Alguma coisa pesada parecia ter sido arremessada dentro do meu estômago. Ou as palavras que Picasso usou para expor uma parte da verdade eram indigestas demais. Eu não sabia dizer. Pois, mesmo que a minha teimosia não me permitisse confiar ou acreditar nos outros, aquele outro instinto quase sempre certeiro me dizia para enxergar as entrelinhas. Ele podia estar mentindo, mas também usava um pouco da verdade. A verdadeira resposta é que eu estava bem encrencada. — Acho que mereço um agradecimento — disse Picasso, num tom de voz alto, porque estávamos distantes e a música estourando nossos tímpanos. — Por não ter deixado que você cavasse a própria cova ao interrogar o contato da Mariana. Meu cenho se franziu. — Por que tem tanta certeza de todas essas coisas? — Essa missão de m***a não