E não digo que foi má sorte porque o sinal quebrou o clima, mas porque uma multidão de adolescentes começou a invadir o corredor e a cena que eu protagonizava no meio dele com certeza viraria fofoca até o final do dia. Ignorando os olhares curiosos eu me afasto correndo dele sem dizer uma palavra. Tudo que eu quero é pegar meus livros no meu armário e ir para minha próxima aula sem me meter em mais nenhum problema. Infelizmente não consegui ignorar as risadas ao meu redor quando Adam grita para mim “Até mais tarde raposinha” Pelo menos assim que cheguei à sala de aula pude ter um pouco de paz em meio ao caos que está sendo esse dia.
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