Capítulo 5

1406 Words
Arthur Katarina chegou na minha casa e lá estava eu com uma cara tão r**m que nem quis ficar, eu sabia que ela começaria um interrogatório. Aproveitei que Sophia adorava as loucuras da minha avó e sai. De começo não tinha destino, mas acabei indo pro único lugar onde ainda me sentia bem, a galeria. _Você aqui essa hora?_ Marcos perguntou sorrindo _Pois é_ me limitei a isso , não estava com humor pras ironias do Marcos. _Está tudo bem cara?_ ele pergunta agora sério _Está sim, e aqui como estão as coisas?_ mudo rapidamente o assunto _Como vê estão bem_ ele aponta sorrindo para alguns clientes que entravam na galeria_ até sua mãe veio aqui hoje. _Minha mãe? O que ela queria?_ me espanto, já fazia algum tempo que tentei me aproximar dela mas era desperdício de tempo. _Eu não sei, ela veio perguntou se você estava, que horas podia encontrar você aqui, depois recebeu uma ligação e saiu rapidamente. Poderia até ser errado o fato de eu pensar assim da minha própria mãe, mas era assim que as coisas eram entre nós. _ Preciso trabalhar, alguém querendo comprar alguma coisa? _ pergunto Eu era dono da galeria, mas as vezes gostava de conhecer meus clientes. _Sim ela_ Marcos aponta para uma moça parada em frente ao meu quadro favorito, um dos vários retratos que fiz da Malu. Me aproximo e tomo um susto ao vê que a tal mulher era Mariana. _Você gosta mesmo da minha galeria_ falo me aproximando sorrindo _Gosto, acho suas obras maravilhosas. _ ela sorri _Eu não sei, não me acho tão bom_ falo sorrindo Ela sorri, e meio sem querer reparei que ela tinha um lindo sorriso. _Eu p***o algumas coisas, mas nada tão bom quanto seus quadros. Ela admirava meu quadro e os olhos dela brilhavam, e que olhos lindos ela tinha. Afinal qual era o meu problema? Eu m*l conhecia aquela mulher, mas ela era encantadora. Eu sabia que não devia estar tão empolgado em uma conversa com uma mulher que não fosse a minha, ainda mais a Mariana que já tinha me causado problemas antes, mas estava feliz por falar com alguém que só quisesse conversar e não me dar um sermão. Conversa rolava bem, na verdade parecia que éramos amigos a muito tempo, ela parecia adivinhar tudo o que eu gostava em artes e assim a conversa ia bem até meu celular tocar. Olhei no visor e lá estava a foto da Malu, e pela primeira vez eu não quis atender, e não atendi. Malu Depois da minha conversa com a Katarina eu já estava decidida no que iria fazer, mas eu queria dar a chance ao Arthur pra tentar me convencer do contrário. Liguei pro celular dele varias vezes mas ninguém atendia, e isso me deixava nervosa eu queria conversar com ele. Como Arthur não atendia o celular liguei pro Bruno na esperança de que ele estivesse na casa dele, mas Bruno disse que não tinha visto ele, e então liguei pro Marcos.. _Alô? _Oi Marcos é a Malu, o Arthur ta ai? _Ta sim. _Aah eu já estava preocupada._ falo nervosa _Mas... Ele... _Obrigada_ o interrompo Eu não pensei duas vezes, eu iria até a galeria e aí conversaríamos sobre o que fazer. Deixei Sophia com Katarina e Antônia, peguei o carro e fui direto pra galeria. Eu sei que poderia estar me precipitando um pouco, mas eu não teria coragem de falar o que queria falar se deixasse pra depois. Eu estava farta das desculpas, eu queria mudança, e mesmo amando muito o Arthur eu não queria que as coisas continuassem daquele jeito. Estacionei o carro em frente à galeria e fiquei mais uns minutos dentro do carro pensando no que iria dizer, respirei fundo e decidi sair. Abri a porta decidida e quando entro tudo o que eu tinha planejado foi totalmente destruído por uma cena que me deixou furiosa. Lá estava eu de pé na porta da galeria, e lá estavam Arthur e a tal Mariana morrendo de rir e o mais irritante um cochixava no ouvido do outro como se fossem conhecidos de longa data. Fiquei em silêncio enquanto os dois conversavam, pois ainda não tinham percebido a minha presença, até que Carolina uma das vendedoras da loja entrou e me comprimentou. _Oi Malu_ ela sorria parecia não ter percebido o que acontecia _Malu?