Tá, isso estava realmente saindo dos limites! Tudo nele me irritava, e me causava ânsia de vômito. Não só seu jeito de se sentir superior a todo mundo, mas principalmente pelo fato dele ser exatamente quem ele é.
Depois que entro no quarto, vejo Cris entrando logo após.
— E aí, Rine, tudo bem com você? — Ela diz e se senta ao meu lado.
— Tá tudo normal. Você gosta do Jake e não me conta nada? Quando isso aconteceu?
- Eu não gosto do Ja... — Ela tentou dizer, mas na mesma hora emendou outra frase — Tá, talvez eu esteja gostando dele sim, mas tá tudo bem, eu ia te contar.
— Ah, é? Quando? — ergo a sobrancelha e cruzo os braços.
— Quando você me contasse o que está rolando entre você e o Thomaz!
Eu franzi a testa, e me joguei na cama. Meu Deus! Eu não posso acreditar que até a minha melhor amiga Cristal pensava isso de mim. Que tipo de pessoa ela pensa que sou?
— Não, Cristal. Eu o odeio, quero distância dele, ele que não entende. Eu só queria que ele desaparecesse por uma década.
— Que drama, Rine, vai ver ele gosta de você. — Ela sorri. — De repente ele fica do seu lado o tempo inteiro?
— Aquele ali só gosta de si mesmo, acredite em mim. Tem uma pedra ao invés de coração, amiga. Agora, chega de falar dele, que tal o Jake? — Perguntei, descontraída.
— Ele é um sonho! — ela suspira com um sorriso bobo no rosto, e se joga na cama de braços abertos.
— E... — Quis saber dos detalhes.
— E nada mais, nós estamos deixando levar sabe, sem pressão, vai ser melhor pra nós dois, até porque vamos ter que beijar pessoas diferentes que ele pra ganhar a competição.
— Ai, verdade!—Afirmei. — E o Kayo com a Sophie? Eles namoram há tempos! Um 10 vale isso? Sério?
— Eu sei disso, mas a Sophie disse que o namoro deles era super liberal, sabe? Além disso, com o prêmio do fim, quem não quer?
Eu ia perguntar que prêmio seria, mas alguém entra e nos interrompe.
— Ah, é só você — digo ao perceber que era Thomaz, e não consigo evitar de revirar os olhos.
— Vamos para o meu dormitório resolver as coisas da nossa equipe... A Sophie mesmo já beijou dois. Quer perder?
— Rapidinha ela, hein. — Respondi.
— Vai, isso é muito importante pra mim, é honra e sacrifício. — Brincou, percebi pelo tom da sua voz.
— E quem ganhar, ganha o quê? — Perguntei, finalmente.
— Meus pais vão escrever uma carta de recomendação para o vencedor que eu garanto a você: Com ela você entra! — eu ergo o olhar — é, meus pais são ricos e possuem muita influência... Mas não importa o prêmio, o que eu quero realmente é ganhar.
Claro que para ele não importa o prêmio, ele é rico, isso não faz nenhuma diferença na vida dele. A única coisa com que Thomaz se importa é fazer dos outros os fantoches dele.
Revirei os olhos, mas fui mesmo assim, que m*l pode acontecer? Claro, eu ainda o odeio, ele não é tolerável nem mesmo um pouquinho, mas o que posso fazer?!
Entrei no quarto dele, e sentei na cama de frente pra televisão.
— E então, vamos começar com o quê? — Thomaz questiona.
— Ah, sei lá, na minha sala de química tem dois garotos que já pediram pra ficar comigo... O que você tem? — Eu estava tentando levar aquilo a sério, mas era difícil demais.
— Líderes de torcida.
— Qual o limite pra vencer o jogo?
— 7.
— Por que? — pergunto.
— Porque 7 é o número da perfeição, e nosso jogo tem que ser perfeito. O grupo que beijar 7 pessoas primeiro, vence.
— Ou seja, 14. Porque eu beijo 7, e você beija 7, certo?
— Exato.
— Tudo bem, que comece o jogo então. — Afirmo, e nós apertamos as mãos.