_ Arthur gritou assustado e olhou pra trás, e quando me viu parecia ter visto um fantasma _Oi Carol_ abro um sorriso forçado e a abraço Lá estávamos nós, o clima não era dos melhores, mesmo assim Carol pareceu não perceber nada pois apesar da cara de susto do Arthur e da cara de palerma da tal Mariana e da minha cara de ódio, ela continuava sorrindo. _Eu... Acho que já vou_ a vaca da Mariana fala A minha vontade era de pular no pescoço dela, mas eu não daria essa manchete as revistas de fofocas, e também não resolveria nada entre mim e o Arthur, com ela eu resolveria depois. Ela saiu e eu sequer conseguia olhar na cara do Arthur, estava furiosa mas ainda não podia gritar Carolina ainda estava lá parada sorrindo. _ Carol você pode ajudar o Marcos lá no escritório?_ Arthur fala tentando parecer calmo _Ah! Claro _ ela fala ainda sorrindo_ xau Malu, foi ótimo te vê, venha nos visitar mais vezes. A contagem regressiva em minha mente começou quando Carol começou a subir as escadas e ao perceber que ela estava longe o suficiente pra não me ouvir.. _Mas que d***a é essa?_ falo totalmente exaltada _Malu eu posso explicar... _Ah claro, você sempre pode explicar, então me explica o que ela estava fazendo aqui, ou melhor o que vocês tanto conversavam ? _Malu... Arthur se calou e lá estava eu de novo de frente pra ele com a mesma reação de sempre. Toda vez que Arthur dizia Malu.. eu sabia que ele não tinha explicação pra situação. Aquilo me matava por que o fato de ele não saber explicar significava que eu tinha razão. _Fala alguma coisa_ eu estava estérica _Malu, você sabe que eu te amo, eu... _Arthur para de mentir, o que ela fazia aqui? _Nada, nós só estávamos falando de arte, só isso. _Claro_ tento me acalmar, meu escândalo estava começando a chamar a atenção_ conversamos em casa. Saí e corri pro carro como uma adolescente desesperada, e confesso que naquela hora eu queria muito ter alguém pra chorar, mas meus pais não entenderiam, e Katarina iria querer resolver pra mim, e eu só queria que alguém me escutasse enquanto eu chorava. Cheguei em casa e estava tudo em silêncio, fiquei aliviada por não precisar explicar meus olhos inchados pra ninguém. Coloquei as chaves na mesa e peguei o bilhete que estava lá Fomos ao cinema, Sophy está comigo Bjs Katarina Katarina tinha um jeito fofo de se referir a Sophia, e ela adorava esse apelido. Me joguei no sofá e fiquei algum tempo olhando pro teto, tentando organizar minhas idéias, afinal nada agora estava claro na minha mente. Eu tinha saído de casa decidida a conversar com ele, pedir pra que tentássemos resolver nossos problemas juntos, queria dizer que apesar de tudo ainda havia amor entre nós e isso era o mais importante. Mas ao parar e vê o quanto ele se divertia com aquela mulher, enquanto eu me preocupava em recuperar nosso casamento, aquilo realmente me matou, nada mais parecia certo. Semana que vem é meu aniversário, adoraria que você vinhesse dar uma volta em BH. Bjs Carla. Olhei pro celular e a mensagem da Carla me fez pensar que talvez poderia ser uma boa idéia sair um pouco e pensar melhor. Continuei sentada no sofá até ouvir o barulho da porta e Arthur entrou, tentando parecer seguro. _Nós podemos conversar?_ ele se senta ao meu lado _Claro _ olho pra ele _Eu só quero que você saiba que eu te amo_os olhos dele estavam firmes e aquilo me assustou_ Mas não quero mais fazer isso Afinal aonde Arthur queria chegar com todo aquele discurso. _Seja direto_ tento parecer forte, mas meus olhos já se preparavam pra chorar _Não aguento mais ser esse cara que vive te magoando e fazendo tudo errado, você merece mais e eu não posso te dar isso. Se me assustei? Claro, não achava que Arthur seria tão direto e frio, não depois de tudo que passamos juntos.
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